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CONTEXTO HISTÓRICO

• Teocentrismo:
poder espiritual e
cultural da Igreja

• Cristianismo
• Cruzadas rumo ao
Oriente

• Monopólio clerical 6
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Obras cinematográficas

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A LITERATURA
BRASILEIRA –
- INFLUÊNCIA DA LITERATURA
PORTUGUESA:
- Nossos escritores eram portugueses;
- Ou eram brasileiros, mas com formação.
universitária em Portugal.

Assim, a Literatura Brasileira é uma


continuação da Literatura Portuguesa.
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CRONOLOGIA
◼ Período: séculos XII a XIV

◼ Início: 1189 (ou 1198?)


◼ Cantiga da Ribeirinha,
Paio Soares de Taveirós

◼ Término: 1418
◼ Nomeação de Fernão
Lopes como guarda-mor
da Torre do Tombo 15
CANCIONEIRO DA
AJUDA

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POESIAS
• Cantigas Lírico-
amorosas
– Cantiga de amor
– Cantiga de amigo

• Cantigas Satíricas
– Cantiga de escárnio
– Cantiga de Maldizer 17
CARACTERÍSTICAS DAS
CANTIGAS
• Língua galego-português
• Tradição oral e coletiva
• Poesia cantada e acompanhada por
instrumentos musicais colecionada em
cancioneiros
• Autores: trovadores
• Intérpretes: jograis, segréis e menestréis.

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• Cantiga de amor
– Origem provençal

– Eu lírico masculino

– Tratamento dado à
mulher: mia senhor

– Expressão da vida da
corte

– Convenções do amor
cortês:
– Idealização da
mulher;
– Vassalagem
amorosa;
– Expressão da 19
coita
CANTIGA DE AMOR
Cantiga da Ribeirinha Cantiga da Ribeirinha
No mundo non me sei parelha,
mentre me for’ como me vai, No mundo ninguém se assemelha a mim
ca já moiro por vós – e ai! enquanto a minha vida continuar como vai
mia senhor branca e vermelha,
porque morro por vós, e ai
queredes que vos retraia
quando vos eu vi en saia! minha senhora de pele alva e faces rosadas,
Mau dia me levantei, quereis que vos descreva
que vos enton non vi fea! quando vos eu vi sem manto
E, mia senhor, des aquel di’, ai! Maldito dia! me levantei
me foi a mi muin mal, que não vos vi feia (ou seja, a viu mais bela)
e vós, filha de don Paai E, minha senhora, desde aquele dia, ai
Moniz, e bem vos semelha tudo me foi muito mal
d’aver eu por vós guarvaia, e vós, filha de don Pai
pois eu, mia senhor, d’alfaia
Moniz, e bem vos parece
nunca de vós ouve nem ei
valia d’ua correa. de Ter eu por vós guarvaia
(Paio Soares de Taveirós) pois eu, minha senhora, como mimo
de vós nunca recebi
VOCABULÁRIO algo, mesmo que sem valor
retraia: retrate
saia: roupa íntima
guarvaia: roupa luxuosa
parelha: semelhante 20
Cantigas
A dona que eu am’e tenho por senhor
de Amor
Dama que eu sirvo e que muito
amostráde-mh-a Deus, se vos en prazer for, adoro mostrai-ma, ai Deus! Pois que
se non, dade-mi a morte. vos imploro,
Senão, dai-me a morte.

A que tenh’eu por lume destes olhos meus


e por que choran sempr’, amostráde-mh-a, Essa que é a luz dos olhos meus
Deus, por quem sempre choram, mostrai-
se non, dáde-mi a morte. me, ai Deus!
Senão, dai-me a morte.
Essa que vós fezestes melhor parecer
de quantas sei, ai Deus!, fazéde-mh-a veer, Essa que entre todas fizestes
se non, dáde-mh a morte. formosa,
mostrai-ma, ai Deus! Onde vê-la eu
possa,
Ay Deus, que mi-a fezestes mais ca min Senão, dai-me a morte.
amar,
mostráde-mh-a u possa con ela falar,
se non, dade-mh a morte
A que me fizesse amar mais do que
Bernardo Bonaval tudo,
Mostrai-ma e onde posso com ela
falar, 21
Senão, dai-me a morte.
INTERTEXTUALIDADE :
Roberto Carlos
Eu tenho tanto pra te falar,
mas com palavras não sei dizer
como é grande o meu amor por você.
E não há nada pra comparar
para poder lhe explicar
como é grande o meu amor por você.
Nem mesmo o céu, nem as estrelas,
nem mesmo o mar e o infinito,
não é maior que o meu amor,
nem mais bonito.
Eu desespero a procurar
alguma forma de lhe falar
como é grande o meu amor por você.
Nunca se esqueça nenhum segundo
que eu tenho o amor maior do mundo, 22
como é grande o meu amor por você.
Queixa – Caetano Veloso
Um amor assim delicado
Você pega e despreza
Não devia ter despertado
Ajoelha e não reza
{...}
Princesa, surpresa, você me arrasou
Serpente, nem sente que me envenenou
Senhora, e agora, me diga onde eu vou
Senhora, serpente, princesa
Um amor assim violento
Quando torna-se mágoa
É o avesso de um sentimento
Oceano sem água

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Cantigas de Amigo
• Eu lírico feminino;
• Ambiente popular (campo, vilas, praia etc.);
• Tema
a) separação do namorado, que parte em alguma expedição militar e a
espera de seu retorno;
(b) a romaria a lugares santos, onde a donzela busca uma conquista
amorosa, através da dança;
(c) as bailadas, que versam exclusivamente o tema da dança;
(d) as marinhas ou barcarolas, à beira do mar;
(e) o tema das tecedeiras, no interior dos lares;
(f) e o tema das chamadas cantigas de fonte, onde as donzelas iam lavar os
cabelos ou mesmo a roupa, encontrando-se então com os namorados.

• Amor real (saudades de quem o eu lírico teve);


• Paralelismo (repetições parciais)
• Refrão (repetições integrais)
• Sentimentos de saudade do "amigo";
• Composições com diálogo;
• Presença das forças da natureza;
• Composição masculina. 24
POESIA TROVADORESCA
• Cantiga de amigo
– Origem popular
– Eu lírico feminino
– Tratamento dado ao
namorado: amigo
– Expressão da vida
campesina e urbana
– Realismo: fatos comuns
à vida cotidiana
– Amor realizado ou
possível – sofrimento
amoroso
– Paralelismo e refrão
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Cantigas de Amigo

Ondas do mar de Vigo, Ondas do mar de Vigo,


se vistes meu amigo? acaso vistes meu amigo? Queira
E ai Deus, se verra cedo! Deus que ele venha cedo! (digam
que virá cedo)
Ondas do mar levado,
se vistes meu amado? Ondas do mar agitado,
acaso vistes meu amado?
E ai Deus, se verra cedo! Queira Deus que ele venha cedo!

Se vistes meu amigo, Acaso vistes meu amigo


o por que eu sospiro? aquele por quem suspiro?
E ai Deus, se verra cedo! Queira Deus que ele venha cedo!

Acaso vistes meu amado,


Se vistes meu amado, por quem tenho grande cuidado
por que ei gran coitado? (preocupado) ?
E ai Deus, se verra cedo! Queira Deus que ele venha cedo
Martim Codax
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Tanta saudade-
wanessa camargo
O mundo caiu no instante em que
eu me vi sem você
Eu não me toquei eu só acreditei
que o amor fosse fácil de se
esquecer eu errei.
Eu tenho tanta saudade..
Sinto falta de você dizendo que eu
te fiz feliz
Eu tô colhendo a tempestade que
eu mesma fiz
Será que um dia desses vou te
encontrar
Só pra te dizer que foi com você
Que aprendi a amar
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INTERTEXTUALIDADE: Amor I love you – marisa
monte

 Deixa eu dizer que te amo


Deixa eu pensar em você? Hoje contei pras paredes
Isso me acalma Coisas do meu coração
Me acolhe a alma Passeei no tempo
Isso me ajuda a viver Caminhei nas horas
Mais do que passo a paixão
Hoje contei pras paredes
Coisas do meu coração É um espelho sem razão
Passeei no tempo Quer amor fique aqui?
Caminhei nas horas
Mais do que passo a paixão Meu peito agora dispara
Vivo em constante alegria
É um espelho sem razão É o amor que está aqui
Quer amor fique aqui?
Amor I love you
Deixa eu dizer que te amo Amor I love you
Deixa eu gostar de você Amor I love you
Isso me acalma Amor I love you(bis)
Me acolhe a alma
Isso me ajuda a viver
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VALOR DA POESIA
MEDIEVAL
• Interesse social e histórico
- sentimentos de homens e mulheres;
- alguns usos e costumes da época;
- relações entre fidalgos e plebeus;
- lutas entre trovadores e jograis;
- covardia de alguns militares.

• Interesse artístico e estilístico

• Interesse para o estudo linguístico


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POESIA TROVADORESCA
Cantigas satíricas

• Cantiga de escárnio
– Crítica indireta
– Uso da ironia

• Cantiga de Maldizer
– Crítica direta
– Intenção difamatória
– Palavrões e xingamentos
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CANTIGA DE ESCÁRNIO
Ai dona fea! foste-vos queixar Ai! dona feia! fostes vos queixar
porque vos nunca louv’ em meu trobar porque nunca vos louvei em meu trovar
mais ora quero fazer um cantar mas, agora quero fazer um cantar
em que vos loarei toda via; em que vos louvarei, todavia;
e vedes como vos quero loar; e vide como vos quero louvar:
dona fea, velha e sandia! dona feia, velha e louca.

Ai dona fea! se Deus mi perdom! Ai! dona feia! que Deus me perdoe!
e pois havedes tan gran coraçon pois vós tendes tão bom coração
que vos eu loe em esta razon, que eu vos louvarei, por esta razão,
vos quero já loar toda via; eu vos louvarei, todavia;
e vedes queal será a loaçon: e veja qual será a louvação:
dona fea, velha e sandia! dona feia, velha e louca!

Dona fea, nunca vos eu loei Dona feia, eu nunca vos louvei
em meu trobar, pero muito trobei; em meu trovar, mas muito já trovei;
mais ora já um bom cantar farei entretanto, farei agora um bom cantar
em que vos loarei todavia; em que vos louvarei todavia;
e direi-vos como vos loarei: e vos direi como louvarei:
dona fea, velha e sandia! dona feia, velha e louca!
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Uma Arlinda Mulher
Mamonas Assassinas
Te encontrei toda remelenta e estronchada
Num bar entregue às bebida
Te cortei os cabelos do sovaco e as unhas do pé
te chamei de querida
Te ensinei todos os auto-reverse da vida
e o movimento de translação que faz a terra girar
Te falei que o importante é competir
mas te mato de pancada se você não ganhar

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Cantigas de Maldizer
Dom Bernaldo (Bernaldo de Bonaval),
um famosos trovador (poeta nobre, pois
"Dom Bernaldo, pois trazeis o pronome Dom antecedendo seu nome
convosco uma tal mulher, indica isso), vulgarizado pelo autor da
a pior que conheceis cantiga ao ser chamado de jogral (poeta
plebeu): afinal, um poeta que anda com
que se o alguazil souber, a pior prostituta que conhece só pode
açoitá-la quererá. ser como ela, que “ se vende”
A prostituta queixar-se-á (lembrando o ditado “dize-me com quem
e vós, assanhar-vos-ei andas e te direi quem és” ).
A cantiga de Pero da Ponte, ainda, tem
tom ameaçador : se o alguazil ( espécie
Vós que tão bem entendeis de policial da época) souber vai querer
o que um bom jogral entende, açoitá-la (observe a insinuação de que
por que demônio viveis Dom Bernaldo se excitará (assanhar-
com uma mulher que se vende ? vos-ei) quando a prostituta estiver
apanhando e se queixando por isso), e
E depois, o que fareis se alguém (que pode ser o próprio autor
se alguém a El-rei contar da cantiga) contar a el-rei, ele vai
a mulher com quem viveis querer justiçá-la. E o que Bernardo de
e ele a quiser justiçar? Bonaval fará ? Irá contra o alguazil?
Contra el-rei? Não. Se ambos souberem
Se nem Deus lhe valerá, que Bernaldo anda com uma prostituta
muito vos molestará, como aquela, o poeta estará perdido
pois valer-lhe não podeis“ ("muito vos molestará" ): nem Deus
(Pero da Ponte) poderá salvá-lo (“Se nem Deus lhe
valerá”), nada ele poderá fazer a
respeito (“valer-lhe não podeis”). Se o
que a cantiga denuncia for de 33
conhecimento de muitas pessoas,
Bernaldo de Bonaval, certamente,
perderá seu prestígio literário, político, moral etc.
Geni e o zepelin – chico buarque
Cantiga de maldizer
 De tudo que é nego torto
Do mangue e do cais do porto
Ela já foi namorada
O seu corpo é dos errantes
Dos cegos, dos retirantes
É de quem não tem mais nada
Dá-se assim desde menina
Na garagem, na cantina
Atrás do tanque, no mato
É a rainha dos detentos
Das loucas, dos lazarentos
Dos moleques do internato
E também vai amiúde
Com os velhinhos sem saúde
E as viúvas sem porvir
Ela é um poço de bondade
E é por isso que a cidade
Vive sempre a repetir
Joga pedra na Geni
Joga pedra na Geni
Ela é feita pra apanhar
Ela é boa de cuspir
Ela dá pra qualquer um
Maldita Geni

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POESIA TROVADORESCA
• Cancioneiro da Ajuda: composto durante o
reinado do rei Afonso III, no século XIII,
contendo apenas cantigas de amor.
• Cancioneiro da Biblioteca Nacional: (ou
Colocci-Brancuti, dois italianos que o
possuíam), engloba trovadores dos reinados de
Afonso III e de D. Dinis.
• Cancioneiro da Vaticana: (descoberto na Biblioteca do
Vaticano), inclui todos os tipos de cantigas e contém uma produção do
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século XVI.
PROSA TROVADORESCA
• Novelas de cavalaria
– Canções de gesta

• Ciclos de novelas
– Ciclo Clássico
– Ciclo arturiano ou
bretão
– Ciclo carolíngeo
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Ciclos das novelas de cavalaria

◼ Ciclo Clássico (novelas que narram a guerra de Tróia, as


aventuras de Alexandre, o grande)

◼ Ciclo arturiano ou bretão (as que apresentam o rei


Arthur e os cavaleiros da Távola Redonda – A Demanda
do Santo Graal)

◼ Ciclo carolíngeo (a História de Carlos Magno)

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PROSA TROVADORESCA

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PROSA TROVADORESCA

Os cavaleiros da
Távola Redonda

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CICLO ARTURIANO

◼ Rei Arthur

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CICLO ARTURIANO

A demanda do
Santo Graal

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AS CRUZADAS

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OS CAMINHOS DAS
CRUZADAS

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PRINCIPAIS AUTORES
• Paio Soares de Taveirós
• Dom Dinis
• Duarte da Gama
• Martim Garcia de Guilhade
• Martim Codax
• João Zorro
• Afonso Sanches (filho de D. Dinis)
• Rui Queimado
• Bernardo Bonaval 44
Os representantes da escola

D. Afonso X D. Dinis D. Duarte

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Vestimenta do homem medieval europeu

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O CLERO

• vestiam túnicas e mantos


enfeitados;

• alguns tecidos eram feitos


com fios de ouro;

• certas roupas eram enfeitadas


com pedras preciosas e
pérolas.

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A NOBREZA

Homem Nobre: Pelote com longas cavas, Touca de pano ou seda,


Manto ou Capa, Saia justa ao corpo.
49
A NOBREZA
Mulher Nobre: Touca sobre o lenço passado ou
véu passado sobre o queixo. Vestido justo de
manga larga

50
O povo
• vestia túnicas simples e
blusas.

Camponês: Túnica curta,


camisa comprida até aos
joelhos, cordão à cintura,
botas de couro e chapéu
grande na cabeça.

Camponesa: Vestido comprido,


túnica comprida sobre o
vestido, cordão à cintura e
chapéu grande na cabeça.

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Os Cavaleiros

52
Os Trovadores

53
Costumes do homem medieval europeu

Faziam banquetes ao som de música. 54


Costumes do homem medieval europeu

55
Costumes do homem medieval europeu

A caçada era o esporte preferido da nobreza. 56


Costumes do homem medieval europeu

57
Mapa Mental

58

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