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Introdução
O que é um paradigma
a) Mudança Estrutural: Esse ponto refere-se não apenas a questão física, predial e
mobiliária, mas, principalmente sobre a questão organizacional, administrativa,
pedagógica e grupal. A descentralização de poder deverá ocorrer de fato e direito. Mais
do que nunca o conselho de Jetro está em voga (Ex 18.13-26);
A “nova” visão do que é ED, na verdade, é uma readequação ao que ela sempre foi, mas
que, de um tempo a esta parte deixou de ser. A ED é a continuidade da Missão Educativa
que Deus outorgou ao seu povo (Gn 18.18 e 19; Dt 4.1-9; 6.1-25; Mt 28.19 e 20; Ef 4.11-
16 etc.), visando formá-lo e satisfazer a sua necessidade de conhecimento: “Quando teu
filho te perguntar [...]”, disse o Senhor (Dt 6.20). Na readequação da ED, a despeito dessa
afirmação ser um truísmo, devemos saber que sem aluno não se tem ED. Por isso,
entender a missão e a visão de Deus para a Educação Cristã é o ponto crucial, para
podermos estabelecer uma “política de qualidade” pela qual a equipe da ED deverá se
pautar. A célebre pergunta do marketing não é “o que queremos vender?”, mas, “quem é
o nosso cliente?” É preciso saber quem são os nossos alunos potenciais, qual o seu perfil,
e assim, sem modificarmos a Verdade Escriturística, readequarmos nossos métodos de
atração, conquista, atendimento e manutenção dos mesmos. É preciso, a exemplo de
Jesus, oferecer respostas ao que as pessoas buscam (Jo 3.1-21; 4.1-30). É fato que elas
poderão não gostar de todas as respostas, mas, a satisfação proporcionada nas ocasiões
anteriores assegurará a freqüência, e dirão, parafraseando Pedro: “Para onde iremos nós?
Só a ED tem as Palavras de vida eterna” (Jo 6.68).
O que aquelas crianças e adolescentes precisavam para viver bem e se sentirem humanas
e que puderam encontrar no trabalho de Robert Raikes, há 226 anos, são as mesmas
necessidades que motivam as pessoas pós-modernas a buscarem uma ED:
Uma ED que não oferece satisfação e repostas para essas quatro necessidades básicas não
está à altura de representar o Reino de Deus como agência de Educação Cristã.
Evidentemente que cada pessoa, de acordo com a faixa etária, maturação biológica e
mental, condição social, possui carências de diferentes matizes e formas de manifestar
diante das quatro necessidades acima elencadas. Um exemplo típico do que está sendo
colocado, pode ser visto na diferença que existe entre lecionar para uma classe de adultos
na faixa etária dos vinte e cinco aos quarenta anos e lecionar para pessoas da terceira
idade. Os anseios e motivos podem ser os quatro enunciados acima, no entanto, a forma
pela qual irá se manifestar a necessidade bem como a sua satisfação serão diferentes. Os
interesses de ambos os grupos são distintos.
A administração, ou a gestão dessa demanda é o que deverá orientar o trabalho da equipe
da ED. A Missão Educativa da Igreja está determinada há nada menos que dois mil anos,
que devemos ensinar e educar, é ponto pacífico em nossa reflexão. A pergunta
inquietante é: “Como atrair as pessoas pós-modernas para a ED, quando a mídia, o
estresse e outras coisas oferecem a “tentação” de prendê-las ao conforto do sofá aos
domingos”? A resposta é simples: Precisamos motivá-las. E isso representa um duplo
desafio: criar ou identificar a necessidade e apresentar um elemento adequado para
satisfazer essa carência.
Jesus, o Mestre por excelência, conhecia muito bem as pessoas (Mc 2.8; At 1.24). Certa
feita, após o milagre da multiplicação dos pães, Jesus disse que sabia que muitos estavam
à sua procura não pelos sinais que O viram fazer, mas pelo pão que Ele ofereceu (Jo
6.26). Ouvir Jesus já era por demais gratificante e satisfatório. Agora, imagine, Ele ainda
oferecia comida para aqueles que se dispunha a ouvi-LO. Qual era intenção de Jesus com
esse tipo de atendimento? Fez Ele isso para que as pessoas não voltassem?
É sabido por todos nós que durante muitos anos marketing foi confundido com
propaganda, venda etc. No entanto, estudos recentes, têm mostrado que o marketing é
uma atividade central das instituições modernas visando atender eficazmente alguma área
de necessidade humana. Ele é um conjunto de ações, que pressupõe entendimento de
todos os fatores que influenciam o comportamento das pessoas, e não simplesmente o
mero ato de propagandear ou vender. Uma definição de marketing, na visão de Philip
Kloter, uma das maiores autoridades da área, pode nos oferecer uma boa visão:
Essa definição nos possibilita entender que marketing não é algo realizado sem
conhecimento de quem seja o nosso público-alvo. Mostra-nos também, que não devemos
realizar ações por acaso, elas devem ser vislumbradas em todas as suas dimensões
anteriormente. Aprendemos também, que o propósito do marketing é estabelecer uma
relação de trocas voluntárias de valores, isso significa que a nossa oferta da ED deve ser
compatível com as respostas que esperamos de nossos alunos, ou seja, a freqüência deles.
Para isso é necessário proporcionar satisfação, e temos condições de fazer isso na ED.
Basta apenas um planejamento eficaz, e, a “simples” necessidade que as pessoas têm do
“sagrado” proporcionará um bom motivo para que elas venham a ED. As necessidades
que foram citadas acima, também constituem uma ótima fonte de estimulo à ED.
Administrar essa demanda é a função precípua do marketing, daí o porquê de o
utilizarmos como ferramenta de ação na ED. Essa relação não é nova, o que você acha
desse pensamento: “Bem-aventurada a Escola Dominical administrada como um Banco,
pois os seus negócios serão bem dirigidos e terão o respeito de todos”. Parece “liberal”
demais essa comparação, mas ela não foi dita agora. Ela faz parte das “Bem-aventuranças
da Escola Dominical”, escritas na extinta Revista Seara (CPAD), número 61, de outubro
de 1967. O que ultimamente vem sendo utilizado pelas instituições seculares,
denominado de marketing educacional, deve ser encarado por nós como uma ferramenta
que tornará mais dinâmico o nosso trabalho, não tendo nenhuma correlação com
liberalismo ou mercantilismo.
Contato: pr.cesarmoises@yahoo.com.br
Acesse o blog Marketing para Escola Dominical