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Tudo começou no início do século 20, quando os ranchos, desfiles de máscaras e fantasias em carros
enfeitados pela avenida, já estavam mais que estabelecidos no Rio de Janeiro pelas sociedades
carnavalescas - grupos organizados que usavam fantasias reproduzindo as roupas da corte. Esses desfiles,
ao som de ópera, eram muito luxuosos. Só participavam deles os que podiam comprar fantasias para o
evento, sempre muito caras.
Por isso, os pobres brincavam em outros bailes, semelhantes aos da nobreza, mas com muito menos luxo.
As fantasias eram imitações mais baratas, e a música, uma grande e empolgante batucada. Um dos
principais lugares em que aconteciam essas festas era a Praça Onze, no bairro do Estácio, bem perto do
local onde hoje fica o Sambódromo do Rio de Janeiro.
Quem era de fora achava o Carnaval dos pobres feio e atrasado, e dizia que só participavam dele bandidos
e vagabundos. Foi então que os carnavalescos do Estácio resolveram se organizar, à semelhança da forma
como faziam os ricos. Em 1929, fundaram a Deixa Falar, a primeira escola de samba de que se tem
notícia. A partir daí, eles passaram a escolher todo ano um tema que definiria as fantasias e a música,
como acontece com os sambas-enredo que temos hoje.
Desde então, a festa foi evoluindo até se tornar o carnaval carioca conhecido hoje, tão famoso que é
reproduzido nas comemorações de várias cidades pelo Brasil afora.
• A jardineira
• Abre alas
• Allah-la-ó
• Cabeleira do Zezé
• Cidade Maravilhosa
• Mamãe eu quero
• Me dá um dinheiro aí
• Ta-hí
A JARDINEIRA
(Benedito Lacerda-Humberto Porto, 1938)
ABRE ALAS
(Chiquinha Gonzaga, 1899)
ALLAH-LA-Ô
(Haroldo Lobo-Nássara, 1940)
Allah-lá-ô, ô ô ô ô ô ô
Mas que calor, ô ô ô ô ô ô
Atravessamos o deserto do Saara
O sol estava quente
Queimou a nossa cara
Viemos do Egito
E muitas vezes
Nós tivemos que rezar
Allah! allah! allah, meu bom allah!
Mande água pra ioiô
Mande água pra iaiá
Allah! meu bom allah
CABELEIRA DO ZEZÉ
(João Roberto Kelly-Roberto Faissal, 1963)
CIDADE MARAVILHOSA
(André Filho, 1934)
Cidade maravilhosa
Cheia de encantos mil
Cidade maravilhosa
Coração do meu Brasil
Cidade maravilhosa
Cheia de encantos mil
Cidade maravilhosa
Coração do meu Brasil
MAMÃE EU QUERO
(Jararaca-Vicente Paiva, 1936)
ME DÁ UM DINHEIRO AÍ
TA-HÍ
(Joubert de Carvalho, 1930)