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ESCOLA SECUNDÁRIA VERGÍLIO FERREIRA

ANO LECTIVO 2010/2011 – 11º ANO


Ficha Informativa de Português “Actos Ilocutórios”

ACTOS DE FALA
Contexto e intenção comunicativa

Na maior parte dos casos, usamos a linguagem, para, comunicando, nos relacionarmos com
os outros e atingirmos determinados fins: provocar alterações no nosso interlocutor,
modificar um determinado estado de coisas…

Um acto de fala é uma acção verbal com uma intenção comunicativa: fazer perguntas, dar
ordens, informar, expressar opiniões, ameaçar, etc.

É o contexto que nos permite identificar o acto de fala que, em determinado momento é
produzido e, assim, captar a intenção comunicativa de quem o produz.

 Nos actos de fala directos, a intenção comunicativa está explícita no que é dito;
 Nos actos de fala indirectos, a intenção comunicativa tem de ser captada, não só ao
nível do que é dito, como do que se quis dizer.
Ex.: Podes vir ao quadro resolver o TPC?
 Não se visa saber se o aluno é capaz ou não de se deslocar ao quadro e
cumprir a tarefa. O objectivo é de fazer uma proposta de forma mais
simpática, fazer um pedido ou apresentar uma ordem.

I - Num acto de fala pode distinguir-se:

1. O conteúdo proposicional;

2. A força ilocutória, isto é o objectivo que se pretende atingir com determinado acto de
fala:
Ex: Ela sai ao meio-dia. ; Ela sai ao meio dia?

2.1 A força ilocutória resulta:

a. das características do verbo (ex.: garanto…)


b. da modalidade (tipo) de frase;
c. do contexto.

II – Os actos de fala incluem:

a. os actos locutórios (ou parlatório) – o simples facto de falarmos, a emissão de


palavras em si mesma considerada;
b. os actos ilocutórios – tipo de acção que se pretende realizar com a emissão de
determinadas palavras: ordem, conselho, constatação de um facto, promessa, etc;
c. os actos perlocutórios – o efeito produzido no nosso interlocutor: encorajá-lo,
assustá-lo.
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Os actos ilocutórios podem ser agrupados em categorias ou tipos, consoante a força
ilocutória que apresentam:

1. DIRECTIVOS: pretendem que o destinatário actue de acordo com a vontade do


locutor (verbos: avisar, mandar, querer, suplicar, aconselhar, exigir, ordenar, proibir,
suplicar, etc.).

Ex.: Veste o casaco;


Peço-te que vistas o casaco.
Proíbo-te de te esqueceres do casaco em casa.

2. ASSERTIVOS: pretendem assinalar a posição do locutor relativamente à verdade do


que se diz (verbos: admitir, acreditar, afirmar, concordar, confessar, discordar,
informar, negar, responder, considerar certo, achar possível, entender, considerar
necessário, etc.).

Ex.: Admito que dizes a verdade;


Acho possível entregar o teste amanhã;
Não há dúvida que tiveste um gesto deselegante.
Está bom tempo.

3. EXPRESSIVOS: pretendem transmitir o estado de espírito do locutor relativamente ao


que diz (verbos: congratular-se, repudiar, achar bem/mal, etc.).

Ex.: Lamento o teu comportamento!


Foste um grande amigo!

4. COMPROMISSIVOS: pretendem responsabilizar o locutor relativamente a uma acção


futura (verbos: comprometer-se, garantir, jurar, etc.).

Ex.: Sairei às 10h.


Prometo ir contigo.
Asseguro-te que cumprirei o contrato.

5. DECLARATIVOS: neste caso é necessário que o locutor ocupe uma determinada


posição social e que esta seja reconhecida pelo ouvinte/destinatário.

Ex.: Declaro-vos marido e mulher.


Declaro o réu inocente.

6. DECLARATIVOS/ASSERTIVOS: o que é dito é para o ouvinte uma verdade a seguir,


graças à autoridade reconhecida ao locutor.

Ex.: “É ilegal” – afirmou o advogado.


“Treina quatro horas por dia” – disse o treinador.

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