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INTRODUÇÃO

O presente trabalho foi elaborado a partir de uma entrevista com um deficiente físico,
que nos relatou um pouco de sua historia de vida. A entrevista aconteceu no seu próprio
domicilio e foi acompanhada por sua mãe , que no decorrer da entrevista também pode
contribuir nos relatando como seu filho foi conquistando seu espaço.
A entrevista foi elaborada a partir de um roteiro , que foi proporcionado pelo
professor da matéria Carlos Henrique, a equipe procurou abordado da melhor maneira
possível, deixando o entrevistado o mais tranqüilo possível.
|O trabalho tem como principal objetivo , conhecer a realidade do deficiente que foi
abordado, bem como sua principais dificuldades do dia a dia, saber que políticas e benefícios
o mesmo conhece , além de relacionar sua realidade com as vivenciadas a partir das leituras
de alguns autores abordados dentro da sala de aula .
No decorrer do trabalho, a entrevista ira sendo contextualizada , a partir das
principais falas do entrevistado e abordara as principais legislações a cerca dos direitos dos
deficiente , bem como sua historicidade.
Finalizaremos o trabalho mostrando algumas imagens do local onde o deficiente
abordado mora e as principais modificações feitas em sua cãs para melhorar a acessibilidade
do mesmo em seu domicilio.
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A entrevista aconteceu com um Portador de deficiência Física( cadeirante) que nos


relatou um pouco de sua Historia de vida. Everson Nogueira Pereira tem 19 anos , mora com
sua mãe e sua avó no Bairro São Francisco.O mesmo nos relata que aos 9 dias de nascido
teve que se submeter a uma operação na coluna para a retirada de um tumor , que foi
detectado logo após seu nascimento. Foi quando sua mãe que ficou sabendo que Everson a
partir dali ele seria um deficiente.
A família de Everson mora em uma casa de alvenaria, que aos poucos vai sendo
modificada para melhorar o acesso dele aos vários locais da casa. Everson nos contou que
já terminou seus estudos e que no futuro pretende cursar uma faculdade ,no Curso de
Engenharia.Contou também que já fez aulas de natação e que hoje faz fisioterapia e
hidroterapia.
Everson já passou por várias instituições entre elas a ADEME, que é uma instituição
para deficientes mentais. Everson nos relatou que esta Instituição foi uma das Primeiras em
que ele participou, e que foi para lá devido a mesma ficar perto de sua casa.Hoje ele Participa
do PROAMDE- projeto de reabilitação para deficientes da UFAM, onde freqüenta às terças e
quintas- feiras, além de jogar basquete quando pode .Everson se locomove sozinho e nos
disse que vai só até pagar contas no centro de Manaus.Todas as atividades que Everson faz
ele conta com o apoio de sua mãe, que participa indiretamente.
Quando foi perguntado a Everson se ele já tinha conversado com alguma Assistente
Social, o mesmo nos disse que sim , na instituição ADEME, então perguntamos para ele o que
é uma Assistente Social na concepção dele? E ele nos disse que é um Profissional que faz
visita às casas das pessoas , para conhecer a fundo a pessoa e a família.
Pedimos para Everson nos relatar as principais dificuldades enfrentadas por ele , e ele
nos relatou que a questão do acesso aos ônibus em Manaus é uma de suas principais
dificuldades, por não estar adaptados para os deficientes cadeirantes. A falta de rampas em
locais públicos e principalmente a falta de vagas no mercado de Trabalho para seu tipo de
Deficiência. E quando foi indagado por nós quanto às vagas disponíveis no mercado de
trabalho, Everson nos disse que as vagas são poucas Para os deficientes cadeirantes.
Everson deseja que os locais Públicos tenham mais acesso as pessoas com
deficiência, e que é preciso que se faça valer as leis.Ele é aposentado e tem como beneficio o
BPC -Benefício de Prestação Continuada, na área da assistência social.Perguntamos ao
Everson das legislações existente qual ele conhecia ? e ele nos mencionou a LOAS e o
Decreto 5298
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Em todo o decorrer da entrevista Everson nos mostrou ser uma pessoa bem
extrovertida e que sabe de sua limitações, mas que nem por isso se confina em sua casa.
Para ele o deficiente é uma pessoa normal, que tem algumas limitações mas que se sente feliz
assim.
Pensar em pessoa com deficiência é perceber os diversos momentos e movimentos
dialéticos em relação à deficiência. Foram muitas teorias, que parte de uma teoria médica para
uma teoria social, tendo a palavra deficiente várias terminologias que exprimiam certa
incapacidade e preconceito para com as pessoas com deficiências. Vemos que nos textos
bíblicos haviam muitas pessoas com deficiência, o local que eram reservados a essas pessoas
era a extrema exclusão de qualquer convivo social. E também um pensamento que essas
pessoas que detinham certas deficiências, ou era castigo de Deus ou mesmo o demônio que o
empossava. Às vezes as pessoas os olhavam com um olhar de caridade e por outras como
maldições que mereciam distancia das pessoas ditas “normais”.
Os termos usados para designar as pessoas com deficiência eram dos mais diversos
tipos como: aleijado, defeituoso, incapacitado, inválido, ceguinho, crianças excepcionais,
defeituoso físico, doente mental,lepra , leproso, doença de lepra , mongolóide, e etc.
Ribas(1998:9) coloca que ,

“ a partir da década de 70, muita gente, principalmente fora do nosso país, começou
a pensar que estes ‘termos’ ou ‘definições’ não davam conta da realidade total e
concreta das pessoas deficientes. Poderiam ser termos equivocados. Ou poderiam ser
conceitos enviesados por concepções ideológicas. Ou poderiam simplesmente ser
palavras mal-acabadas que tenderiam a fragmentar a imagem dos deficientes”

Com a intenção de dar uma melhor precisão para os termos usados e para desmitificar
a imagem das pessoas com deficiência, algumas organizações internacionais começaram a
promover debates sobre tal temática, foi quando as Organizações das Nações Unidas, lançou
mundialmente os termos ‘pessoa deficiente’ e em 1975 é criada a Declaração dos Direitos das
Pessoas com Deficiência, trazendo em seu artigo primeiro que “ O termo ‘pessoas deficientes’
refere-se a qualquer pessoas incapaz de assegurar por si mesma, total ou parcialmente, as
necessidades de uma vida individual ou social normal, em decorrência de uma deficiência
congênita ou não, em suas capacidades físicas ou mentais” (Ribas,1998)
Em relação à terminologia “deficiente”, Ribas(1998:12) coloca que

“ mesmo que a ONU e a OMS, tenham tentado eliminar a incoerência dos


‘conceitos’, a palavra ‘deficiente’ tem um significado muito forte. De certo modo ela
se opõe À palavra ‘eficiente’. Ser ‘deficiente’ antes de tudo, é não ser ‘capaz’, não
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ser ‘eficaz’. Pode até ser que, conhecendo melhor a pessoa, venhamos a perceber
que ela não PE tão ‘deficiente’ assim. Mas, até segunda ordem, o deficiente é o não-
eficiente.

Para Gurgel (2006:32)

“ Em vista do forte preconceito sobre as potencialidades das pessoas com


deficiência, á dúvida quanto à forma de designá-las, sem causar constrangimento
mútuos. Sabe-se que o bom uso das palavras reflete os avanços de uma sociedade, a
mudança de seus hábitos e a ruptura com os preconceitos. Assim, em múltiplos
fóruns de discussão nos movimentos sociais de pessoas com deficiências, propõe-se
a utilização das seguintes designações:’pessoas com deficiência’; pessoa que tem
deficiência física; visual; ou mental”

Quanto à construção de legislação para as pessoas com deficiências, no cenário


internacional, houve várias manifestações para definir realmente o conceito de deficiência e
criar legislações. Fazendo um pequeno resgate histórico das principais legislações
internacionais temos nos anos 80 a OMS publicando a classificação internacional de
impedimentos, deficiências e incapacidades (GUGEL, 2006)
Em 1981 foi o ano Internacional das Pessoas Deficientes declarado pelas Nações
Unidas, que tinha como temática a participação plena e igualdade para as pessoas deficientes.
Este ano marcou o crescimento dos movimentos sociais de pessoas com deficiências
principalmente em reivindicar direitos de oportunidades (GUGEL, 2006).
Na área do mercado de trabalho, em 1983 a Organização Internacional do Trabalho
(OIT) adota a Convenção n. 159 que trata sobre a reabilitação profissional e emprego de
pessoas deficientes.
Também no cenário internacional foi ratificada a década das Nações Unidas para as
pessoas com deficiências, um passo importante, pois, possibilitar a viabilização e execução do
programa de Ação Mundial para às pessoas com deficiências. Outros encontros e legislação
foram sendo construídas ao longo dos anos como : em 1993 Normas sobre a Equiparação de
Oportunidades para as pessoas portadoras de deficiência; 1994, trata sobre a educação
especial no ensino regular das escolas; 1999, sugestão de criação de políticas públicas que
respeitassem a dignidade das pessoas com deficiência; também em 99, a declaração de
Washington, se propõe a divulgação dos direitos dos portadores de deficiência; 2001, a
declaração trata de um apelo aos governantes, empregadores e trabalhadores para o
desenvolvimento do capital cultural, econômico e social para as pessoas com deficiência;
2002, declara que as pessoas com deficiências constituem um grupo diverso a exigir políticas
públicas que pudessem respeitar suas diversidades; também no mesmo ano houveram duas
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declarações que trataram sobre educação inclusiva e dos direitos a promoção, organização e
coordenações de ações em defesa dos direitos humanos (GUGEL, 2006).
Em quanto no cenário internacional às legislações voltadas para as pessoas com
deficiência tomavam um direcionamento que os valorizavam e que criassem políticas públicas
que respeitasse tal diversidade. No Brasil as legislações direcionadas às pessoas com
deficiência tiveram suas peculiaridades excludentes, assim como suas terminologias. Segundo
Gurgel (2006:25)
“ ao longo do tempo temos o aleijado, inválido, incapacitado, defeituoso,
desvalido( Constituição de 1934), excepcional (Constituição de 1937 e Emenda
Constitucional n. 1 de 1969) e pessoas deficientes( Emenda Constitucional 12/78)
foram usados ( e ainda são, infelizmente) para designar a pessoa com deficiência.
Continham em sua essência o preconceito de que se tratavam de pessoas sem
qualquer valor, socialmente inúteis e dispensáveis do cotidiano social e produtivo. A
principal preocupação do Estado, refletida na consciência da sociedade, era o
amparo por comiseração e a assistência como proteção dessas pessoas, reunidas em
grupos de iguais, apartados do contexto comum e institucionalizado. Essas
terminologias foram sendo alteradas por exigência e pressão constante dos
movimentos sociais”.

Quanto a promulgação da legislação para as pessoas com deficiência, em 1989 é


aprovada a lei nº 7.853/89 que dispõe sobre o apoio à pessoa com portadora de deficiência.
Tal lei expressa a garantia do pleno exercício dos direitos das pessoas com deficiência.
Em 1991 é aprovado a Lei 8.213 que estabelece cotas de contratação para empresas
privadas com mais de cem funcionários e também sobre os planos de previdência social. Em
1999 temos o decreto 3298 que regulamenta a lei 7.853 dispõe sobre a política nacional de
integração da pessoa portadora de deficiência na sociedade e também traz a conceituação da
deficiência e fixa os parâmetros de avaliação de todos os tipos de deficiência. No ano de
2000 foram aprovadas duas leis. A primeira a lei 10.48 que dispõe sobre a prioridade de
atendimento às pessoas com deficiência em repartições públicas e bancos. E a outra lei
10.098 aprovada no mesmo ano dispõe sobre a acessibilidade das pessoas com deficiência
nos espaços públicos, edificações, meios de transportes e comunicação. E o decreto 5296 de
2004 que regulamenta as leis 10.48 e 10.98 e que redefine as deficiências físicas, visual e
auditiva para cotas (FEBRABAN, 2006 A).
Quanto às categorias de deficiências elencadas no decreto n. 5.296, Gurgel (2008:34)
coloca que:
Deficiente físico: uma alteração completa ou parcial de um ou mais segmentos do
corpo humano, acarretando o comprometimento da função física, apresentando-se
sob forma de paraplegia, paraparesia, monoplegia, monoparesia, tetraplegia,
tetraparesia, triplegia, triparesia, hemiplegia, hemiparesia, ostomia, amputação ou
ausência de membros, paralisia cerebral (AVC), nanismo, membros com
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deformidade congênita ou adquirida excepcionada as deformidades estéticas e as


que não produzam dificuldades para o desempenho de funções.
Deficiência auditiva: perda bilateral, parcial ou total de 41 dB ou mais, aferida por
audiograma nas freqüências de 500HZ, 1.000HZ E 3.000 HZ.
Deficiência Visual: é a cegueira na qual a acuidade visual é igual ou menor que
0,05 no melhor olho, com a melhor correção óptica; a baixa visão que significa
acuidade visual entre 0,3 a 0,5 no melhor olho, com a melhor correção óptica; os
casos nos quais a somatória da medida do campo visual em ambos os olhos for igual
ou menor que 60º, ou a ocorrência simultânea de qualquer uma das condições
anteriores.
Deficiência mental: funcionamento intelectual significativamente inferior à média,
com manifestação antes dos dezoito anos e com limitações de duas ou mais áreas de
habilidade adaptativas como: comunicação; cuidado pessoal; habilidade social;
utilização dos recursos da comunidade; saúde e segurança; habilidades acadêmicas;
lazer; e trabalho.
Deficiência múltipla: associação de duas ou mais deficiência”

Em relação ao número de pessoas com deficiência no mundo a ONU coloca que chega
à casa de 610 milhões de pessoas com algum tipo de deficiência e quase todos estão nos
países em desenvolvimento. No Brasil o número de pessoas com deficiência é de 14,48% da
população brasileira, sendo que 48,1% têm deficiência visual, 27,1% deficiência física, 16,6%
deficiência mental, e 8,2% deficiência auditiva. (FEBRABAN,2006, B)
Segundo uma pesquisa encomendada pela FEBRABAN(2006,B) para dar a situação e
o perfil das pessoas portadoras de deficiência no Brasil, chegou-se a um resultado, em que as
causas da deficiência foram: 68,2% visual, 44,5% física, 69,8 auditiva, foram provadas por
doenças; 12,7% visual, 11,7% física, 6,7 auditiva, foram provocado por acidentes; 4,7%
visual, 0,6% física, 5,9% auditiva, foram provocados por erros médicos;5,0% visual, 25,9%
física, 3,4% auditiva, provocados por acidente de transito; 4,5% visual, 9,1% física, 2,7%
auditiva, provocada pela violência urbana; 1,8% visual, 2,8% física, 4,0% auditiva, as pessoas
não sabem dizer de onde surgiu tais deficiências; e 1,9% físicas e 2,0% auditivas, foram
provocadas por mergulharem em águas rasas.
Quanto a faixa etária dessas pessoas com alguma deficiência, 29%estão na faixa etária
de 60 ou mais anos, sendo que 47,7% são chefes de famílias. 43,8% das pessoas com
deficiência são casados contra 3,3% que são solteiros. Em relação ao tempo de estudo 27,6%
não tem nenhum grau de instrução ou tiveram por menos de 1 ano contra apenas 1,6% de
pessoas que tiveram 12 ou mais anos de tempo de estudo. Quanto à ocupação 6,2% estão
desempregados,52,5% estão inativos, 2% são funcionários públicos, 10,4% empregados
formais, 8,7% empregados informais, e 11,2% trabalham por conta própria.
Em relação aos direitos fundamentais assegurados na Lei 7.853/89, 8.213,10.48 e
10.098 estão:
O Direito ao trabalho
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Segundo o Ministério do Trabalho e Emprego, em relação a apresentação dos dados de


pessoas com deficiência no mercado de trabalho, através da Relação Anual de Informações
Sociais, mostrou que menos de 1% das pessoas com deficiência ocupam empregos formais.
Segundo o Ministério
“do total de 37,6 milhões de vínculos empregatícios formais, 348,8 mil foram
declarados como portadores de necessidades especiais, o que representa menos de
1% do contingente de empregos formais no Brasil. Do total dos 348,8 mil
trabalhadores portadores de necessidades especiais, 50,28% são deficientes físicos,
28,16% auditivos, 2,95% visuais, 2,41% mentais e 1,67% portadores de deficiências
múltiplas. Foram declarados 14,02% empregados na situação de reabilitados”
(www.cut.org.br).

Mesmo com a lei 7.853 que garante no seu art. 2º inciso III a medida pertinente a
formação profissional e do trabalho que traz em suas alíneas:
a- O apoio governamental à formação profissional, à orientação profissional e a
garantia de acesso aos serviços concernentes, inclusive aos cursos regulares voltados
à formação profissional;
b- Empenho do Poder Público quanto ao surgimento à manutenção de empregos,
inclusive de tempo parcial, destinados às pessoas portadoras de deficiência que não
tenham acesso aos empregos comuns;
c- A promoção de ações eficazes que propiciem a inserção, nos setores públicos e
privados de pessoas portadoras de deficiência;
d- A adoção de legislação especifica que discipline a reserva de mercado de
trabalho, em favor das pessoas portadoras de deficiência, nas entidades da
administração Pública e do setor privado, e que regulamente a organização de
oficinas e congêneres integradas ao mercado de trabalho, e a situação, nelas das
pessoas portadoras de deficiência.
E com a Lei 8.231 de 1991, que estabelece reservas de postos de trabalho nas
instancias públicas e privadas, ainda se vê muitas empresas burlando a Lei, pois como mostra
a pesquisa do Ministério do Trabalho e Emprego, dos 14,48% de pessoas com deficiência,
menos de 1% se encontram no mercado formal de trabalho. Entretanto o Ministério do
Trabalho e as Delegacias Regionais do Trabalho vêm intensificando as fiscalizações às
empresas para averiguar se estão cumprindo a lei das cotas que coloca que até 200
empregados na empresa, 2% sejam destinadas às pessoas com deficiência, de 201 até 500
empregados, sejam 3%, 501 até 1.000, seja 4% e mais de 1.000 empregados seja destinados
5% de vagas.
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Segundo alguns empresários os maiores obstáculos, não são exatamente a tecnologia,


a acessibilidade, a falta de oportunidades, ou mesmo o desrespeito com as legislações
vigentes, em relação às vagas para as pessoas com deficiências, mas sobretudo a falta de
preparo das pessoas que procuram a vaga e muitas das vezes as informações por parte de
quem oferecem as vagas (www.crfaster.com.br).
Entretanto a falta de qualificação e de preparo das pessoas com deficiências que
procuram um emprego, é ligado muitas das vezes ao sistema educacional que temos, pois
nega diversas vezes o que está assegurado em Lei a essas pessoas.

Direito à educação

Na área da educação a Lei 7.853, estabelece as seguintes medidas:


a- A inclusão no sistema educacional, da Educação Especial como modalidade
educativa que abranja a educação precoce, a pré-escolar, as de 1º e 2º graus, a
supletiva, a habilitação e reabilitação profissionais, com currículos, etapas e
exigências de diplomação próprios;
b- A inserção no referido sistema educacional, das escolas especiais, privadas e
públicas;
c- A oferta, obrigatória e gratuita, da educação especial em estabelecimento público
de ensino;
d- O oferecimento obrigatório de programas de educação especial a nível pré-escolar,
em unidades hospitalares e congêneres nas quais estejam a internados, por prazo
igual ou superior a 1 ano educandos portadores de deficiência;
e- O acesso de alunos portadores de deficiência aos benefícios conferidos aos demais
educandos, inclusive material escolar, merenda escolar e bolsa de estudo;
f- A matricula compulsória em cursos regulares de estabelecimentos públicos e
particulares de pessoas portadoras de deficiência capazes de se integrarem no
sistema regular de ensino.
A lei 9.394/96 que estabelece as diretrizes e bases da Educação Básica, reconhece
“que a educação é um instrumento fundamental para a integração e participação de qualquer
pessoas com deficiência”. Também coloca que
“haverá, quando necessário, serviços de apoio especializado, na escola regular, para
atender às peculiaridades da clienté-la de educação especial e que o atendimento
educacional será feito em classes, escolas ou serviços especializados, sempre que,
em função das condições específicas dos alunos, não for possível a sua integração
nas classes comuns de ensino regular”(www.febrabran.org.br).
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Gurgel (2006:29) coloca sobre a importância da Declaração de Salamanca de 1994 que

“Compromete-se com a educação para todos e reconhece a necessidade e a urgência


de se providenciar educação para crianças, jovem e adulta com necessidades
educacionais especiais no sistema regular de ensino, recomenda aos governantes e às
organizações que preservam o direito fundamental à educação de toda criança,
dando-lhe a oportunidade de atingir e manter o nível adequado de aprendizagem,
resguardadas as características, os interesses, as habilidades e necessidades de
aprendizagem. Afirmam que as escolas regulares que possuam orientação inclusiva
constituem os meios mais eficazes de combater atitudes discriminatórias criando
comunidades acolhedoras e construindo uma sociedade inclusiva”.

Entretanto o segundo a pesquisa da Febraban(2006,A) o tempo de estudo das pessoas


com deficiência é de: 27,6% não tem estudo ou tiveram menos de 1 ano; 23,7% tiveram de 1 a
3 anos de tempo de estudo;27,4% tiveram de 4 a 7 anos; 16,4% tiveram de 8 a 11 anos; 1,6%
de 12 anos pra cima. Também a realidade de acessibilidade das escolas pra quem é cadeirante
é um pouco complicado, pois esbarra em vários obstáculos que dificultam, assim como os
obstáculos que as pessoas com deficiência visual sofrem, pois ainda a grande parte dos livros
escolares não é em Braile. Tem pouco investimento por partes de alguns municípios e Estados
na área da educação especial.

Direito à acessibilidade

Quanto ao direito à acessibilidade temos a lei 10.098 que estabelece as normas de


supressão de barreiras e obstáculos às pessoas com deficiência em espaços públicos, edifícios,
meios de transporte e comunicação.
Entretanto a realidade é um pouco perversa, pois andando nas ruas e em muitos
edifícios públicos e comerciais, vemos ainda o descaso com a lei em proporcionar acesso às
pessoas com deficiência construindo rampas, adaptando banheiros os banheiros para esse
público, e principalmente a falta de respeito dos próprios motoristas que estacionam seus
veículos nas rampas de acesso às pessoas com deficiência. Porém tem estabelecimentos que ja
estão cumprindo o que a lei coloca e assim, facilita o acesso e a participação da pessoa com
deficiência para um convívio melhor e menos excludente em nossa sociedade.
A Constituição Federal de 1988 garante o direito de ir e vir, entretanto esses direitos
são negados todas vez que a pessoa com deficiência tenta se locomover encontra obstáculos
que impede de exercer o seu direito mais básico, que é de ir e vir.
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Outro descaso se pode encontrar é no transporte público urbano, em que os ônibus não
estão adequados às pessoas com deficiência, principalmente os cadeirantes, tendo assim,
dificuldade de tomarem uma condução para ir ao seu lugar de destino.

Direito à saúde

O Brasil é um país em desenvolvimento e o sistema único de saúde-SUS, precisa


garantir o acesso das pessoas com deficiência Às redes de serviços, um direitos que muitas
vezes é negligenciado, em relação a acessibilidade e a falta de tratamento dispensados ao
segmento. O Estado é conivente com isto visto que, os espaços públicos na maioria das vezes
não oferecem certa acessibilidade, principalmente para os cadeirantes.
A lei 7.853 de 89 traz em seu art. 2º que Cabe ao Poder Público e seus órgãos,
assegurarem às pessoas com deficiência o pleno exercício de seus direitos básicos, inclusive, a
educação, à saúde, o trabalho e o lazer. Também estabelece que:
a- Promoção de ações preventivas como as referentes ao planejamento familiar, ao
aconselhamento genético, ao acompanhamento da gravidez, do parto e do
puerpério, nutrição da mulher e da criança, à identificação e ao controle da
gestante e do feto de alto risco, à imunização, Às doenças do metabolismo e seu
diagnostico e ao encaminhamento precoce de outras doenças causadoras de
deficiência.
b- O desenvolvimento de programas especiais de prevenção de acidente de trabalho e
transito, e de tratamento adequado as SUS vítimas;
c- A criação de uma rede de serviços especializados em reabilitação e habilitação;
d- A garantia de acesso das pessoas portadoras de deficiência aos estabelecimentos de
saúde públicos e privados e de seu adequado tratamento neles, sob normas técnicas
e padrões de conduta apropriados;
e- A garantia de atendimento domiciliar de saúde ao deficiente grave não internado;
f- O desenvolvimento de programas de saúde voltados para as pessoas com
deficiência, desenvolvidos com a participação da sociedade e que lhes ensejam a
integração social.
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Dos direitos sociais assegurados nas LOAS.

A Lei Orgânica da Assistência Social, estabelece no seu art. 20 O benefício de


prestação continuada é a garantia de 1 (um) salário mínimo mensal à pessoa portadora de
deficiência e ao idoso com 70 (setenta) anos ou mais e que comprovem não possuir meios de
prover a própria manutenção e nem de tê-la provida por sua família.
Este ganho político é fruto de várias pressões populares para dar cobertura de uma
proteção social para os que se encontro nas situações acima citadas. Os direitos foram
construídos ao longo da história e pouco a pouco os portadores foram ganhando espaço e
conquistas de direitos sociais. A luta pela efetivação dos seus direitos ainda é se encontra
várias barreiras para ser efetivada. Também a LOAS traz em seu art. 1º “ficam estabelecidas
normas gerais que asseguram o pleno exercício dos direitos individuais e sociais das pessoas
com deficiência, e sua efetividade e integração social”.
Também no Sistema Único de Assistência Social- SUAS, a uma preocupação dos os
segmentos sociais que são propício a certas vulnerabilidade e riscos sociais, garantindo, entre
eles está as pessoas com deficiência, uma proteção social básica e especializada com políticas
públicas voltadas ao acolhimento, convívio familiar e comunitários, e os fortalecimentos dos
laços familiares e o trabalho com a auto estima.
Todos os direitos adquiridos e conquistados ao longo dos tempos mostram a força da
mobilização das pessoas com deficiência por mais respeito e que se efetive de fato seus
direitos duramente conquistados. Direitos que são normatizados, mas ainda não são, a
maioria, efetivadas.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS

O presente trabalho nos possibilitou uma melhor visão a cerca dos deficientes , pois
nos permitiu adentrar em uma residência e conhecer as dificuldades encontrada pelas famílias
que possui em seu domicilio uma pessoa deficiente.
O trabalho alcançou seu principal objetivo que era conhecer a realidade de uma pessoa
deficiente e conte4xtualizar a luz de alguns autores
A questão dos deficientes e uma historia antiga em nossa sociedade mas que precisa ser
desmistificada, para que os deficientes possam ser vistos como uma pessoa que tem direitos
e deveres . E que esses direitos precisam ser respeitados.
Muitas leis e normas foram construídas a fim de que possibilita-se o acesso dos deficientes
aos vários setores da sociedade , mas o que vemos e o descaso com esses direitos pois no
dia a dia , o que se vê e a falta de respeito para com os mesmos seja ao conseguir uma vaga
no estacionamento ou simplesmente um simples passeio . As irregularidades estao por todos
os lados , e quem acaba sendo o prejudicado e o deficiente , pois mesmo assegurado em leis ,
sua acessibilidade ainda e muito pequena .
Não adianta querermos lutar por uma sociedade melhor , com direitos iguais para todos , se
não aprendermos a respeitar os direitos de cada um. E lutar pela concretização de tais
direitos não e compromisso somente das pessoas que passam por essas
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BIBLIOGRAFIA

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Brasília, 1989.

BRASIL, LEI 8.742/93, de 7 de Dezembro- Lei Orgânica de Assistência Social- Brasília –DF,
2004.

BRASIL, Política Nacional de Assistência Social. Brasília – DF, 2004.

FEBRABAN- B. CARTILHA PESSOAS COM DEFICIENCIA NO BRASIL, FATORES E


PERCEPÇÕES.. Disponível em WWW. FEBRABAN.org.br- acessado no dia 10 de
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FEBRABAN-A. CARTILHA DOS DIREITOS DAS PESSOAS PORTADORAS DE


DEFICIENCIA. Disponível em – WWW. FEBRABAN.org.br- acessado no dia 10 de
dezembro de 2008.

GUGEL, Maria Aparecida. Pessoas com deficiência e o direitos ao concurso público: Reserva
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2006.

MINISTERIO DO TRABALHO. A empregabilidade e as pessoas com deficiência.


Disponível em- www.crfastr.com.br/empregall.htm- acessado no dia 10 de dezembro de 2008.

RIBAS, João Batista Cintra. O que são pessoas deficientes. São Paulo: Brasiliense, 1998.
( Coleção primeiros passos;89).
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ANEXOS
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Modelo de Questionário da Entrevista

1- Identificação
2- Residência
3- Tipo de Deficiência
4- Instituição que já foi ou é filiado
5- As legislações existentes
6- As instituições Estaduais ou municipais que mais procurou
7- Quais os profissionais que mais teve contato
8- Já teve que conversar com algum Assistente Social
9- O que Conhece sobre o serviço Social
10- Quais são os desafios enfrentados por esse Deficiente
11- Participa de algum grupo organizado por deficiência

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