Você está na página 1de 3

MODELO S.O.M.A.

R DE LIDERANÇA

A liderança tem sido um tema muito abordado em disciplinas de cursos de gestão empresarial,
e isso vem acontecendo porque a dinâmica das organizações tem gerado aspectos de
mudanças num ritmo e contexto nunca visto antes. Verifica-se que, cada vez mais o conceito
de liderança está relacionado com o desempenho e os resultados de uma equipe de trabalho.
Hoje em dia, o espírito de liderança é muito valorizado no âmbito profissional.  Desde a década
de 1930 o tema liderança tem sido estudado nos campos da psicologia social e do
comportamento organizacional. Antes desse período, alguns livros já tratavam do assunto
liderança, porém, eram obras filosóficas, ou apenas sugestões com poucos dados para
embasar os argumentos. 

Liderar, etimologicamente, significa conduzir. Ou seja, é guiar pessoas na direção de objetivos


e metas; é ter a capacidade de gerar confiança para que os liderados sigam o líder e façam o
que precisa ser feito. Liderar é saber lidar com as mudanças e influenciar pessoas na direção
de resultados positivos. A palavra liderar sempre necessita de um complemento, ou seja,
liderar é um verbo transitivo direto, então, quando falamos em liderar, necessitamos de
respostas às perguntas: Liderar quem? Liderar quando? Liderar como? Para responder essas
perguntas, as quais são comuns no dia-a-dia de um gestor de pessoas, muitas teorias foram
divulgadas, algumas muito importantes e com forte embasamento, enquanto que outras
teorias não passam de simples idéias com pouca aplicação prática. 

Muitos gestores que ocupam cargos de liderança se questionam constantemente sobre o


estilo mais apropriado de liderança para conduzir suas equipes na direção de resultados
positivos. Sabemos que, basicamente, são três os estilos mais difundidos entre as diversas
abordagens de liderança: autoritário, liberal e democrático.

O estilo autoritário, quando predomina numa gestão de pessoas, só atrapalha o bom clima de
trabalho. As pessoas comandadas por um chefe autoritário (cabe ressaltar que ser chefe não é
a mesma coisa que ser líder) trabalham sob rigorosa supervisão, muitas cobranças, e na
maioria das vezes sem critérios, as relações entre as pessoas no ambiente de trabalho não são
amistosas. Se o chefe está na empresa a produção é alta, porém, basta o líder sair da empresa
que as pessoas se sentem aliviadas.

O estilo liberal predominante é um tipo de “liderança frouxa”, ou seja, as pessoas não


respeitam aquele que está na posição de liderança, se o gestor liberal está no trabalho, ou não,
a produção é a mesma. Neste estilo a qualidade e a produtividade oscilam muito porque é
permitido que cada colaborador faça o seu trabalho com total liberdade.

O estilo democrático predominante pode gerar certa dependência no gestor, pois ele procura
a participação e opinião das pessoas acima dos limites. O estilo democrático apresenta
relações mais positivas no trabalho, as pessoas se mostram mais comprometidas, ma, muito
cuidado, pois democracia em demasia no ambiente de trabalho só funciona quando você
conhece os colaboradores que tenham maturidade suficiente para assimilar esse estilo. Na
verdade, democracia predominante no ambiente profissional nunca funciona, exceto quanto
utilizada individualmente, por exemplo: você convoca a sua equipe para uma decisão sobre um
projeto, e das vinte pessoas que estão na reunião doze votam a favor e oito contra, o que vai
acontecer? Prevalece a decisão da maioria, não é mesmo? Isso pode ser prejudicial para uma
empresa, principalmente quando não se conhece o nível de maturidade das pessoas
envolvidas. Democracia funcionará bem com algumas pessoas, ou seja, quando usada
individualmente ou com pequenos grupos, mas democracia geral, com toda a equipe, pode ser
prejudicial. 

E qual é o estilo mais apropriado? Como liderar de forma eficaz? Em 1972, Hersey & Blanchard
divulgaram a Teoria da Liderança Situacional, sendo que essa é uma das abordagens sobre
liderança mais respeitada. Segundo os autores, a liderança pode ser determinada de acordo
com as demandas situacionais, ou seja, as circunstâncias, o contexto, as pessoas e suas
características, a época e os objetivos em questão.

Estudando há mais de nove anos diversas teorias sobre liderança e aprofundando o estudo
sobre liderança situacional, senti a necessidade de criar um modelo de orientação de
liderança, visando o foco em resultados na gestão de pessoas. Através desse modelo, qualquer
pessoa que ocupa um cargo de liderança poderá aplicar o estilo mais apropriado, sejam eles:
diretivo (sugiro este a autoritário), liberal ou democrático. O modelo que desenvolvi, o qual
também aplicamos em várias consultorias em empresas, tem como base vários estudos e
teorias, mas, principalmente, destaco as Teorias de Liderança Situacional de Hersey &
Blanchard e Contigencial de Fiedler (1967), as quais defendem a idéia de que a liderança eficaz
é baseada no ajuste entre o estilo de um líder e a situação para que seja exercida a influência
do líder. 

O modelo chama-se S.O.MA.R da Liderança. Este modelo consiste basicamente em facilitar a


análise do gestor para aplicar o estilo de liderança mais apropriado, ou seja, fazer a leitura
correta da situação e das pessoas envolvidas para ter eficácia em sua intervenção como líder.

O “S” do modelo SOMAR, significa “situação atual”: toda vez que um gestor precisar intervir é
fundamental saber qual é a situação atual, o que realmente está acontecendo e quais
problemas estão fazendo parte da situação. Ao saber e estrutura de um estado atual, fica mais
fácil praticar mudanças. 

A letra “O” do modelo SOMAR, significa “objetivo em questão”: depois de analisar a situação
atual, o gestor deverá avaliar a situação desejada/ideal porque somente assim ele perceberá
qual é a diferença entre, o que está acontecendo e a meta pretendida. 

O “MA” do modelo significa “maturidade do (s) liderado (s)”: antes de aplicar o estilo mais
apropriado, é de fundamental importância saber a maturidade do liderado, ou do grupo, caso
contrário o líder poderá escolher um estilo que ocasionará em resultados negativos na equipe.
Se não observar com cuidado a maturidade do liderado o gestor poderá escolher um estilo de
comunicação e de direcionamento que poderá ir contra o objetivo em questão. De acordo com
Hersey e Blanchard, a liderança situacional envolve a análise da maturidade dos colaboradores
envolvidos para que o gestor decida a melhor forma de adaptação. Maturidade deve ser
entendida como: padrões de comportamentos, atitudes, habilidades, conhecimentos, histórico
do colaborador e experiência no ramo de atividade.  Com essas informações, o líder saberá
como proceder com cada pessoa, identificando corretamente o grau de maturidade de cada
um. 
A letra “R” significa: os recursos disponíveis, ou que serão necessários. Toda situação que
exigir liderança poderá envolver recursos físicos/materiais, financeiros e outros. Por esse
motivo, o líder deverá avaliar os recursos envolvidos para saber o grau de decisão e de
urgência. 

Um verdadeiro líder deve somar forças, competências, alinhar sua equipe na direção dos
objetivos, e, sem dúvida, somar resultados positivos. É por isso que o modelo SOMAR se torna
uma ferramenta indispensável no processo de liderança de equipes. Toda vez que um líder
precisar agir, ele terá que ser flexível para se adaptar a situação e contextos atuais, visando
obter o melhor resultado e desempenho de sua equipe. Mas, para isso, terá que avaliar com
muito discernimento qual é a situação atual, qual é o objetivo em questão, qual é a
maturidade do grupo para conduzir melhor seus liderados e avaliando os recursos para que
sua resposta como gestor de pessoas seja a melhor possível. 

Depois de fazer a análise situacional através do SOMAR, o líder poderá ser mais diretivo,
liberal, ou democrático pois a leitura correta foi feita, bastando apenas ter atitude para aplicar
o estilo mais adequado em cada situação. Sem as informações S.O.MA.R. ficará muito difícil
decidir qual o estilo usar. Portanto, aplique este modelo com segurança, sem titubear, pois em
pouco tempo você desenvolverá uma liderança muito rica, fazendo a leitura certa para aplicar
o estilo certo. Peter Drucker, o grande guru da administração dizia que, “gerenciar é fazer
direito as coisas; liderar é fazer as coisas certas”, então, mãos a obra.

Retrieved from “http://www.artigonal.com/gerencia-artigos/somar-da-lideranca-


1004125.html“

CERSI MACHADO

Você também pode gostar