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Aula: 07

Temática: A Geografia e o Racionalismo

A partir do Renascimento vigoram ideais de liberdade que


se caracterizam do ponto de vista científico pela razão, tam-
bém chamado de Racionalismo.

No Racionalismo, o mundo passou a ser explicado por um princípio da obra


de Descartes como seu modelo mais autêntico. René Descartes (século
XV) separou a alma do corpo, conseqüentemente a separação da natureza
(corpo) do ser/homem (alma). Estas concepções dominaram a filosofia e a
ciência constituindo o fundamento da ciência moderna até o século XVIII a
XIX. Neste contexto, a natureza deveria ser conhecida para ser dominada.

Descartes defendia que a atitude científica diante dos fenômenos devia ser
despida de pré-noções, lançando as bases do método científico.

Resumidamente, podemos enumerar quatro preceitos:

1. Devemos nos afastar de toda e qualquer idéia pré-concebida sobre


os fatos que se estudam, tomando como verdadeiro apenas o que se
conhece como tal.

2. Dividir as dificuldades em quantas parcelas possíveis e necessárias.

3. Levar o raciocínio dos pensamentos mais simples aos mais complexos.

4. Produzir um raciocínio tão completo e geral que leve à certeza de nada


omitir.

O Racionalismo prioriza o quê?

A supremacia da razão físico-matemática como essência do humano e


fonte única e exclusiva do conhecimento. A matemática explica o mundo,
mas não é o saber das coisas e sim a relação entre elas.

O período mercantilista levou os europeus ao contato com povos de dife-


rentes partes da Terra através das Grandes Navegações.

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É importante mencionar que o interesse da Europa em desenvolver a car-
tografia levava ao conhecimento de terras desconhecidas e prováveis fon-
tes de renda para as metrópoles. Não podemos deixar de mencionar que
o nosso país foi colonizado no século XVI, época de intenso interesse na
exploração de territórios. É interessante citar Moraes (1981, p. 36) para
explicar este processo:

(...) Com o desenvolvimento do comércio colonial, os


Estados europeus vão incentivar o inventário dos re-
cursos naturais, presentes em suas possessões, ge-
rando informações mais sistemáticas, e observações
mais científicas.

Isto contribuiu para duas grandes obras de caráter geográfico:

• Cosmografia de Sebastian Münster;

• Geografia Generalis, de Varenius.

A obra Cosmografia de Sebastian Münster foi publicada em 1544 e possui


seis volumes. A matemática e a descrição dos lugares são os principais
aspectos desta obra. De acordo com Lencioni (2003, p. 65), no primeiro
volume, Münster aborda os aspectos gerais como a criação do mundo, as
zonas da Terra, a matemática e a física. Os três volumes que se seguem
destacam a Europa; a Ásia o quinto; a África e as terras novas, o sexto.
Note que há divisão territorial e descrição dos mesmos.

A Geografia Generalis de Bernardo Varenius, publicada em 1651, será, se-


gundo MORAES (1981, p. 33) influente nas teorias de Newton. Esta obra,
segundo Lencioni (2003, p. 67), marcou todo o pensamento do século
XVII e XVIII. Com este autor, o conhecimento empirista e racionalista das
obras de Francis Bacon, Galileu Galilei e René Descartes foi direcionado ao
conhecimento geográfico.

Nesta aula vimos que as idéias expressas no Racionalismo


influenciaram marcadamente a ciência geográfica.

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