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UNIVAG – CENTRO UNIVERSITÁRIO DE VÁRZEA GRANDE


GRUPO DE PRODUÇÃO ACADÊMICA – GPA
Curso de Graduação em Direito

ELVIS OLIVEIRA DE ARAUJO

MINISTÉRIO PÚBLICO: INSTITUIÇÃO OU QUARTO PODER?

Várzea Grande - MT
2010
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ELVIS OLIVEIRA DE ARAUJO

MINISTÉRIO PÚBLICO: INSTITUIÇÃO OU QUARTO PODER?

Projeto de Pesquisa apresentado como avaliação


parcial da disciplina Monografia Coletiva, do Curso
de Graduação em Direito do Centro Universitário
de Várzea Grande, sob orientação da professora
Vanessa Sperandio.

Várzea Grande - MT
2010
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UNIVAG – CENTRO UNIVERSITÁRIO DE VÁRZEA GRANDE


GPA DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS
CURSO DE DIREITO

CARTA DE ACEITE

Eu, Vanessa Sperandio, professora do departamento de Direito do UNIVAG –


Centro Universitário de Várzea Grande – MT, venho por meio desta, declarar que
ACEITO orientar o acadêmico Elvis Oliveira de Araújo, na elaboração e
desenvolvimento do seu trabalho de conclusão de curso – TCC, com o tema
‘Ministério Público: Órgão ou Quarto Poder?’.

Várzea Grande-MT, 26 de Novembro de 2010.

Vanessa Sperandio
Professora orientadora
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SUMÁRIO

RESUMO............................................................................................................... 04
APRESENTAÇÃO/JUSTIFICATIVA.................................................................... 05
OBJETO................................................................................................................ 06
Problema.............................................................................................................. 06
OBJETIVOS.......................................................................................................... 07
Objetivo Geral...................................................................................................... 07
Objetivos Específicos......................................................................................... 07
FUNDAMENTAÇÃO TEORICA............................................................................ 08
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS............................................................. 10
Métodos................................................................................................................ 10
De abordagem..................................................................................................... 10
De Procedimento................................................................................................ 10
Técnicas.............................................................................................................. 10
Documentação Indireta...................................................................................... 10
CRONOGRAMA................................................................................................... 11
ORÇAMENTO...................................................................................................... 11
ROTEIRO (PROVÁVEL SUMÁRIO DA MONOGRAFIA)..................................... 12
CONCLUSÃO....................................................................................................... 13
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..................................................................... 14
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RESUMO

Não se pode pensar em Ministério Público sem lembrar-se da grandeza de


sua função protetora em nossa sociedade, já que, cabe ao MP a defesa da ordem
jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis.
(art. 127, CF).

E, para garantir o cumprimento das atribuições do MP, a constituição


assegura à instituição, no artigo 127, § 2º CF, a autonomia funcional e
administrativa.

A atuação do Ministério Público é tão maçante que o Presidente da Câmara


dos Deputados, Michel Temer já proferira no XXVI Encontro Nacional de
Procuradores da República que,

“O Ministério Público é o quarto poder do Estado, não nominado.


Mas nada importa que seja nominado ou não, tendo em vista a
interpretação sistêmica que nós devemos dar ao texto
constitucional”

No entanto, ainda há muitos desencontros em relação à nominação do


Ministério Público, seria ele instituição ou poder?

Há quem defenda que o Ministério Público seja considerado o quarto poder


do Estado, embora, ainda haja pouca bibliografia sobre o assunto.

Este trabalho, diante disso, propõe uma pesquisa que reúna publicações
sobre esse assunto, e, que levante uma importante reflexão sobre o papel que o MP
deve efetivamente exercer em nossa sociedade.
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APRESENTAÇÃO/JUSTIFICATIVA

Pensar em Ministério Público é refletir, acima de tudo sobre o papel do Estado


enquanto mantenedor da Justiça. E, compreender as características deste órgão,
bem como seu lugar na organização do Estado faz com que se levantem reflexões
sobre a autonomia do Ministério Público, e, sobre a possibilidade de considerá-lo um
verdadeiro ‘poder’.

Essa discussão tem refletido entre os teóricos do Direito, que ainda não
conseguiram chagar a uma conclusão comum. Segundo Bastos,1998:

“Para alguns, o Ministério Público é considerado um verdadeiro ‘poder’,


pretendendo-se com isso alterar a divisão tripartida de Montesquieu. Para
outros, é componente do Poder Legislativo, pois a este cabe a elaboração da
lei e ao Ministério Público fiscalizar o seu cumprimento, via jurisdicional,
circunstância que tornaria visível a maior afinidade lógica entre a vontade do
legislador e a atividade do órgão, mais do que qualquer outro do Estado. Há
os que o incluem no poder Judiciário, embora órgão não jurisdicional, mas
sempre independente do Poder Executivo. A maioria, porém, tem o Ministério
Público como órgão do Poder Executivo, que faz executar as leis através do
Judiciário, embora reconhecendo ter ele funções autônomas, independentes,
próprias e constitucionais, com parcela de soberania do Estado.”

(BASTOS, Celso Ribeiro. Das funções essenciais à Justiça – do Ministério Público. In


RIBEIRO, Carlos Vinicius Alves. Ministério Público:reflexões sobre princípios e funções
institucionais/Carlos Vinicius Alves Ribeiro (organizador). - - São Paulo: Atlas, 2010.)

Percorrer as diferentes teorias sobre o Ministério Público e refletir a cerca das


características que tornam este órgão tão diferente dos demais é a principal intenção
desta pesquisa.
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OBJETO

Problematização

O Ministério Público, hoje em dia, é visto como uma das entidades mais
participativas na sociedade, desempenhando um papel de fundamental importância
na consolidação da democracia no Brasil. No entanto, ainda há uma obscuridade a
respeito da classificação deste órgão na organização do Estado.
Há teóricos que atribuem o MP ao poder legislativo, outros ao judiciário, e a
maioria deles afirmam que trata-se de um órgão do executivo, o único ponto em que
todos parecem concordar, é que o MP possui características próprias e autônomas.
E, diante dessa independência do Ministério Público, cogita-se, entre outros
estudiosos do direito, a classificação do MP como ‘quarto poder’.
Neste trabalho, pretendo buscar respostas às seguintes perguntas:
O que dizem os teóricos sobre a classificação do Ministério Público?
Pode o Ministério Público ser considerado como ‘quarto poder’?
Sendo o MP este ‘quarto poder’, qual o real papel dele na atual conjuntura?
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OBJETIVOS

Objetivo Geral:
Conhecer as diferentes teorias a cerca da classificação do Ministério Público
enquanto Órgão, e refletir sobre a responsabilidade deste órgão perante a
sociedade.

Objetivos Específicos:

 Traçar a trajetória histórica do MP no Brasil


 Compreender como a nossa atual constituição apresenta o Ministério Público
 Enumerar as características do Ministério Público brasileiro
 Distinguir a relação entre o MP e os Três Poderes
 Discutir a possibilidade de considerar o Ministério Público como ‘Quarto
Poder’.
 Refletir sobre o papel do Estado em relação ao Ministério Público.
 Refletir sobre o papel do Ministério Público em relação ao Estado.
 Analisa o papel do MP como agente mantenedor da justiça
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FUNDAMENTAÇÃO TEORICA

“O Ministério público é instituição permanente, essencial à função jurisdicional do


Estado, incumbindo-lhe a defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos
interesses sociais e individuais indisponíveis”. Art. 127 CF/88.

A Constituição Federal apresenta o Ministério Público como uma instituição


permanente o que nos permite refletir sobre dois pontos de grande importância para
esse trabalho. O primeiro é que, por ser apresentado como instituição, o Ministério
Público tem por obrigação exercer um papel bem definido na sociedade, e o
segundo ponto é que não se pode atribuir temporariedade ao Ministério Público.

Assim, a função, delimitada no mesmo artigo, de defender a ordem jurídica, o


regime democrático e os interesses sociais e individuais indisponíveis torna o
Ministério Público essencial para que se cumpra a função jurisdicional do Estado.

No entanto, a função do ministério público não está ligada apenas ao poder


Judiciário, como podemos notar no art. 129, II, CF:

“Art. 129. São funções institucionais do Ministério Público:


I – promover, privativamente, a ação penal pública na forma da lei;
II – zelar pelo efetivo respeito dos Poderes Públicos e dos serviços
de relevância pública aos direitos assegurados pela Constituição,
promovendo as medidas necessárias a sua garantia.”

O artigo apresenta as duas funções do ministério público: I - a de detentor da


ação penal pública; e II - a de fiscal do cumprimento da lei. Tanto sob um aspecto
como outro o MP atua como entidade que representa o Estado de forma autônoma,
o que revela o MP como uma instituição independente dos três poderes.
Reflexões sobre esta autonomia do MP permitem teorizar a classificação
deste enquanto quarto poder, o que choca com a teoria da divisão tripartite de
Montesquieu. Lyra, 1989, cita a fala do Ministro Alfredo Valladão com relação a isso:

“O Ministério Público se apresenta com a figura de um verdadeiro


Poder do Estado. Se Montesquieu tivesse escrito hoje o Espírito das
Leis, por certo não seria tríplice, mas quádrupla, a Divisão dos
Poderes. Ao órgão que lhes legisla, ao que executa, ao que julga,
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um outro órgão acrescentaria ele – o que defende a sociedade e a


lei, perante a justiça, parta ofensa de onde partir, isto é, dos
indivíduos ou dos próprios poderes do Estado.”
(Roberto Lyra, “Teoria e Prática da Promotoria Pública”, Ed. Sérgio Antônio Fabris,
II Ed., 1989, p. 15)

A classificação do Ministério Público como quarto poder não se trata apenas


de uma discussão sobre nomenclaturas e sobre a posição da entidade na
organização burocrática do Estado, mas de uma efetiva reflexão sobre o papel do
MP frente a sociedade, a lei e a justiça.
Essa reflexão nos remete ao fato de que vivemos em uma sociedade
hipossuficiente, ou seja, incapaz de defender seus interesses e direitos, e que por
isso precisa da atuação do Estado para protegê-la. Segundo a procuradora da
República Ana Lúcia Amaral:

Ao estabelecer o constituinte, como função institucional do Ministério


Público, a promoção da ação civil pública para a defesa coletiva dos
direitos, quer individuais quer coletivos, demonstrou sensibilidade, e estar
atento à situação de marginalidade em que vive parte expressiva da
população, flagrantemente hipossuficiente face os chamados Poderes
públicos. Por não se encontrar, ainda, a sociedade civil devidamente
organizada, de sorte a defender, através de associações e outros entes, os
seus interesses, no atendimento de suas necessidades, incumbe no
momento ao Ministério Público, precipuamente por força de sua função
institucional, trazer ao Poder Judiciário as grandes questões, já que os
outros Poderes do Estado, por sua própria natureza, não poderiam dirimi-
las, além do que, em muitas oportunidades, atuam contra os direitos
fundamentais dos cidadãos.

AMARAL, Ana Lúcia. (1992), Processo civil coletivo: o acesso à Justiça no


ano 2000. São Paulo, mimeo.

Frente a essa sociedade frágil, e sem condições de autodefesa, faz-se


necessário um posicionamento forte do Estado, como agente protetor. Sob esse
prisma, a figura do Ministério Público enquanto entidade ou como ‘quarto Poder’ se
faz fundamental para assegurar os direitos individuais e coletivos dos membros
desta sociedade.
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PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

Métodos

De abordagem

O método de abordagem escolhido é o indutivo.

De Procedimento

A pesquisa partirá do método histórico, traçando a trajetória do Ministério Público no


Brasil, desde o período colonial até a Constituição vigente.

A partir daí, serão utilizados os métodos estruturalista e funcionalista


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Técnicas

ETAPAS TÉCNICAS DE PROCEDIMENTOS E INSTRUMENTOS


PESQUISA DE COLETA E SISTEMATIZAÇÃO DOS
DA PESQUISA
DADOS

Fase I Análise Leituras (de livros, revistas


Documental cientificas, jornais e newsletters),
Pesquisa
pesquisa na Internet, fichamentos,
Bibliográfica &
sistematizações, notações/relatórios
Documentação
(em simpósios, seminários, anais,
Indireta
palestras e aulas) e discussões
(grupo de estudo IGTI e aulas).

Fase II Pesquisa Análise Análise crítica da bibliografia


Exploratória Documental escolhida em relação ao tema
proposto.
&
Entrevistas com representantes do
Documentação
MP.
Indireta

CRONOGRAMA
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Leituras da
Bibliografia X X
Pesquisa
X
de Campo
Redação
da X X
Monografia
Entrega da
Monografia X

ORÇAMENTO

Recursos Materiais: Consumo e Permanente:

Livros ...................................................................................................... R$ 600,00

Encadernação ........................................................................................ R$ 60,00

Fotocópias .............................................................................................. R$ 40,00

Telefone ................................................................................................. R$ 60,00

Soma Total ............................................................................................. R$ 760,00


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ROTEIRO (PROVÁVEL SUMÁRIO DA MONOGRAFIA)

INTRODUÇÃO

1 A HISTÓRIA DO MINISTÉRIO PÚBLICO


1.2 Origem
1.3 Período Colonial e Império
1.4 República
1.5 Da Constituição de 1824 a de 1969

2 MINISTÉRIO PÚBLICO E A CONSTITUIÇÃO DE 1988

3 CARACTERISTICAS DO MINISTÉRIO PÚBLICO

3.1 Da autonomia do Ministério Público

3.2 Das funções do Ministério Público

4 DIVISÃO TRIPARTIDA DE MONTESQUIEL

5 MINISTERIO PÚBLICO E O LEGISLATIVO

6 MINISTÉRIO PÚBLICO E O JUDICIÁRIO

7 MINISTÉRIO PÚBLICO E O EXECUTIVO

8 MINISTÉRIO PÚBLICO COMO QUARTO PODER

8.1 Reflexões teóricas

8.2 O que dizem os representantes do MP

9 O PAPEL DO QUARTO PODER

9.1 Uma sociedade hipossuficiente

9.2 O agente fiscalizador

9.3 O agente protetor

10 Conclusão

11 Referências Bibliográficas

CONCLUSÃO
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Para que o Ministério Público, de fato, exerça o papel que lhe é atribuído pela
Constituição Federal, ele não pode estar vinculado a interesses de determinado
poder do Estado.

A autonomia desta instituição é o que lhe permite atuar de maneira efetiva na


sociedade que defende. Compreender o MP como um quarto poder, é, portanto,
legitimar essa independência, não apenas com fins de classificação, mas,
principalmente de garantir à sociedade, um poder que defenda tanto o Estado
quanto os indivíduos.

Não podemos esquecer de que aqui falamos de uma sociedade civil


fragilizada e hipossuficiente, e de um Estado representado por poderes políticos
degenerados. O Ministério Público é, no meio de tudo isso, aquele capaz de intervir
pela garantia de comprimento da legislação e conseqüentemente, pela manutenção
do estado democrático.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
15

RIBEIRO, Carlos Vinícius Alves (organizador), Ministério Público: Reflexões Sobre


Princípios e Funções Institucionais, São Paulo, Ed. Atlas, 2010.

Vade Mecum, Constituição Federal, 2º ed., Ed. Revista dos Tribunais, São Paulo,
2010,

ALMEIDA, Gustavo Milaré, Poderes Investigatórios do Ministério Público nas Ações


Coletivas. – São Paulo: Atlas, 2010. - - (Coleção Atlas do Processo Civil /
coordenação Carlos Alberto Carmona)

CARNEIRO, José Reinaldo Guimarães, O Ministério Público e Suas Investigações


Independentes: Reflexões sobre a inexistência de monopólio na busca da verdade
real. – São Paulo: Malheiros Editores, 2007.

http://www.mpu.gov.br/navegacao/legislacao/reg_internoMPF.pdf

http://jus.uol.com.br/revista/texto/269/posicionamento-do-ministerio-publico

http://www.atame-df.com.br/artigos/artigo004.pdf

http://www.mauriciodenassau.edu.br/artigo/listar/rec/281

http://www.escolamp.org.br/arquivos/revista_23_01.pdf

http://www.anpr.org.br/portal/files/Revista_NoticiasANPR_51.pdf

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