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Salário em alta pressiona o mercado de trabalho

Entre julho de 2009 e julho de 2010, subiu 6,9%, em termos reais, o salário inicial médio dos
trabalhadores contratados no Estado de São Paulo, segundo o Observatório do Emprego, da Secretaria
de Emprego e Relações do Trabalho. É um dado muito favorável aos trabalhadores, pois indica que o
desequilíbrio entre a oferta e a demanda de mão de obra diminui o que abre caminho para a melhora de
salários.

Supervisores administrativos, analistas, compradores, profissionais de relações públicas, gerentes de


comercialização e marketing, gerentes administrativos, financeiros e de riscos e contadores foram
contratados, em julho, em São Paulo, com salários reais 8,3% a 26,1% superiores aos de julho de 2009.
A recuperação salarial começou no biênio 2007/2008, foi afetada pela recessão de 2009, mas, agora, é
retomado, segundo o professor da Unicamp Claudio Dedecca.

O Observatório do Emprego ajuda os trabalhadores que ingressam no mercado, mostrando qual é o


salário médio dos contratados de mesmo perfil e permitindo comparações. Presta um serviço e tanto
aos trabalhadores do Estado de São Paulo, que se pode informar sobre o salário médio em cada região,
como aos das demais unidades da Federação, para as quais é calculado o salário médio estadual.

Nos primeiros sete meses do ano, foram contratados 608,2 mil trabalhadores com carteira assinada no
Estado, 40% na região metropolitana. A região de Campinas gerou 109 mil postos, seguindo-se
Ribeirão Preto, São José do Rio Preto e Sorocaba - com 35 mil a 36 mil vagas cada. No mesmo
período, em todo o País, o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do
Trabalho, constatou a contratação de 1,65 milhão de trabalhadores.

São Paulo contratou acima da média nacional e o salário do novo contratado correspondeu, em média, a
94% do que era pago ao demitido - um índice "altíssimo", segundo a Secretaria. Não houve, portanto,
espaço para que empresas em dificuldade reduzissem o salário médio (e o custo da folha). "O cenário
mostra uma competição acirrada no mercado e também que os trabalhadores estão aproveitando o
momento e trocando de emprego com pretensão de ganhar mais", notou o coordenador do
Observatório, Hélio Zylberstajn.

É evidente o aquecimento do mercado de trabalho. Mas a continuidade desse fenômeno depende de um


ritmo forte de crescimento econômico e de o Brasil evitar ser afetado por novos surtos recessivos nas
regiões desenvolvidas, da Europa e dos EUA.

O Estado de São Paulo, 08 de Setembro de 2010.

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