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A Velhice

Simone de Beauvoir
 Simone Lucie-Ernestine-Marie Bertrand de Beauvoir
(09/01/1908 Paris — 14/04/1986 Paris) foi uma
escritora, feminista francesa e filósofa participante da
corrente existencialista.

 Escreveu romances, monografias sobre filosofia,


política, sociedade, ensaios, biografias e uma
autobiografia. Foi professora de filosofia até 1943 em
escolas de diferentes localidades francesas, como Ruão e
Marselha.
 Simone de Beauvoir procurou refletir sobre a exclusão dos idosos em
sua sociedade, mas do ponto de vista de que sabia que iria se tornar
um deles, como quem pensava o próprio destino.

 Para ela, um dos problemas da sociedade capitalista está no fato de


que cada indivíduo percebe as outras pessoas como meio para a
realização de suas necessidades: proteção, riqueza, prazer,
dominação.

 Desta forma, nos relacionamos com outras pessoas priorizando


nossos desejos, pouco compreendendo e valorizando suas
necessidades.
No texto, A velhice (1970), Simone de
Beauvoir escreveu que o idoso é uma espécie
de objeto incômodo, inútil, e quase tudo que
se deseja é poder tratá-lo como quantia
desprezível.
 Segundo ela, a sociedade de consumo trata os
idosos como párias, condenando-os à miséria,
à solidão e ao desespero.
 "Antes de tudo, exige-se deles a serenidade;
afirma-se que possuem essa serenidade, o que
autoriza o desinteresse por sua infelicidade” .
 Assim como a feminilidade é socialmente
construída, Beauvoir afirma que a velhice é
acima de tudo um fator cultural.
Simone de Beauvoir, filósofa francesa,
denunciava a “conspiração do silêncio’’ ou o
descaso com que era tratada a velhice
naquela época.

A relevância que adquiriu nos estudos sobre


a velhice; estima-se que, aproximadamente,
8 entre 10 trabalhos nas décadas de 1980 e
1990 usaram Beauvoir como referencial
teórico.
 Simone de Beauvoir em seu livro clássico
sobre a velhice mostra, entre outras coisas,
que o inconsciente não tem idade e que
temos forte tendência a nos comportar, na
velhice, como se jamais fôssemos velhos: aos
60 anos, raros são os que se consideram
nessa condição e mesmo depois dos 80 anos
há muitos que acreditam ser de meia-idade e
uns tantos que continuam a se achar jovens.
 O homem não vive nunca em seu estado natural;
na sua velhice,como em qualquer idade, seu
estatuto lhe é imposto pela sociedade que
pertence.

 Sabe-se que hoje é abstrato considerar em


separado os dados fisiológicos e os fatos
psicológicos: eles se impõem mutuamente.

 O individuo é condicionado pela atitude prática e


ideológica da sociedade em relação a ele.
 Se a velhice, enquanto destino biológico, é
uma realidade que transcende a história não
é menos verdade que esse destino é vivido de
maneira variável segundo o contexto cultural.

 Qualquer afirmação que pretenda referir-se à


velhice em geral deve ser rejeitada porque
tende a mascarar este hiato.
 Gerontologista americano Lansing o
envelhecimento é:

 Um processo progressivo de mudança


desfavorável, geralmente ligado à passagem
do tempo, tornando-se aparentemente
depois da maturidade e desenbocamento
invariável da morte.
 Cada sociedade cria seus próprios valores: é
no contexto social que a palavra “declínio”
pode adquirir um sentido preciso.

 A velhice não poderia ser compreendida


senão em sua totalidade. Ela não é somente
um fato biológico, mas também um fato
cultural.

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