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Universidade Federal de Goiás

Escola de Música e Artes Cênicas


Curso: Educação Musical – Licenciatura
Disciplina: Fundamentos da Arte na Educação
Professor: Flávia Maria Cruvinel
Aluno: Marcos Galvão Morais

RELATÓRIOS Fóruns I e II – XIX Congresso Anual da ABEM 2010

Fórum I – Políticas Públicas em Educação Musical

Debatedores:
 Professora Dra. Maya Suemi Lemos – FUNARTE – MinC
 Professora Dra. Magali Kleber – UEL
 Professora Sueli Teixeira Mello – SEB – MEC
Mediadora: Professora Jusamara Souza - UFRGS

Abrindo o Fórum I a Professora Jusamara passou a palavra para a Professora Dra.


Magali Kleber que começou a debater dos problemas e atividades relacionadas em relação às
articulações e as políticas feitas no campo da Educação Musical, tema principal do Congresso.
Dentre os pontos mais importantes que foram abordados pela primeira debatedora, verificamos
a preocupação pelo trabalho em prol da Educação Musical e seu crescimento no meio escolar.
Essa política deve ser fruto de uma demanda de grupos e interesses, ou seja, dos professores e
alunos de Educação Musical, e dos demais líderes dessa área. Há também a necessidade de uma
militância política para que a lei nº 11.769/2008, que torna a Educação Musical como conteúdo
obrigatório nas salas de aula, seja cumprida e que esse cumprimento seja feito da forma mais
correta, de acordo com as condições de cada escola, mas lutando para que essas condições
sejam as melhores possíveis.
Foi destacado também o importante papel da ABEM de unir os educadores para o
debate, as discussões, em torno da Educação Musical, para trazer mais melhorias para a mesma.
O Ministério da Educação, o Ministério da Cultura e a ABEM são órgãos que estão se unindo
para que essa lei seja cumprida, e que o trabalho desse conteúdo nas escolas tenham um
respaldo maior, e tenha mais qualidade.
A Professora Dra. Maya Suemi do Ministério da Cultura e da FUNARTE, seguiu o
fórum expondo os sistemas desses dois órgãos, mostrando a função e o trabalho de alguns
setores para o cumprimento da lei. As Câmaras Setoriais são exemplos de setores que são
formadas por agentes de cadeia de linguagem. Dentro dessas câmaras, se encontra a Câmara de
Música que foi criada pela FUNARTE em 2005, com representantes da música, tais como:
produtores, músicos, professores e outras entidades musicais. Dentre os trabalhos feitos por essa
câmara estão os diagnósticos sobre problemas do setor da música e diretrizes para trabalhar na
área. Foi criado o Plano Nacional de Música para colocar em prática as estratégias, e solucionar
os problemas, formando profissionais da área, e trazendo benefícios para a área de educação.
Após a exposição da segunda debatedora, a Professora Sueli Teixeira Mello do MEC
começou sua parte falando da história do MEC, desde sua criação em 1930, quando era unida
com o setor de cultura, depois em 1985 quando houve a criação do Ministério da Cultura, dando
maior independência a este último, e separando os dois órgãos.
A ABEM teve um papel importante em um trabalho que uniu mais o MEC e o MinC,
para se levantar melhorias para a área de Educação Musical. A professora Sueli destacou a
importância de uma educação levada a sério, de uma sistematização do ensino musical ao invés
de fazer um trabalho mal feito (no jeitinho brasileiro).
Também expôs o Plano Nacional de Educação que serve na construção de horizontes
para as políticas públicas, concretizado pelo PDE e pelo Plano de Formação de Professores.
Órgãos como o ACAPS, FNDE e INEP são outros guias que auxiliam o cumprimento das leis
da educação, e fazem com que a realidade seja condizente com as normas e projetos.
No final do debate ela propôs a formação de um Grupo de Trabalho no Congresso, para
que se faça novas articulações políticas a cerca de soluções para certas deficiências e planos
para melhorar a qualidade da prática da Lei.

Fórum II – Música nas Escolas: Implementação da Lei Nº 11.769/2008

Debatedores:
 Professor Dr. Luis Ricardo Queiroz - UFPB
 Professor Sergio Figueiredo - UDESC
 Professora Luz Marina de Alcântara – SEDUC -Goiás
Mediadora: Professora Luciana Del Ben - UFGRS

A professora Luciana Del Ben com mediadora abriu o Fórum II, e passou a palavra para
o Professor Dr. Sergio Figueiredo de Santa Catarina, que expôs as dificuldades para a
implementação da lei no estado de Santa Catarina. Dentre as dificuldades expostas, podemos
relacionar:
 Música ausente do currículo;
 Diversas gerações não tiveram experiências musicais na escola;
 Ensino de arte com ênfase nas artes visuais e na polivalência;
 Falta de prestígio.

Dentre os desafios para sanar essas dificuldades, ele destacou:


 A necessidade de mudanças que a inclusão da música no currículo traz.
 A concepção de arte;
 Reorganizar as cargas horárias;
 Recursos financeiros – contratação de novos professores;
 Concursos Públicos – com vagas para professores de música;
 Estabelecer espaço físico e pedagógico para o ensino de música.

Também destacou que as mudanças só estão acontecendo e poderão continuar, se a


legislação for divulgada, se houver a participação e articulação para o convencimento das
autoridades para a importância da música nas escolas e se houver realmente um
comprometimento e valorização da Educação Básica. Primeiramente é preciso que se faça uma
boa leitura e interpretação da lei, para que se possa debatê-la e agir de acordo com o que ela
exige. Um dos tópicos importantes foi o trabalho de repensar a hierarquia das disciplinas que
subestima o ensino de arte, que na lei é colocada ao lado das outras disciplinas, mas na prática
não é valorizada.
Outro ponto que o professor destacou é a necessidade de professores realmente licenciados
para o ensino de música, para que essa valorização da área musical seja começada da parte do
meio musical e não apenas do lado da educação em geral.
Foram feitos vários Fóruns e Debates a respeito da abordagem da Educação Musical em
Santa Catarina, desde quando a lei foi aprovada, o que mostrou a preocupação dos educadores
musicais desse Estado com a qualidade da educação na prática. Nesses fóruns foram debatidas
várias questões que contribuíram para a melhoria da educação musical, a partir de estratégias e
ação, que foram feitas e estão sendo trabalhadas que servem para outros estados do Brasil que
estão com mais dificuldades de se adaptarem.
O segundo debatedor foi o Professor Dr. Luis Ricardo da Universidade Federal da Paraíba,
que começou sua explanação com questões cruciais e suas resoluções para o debate sobre a
prática da lei. Dentre essas questões, podemos destacar:
 Quem poderá dar aula de música na escola?
 A música deverá ou não ser disciplina?
 Quais os objetivos do ensino de música na escola?
 Quais os conteúdos musicais que deveriam ser ensinados?
 De que forma as políticas públicas vigentes podem fortalecer a implementação
do ensino de música nas escolas?

De acordo com a Lei nº 11.679/2008, somente o professor com formação na área é indicado
para dar aula de música na escola, e a música deve ser um conteúdo obrigatório, mas não
exclusivo de acordo com o Artigo 26. A educação musical escolar tem como objetivo o acesso à
compreensão da diversidade de práticas e de manifestações musicais da nossa cultura, bem
como de culturas mais distantes.Dentre os conteúdos ministrados deve-se dar uma atenção às
práticas e atividades musicais que desenvolvam o corpo e a percepção dos elementos
fundamentais, e que se tenha também uma contextualização da música com a realidade feita na
vivência e prática com músicas regionais, nacionais. As políticas públicas feitas pelos
educadores e líderes da área de educação musical devem ser feitas através do conhecimento,
participação e adequação aos programas propostos, da visão crítica e contextual do cenário
político, a fim de articular novos rumos. É preciso também que se estabeleça programas e ações
de forma integrada com outras áreas obrigatórias no currículo, que haja desenvolvimento de
projetos e a promoção de ações de educação musical abrangendo segmentos da educação
focados pelas políticas públicas.
Por fim, a Professora Luz Marina de Alcântara expôs o trabalho que está sendo feito em
Goiás por meio do Projeto Ciranda da Arte, onde houve progressos consideráveis, mas ainda há
muito investimento para se fazer para que se faça valer a lei no Estado.

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