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Tomazina Cristina José

Trabalho Independente 1

Licenciatura em Ensino Básico

Universidade Rovuma
Extensão de Cabo Delgado
2023
Tomazina Cristina José

Trabalho Inependente 1

Curso de Licenciatura em Ensino Basico

Trabalho de carácter avaliativo da cadeira de


Estudos Contemporâneos em Educação, curso de
Licenciatura em Ensino Básico, 4º ano, a ser
entregue no Departamento de Ciências de
Educação e Psicologia, 2º semestre, turma 1,
leccionado pelo docente da Cadeira

MA. Adolfo Brides

Universidade Rovuma
Extensão de Cabo Delgado
2023
Introdução
O trabalho de pesquisa tem como enfoque: Sistemas de Educação; Diferenças dos
Sistemas de Educação de Vários Países; Educação Básica e Educação Básica no
Consenso das Nações..

Sistema é um conjunto organizado e coerente de áreas que o compõem, de práticas, de


métodos e de estruturas, de acordo com uma concepção ou uma determinada doutrina,
com vista a fins elaborados em função das necessidades de indivíduos ou da
colectividade.

Sistema de Educativo compreende um conjunto de instituições de ensino (Públicas e


Privadas) de diferentes níveis e modalidades de educação, bem como de órgãos
educacionais, administrativos e normativos distintos, mas, ao mesmo tempo,
interdependentes, que interagem entre si com unidade.
Revisão Literaria

Sistemas de Educação

Sistema

Sistema é um conjunto organizado e coerente de áreas que o compõem, de práticas, de


métodos e de estruturas, de acordo com uma concepção ou uma determinada doutrina,
com vista a fins elaborados em função das necessidades de indivíduos ou da
colectividade.” (GASPAR (1996:122)

Educação

De acordo com DELORS et al. (1999:11), define a Educação como “um processo
contínuo de desenvolvimento tanto das pessoas como das sociedades. Para estes autores,
tal processo assenta em quatro pilares: aprender a ser, aprender a conhecer, aprender a
fazer e aprender a viver juntos.

Sistema Educativo

Para SAVIANI (2010), Sistema de Educativo compreende um conjunto de instituições


de ensino (Públicas e Privadas) de diferentes níveis e modalidades de educação, bem
como de órgãos educacionais, administrativos e normativos distintos, mas, ao mesmo
tempo, interdependentes, que interagem entre si com unidade.

Na optica de LOUIS D’HAINAUT, cada sistema educativo ocupa lugar num amplo
quadro tridimensional nomeadamente:
1) histórico,
2) filosófico, ético, religioso e científico e
3) físico e geográfico, incluindo os recursos – onde desenvolve as suas interacções
com os outros sistemas.
Este enquadramento poderá ser responsável por modelos diferentes de sistemas
educativos.
Cada sistema educativo sujeita-se a três níveis funcionais: político, administrativo e
técnico-pedagógico. A estruturação destes níveis, a sua hierarquização e as
determinantes das suas interacções são os indicadores do modelo de sistema educativo.
Impõe-se referir que o enquadramento social do sistema educativo fica dependente da
relação entre o sistema ideal ou teórico e o sistema real ou vivenciado, através da
percepção psico-social.

Princípios orientadores do sistema educativo

O Sistema Educativo pode ser analisado à luz dos seus fundamentos e/ou à luz dos seus
princípios orientadores, verificando-se, por vezes, a sobreposição de uns com os outros.

Na prespectiva de D’HAINAUT, os princípios orientadores derivam dos três grandes


vectores que atravessam o sistema educativo e que se traduzem pela selectividade,
homogeneidade e funcionalidade.

Diferenças dos Sistemas de Educação de Vários Países

A qualidade ducativa da escolaridade obrigatória e o sucesso da educação e formação


pós-obrigatória, incluindo a equidade e a justiça social, dependem de múltiplos factores.
Entre eles, estão factores como a oferta universal de educação pré-escolar, a duração e a
organização da escolaridade obrigatória, a existência de um tronco comum integrado ou
de uma diferenciação precoce dos percursos escolares. É, portanto, sobre estes aspectos
que incide a análise das opções dos diferentes países em estudo que aqui se apresenta.

A estrutura dos diferentes sistemas de ensino põe em evidência a existência de um


tronco comum integrado até ao final da escolaridade obrigatória, cuja duração oscila
entre os 9 e os 11 anos, sendo de 10 anos a duração da escolaridade obrigatória na maior
parte dos países.

Análise Comparativa dos Sistemas de Educação de Vários Países

A estrutura básica que orientou as políticas públicas de educação nos países, nas últimas
décadas, é: universalização e democratização do ensino. Esta premissa direccionou,
também, o sistema educacional paulista, que estendeu a duração do ensino obrigatório e
gratuito, ampliou a rede de escolas e o contingente de professores.

Em todos os casos analisados, a educação pré-escolar é de carácter facultativo. Com


excepção do Japão em que este tipo de educação é dispensado maioritariamente por
instituições privadas, em todos os outros países do estudo existe uma oferta pública
universal de educação de infância nos anos que antecedem a escolaridade obrigatória.
Este tipo de oferta ocorre, em regra, nos mesmos estabelecimentos que são dedicados à
educação primária.

A estrutura dos diferentes sistemas de ensino põe em evidência a existência de um


tronco comum integrado até ao final da escolaridade obrigatória, cuja duração oscila
entre os 9 e os 11 anos, sendo de 10 anos a duração da escolaridade obrigatória.

A escolaridade primária prolonga-se por seis anos em todos os países, com oscilações
na idade de início: aos 5 anos de idade em Inglaterra, aos 7 anos na Finlândia e aos 6
anos na maior parte dos outros países –Austrália, Canadá, Espanha, Irlanda e Japão.

Em geral, a educação primária tem um regime de monodocência (normalmente um


único professor excepto para áreas específicas como língua estrangeira, música ou
educação física). Na Finlândia este regime passou de 6 para os primeiros 4 anos de
escolaridade, a partir de 2006.

Sistema de Educação em Moçambique

De acordo com AKKARI (2011 apud BONDE, 2016, p. 26) entende que “[...] uma polí-
tica educacional é um conjunto de decisões tomadas antecipadamente, para indicar as
expectativas e orientações da sociedade em relação à escola”.

(BONDE, 2016, p. 44) Até a independência nacional, Moçambique contava com dois
modelos de ensino, profundamente opostos. Impostos pela ideologia colonial na década
de 1950-1960, as escolas foram pensadas “[...] para atender a clientelas diferentes, isto
é, foram estabelecidos dois tipos diferentes de educação: um destinado à população
negra (nativos) e outro destinado aos brancos e africanos assimilados”

Após a independência nacional, uma série de transformações educativas foi realizada


pelo governo da Frente de Libertação de Moçambique − FRELIMO (1975). Tais
reformas fizeram com que um maior número de moçambicanos tivesse acesso à
educação, independentemente da sua cor, raça, religião e origem social.

(LUIS, 2005, p. 41) A nacionalização das escolas abriu espaço para a criação de um
sistema educativo único, centralizado no próprio Estado .

Sistema de Educação na Finlândia


O sucesso da Finlândia no Programa Internacional de Avaliação de Alunos (PISA, em
inglês) chamou a atenção do mundo inteiro para o sistema escolar do país. Autoridades
educacionais, especialistas e docentes começaram a construir hipóteses para explicar o
desempenho excepcional.
Entre os factores apontados, destacam-se aspectos culturais, históricos e
socioeconómicos:
Os estudantes finlandeses lêem desde muito cedo, tendência apoiada tanto
pelas famílias com pela vasta rede de bibliotecas;
Os professores são altamente qualificados;
A estrutura social é extremamente homogénea, produto histórico do sistema
político económico que caracterizou o desenvolvimento finlandês.
Resumindo, a característica fundamental do sistema de ensino finlandês é de fato
garantir a igualdade de direitos e oportunidades para todos, independentemente das suas
condições socioculturais.
A Educação Básica na Finlândia se estrutura em:
 Primário (1º ao 6º ano);
 Secundário (7º ao 9º ano);
 Ensino Médio (1º ao 3º ano).
Desde o nascimento, o Estado oferece suporte às famílias para a educação. Elas podem
optar por três tipos de auxílio:
 Receber uma bolsa para cuidar do filho em casa até que ele complete três anos;
 Optar em deixar a criança com uma cuidadora. Essa profissional é capacitada e
supervisionada pelos governos locais e podem tomar conta de, no máximo, cinco
crianças;
 Matricular a criança em uma creche municipal, desde que ela esteja na faixa dos
dois aos cinco anos.
Sistema de Educação no Canadá
O Canadá é o único país do mundo que não possui um órgão nacional responsável pela
coordenação das políticas educacionais.

O ensino público no Canadá é gratuito até a conclusão do nível secundário. A lei


determina que as crianças frequentem a escola dos seis aos 15 anos. Cerca de cinco
milhões de canadenses nessa faixa de idade usufruem desse direito. Em Québec e na
província de Ontário, a educação obrigatória e gratuita inclui também o nível colegial
ou pré-universitário. No caso específico de Ontário, que é a maior província do país, as
crianças também têm acesso à Educação Infantil não obrigatória a partir dos quatro
anos.
Em geral, os alunos canadenses são agrupados nas escolas de acordo com o modelo
americano:
 Primário (5 a 12 anos): são distribuídos por faixa etária em classes muito
heterogéneas do ponto de vista de suas habilidades individuais.
 Secundário (13 a 15 anos): a organização é feita de acordo com as habilidades e
nível de aprendizagem de cada um.
 Médio (16 a 18 anos): as turmas são montadas em quatro áreas (formação geral,
avançado, vocacional e preparação para a universidade).

Sistema de Educação do Brasil


No Brasil, o ensino primário é atribuição principal dos municípios (Educação Infantil e
Ensino Fundamental), o Ensino Médio é foco do estado e o Superior, preocupação
primordial do Governo Federal. Essas três esferas devem trabalhar em constante
colaboração para garantir acesso, meios e qualidade de ensino para os jovens e crianças
em todas essas etapas.

Cada município e estado conta com uma secretaria de educação que responde
directamente às prefeituras e aos governos estaduais, respectivamente. As secretarias
são responsáveis por implantar as políticas públicas em nível local e disseminar as
directrizes regionais e nacionais para a educação. Nas escolas, a equipe de gestão, em
geral formada por um director, um coordenador pedagógico e um orientador
educacional responde às secretarias.

No Governo Federal o Ministério da Educação e suas autarquias, como o Fundo


Nacional para Desenvolvimento da Educação (FNDE) e o Instituto Nacional de
Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), são responsáveis pelo programas
nacionais suplementares de transporte, alimentação e livros didácticos entre outros e por
conduzir as políticas em nível nacional.
São cinco as principais metas estabelecidas pelo PDE, consolidadas em um documento
chamado de Compromisso Todos pela Educação:
 Toda a criança e jovem de quatro a 17 anos na escola.
 Toda criança plenamente alfabetizada até os oito anos de idade.
 Todo aluno com aprendizado adequado à sua série.
 Todo jovem com Ensino Médio concluído até os 17 anos.

 Ampliação do investimento em educação.


A Educação Básica

A educação básica é o ciclo educacional que os Estados oferecem para crianças e


adolescentes desde a primeira infância até os últimos anos da adolescência. Abarca o
nível inicial ao secundário. Inclui o ensino dos conhecimentos e habilidades que são
considerados essenciais para que todas as pessoas se desempenhem de maneira efectiva
na sociedade contemporânea, equipando cada indivíduo para o exercício da cidadania
activa, para a continuação da formação no nível superior e para o acesso ao mercado de
trabalho.

A educação básica tem por finalidade desenvolver o educando, assegurar-lhe a


formação comum indispensável para o exercício da cidadania e fornecer-lhe meios para
progredir no trabalho e em estudos posteriores.

assevera que a educação básica é um direito insubstituível do homem, devendo ser


assegurado gratuitamente, como modo de possibilitar seu acesso a todos. Por essa razão,
o direito à educação escolar situa-se no âmbito de uma perspectiva mais ampla dos
direitos do homem, CURY (2008) .

O aumento da quantidade de anos de educação obrigatória tem sido notável nas últimas
três décadas. Durante a década de 90, diversos países introduziram a obrigatoriedade de
um ou mais anos do nível inicial e da secundária inferior (estudantes de 11 a 14 anos).
Nos anos 2000 e 2010, a tendência de aumento se acentuou mais ainda, tanto para o
nível inicial quanto para o secundário.

Uma das mudanças fundamentais consiste em explicitar a educação como um direito e


na ampliação das obrigações do Estado em respeitá-lo, protegê-lo e torná-lo efectivo.
Isso implica, em primeiro lugar, que o Estado garanta tanto a existência de uma oferta
de educação universal quanto as condições de acesso – especialmente a gratuidade –
sem qualquer tipo de discriminação LÓPEZ, (2007) .

A Educação Básica no Consenso das Nações


Segundo a Declaração Universal dos Direitos Humanos, de 1948, se constituiu
enquanto um marco dos direitos universais inerentes a condição humana, dentre eles, a
educação, que passou a ser reconhecida, no cenário internacional, como um direito de
todas as pessoas, independentemente de suas condições físicas, sociais, territoriais,
económicas, culturais, etárias, religiosas e de género.

O debate sobre o direito educacional, no âmbito mundial, passou a ser pautado com
mais ênfase a partir da década de 1990, quando uma série de eventos e recomendações
da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO)
passa a compor uma agenda internacional de uma “Educação para Todos”.

De acordo com AKKARI (2017) salienta que o debate internacional sobre o direito à
educação corresponde um movimento iniciado com o advento da globalização, em que
as políticas públicas não são mais de responsabilidade exclusiva dos Estados Nações.

O reconhecimento da educação como um direito humano demonstra a sua importância


enquanto aspecto fundamental para a promoção da dignidade humana, em especial, pelo
seu caráter de imprescindibilidade para o exercício da cidadania. A dignidade da pessoa
humana constitui valor crucial para a natureza e progressividade dos direitos humanos.
Desse modo, o seu reconhecimento deve ser garantido pelos direitos capazes de
promovê-los.

Na optica de BOBBIO (1992, p. 79-80), a existência de um direito implica sempre a


existência de um sistema normativo, “[...] onde por ‘existência’ deve entender-se tanto o
mero factor exterior de um direito histórico ou vigente quanto o reconhecimento de um
conjunto de normas como guia da própria acção. A figura do direito tem como correlato
a figura da obrigação”.
Conclusão
Concluo que a educação consiste em favorecer o desenvolvimento tão completo quão
possível das aptidões de cada pessoa. A educação é inseparável da evolução social;
constitui uma das forças que a determinam.

O sistema educativo é um conjunto organizado e coerente de vários elementos que se


congregam para atingirem um fim último.

No que tange ao sistema de educação de vários países é importante afimar que vários
países estão em processo de revisão de seus modelos de gestão, pela inadequação que
mostraram diante de mudanças ocorridas no contexto socioeconómico em que estão
inseridos.

A educação básica é mais do que uma finalidade em si mesma. Ela é a base para a
aprendizagem e o desenvolvimento humano permanentes, sobre a qual os países podem
construir, sistematicamente, níveis e tipos mais adiantados de educação e capacitação. O
direito à educação, juridicamente, é reconhecido no cenário internacional, tendo como
principal marco, no contexto contemporâneo, a Declaração Universal dos Direitos
Humanos, que, em seus trinta artigos, registra os direitos considerados humanos, dentre
eles, o educacional.
Referências bibliográficas

1. Akkari, A. (2017). A agenda internacional para educação 2030: consenso


“frágil” ou instrumento de mobilização dos atores da educação no século XXI?
In: Revista Diálogo Educacional, Curitiba, v. 17, n. 53, p. 937-958.
2. Bobbio, N. (1992). A Era dos direitos. Rio de Janeiro: Campus.
3. Bonde, Rui Amadeu. (2016). Políticas públicas de educação e qualidade de
ensino em Moçambique. 2016. 168 f. Dissertação (Mestrado em Educação) –
Programa de Pós-Graduação em Políticas Públicas, Estratégias e
Desenvolvimento, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro.
4. Cury, C. R. J. (2008). A educação básica como direito. Cadernos de pesquisa,
São Paulo, v. 38, n. 134, p. 292-303
5. D´Hainaut, Louis (1981) Analyse et Régulation des Systèmes Éducatifs,
Editions Labor – Fernand Nathan.
6. Delors, Jacques et al. (1999) Educação – um tesouro a descobrir, Porto - ASA.
7. Ferreira, M. C. C.; Ferreira, J. R. (2007). Sobre inclusão, políticas públicas e
práticas pedagógicas. In: GÓES, M. C. R. de; LAPLANE, A. L. F. de. (Orgs.).
Políticas e práticas de educação inclusiva. 2. ed. Campinas, SP: Autores
Associados, p. 21-48.
8. Gaspar, M.I. (1996) Princípios Orientadores e Objectivos do Ensino Secundário
em Portugal (policopiado).

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