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POLÍTICA DE ATENDIMENTO
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Estamos ingressando na  
do Estatuto da Criança e do
Adolescente (Livro II), sendo ela iniciada pelo Título I ± 
  
  ou seja, como aqueles princípios estabelecidos pela Constituição
Federal e detalhados pela Parte Geral do Estatuto devem ser efetivamente
aplicados.
Dentro do sistema de proteção integral, estabelece o art. 86 do ECA
que ³a política de atendimento dos direitos da crianç a e do adolescente far-se-á
através de um conjunto articulado de ações governamentais e não
governamentais,
da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios´.
Dessa forma, todas as esferas de poder da federação, bem como a sociedade
devem atuar, de forma coordenada, nas ações desenvolvidas para que os
direitos e garantias das crianças e adolescentes sejam plenamente respeitados
e efetivados.
O art. 87 estabelece as chamadas ³linhas de ação da política de
atendimento´, as quais procuram direcionar como essas medidas devem ser
desenvolvidas. São elas:
I - políticas sociais básicas;
II - políticas e programas de assistência social, em caráter supletivo, para aqueles que
deles necessitem;
III - serviços especiais de prevenção e atendimento médico e psicossocial às vítimas de
negligência, maus-tratos, exploração, abuso, crueldade e opressão;
IV - serviço de identificação e localização de pais, responsável, crianças e
adolescentes desaparecidos;
V - proteção jurídico-social por entidades de defesa dos direitos da criança e do
adolescente.
VI - políticas e programas destinados a prevenir ou abreviar o período de afastamento do
convívio familiar e a garantir o efetivo exercício do direito à convivência familiar de crianças e
adolescentes;
VII - campanhas de estímulo ao acolhimento sob forma de guarda de crianças e
adolescentes afastados do convívio familiar e à adoção, especificamente inter-racial, de
crianças maiores ou de adolescentes, com necessidades específicas de saúde ou com
deficiências e de grupos de irmãos.
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Essas linhas de ação se iniciam com políticas sociais básicas, que
procuram garantir mínimas condições de subsistência (inc. I) e ações
assistenciais (tal como o ³Bolsa Família´ e outros programas desse tipo) par a
aqueles que necessitem (inc. II).
Além disso, devem ser desenvolvidas ações específicas para a
prevenção e o atendimento médico e psicossocial de crianças e adolescentes
vítimas de negligência, maus-tratos, exploração, abuso, crueldade e opressão
(inc. III); identificação e localização de pais, responsáveis, crianças e
adolescentes desaparecidos (inc. IV); programas para que haja a plena
efetivação do direito à convivência familiar (inc. VI) e campanhas para o
acolhimento sob a forma de guarda de crianças e adolescentes afastados do
convívio familiar e de adoção, principalmente daqueles que, infelizmente (em
razão de traços culturais negativos e perniciosos), tem menores chances de
serem inseridos em famílias substitutas (aqueles afetados por questões
interraciais,
crianças e adolescentes maiores ou com necessidades específicas de
saúde ou com deficiências e de grupos de irmãos) (inc. VII).
Decorre dessas linhas de ação política uma série de diretrizes
políticas de atendimento, as quais estão descritas no art. 88.
Art. 88. São diretrizes da política de atendimento:
I - municipalização do atendimento;
II - criação de conselhos municipais, estaduais e nacional dos direitos da criança e do
adolescente, órgãos deliberativos e controladores das ações em todos os níveis, assegurada a
participação popular paritária por meio de organizações representativas, segundo leis federal,
estaduais e municipais;
III - criação e manutenção de programas específicos, observada a descentralização
político-administrativa;
IV - manutenção de fundos nacional, estaduais e municipais vinculados aos respectivos
conselhos dos direitos da criança e do adolescente;
V - integração operacional de órgãos do Judiciário, Ministério Público, Defensoria,
Segurança Pública e Assistência Social, preferencialmente em um mesmo local, para efeito de
agilização do atendimento inicial a adolescente a quem se atribua autoria de ato infracional;
VI - integração operacional de órgãos do Judiciário, Ministério Público, Defensoria,
Conselho Tutelar e encarregados da execução das políticas sociais básicas e de assistência
social, para efeito de agilização do atendimento de crianças e de adolescentes inseridos em
programas de acolhimento familiar ou institucional, com vista na sua rápida reintegração à
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família de origem ou, se tal solução se mostrar comprovadamente inviável, sua colocação em
família substituta, em quaisquer das modalidades;
VII - mobilização da opinião pública para a indispensável participação dos diversos
segmentos da sociedade.
Podemos condensar essas diretrizes em cinco principais eixos de
atuação:
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Como há diversos órgãos que irão atuar nesse sistema protetivo, é
inequívoco que existe a necessidade de que haja uma coordenação de
esforços entre eles. Assim, o Poder Judiciário, o Ministério Púb lico, a
Defensoria Pública, os Conselhos Tutelares, dentre outros, devem, sobretudo,
ter especial atenção na priorização do atendimento de crianças e adolescentes
inseridos em programas de acolhimento familiar ou institucional, objetivando
buscar:
 sua reintegração em sua família natural;
 na impossibilidade, sua colocação em uma família substituta.
Deve haver uma concentração de esforços no âmbito municipal para
o atendimento de crianças e adolescentes, visto que, de forma inequívoca, na
grande maioria das cidades, o poder público municipal está muito mais
presente e atuante. Isso não representa, de forma alguma, a irresponsabilidade
dos Estados e da União com a gestão dessas questões, mas sim a
necessidade de priorização de esforços locais.
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Como órgãos deliberativos e controladores das ações em todos os
níveis determinou o Estatuto a criação de Conselhos Nacionais, Estaduais e
Municipais dos Direitos da Criança e do Adolescente, sendo que na
composição desses Conselhos deve ser assegurada a participação popular,
segundo a lei federal, estadual e municipal que efetivar, em cada nível, a sua
criação. A participação nesses conselhos não pode ser remunerada (art. 89).
Vamos falar algo sobre o Conselho Nacional dos Direitos da Criança
e do Adolescente, conhecido pela sigla à , que foi criado pela Lei n.º
8.242/91. Ele, seguindo as diretrizes do Estatuto, é gerido de forma
compartilhada, governo e sociedade civil, tendo a responsabilidade de
estabelecer as diretrizes para a Política Nacional de Promoção, Proteção e
Defesa dos Direitos de Crianças e Adolescentes.
Outra missão desse conselho é a atuação na fiscalização das ações
executadas pelo Poder Público (federal, estadual e municipal) nessa área.
Entre as principais atribuições do CONANDA, podem ser destacadas
as seguintes:
 Fiscalização das ações de promoção dos direitos da infância
e adolescência executadas por organismos governamentais e
não-governamentais;
 Definição das diretrizes para a criação e o funcionamento dos
Conselhos Estaduais, Distrital e Municipais dos Direitos da
Criança e do Adolescente e dos Conselhos Tutelares;
 Estímulo, apoio e promoção da manutenção de bancos de
dados com informações sobre a infância e a adolescência;
 Acompanhamento da elaboração e da execução do
Orçamento da União, verificando se estão assegurados os
recursos necessários para a execução das políticas de
promoção e defesa dos direitos da população infanto -juvenil;
 Convocação, a cada dois anos, da Conferência Nacional d os
Direitos da Criança e do Adolescente;
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 Gestão do Fundo Nacional para a Criança e o Adolescente
(FNCA).
Além do Fundo Nacional, devem ser criados fundos estatuais e
municipais vinculados aos respectivos Conselhos.
O Fundo Nacional para a Criança e o Adolescente foi criado pela
mesma lei que criou o CONANDA, sendo suas principais fontes
 doações de pessoas físicas e jurídicas, dedutíveis do Imposto
de Renda, nos termos do artigo 260 do Estatuto;
 recursos do Orçamento da União;
 contribuições dos governos e organismos estrangeiros e
internacionais.
Todos esses esforços se tornam programas específicos de
atendimento, os quais são operacionalizados pelas chamadas   
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As entidades de atendimento, que podem ser governamentais ou
não governamentais (ONGs), são responsáveis pelo planejamento e execução
de programas de proteção e sócio -educativos destinados a crianças e
adolescentes.
O funcionamento de entidades não -governamentais está
condicionado ao seu registro no Conselho Municipal dos Direitos da Criança e
do Adolescente.
Nos termos do art. 91, § 1º do ECA, esse registro deve ser negado à
entidade que:
a) não ofereça instalações físicas em condições adequadas de
habitabilidade, hig iene, salubridade e segurança;
b) não apresente plano de trabalho compatível com os
princípios desta Lei;
c) esteja irregularmente constituída;
d) tenha em seus quadros pessoas inidôneas.
e) não se adequar ou deixar de cumprir as resoluções e
deliberações relativas à modalidade de atendimento prestado
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expedidas pelos Conselhos de Direitos da Criança e do
Adolescente, em todos os níveis.
O registro da entidade não -governamental tem validade máxima de
quatro anos, cabendo ao Co nselho Municipal dos Direitos da Criança e do
Adolescente avaliar, dentro dos mesmos critérios de concessão, o cabimento
de sua renovação.
Realizado o registro da entidade, esta deverá proceder à inscrição
de seus programas no Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do
Adolescente.
A inscrição desses programas é também obrigatória para as
entidades governamentais.
Esses programas devem adotar algumas formas estabelecidas pelo
Estatuto, denominados      . São eles:
 orientação e apoio sócio -familiar;
 apoio sócio-educativo em meio aberto;
 colocação familiar;
 acolhimento institucional;
 liberdade assistida;
 semi-liberdade;
 internação.
Há uma preocupação especial do Estatuto com as crianças e os
adolescentes que estão em situação de abandono, em geral chamadas de
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  , sendo que há específicos programas destinados a elas (apoio
sócio-educativo em meio aberto), que procuram destiná -las a programas de
acolhimento familiar ou institucional, ou seja, elas permanecem com famílias
(na forma de guarda) ou instituições que devem procurar:
 buscar o restabelecimento dos vínculos familiares;
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 a inserção em família substituta, quando esgotados os
recursos de manutenção na família natural ou extensa.
A forma como todos esses programas são executados deve ser
reavaliada pelo Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente,
no máximo, a cada dois anos.
Em relação às entidades que desenvolvem programas de
internação, que são específicos para situações em que há o cometimento de
ato infracional (que veremos na próxima aula), devem ser observado uma série
de requisitos do art. 94 do Estatuto, os quais podemos sintetizar em três linhas
de ação:
 respeito aos direitos e garantias individuais dos adolescentes
sujeitos a essa medida sócio -educativa;
 reaproximação e fortalecimentos dos vínculos familiares;
 adoção de medidas de cuidado pessoal, cultural e de
formação (inclusive profissional).
Dentre essas diversas medidas estipuladas no art. 94, deve ser
destacada a prevista em seu inc. XIV, cuja redação é a seguinte ³reavaliar
periodicamente cada caso, com intervalo máximo de seis meses, dando ciência
dos resultados à autoridade competente´. Como v eremos na próxima aula,
essa reavaliação é extremamente importante para que possamos compreender
como se dá a aplicação de algumas medidas sócio -educativas.
Os recursos destinados a todos esses programas devem ter como
fonte dotações orçamentárias dos órgã os públicos encarregados das áreas de
Educação, Saúde e Assistência Social, dentre outros, sempre observando o
princípio da prioridade absoluta à criança e ao adolescente (art. 227 da
Constituição Federal e art. 4.º do Estatuto).
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Além da fiscalização dos programas de atendimento, as entidades
governamentais e não-governamentais sofrem constantes fiscalizações
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realizadas pelo Poder Judiciário, Ministério Público e pelos Conselhos
Tutelares.
Ela é, sobretudo, mais relevante nas entidades que desenvolvem
programas de internação, uma vez que, no passado, houve uma série de
incidentes em que se demonstrou um profundo afastamento das obrigações
estipuladas no art. 94 do Estatuto. Nesses casos, além da re sponsabilidade
civil e criminal de seus dirigentes ou prepostos (ou seja, dos servidores e
funcionários que nelas atuam), são cabíveis as seguintes sanções:
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Em caso de reiteradas infrações cometidas por entidades de
atendimento, que coloquem em risco os direitos assegurados no Estatuto o fato
deve ser comunicado ao Ministério Público ou representado perante o Juiz da
Infância e da Juventude da Comarca para as providências cabíveis, inclusive
suspensão das atividades ou dissolução da entidade.
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Essa fiscalização ocorre, igualmente, em relação às verbas públicas
recebidas para a manutenção dos programas, sendo que seus planos de
aplicação e as prestações de contas devem ser apresentados ao Estado ou ao
Município que forneceram essas verbas para a entidade.
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Vamos falar agora das chamadas M   
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Elas são de extrema importância no sistema de proteção integral
estabelecido pelo Estatuto, devendo ser empregadas sempre que se configurar
qualquer das situações descritas no art. 98, as quais podemos sintetizar da
seguinte forma:
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O antigo e já revogado Código de Menores utilizava uma expressão
para definir essa situação que era © 
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©. Muito embora essa norma não mais esteja em vigor, é comum se falar
ainda hoje em situação de risco nas situações descritas no art. 98.
Caracterizada qualquer das hipóteses do art. 98, devem ser
aplicadas as medidas específicas de proteção, sendo que essa aplicação pode
se dar de forma isolada ou cumulativa, bem como elas podem ser substituídas
a qualquer tempo.
A aplicação dessas medidas deve levar em conta as necessidades
pedagógicas, bem como deve haver prioridade para aquelas que objetivem o
fortalecimento dos vínculos familiares e comunitários, bem como devem ser
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respeitados os diversos princípios dispostos no parágrafo único do art. 100.
São eles:
Parágrafo único. São também princípios que regem a
aplicação das medidas:
I - condição da criança e do adolescente como sujeitos de
direitos: crianças e adolescentes são os titulares dos direitos
previstos nesta e em outras Leis, bem como na Constituição
Federal;
II - proteção integral e prioritária: a interpretação e aplicação
de toda e qualquer norma contida nesta Lei deve ser voltada à
proteção integral e prioritária dos direitos de que crianças e
adolescentes são titulares;
III - responsabilidade primária e solidária do poder público: a
plena efetivação dos direitos assegurados a crianças e a
adolescentes por esta Lei e pela Constituição Federal, salvo
nos casos por esta expressamente ressalvados, é de
responsabilidade primária e solidária das 3 (três) esferas de
governo, sem prejuízo da municipalização do atendimento e da
possibilidade da execução de programas por entidades não
governamentais;
IV - interesse superior da criança e do adolescente: a
intervenção deve atender prioritariamente aos interesses e
direitos da criança e do adolescente, sem prejuízo da
consideração que for devida a outros interesses legítimos no
âmbito da pluralidade dos interesses presentes no caso
concreto;
V - privacidade: a promoção dos direitos e proteção da criança
e do adolescente deve ser efetuada no respeito pela
intimidade, direito à imagem e reserva da sua vida privada;
VI - intervenção precoce: a intervenção das autoridades
competentes deve ser efetuada logo que a situação de perigo
seja conhecida;
VII - intervenção mínima: a intervenção deve ser exercida
exclusivamente pelas autoridades e instituições cuja ação seja
indispensável à efetiva promoção dos direitos e à proteção da
criança e do adolescente;
VIII - proporcionalidade e atualidade: a intervenção deve ser a
necessária e adequada à situação de perigo em que a criança
ou o adolescente se encontram no momento em que a decisão
é tomada;
IX - responsabilidade parental: a intervenção deve ser
efetuada de modo que os pais assumam os seus deveres para
com a criança e o adolescente;
X - prevalência da família: na promoção de direitos e na
proteção da criança e do adolescente deve ser dada
prevalência às medidas que os mantenham ou reintegrem na
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sua família natural ou extensa ou, se isto não for possível, que
promovam a sua integração em família substituta;
XI - obrigatoriedade da informação: a criança e o adolescente,
respeitado seu estágio de desenvolvimento e capacidade de
compreensão, seus pais ou responsável devem ser informados
dos seus direitos, dos motivos que determinaram a intervenção
e da forma como esta se processa;
XII - oitiva obrigatória e participação: a criança e o
adolescente, em separado ou na companhia dos pais, de
responsável ou de pessoa por si indicada, bem como os seus
pais ou responsável, têm direito a ser ouvidos e a participar
nos atos e na definição da medida de promoção dos direitos e
de proteção, sendo sua opinião devidamente considerada pela
autoridade judiciária competente, observado o disposto nos §§
1o e 2o do art. 28 desta Lei.´ (NR)
Dessa forma, ocorrendo qualquer das hipóteses do art. 98, devem
ser aplicadas as medidas específicas de proteção, sendo que o art. 101 do
Estatuto estabelece uma série delas, sendo que, conforme as peculiaridades
do caso concreto, outras poderão ser adotadas.
As medidas estabelecidas no art. 101 são as seguintes:
I - encaminhamento aos pais ou responsável, mediante termo de responsabilidade;
II - orientação, apoio e acompanhamento temporários;
III - matrícula e freqüência obrigatórias em estabelecimento oficial de ensino
fundamental;
IV - inclusão em programa comunitário ou oficial de auxílio à família, à criança e ao
adolescente;
V - requisição de tratamento médico, psicológico ou psiquiátrico, em regime hospitalar
ou ambulatorial;
VI - inclusão em programa oficial ou comunitário de auxílio, orientação e tratamento a
alcoólatras e toxicômanos;
VII - acolhimento institucional;
VIII - inclusão em programa de acolhimento familiar;
IX - colocação em família substituta
Podemos verificar que essas medidas são desenvolvidas de forma a
estabelecer a priorização dos direitos da criança e do adolescente, sendo que,
na sua aplicação:
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 devem ser aplicadas aquelas que busquem fortalecer o
convívio familiar;
 se o convívio familiar está enfraquecido por alguma razão,
essas medidas devem buscar um apoio (orientação,
acompanhamento e programas comunitários e oficiais de
auxílio à família, à criança e ao adolescente) para que se
estabeleçam bases mais sólidas para que ele ocorra;
 em algumas situações se faz necessário encaminhar a
criança e o adolescente para tratamento (médico ou
psicológico), ou mesmo a adoção de medidas para que seja
respeitado ou garantido seu direito de acesso ao ensi no
fundamental;
 especialmente nos casos em que a criança está em situação
de abandono, se faz necessário que ela seja incluída em
programas de abrigo institucional ou familiar, de forma a
possibilitar um melhor acompanhamento de sua situação,
sempre como uma forma de transição para reintegração
familiar ou, não sendo esta possível, para colocação em
família substituta.
Dessa forma, o que se pode observar é que há sempre um grande
objetivo nas medidas de específicas de proteção, ou seja, a reinserção da
criança e do adolescente em situação de risco em sua família, em uma clara
indicação que os vínculos familiares sempre devem ser priorizados.
Tanto é assim que o afastamento da criança ou do adolescente de
sua família, salvo em situações emergenciais (normal mente relacionadas a
casos em que eles são vítimas de graves infrações penais), somente pode
ocorrer por meio de decisão judicial, em processo proposto pelo Ministério
Público ou por quem tenha legítimo interesse, sendo plenamente assegurado
aos pais e responsáveis legais o exercício do contraditório e da ampla defesa.
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€uando da aplicação de qualquer dessas medidas de proteção,
deve haver uma adicional preocupação, ou seja, a regularização do registro
civil da criança ou do adolescente afetado.
Isso se dá em razão de ainda haver em nosso país um grande
número de pessoas que não possuem o registro civil de seu nascimento.
Essas medidas devem ser realizadas da seguinte forma:
 realização de pesquisa sobre a e xistência desse registro;
 não havendo o registro, o assento de nascimento da criança
ou adolescente será feito à vista dos elementos disponíveis,
mediante requisição da autoridade judiciária;
 esses registros nos Cartórios de Registro de Pessoas
Naturais devem ser elaborados com isenção de multas,
custas e emolumentos, gozando de absoluta prioridade;
 se necessário o Ministério Público pode propor ação de
investigação de paternidade, se houver o não
comparecimento ou a recusa do suposto pai em assumir a
paternidade a ele atribuída;
 se a criança ou o adolescente for encaminhado para adoção a
ação de investigação de paternidade é dispensável. c

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