O termo Cubo-Futurismo foi utilizado pela primeira vez em 1913 pelo
crítico Korney Chukovsky (1882-1969, poeta, crítico literário e ensaísta) com referência a um grupo de poetas de avant-garde de que faziam parte Vladimir Mayakovsky e o pintor David Burlyuk (a obra deste artista apresenta em 1911 influências do Cubismo), subsequentemente o termo Cubo-Futurismo foi adaptado pelos pintores progressistas e refere-se hoje à pintura russa do período de 1912 a 1915 que combina ambos os estilos. O Cubo-Futurismo, veio assim, a ser um movimento pictórico (pictórico é um gênero da pintura, no qual se visa a representar a aparência visual do sujeito) fundado por Mikhail Larionov (de influencias pós-impressionistas) e Natalia Goncharova com a participação de Kasimir Malevich e Vladimir Tatlin, artistas de fortes influências ocidentais. O movimento cubo-futurista, na realidade, surgiu como consequência do contato com o ocidente, a industrialização do país e a consequente nova sociedade que surgia. Mas, ao contrário dos ocidentais, os russos não endeusavam máquinas e guerra, preferiram a amplificação do sentido, o zaum (termo sem equivalente no Ocidente), o trans-sentido, a total liberdade para redefinir estilo e conteúdo da arte. Foi essencialmente um movimento ecléctico (com ligações aos artistas russos que formariam o Blau Reiter de Munique, Kandinsky e Yavlensky), uma reinterpretação do Cubismo (de Pablo Picasso, Georges Braque e Fernand Léger), do Orfismo francês (de Robert Delaunay – 1885-1941) e do Futurismo italiano (de Emilio Filippo Tommaso Marinetti, 1876-1944, poeta, editor e ideólogo italiano), combinados com a influência da arte popular russa (Neo- primitivismo). O Neo-primitivismo surgiu em 1909 na terceira exposição do "Tosão de Ouro". Larionov, Goncharova, Vladimir Burliuk, Malevich e Tatlin propõem o retorno ás formas de pintura tradicional Russa, os Ícones e a arte popular (o termo Neoprimitivismo foi cunhado pelo critico de arte A. Shevchenko em 1913). A arte Cubo-Futurista deu ênfase ao movimento, à ação, à superfície, possuía cores fortes, fragmentava os objetos, interagia formas e ambiente, e iniciou o uso de letras e palavras na pintura – Mikhail Larionov foi o primeiro artista russo a incluí-las em seus quadros. O Cubo-Futurismo não teve longa duração, permanecendo apenas no período de 1912 a 1915, mas foi crucial para o desenvolvimento da arte russa.