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CONFORTO AMBIENTAL

EM EDIFICAÇÕES

Arq. Luís Henrique Boabaid dos Reis


• Condição que propicia à saúde física e
mental, bem estar e produtividade.
Refere-se às questões relativas à
iluminação natural e artificial, conforto
térmico, ventilação natural e acústica.
• O conceito de conforto pode ser
entendido como a avaliação das
experiências humanas, pois está
baseada no princípio de que quanto
maior for o esforço de adaptação do
indivíduo, maior será sua sensação de
desconforto.(VIANNA & GONÇALVES
2001, p.30)
Estratégias de projeto para
um bom nível de conforto
• Controlar os ganhos de calor
– Minimizando a energia solar que entra
pelas aberturas
– Minimizando a energia solar absorvida
pelas paredes externas
– Colocar isolantes térmicos nas
superfícies mais castigadas pelo sol.
• Aumentar a dissipação de energia
– Aumentando a ventilação
• Remover a umidade em excesso e
movimentar o ar
• Promover o uso da iluminação natural
sem permitir a entrada da radiação
direta
• Controlar o ruído
– Com o uso de elementos que dificultem
sua transmissão
• Desenvolver projetos integrados de
iluminação (natural e artificial)
– Buscando além do conforto, a
conservação de energia.
Visão – Efeitos Fisiológicos

• Fatores que influenciam na capacidade


de discriminação visual:
– Quantidade de luz
– Tempo de exposição
– Contraste
• O ofuscamento temporário ocorre ao se
passar da luz para a penumbra.
– A adaptação total leva 60 minutos, mas para
uma diferença de claridade da
ordem de 100:1 uma adaptação de 70% se dá
em 90 segundos. Se for de
1000:1, alguns minutos. No sentido inverso,
escuro para claro, é de uns dois
minutos.
Ofuscamento
• Produzido pela presença de luzes, janelas ou
áreas excessivamente brilhantes em
relação ao nível geral do ambiente ao qual o
olho foi acostumado.
• Tipos
– Devido a uma fonte de luz muito forte no
campo visual que tende a causar“cegueira”
– Provocado por uma situação mais branda que
ocasiona desconforto, irritação e distração
visual.
• Medidas para reduzir o ofuscamento
• Usar vários focos de luz ao invés de um único
• Proteger os focos com luminárias de
anteparos
• Aumentar o nível de iluminação ambiental em
torno da fonte
• Colocar as fontes de luz distantes da linha de
visão
• Evitar superfícies refletoras.
• Planejamento da Iluminação
• Sistemas: geral, localizada e combinada.
• Posicionamento das luminárias:
evitar incidência da luz direta ou refletida sobre
os olhos para não provocar ofuscamento; de
preferência, devem se situar acima de 30º
em relação à linha de visão (horizontal) e, se
possível, devem ser colocadas lateralmente
ou atrás do trabalhador.
CONFORTO TÉRMICO E
VENTILAÇÃO
Conforto térmico
Nível ótimo para o fluxo de perda de calor, no
qual a temperatura da pele se
mantém perto de 35ºC
Metodologia de projeto para o conforto
• Exclusão da radiação direta dos ambientes
internos
• Minimização da radiação solar direta e difusa
das fachadas e cobertura do edifício
• Radiação solar intensa sobre a cobertura com
céu claro.
• Necessidade de ventilação, sombreamento ou
pintura com cores claras nas
superfícies para amenizar a radiação.
• Quanto maior a radiação incidente refletida
por uma superfície, menor é o
aumento de temperatura da envolvente.
• A maioria das superfícies dos edifícios reflete
pouco a radiação térmica. Já os
metais polidos refletem em grande proporção a
radiação térmica.
Localização das aberturas
• Abertura de entrada → maior altura que a de
saída, circulação do ar ocorre
próximo do forro não atingindo o usuário. Só
responde ao critério de ventilação
higiênica.
• Abertura de entrada mais baixa que a de
saída, o fluxo passa pelo usuário.
Ventilação de conforto.
Ventilação de conforto
• Aberturas com o mesmo tamanho, a
velocidade do ar ao nível do usuário é mais
baixa que a velocidade de entrada.
• Abertura de saída maior que a de entrada,
têm-se velocidades mais elevadas ao
nível do usuário.
• Aberturas posicionadas simetricamente em
relação à fachada na qual o vento
incide tem pressões iguais em ambos os lados
e o fluxo entra praticamente em
• Aberturas com o mesmo tamanho, a
velocidade do ar ao nível do usuário é
mais baixa que a velocidade de
entrada.
• Abertura de saída maior que a de
entrada, têm-se velocidades mais
elevadas aonível do usuário
• Aberturas posicionadas simetricamente em
relação à fachada na qual o vento
incide tem pressões iguais em ambos os lados
e o fluxo entra praticamente em linha reta.
• Aberturas assimétricas têm pressões
desiguais fazendo o fluxo de ar entrar em
diagonal.
CONFORTO LUMINOSO
A importância da iluminação na arquitetura
• Projeto de Arquitetura
– Variáveis definidoras do bom
dimensionamento do espaço e seu uso de
forma
eficiente
• Iluminação
– Execução das atividades
– Conforto dos ocupantes
• Luminoso
• Térmico
– Consumo de energia
• Conservação de Energia
– Eliminação dos desperdícios (conscientização
dos consumidores)
– Técnicas para aumentar a eficiência do uso
da energia
• Substituição por equipamentos mais eficientes
• Uso de sistemas de controle
• Projetos integrados de iluminação
Projeto de iluminação
• Fatores Quantitativos
- Função do ambiente
- Nível de iluminação adequado
- Dimensões e forma do ambiente
- Orientação, posição e espaçamento das
janelas
- Obstruções
- Refletância das superfícies
- Sistema de iluminação
- Lâmpadas e luminárias
• Fatores Qualitativos
- Visualização externa
- Ofuscamento
- Reflexão da superfícies
- Impressão subjetiva
• Abordagem do conforto na fase inicial do
projeto
Propriedades da luz e dos materiais
• Propriedades da luz
- Absorção
- Transmissão
ƒ Direta
ƒ Difusa
- Reflexão
Especular
Difusa
- Refração
• Propriedades dos materiais
- Coeficiente de absorção
- Coeficiente de reflexão
- Coeficiente de transmissão
• Índice de reprodução de cor - irc
– Índice de fidelidade de reprodução de cor de
determinada superfície ou objeto
a ser iluminado
• APARÊNCIA DE COR
– Sensação visual causada pela temperatura
de cor que pode por sua vez
transmitir sensações de calor ou frio
A iluminação natural
• Luz Natural
- Direta
- Difusa
Tipos
• Céu claro
• Céu parcialmente nublado
• Céu nublado
Aberturas para iluminação natural
• Posição
- Lateral
- Zenital
- Lateral + Zenital
• Janelas – Eficiência
- Espessura da parede – reduz cerca de 10%
- Várias construções - ±15 a 20%
• Paredes Transparentes – eficiência
- Vidro transparente simples – 0,7
- Vidro transparente duplo – 0,6
- Bloco de vidro – 0,3
Janelas - características
– Só são eficientes para iluminar as regiões
próximas (+- duas vezes a altura da
janela) , o fundo do ambiente ficando escuro.
– A luz lateral tem uma contribuição de valor
psicológico (visão do exterior).
– Podem contribuir para o ofuscamento.
Aberturas zenitais
• Sheds: melhor desempenho orientado para
sul para latitudes entre 24º e 32º
Gerando iluminação unilateral difusa. Para
latitudes entre 0º e 24º Sul, para
qualquer orientação é necessário proteção
contra a luz solar direta.
• Lanternim: São duas faces opostas e
iluminantes. Para clima quente, a melhor
orientação é a N-S com tratamento para a
insolação.
• Teto de dupla inclinação: mesma eficiência de
um teto horizontal com
superfícies envidraçadas em termos de nível
luminoso, com vulnerabilidade para
ganhos térmicos.
• Domus, clarabóias ou cúpulas: maior nível
luminoso e ganho térmico.
Dispositivos de controle e sombreamento
• Verticais - Mais eficientes nas fachadas onde
a maior parte da incidência se
afasta da perpendicular à fachada
especialmente nas horas próximas a aurora e
ao alvorecer (fachadas norte, sul, sudeste,
nordeste e sudoeste). Pouco eficiente
para fachadas leste e oeste, nos locais de
baixa latitude
• Horizontais - Mais eficientes nas horas do dia
em que o sol está mais alto
(grandes alturas solares). Menos eficiente nas
horas próximas ao nascer e por do
sol.
• Mistos (horizontais e verticais) - Mais
indicados para fachadas norte/sul em
regiões de baixa latitude.
• Pérgulas - Pode ser usado como eficiente
protetor especialmente em locais onde
haja necessidade de circulação de ar
• Elementos Vazados (cobogós)- São
protetores mistos em escala reduzida que
permitem ventilação
• Venezianas - Usados como protetores
horizontais
• Toldos - Funcionam como protetores
horizontais.
Planejamento da iluminação
• Deve-se tentar usar a luz natural
• As janelas devem ficar na altura das mesas e
devem ser altas, para atingir pontos
mais profundos da sala.
• A distancia da janela ao posto de trabalho não
deve ultrapassar 2 x a altura da
janela.
• Para evitar o ofuscamento, utilizar muitas
luminárias longe do campo visual,
promover grandes níveis de iluminação geral e
evitar superfícies refletoras.
• Utilizar sistemas de iluminação adequados
• Pintar as paredes e outras superfícies de
cores claras.
• Tomar cuidado com a intermitência das
lâmpadas fluorescentes.
• • BIBLIOGRAFIA
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Iluminação e Design de Interiores
Conforto Ambiental
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MASCARÓ, Lúcia. Luz, Clima e Arquitetura. São Paulo, Nobel, 1983 .
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MIÑANA, José Peréz. Compendio Práctico de Acústica. Barcelona: Editorial
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• DOWNLOAD PROGRAMAS
o Luz do sol - http://www.labeee.ufsc.br/software/luzDoSol.html
o Analysis Sol-Ar - http://www.labeee.ufsc.br/software/analysisSOLAR.htm
o Analysis Bio - http://www.labeee.ufsc.br/software/analysisBIO.html
o Fluxo Vento - http://www.tecgraf.puc-rio.br/etools/fluxovento/

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