O filme aborda a história do editor de uma renomada revista, Jean-
Dominique Bauby, após ter suas rotinas interrompidas por uma espécie de derrame cerebral que o deixa incapaz de realizar atividades básicas, tendo como único movimento no corpo, o olho esquerdo. E é por intermédio deste olho que ele se comunica com o resto do mundo, através de uma técnica desenvolvida por uma médica, a qual ao ditar as letras do alfabeto ele as escolhe e vai formando palavras, frases e pensamentos que tem.
Nas primeiras cenas do filme nos deparamos com a angustia do
personagem, sua vontade de morrer por estar preso num corpo imóvel. No transcorrer deste drama podemos visualizar a aceitação deste estado por parte do personagem e seu humor sarcástico ao ironizar sua condição. Ele decide por não sentir pena de si e resolve apoiar-se em suas memórias, opta por escrever um livro com a ajuda de uma escritora que dedica seu tempo a tirar o ditado de Jean.
A idéia que o filme me passa é justamente de uma memória viva dentro de
um corpo morto, um filme sensível que nos remete a entender que somos donos das nossas mentes, e que somos capazes de conduzir e controlar nossos pensamentos. Jean mostra que conseguiu manter o equilíbrio e discernimento diante do desespero e viveu tempo suficiente para demonstrar isso. O tempo necessário para deixar pronto seu livro. Achei o filme interessante, sensível e triste, mas que passou uma mensagem muito bonita, a da superação que vai além da condição física, transpassa os obstáculos e esta acima de qualquer explicação cientifica, a mente humana.