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Confidência do Itabirano
Alguns anos vivi em Itabira.
Principalmente nasci em Itabira.
Por isso sou triste, orgulhoso: de ferro.
Noventa por cento de ferro nas calçadas.
Oitenta por cento de ferro nas almas.
E esse alheamento do que na vida é porosidade e comunicação.
A Itabira onde o eu lírico nasceu não existe mais, é “apenas” uma fotografia na
parede. Mas não é fácil livrar-se desse passado, pois ele deixou marcas profundas.
E, nesse mundo em profundas transformações e, muitas vezes, em crise, o “eu” de
Drummond, ao longo de sua obra, como o “eu” coletivo, busca se encontrar, busca se
entender e, com frequência, se confessa solitário, perdido, desorientado, sente-se pequeno
e impotente diante da realidade. (Veremos isso em vários outros poemas da antologia)
EXERCÍCIOS
Confidência do Itabirano
03. (Fuvest 2016) Na última estrofe, a expressão que justifica o uso da conjunção
sublinhada no verso “Mas como dói!” é:
a) “Hoje”.
b) “funcionário público”.
c) “apenas”.
d) “fotografia”.
e) “parede”.
04. (Fuvest 2016) Tendo em vista que o poema de Drummond contém referências a
aspectos geográficos e históricos determinados, considere as seguintes afirmações:
I. O poeta é “de ferro” na medida em que é nativo de região caracterizada pela existência
de importantes jazidas de minério de ferro, intensamente exploradas.
II. O poeta revela conceber sua identidade como tributária não só de uma geografia, mas
também de uma história, que é, igualmente, a da linhagem familiar a que pertence.
III. A ausência de mulheres de que fala o poeta refere-se à ampla predominância de
população masculina, na zona de mineração intensiva de que ele é originário.
05. (Enem PPL 2015) O poeta pensa a região como lugar, pleno de afetos. A longa história
da ocupação de Minas Gerais, iniciada com a mineração, deixou marcas que se atualizam
em Itabira, pequena cidade onde nasceu o poeta. Nesse sentido, a evocação poética indica
o(a)
a) pujança da natureza resistindo à ação humana.
b) sentido de continuidade do progresso.
c) cidade como imagem positiva da identidade mineira.
d) percepção da cidade como paisagem da memória.
e) valorização do processo de ocupação da região.
GABARITO