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Francisco de Paula Rodrigues Alves

nasceu no dia 7 de julho de 1848 na


cidade de Guaratinguetá, em São Paulo.
Filho de portugueses, ricos proprietários
de terra, foi o terceiro de 13 filhos e o único a
estudar na corte. No Colégio Pedro II,
considerado o melhor de Lisboa, foi colega
de classe de Joaquim Nabuco. Formou-se
em direito em São Paulo antes de ingressar
na vida pública, em 1872, como deputado
provincial pelo Partido Conservador.
Em 1887 chegou a presidente da província de
São Paulo (o equivalente ao governador), cargo que voltaria a
ocupar em 1900 e 1916. Após a Proclamação da República, foi
deputado constituinte, em 1890, e ministro da Fazenda duas
vezes no governo de Floriano Peixoto e no de Prudente de
Morais. Eleito presidente da república em 1902, deu continuidade
à política de valorização do cultivo do café que vinha sendo
adotada no Brasil.
A Urbanização da Capital

O governo Rodrigues Alves (15/11/1902 - 15/11/1906) adquiriu grande


projeção em virtude dos êxitos obtidos pela política externa brasileira,
liderada pelo Barão do Rio Branco, e pelas iniciativas de remodelação e
saneamento da Capital Federal, tendo à frente Oswaldo Cruz, Pereira
Passos, Francisco Bicalho e Paulo de Frontin.

Quando assumiu a chefia do governo federal, o país vivia uma


conjuntura econômica favorável, face à recuperação dos preços do café no
mercado internacional e à austera política de saneamento financeiro
executada por seu antecessor, Campos Sales.
A facilidade para obter novos créditos no exterior, permitiu que Rodrigues
Alves tornasse a contrair dívidas junto a estes mesmos banqueiros para
financiar a remodelação urbanística e o saneamento da capital federal. As
condições sanitárias da cidade, que desde meados do século anterior
convivia com sucessivos surtos de doenças infecciosas, vinham
ameaçando a política de estímulo a imigração, indispensável para o
suprimento de mão-de-obra aos setores mais dinâmicos da economia
brasileira após o declínio do trabalho escravo.
centrando suas atenções no programa de remodelação
urbana e de saneamento da capital da República. O
engenheiro Pereira Passos foi nomeado prefeito da
cidade do Rio de Janeiro, com plenos poderes para a
implementação das reformas de modernização. O porto
foi ampliado, os antigos quarteirões com seus cortiços
foram demolidos e os moradores transferidos para a
periferia, abrindo espaço para o alargamento de ruas e a
construção de novas avenidas, entre elas a avenida
Central, atual avenida Rio Branco. A modernização da
cidade também compreendeu a regulamentação de
novas posturas públicas, como a proibição do comércio
ambulante, da venda de bilhetes de loterias pelas ruas e
no interior dos bondes, dos fogos de artifício, dos balões
e das fogueiras.
A Vacina:
Durante o governo de Rodrigues Alves libertou-se
o Rio da febre amarela, que todos os verões
ceifava vidas. O grande plano de erradicação do
terrível mal foi executado pelo médico e cientista
brasileiro Osvaldo Cruz. Aperfeiçoando os
processos usados pelos americanos em Cuba e
nas Filipinas, Osvaldo Cruz conseguiu em1906,
praticamente, livrar a cidade da doença, muito
embora mais uma vez fossem utilizados
métodos opressivos contra a população.
Revolta da Vacina (1904)

O cientista e médico Osvaldo Cruz, que até então dirigira o Instituto


Manguinhos, foi nomeado diretor-geral de Saúde Pública,
implementando o combate às epidemias, como a peste bulbônica e
a febre amarela. Em 1904, a obrigatoriedade de vacinação contra a
varíola levou a população carioca ao protesto nas ruas, no dia 10
de fevereiro, movimento que ficou conhecido como a Revolta da
Vacina.
A população, manipulada pela oposição, revoltou-se contra a lei da
vacinação obrigatória proposta por Osvaldo Cruz. Na verdade, a
revolta deveu-se muito mais à desinformação da população e ao
medo que esta tinha do governo, uma vez que estava acostumada
a ser sempre agredida. Pensou-se que, em vez de vacina, o
governo estaria injetando um vírus ou uma bactéria com o fito de
matar os miseráveis. O governo, contudo, ao invés de esclarecer
tais fatos, preferiu atacar violentamente os líderes do movimento.
Expansão das Fronteiras:

A maior figura do ministério escolhido pelo presidente Rodrigues


Alves foi, sem dúvida, José Maria Silva Paranhos Jr., o célebre
Barão de Rio Branco. Filho do visconde de Rio Branco, a atuação
de Rio Branco na Pasta das Relações Exteriores foi marcada,
principalmente pela solução de uma grave pendência relativa à
fronteira Brasil-Bolívia, compreendendo a vasta região do Acre. A
região, pertencente à Bolívia foi ocupada por trabalhadores
brasileiros durante o "Ciclo da Borracha". Nesse período atingiu o
apogeu a exportação de borracha.

O território acreano praticamente só continha brasileiros, vez que a


região havia permanecido desabitada pelos bolivianos. Pelo Tratado
de Petrópolis, assinado a 17 de novembro de 1903, foi incorporada
definitivamente ao nosso país a região acreana. O Brasil pagou uma
indenização à Bolívia mas que poderia recuperar em alguns anos,
com a cobrança de impostos regulares na região.
Ao final do seu mandato, concluído em novembro
de 1906, o Rio de Janeiro já apresentava muitos
dos aspectos de uma cidade remodelada, além
de estar livre da febre amarela sob a forma
epidêmica. Pode-se dizer também que a peste
bubônica estava sob controle, através do
combate aos ratos e da soro-vacinação. A
Revolta da Vacina impediu que a vacinação
anti-variólica fosse obrigatória e um novo surto
da doença surgiria em 1908.

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