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ANO DO ENSINO

FUNDAMENTAL II

APRENDIZAGEM
SOCIOEMOCIONAL

Referências do Professor
DIREÇÃO GERAL
LUCIANA FOGAÇA

COORDENAÇÃO PEDAGÓGICA
BRUNA GUNDIM

PRODUÇÃO DE CONTEÚDOS
EQUIPE LIM

IMAGENS
ALESSANDRO DE MATTOS

DIAGRAMAÇÃO E ILUSTRAÇÃO
LUANA FOGAÇA
MAXWEL TIBÉRIO

REVISÃO
ELIANE MARA ALVES CHAVES

ISBN : 978-85-93825-05-7
Educação Socioemocional + Atenção Plena

A Educação Socioemocional é a base do trabalho que iremos desenvolver. Para

tanto, nosso programa tem o foco na Atenção Plena e nas técnicas da Rotina Ser

Presente, as quais ampliam a capacidade de atenção e foco.

A Atenção Plena funciona de dentro


O que é Atenção Plena?
para fora, reduzindo os níveis de
É a capacidade básica do ser

humano de focar a atenção no


estresse e ansiedade, o
momento presente e aceitá-lo com a

gerenciamento das emoções e dos mente e o coração abertos, evitando

qualquer tipo de julgamento. Estar


pensamentos ruminantes, e também
presente é concentrar a atenção

total no aqui e agora.


contribuindo para a qualidade de

presença. Por outro lado, as A atenção está cada vez mais

escassa nos dias de hoje; ela pode ser


habilidades socioemocionais atendem
sequestrada por tudo, do estresse em

nossas vidas ao toque de nossos


às necessidades dos alunos de fora
telefones. As inúmeras distrações do

para dentro, ampliando a consciência mundo contemporâneo podem desviar

nossa atenção daquilo que nos


social, a capacidade de se colocar no
propomos a realizar, o que pode

causar frustrações quando não


lugar do outro, o pensamento
atingimos o resultado esperado.

cognitivo e reflexivo, assim como a


Por esse motivo, acreditamos que

tomada de decisão responsável para estimular a Atenção Plena dos alunos,

por meio das práticas cientificamente


que prosperem na escola e na vida.
comprovadas em nosso método, pode

contribuir para o desenvolvimento das

habilidades cognitivas, emocionais e

sociais. Afinal, como é possível

aprender sem estar presente de

mente-corpo?

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É um conjunto de conhecimento, habilidades e

atitudes que equipam um indivíduo a tomar

O QUE SÃO AS consciência de si mesmo, a gerenciar os

HABILIDADES desafios diários, a construir relacionamentos

SOCIOEMOCIONAIS? positivos e a tomar decisões adequadas para

bem viver em sociedade.

Nossa metodologia envolve cinco habilidades,

descritas a seguir.

Autoconsciência: identificação de emoções, reconhecimento de pontos fortes

e necessidades, e também desenvolvimento de uma mentalidade construtiva.

Autogerenciamento: gerenciamento de emoções, controle de impulsos e

estabelecimento de metas.

Consciência social: possibilidade de ver as coisas da perspectiva de outras

pessoas, de mostrar empatia e de valorizar a diversidade.

Habilidades de relacionamento: comunicação, cooperação e resolução de

conflitos.

Tomada de decisão responsável: inclusão de um pensamento sobre as

consequências do comportamento pessoal.

Contamos, pois, com o seu apoio para alcançar esses objetivos!

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Campo Relaxado

As atividades devem ser realizadas em campo relaxado, ou seja, em

contexto educativo, garantindo-se a segurança, a espontaneidade, a

criatividade e a fluidez ao trabalho.

Para isso, é muito importante que, nos momentos de maior tensão e

emoção, os quais acabam surgindo conforme situações pontuais

vividas pelos grupos e famílias, aja-se com naturalidade, respeitando

o que o aluno está trazendo, sem querer aprofundar mais do que o

tema, o tempo e o contexto permitem. Bom senso e paciência serão

fundamentais aqui também! Afinal, o trabalho tem cunho pedagógico

educativo e preventivo. Portanto, deve-se relaxar e conduzir o

processo com leveza e tranquilidade.

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Respiração Consciente

Todos respiram. Respirar é vital, e isso São inúmeras as vantagens da

é feito de forma automática, sem a Respiração Plena, que está ligada à

compreensão do poder que a liberação de hormônios que auxiliam

respiração pode ter na vida. A na lida com ansiedade, depressão,

respiração consciente é um ato pânico e estresse, doenças que se

simples, repleto de benefícios, que


tornaram comuns na sociedade atual.

pode ser aplicado por qualquer

pessoa, a qualquer momento, mas que


Para experimentar, fazer este exercício

precisa de treino e persistência para


por um tempo: fechar os olhos e sentir

acontecer. Consiste na percepção


no corpo os benefícios da respiração

total do caminho da respiração no


profunda e consciente, assim como de
corpo, ignorando os pensamentos
minimizar os pensamentos ruminantes.
recorrentes e persistindo com o foco

no ar, entrando e saindo pelo nariz.


Encontrar um lugar confortável ou

apenas fechar os olhos para se


É possível experimentar: sentar-se de

conectar com o interior; se tiver tempo,


forma confortável, fechar os olhos e

começar com uma inspiração colocar uma música relaxante e

profunda, percebendo onde começa a agradável ao fundo; buscar uma

respiração: nas narinas, no peito, na respiração profunda, tranquila e sem

barriga... Quando se inspira, a barriga pressa, fazendo o possível para focar

enche-se ou comprime-se... O sistema


no momento presente. O importante é

respiratório é como um balão: se


focar; pensar que existe apenas o ar,

encher de ar, ele cresce; quando o ar


entrando e saindo do corpo.
sai, ele murcha...

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Massagem e Automassagem

A massagem e a automassagem podem ser utilizadas no início das atividades. Elas

costumam ser agradáveis, pois ajudam a diminuir a rigidez dos músculos, causam

relaxamento e, ainda, têm uma relação com a ocitocina, um hormônio

neurotransmissor que afeta positivamente a química do cérebro e as respostas

fisiológica e psicológica do corpo.

Roda de Conversa

As rodas de conversa serão ferramentas bem aproveitadas, pois propiciam um ambiente

mais relaxado para que os alunos possam falar o que pensam sobre os temas que cada

atividade propõe. Nesse momento, é importante ficar atento para que cada um tenha a

oportunidade de falar e ser ouvido. Sabe-se que, em todos os grupos, há os que falam com

mais facilidade e que possuem um repertório já construído de comunicação e outros mais

tímidos ou introspectivos, que precisam sentir que há espaço para si também. Pode

acontecer de um aluno escolher não falar, permanecer em silêncio ou até mesmo dormir; a

técnica da Roda de Conversa também prevê esse comportamento e respeita essa

condição.

No SER PRESENTE , acredita-se que a ampliação da consciência e da qualidade da

presença passa por compreender sobre o corpo, a respiração, os sentimentos, as

ideias prévias e as construídas ao longo do programa; poder dialogar, aprender a

falar e escutar geram conhecimento, insights e novas perspectivas, além de estreitar

os laços entre todos os envolvidos, alunos e educadores, podendo emergir momentos

preciosos para o grupo.

Para isso, todos, inclusive os adultos, colocam-se em um círculo, sentados

confortavelmente, na mesma altura (todos no chão ou em cadeiras, bancos...), com

alcance de visão de todos do grupo, sendo o professor o mediador e facilitador da

conversa, a partir do tema proposto nas atividades.

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Textos Coletivos

Além de ser uma importante ferramenta didática para aprendizagem de gêneros

textuais, tendo o professor como escriba e mediador, os textos coletivos da turma

são uma oportunidade de vivenciar uma atividade de negociação, de favorecimento

de síntese e de concretização das experiências vividas e sentidas durante as

atividades. A partir desse movimento de conversa, de reflexão e de negociação do

que será escrito e privilegiado no texto coletivo, instaura-se a compreensão de

autoria, sendo mais uma possibilidade de se evidenciar o respeito pelas diferenças e

formas saudáveis de lidar com elas.

Esse é um exercício de cooperação e construção coletiva. Não existe o certo e o

errado; existe o que o grupo privilegia escrever. Portanto, é muito importante que o

professor não modele o que será escrito, e sim que organize as informações que

surgirem, fazendo o exercício de escolha e compreensão do que é supérfluo e

fundamental.

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Desenho

O desenho é uma ferramenta muito importante de expressão e um ótimo meio de

comunicação, a fim de concretizar e representar as aprendizagens durante o método SER

PRESENTE; por isso, é muito usado no transcorrer das atividades.

O desenho é um elemento mediador de conhecimento e autoconhecimento. A partir do

desenho, o aluno organiza informações, processa experiências vividas e pensadas, revela

seu aprendizado e pode desenvolver um estilo de representação singular do mundo.

Portanto, nesse contexto de autocuidado e ampliação da consciência que o SER PRESENTE

propõe-se a construir, é preciso ficar atento aos elementos desenhados, diminuindo o olhar

para os detalhes técnicos como: qualidade da pintura, sublinhado, representação gráfica,

escolha de cor, posição no papel, forma figurativa ou abstrata. Nem sempre o desenho

precisa ser pintado, caprichado ou estar no mesmo lado da folha; o mais importante é o

registro da aprendizagem.

É importante criar um campo, um contexto em que o aluno sinta-se seguro para expressar

graficamente o que está sendo pedido e vivido por ele. Isso faz toda a diferença!

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Como lidar com os julgamentos
(o que é incrível para um pode não ser para outro)

Durante todo o percurso do Programa, muitas atividades sugerem que os alunos escolham

uma lembrança, um momento, um detalhe, uma sensação que entendam como a mais legal,

incrível, emocionante, significativa. Porém, o que é incrível e significativo para uns não é,

necessariamente, para outros; conforme o perfil da sua turma e de cada aluno que compõe

o grupo, esse pode ser um momento de julgamento, gerando desconfortos e inibições. Ou

seja, esse é mais um ponto estruturante do programa; é mais uma situação para a qual o

educador deve estar atento, com olhar sensível e empático, fortalecendo em si a

possibilidade de compreender e reforçar a visão sob o ponto de vista do aluno, e

gerenciando a situação a partir dessa premissa.

Essas atividades são, justamente, as que possibilitam aos participantes o desenvolvimento

de um sentido de individuação, de empatia e de respeito às diferenças, o que favorece a

possibilidade de inserção social num mundo com características bastante flexíveis e

mutáveis.

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Ampliação Curricular

Para finalizar essa parte central e primordial que embasa o SER PRESENTE, é necessário

refletir sobre a ampliação curricular que o professor pode promover a partir do que será

aprendido, vivido e transformado com as atividades do programa.

As atividades, os temas e a sequência de trabalhos podem ser ampliados para outras

disciplinas e outros momentos de aula, não ficando apenas no horário reservado para o

Programa. Por exemplo, a automassagem e a respiração consciente podem ser ferramentas

para acalmar e trazer o grupo, e cada aluno, para o momento presente após o intervalo,

antes de uma atividade avaliativa ou da apresentação de um novo conteúdo.

O conteúdo das atividades podem ser utilizados em outras aulas, como material de análise,

de escrita individual e coletiva, de problematização que possa estar relacionado ao

currículo do ano, aproveitando-se para trabalhar ética, filosofia e outros temas. Ou seja, o

Programa enriquece o currículo, o conteúdo específico do ano escolar, a partir dos temas

transversais.

A forma de condução e a criação do hábito tornam a rotina do professor mais conectada

com a dos alunos, com seus sentimentos e suas necessidades, e isso faz toda a diferença

no presente vivido e no futuro que se constrói de forma partilhada.

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Paradoxos e não Problemas

Vive-se em um mundo complexo, e isso é indiscutível. No entanto, na grande maioria, os

adultos foram educados em um sistema que explicava o mundo, os conteúdos, de forma

linear, o qual ensinou a fazer uma lista de obrigações diárias; assim, acostumou-se a buscar

a solução para os problemas e a ler o mundo buscando-se o certo e o errado.

Porém, vive-se agora nesse mundo incerto, plural e veloz, no qual as pessoas e as coisas

estão ligadas em rede, as situações são pluricausais e, muitas vezes, imprevisíveis. Dar aula

nesse contexto é um grande desafio, e o fato de o educador ter escolhido sua profissão

reforça sua coragem e sua persistência para ser um formador de seres humanos, os quais já

constroem uma sociedade melhor.

Quando se internaliza a complexidade desse mundo, também é possível compreender que

não existem muitas situações-problema com uma solução clara e única; vive-se num mundo

de paradoxos. Portanto, é preciso encarar cada um deles como algo que precisa ser

desenvolvido, compreendido, corporificado, conscientizado em cada etapa de crescimento,

em cada passo dado em direção à melhoria ou à diminuição da tensão do sistema.

A arte de ser um educador PRESENTE requer estar atento para acolher e desenvolver

acolhimento, frente à diversidade de compreensão de modos de vida, de crenças, de mitos

e de culturas. É fundamental que esse acolhimento tenha uma base sólida, segura e

empática, a qual não promove, produz ou reforça preconceitos ou exclusões.

O fato de as crianças tomarem contato e conhecimento com diferentes formas de pensar e

sentir, das diversas famílias e dos diversos colegas, já é em si um enriquecimento, não

sendo necessário que o grupo chegue nem a um consenso e nem a uma conclusão. Viver na

complexidade é viver na diversidade. Como ensina Edgar Morin, é complexo o que é tecido

junto!

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O programa SER PRESENTE é baseado na CASEL

(Collaborative for Academic, Social and Emotional

Learning), uma referência em educação socioemocional.

Com quatro elementos, representados pela sigla SAFE, pode

ser desenvolvida com sucesso, sendo sempre necessário ter

intenção, envolvimento e dedicação:

SEQUENCIADO: Propõe atividades conectadas e coordenadas para


promover o desenvolvimento de habilidades;
ATIVO: Emprega formas ativas de aprendizagem para ajudar os alunos a
fortalecer novas habilidades;
FOCADO: Usa o tempo e a atenção dedicados ao desenvolvimento de
habilidades pessoais e sociais;
EXPLÍCITO: Visa habilidades sociais e emocionais específicas.

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B en ef íc io s do pr og ra ma
Suc ess o ac ad êm ico ;
Me no s pro ble ma s co mp or ta me nt ais ;
Me no s sof rim en to em oc ion al;
Co mp or ta me nt o soc ial pos itiv o.

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Atividade 1

Conversar com os alunos sobre a proposta para essa dinâmica, que é a promoção do

autoconhecimento, um momento dedicado à observação dos conhecimentos que estão

dentro de si mesmo. Esse não é um conhecimento que se adquire com livros ou pela Internet,

mas é obtido através da observação de sentimentos e experiências vivenciados ao longo da

vida. Uma forma de se promover o autoconhecimento é observar e gerenciar positivamente

as emoções.

Sugerir uma prática em que, em silêncio e de olhos fechados, os alunos reflitam sobre suas

emoções. Pedir a eles que se lembrem de momentos em que sentiram amor, raiva, medo,

tristeza, nojo e outras emoções. Solicitar que eles reflitam sobre como lidaram com elas e, em

seguida, preencham o questionário do exercício.

Em círculo, discutir com os alunos sobre exemplos de situações em que diferentes emoções

são despertadas. Sugerir que eles exemplifiquem maneiras de gerenciar tais emoções.

Discutir com o grupo a respeito desses exemplos, se eles proporcionam uma vida plena e

feliz.

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Atividade 2

Propor o seguinte questionamento aos alunos: Vocês são livres para agir de acordo com

suas vontades?

Conversar com eles a respeito de que todos os seres humanos têm a liberdade de agir

conforme suas vontades, ao mesmo tempo em que são presos às circunstâncias que os

cercam. Todos os seres humanos são influenciados por circunstâncias externas e por

impulsos interiores. Por exemplo, quando se recebe um elogio, de uma pessoa admirada,

esse elogio desperta vaidade e alegria; quando se gosta de uma pessoa, mas se é

desprezado por ela, há desapontamento e fracasso. Todos reagem frente às

circunstâncias.

Quando se pratica a autoconsciência, deixa-se de ser passivo frente às circunstâncias,

passando a agir sobre elas, atuando sobre desejos e emoções. Assim, inicia-se uma ação

com consciência.

Sugerir aos alunos que preencham o exercício, refletindo sobre como pensamentos e

emoções guiam as pessoas.


Solicitar que eles relembrem situações

que despertaram cada uma das

emoções. Sugerir que atuem como

observadores de seus pensamentos e

que analisem o motivo pelo qual sentiram

aquelas emoções, atentando-se a todas

as circunstâncias e causas.

Pedir a eles que reflitam sobre como

atuaram frente a essas emoções,

motivando-os a pensar sobre a forma

como agiram, se foram certos ou

errados, se colheram bons ou maus

resultados.

Sugerir que eles reflitam sobre o que

poderiam ter feito de diferente; sobre se

essa nova forma de agir traria bons ou

maus resultados.

Finalizar a atividade, dizendo aos alunos

que todas as emoções sentidas podem

ser conscientemente gerenciadas; só

depende da forma como cada um atua

sobre elas.

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Atividade 3

Propor aos alunos a realização da atividade. Eles devem registrar uma situação na qual

agiram por impulso, sem pensar em suas ações e nem nas consequências que essas

gerariam.

Em muitas situações, age-se por impulso e nem sempre os resultados obtidos são os mais

favoráveis; é muito comum cometer alguns erros, sendo muito sadio tentar não os repetir.

Discutir com os alunos sobre a frase do filósofo Confúcio: “Cometer um erro e não corrigi-lo

é outro erro”. É muito importante aprender com erros e falhas; não se deve negá-los e nem

tentar escondê-los, mas valorizá-los como forma de aprendizado e de se tornar pessoas

melhores.

Dialogar com os alunos sobre a frase destacada no exercício: “Reconhecer os pontos

fracos é fundamental para o processo do autoconhecimento”. Quando se olha para si

mesmo com verdade, aceitando-se como é e reconhecendo erros e falhas, é possível atuar

positivamente sobre as próprias vontades e ações, tornando-se a pessoa que se deseja ser.

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Atividade 4

Conversar com os alunos sobre hábitos. Hábitos são ações repetidas com frequência,

conscientemente ou não, tais como pegar a mochila para vir à escola ou sentar nas carteiras para a

aula começar. É um comportamento bom ou ruim, que se aprende e repete de forma automática,

sem pensar nele.

Os hábitos facilitam o dia a dia e liberam a mente para aprender coisas novas, pois poupam os

neurônios de trabalhar para atividades simples, como escovar os dentes. Imagine se fosse

necessário pensar na coordenação dos dedos e das mãos para segurar a escova e, depois, na

posição da escova frente aos dentes e gengiva, isso tudo a cada escovação.

O filósofo David Hume dizia que a soma de hábitos da vida define a identidade de cada um. O ser

humano é constituído por uma multiplicidade de hábitos que faz a trama de seu viver. Cada um é

aquilo que faz repetidamente; por isso, é importante cultivar bons hábitos.

Conversar com os alunos sobre a atividade, que proporciona uma reflexão sobre os hábitos. Motivá-

los a refletir sobre os hábitos desejáveis e indesejáveis que possuem em cada uma das indicações

do exercício.

Convidá-los à reflexão sobre quais ações são necessárias para manter hábitos desejáveis e

modificar os indesejáveis.

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Atividade 5

Sugerir aos alunos que se reúnam em duplas. Cada aluno responde às questões propostas

por um colega, como se fosse uma entrevista.

Motivar as duplas a explorar cada uma das questões de forma a oportunizar ao colega o

aprofundamento de suas reflexões. Sugerir que não deixem seu colega oferecer resposta

simples, mas que questionem sobre os motivos, sobre quando, como, o que sentiu; enfim,

que realizem indagações a fim de incentivar a argumentação.

Registrar a resposta dos colegas objetivamente na atividade, destacando os pontos

principais das respostas.

O objetivo da atividade não é, simplesmente, completar o questionário, mas desenvolver um

bate-papo que leve os alunos a reflexões sobre si mesmos.

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Anotações

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Atividade 6

Conversar com os alunos sobre valores pessoais e sobre a importância de as próprias ações

condizerem com os pensamentos, a fim de ter uma vida plena e feliz. Ouvir o ponto de vista

deles sobre essa temática, sugerindo que eles realizem a atividade completando as frases

com experiências que vivenciaram, com sinceridade.

Orientá-los a identificar quais valores os representam, ressaltando suas qualidades e

elevando sua autoestima.

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Atividade 7

Sugerir aos alunos que tragam para a escola seis selfies (fotos tiradas de si mesmo e

compartilhadas na Internet), sendo cinco fotos de que gostem e uma que represente

exatamente quem eles são e os seus sentimentos. Combinar com eles uma data para a

realização da atividade.

No dia combinado, conversar com os alunos sobre a prática de tirar selfies: quem tem esse

hábito, como tiram suas selfies, com quem as compartilham e outras questões relacionadas

ao assunto, permitindo que eles discutam e explorem essa temática.

Após a discussão, solicitar que eles, individualmente, reflitam sobre as primeiras quatro

questões do exercício. Sugerir que se reúnam em grupos com os colegas de maior

afinidade, de preferência.

Todos os alunos do grupo devem mostrar as cinco selfies para os demais, e esses devem

dizer o que cada uma das fotos representa. Motivar a sinceridade, solicitando que digam

realmente o que interpretam das fotos.

Quando todos apresentarem suas selfies e considerações, pedir aos alunos que dialoguem

sobre a experiência, discutindo sobre se conseguiram observar os sentimentos dos colegas

em cada foto, se uma selfie representa o estado emocional da pessoa e sobre outras

questões relacionadas ao tema.

Finalizada a discussão, propor a realização da

segunda parte da atividade, solicitando que

cada aluno apresente ao grupo uma selfie que

o representa. Motivá-los a dizer ao grupo o

motivo pelo qual ela o representa e quais

sentimentos estão presentes. Pedir que cada

um ressalte coisas boas, valorizando

características pessoais ou ações realizadas.

Conduzir os alunos a construir, ao longo da

exposição, uma imagem positiva de si mesmo.

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Atividade 8

Para essa atividade, realizar com os alunos um momento de Atenção Plena. Sugerir que

eles permaneçam em uma postura confortável, fechem os olhos e levem sua atenção à

respiração por alguns minutos.

Conduzir um momento de reflexão guiada, na qual os alunos refletem sobre as questões da

atividade. Iniciar sugerindo que pensem em situações do dia a dia, que levem sua mente às

atividades executadas, à forma como lidam com as pessoas e às emoções que sentem.

Normalmente, realizam-se boas ações; em alguns momentos, porém, há equívocos,

aparecem os erros e, com eles, o arrependimento. O arrependimento é uma ação

consciente, que desperta um sentimento de mudança, o qual leva ao aprendizado.

Solicitar aos alunos que recordem uma situação em que eles se arrependeram. Perguntar

sobre como se sentiram, como se sentiram as pessoas que participaram da ação e como

eles lidaram com a situação.

Em seguida, dizer que o momento já

passou e, como de tudo o que passa,

levam-se os aprendizados. Motivá-los

a pensar sobre o que aprenderam

com a situação.

O importante é o tempo presente, e

tem-se o desejo de fazer o melhor.

Cometer erros é normal, mas corrigi-

los é um ato de sabedoria.

Encerrar o momento de reflexão e

solicitar que os alunos realizem a

atividade proposta, na qual devem

listar as coisas das quais eles não

desejam se arrepender. Solicitar que,

ao responder à questão, reflitam

sobre quais mudanças desejam para

as suas vidas.

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Anotações

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Atividade 9

Conversar com os alunos sobre a identidade de cada um. Ressaltar que cada indivíduo é

único nesse mundo.

Questionar cada aluno sobre o que o torna único. Ouvir suas respostas e motivá-los a pensar

em si, nas suas essências, nas marcas que deixaram no mundo e nas pessoas.

Solicitar que eles realizem a atividade proposta, escrevendo nos espaços do mapa os

principais momentos de sua vida, aquilo que os marcou positivamente e, em seguida,

destacando planos para o futuro.

Finalizado o mapa, devem escrever a sua biografia, sendo bem detalhistas e apresentando

diferentes fatos de suas vidas. Se possível, solicitar que eles confeccionem um livro;

realizando a troca das biografias entre os colegas, os quais vão gostar de conhecer mais

sobre a história de vida de seus colegas.

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Atividade 10

Explicar sobre a regra dos três porquês, a qual pode sempre ser aplicada quando for

necessário tomar uma iniciativa ou refletir se uma ação executada foi favorável ou não.

Deve-se perguntar a si mesmo por que fez ou deve fazer algo e atribuir a essa questão uma

resposta verdadeira. Em seguida, realizar novamente a pergunta e atribuir uma resposta

diferente e complementar à primeira. Fazer a pergunta pela terceira vez e atribuir uma nova

resposta complementar, verdadeira e diferente da primeira e da segunda.

Assim, será possível perceber excelentes argumentos para justificar a ação realizada.

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Anotações

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Atividade 11

Este exercício é uma prática para o desenvolvimento da comunicação sincera e da

capacidade de expor sua opinião, estando aberto a ouvir opiniões diferentes das suas.

Conversar com os alunos sobre a diferença entre teimosia e firmeza na apresentação das

ideias. É possível ser convicto em um ponto de vista, sem ser desrespeitoso com os outros.

Propor uma atividade para trabalhar a habilidade da comunicação sincera e assertiva.

Sugerir que os alunos formem grupos de até seis integrantes. Cada integrante deve pensar

em temas que considera serem polêmicos e apresentá-los ao grupo, tecendo uma

justificativa da escolha. Após todos terem apresentado, o grupo deve selecionar três temas

considerados de maior relevância. Feito isso, os grupos devem apresentar os temas ao

professor, que fará o sorteio de um deles. A respeito do tema sorteado, cada aluno deve

expor para a turma a sua ideia.

Motivar os alunos a refletir sobre o ponto de vista dos colegas, exercitando a comparação,

a reflexão, a empatia e o respeito.

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Anotações

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Atividade 12

Conversar com os alunos sobre a importância do sentimento de gratidão. Ressaltar que a

gratidão é um sentimento que deve ser exercitado. Quem não exercita a gratidão tende a

só olhar o lado ruim das coisas; no entanto, por pior que possa parecer uma situação, há

sempre algo para agradecer.

Sugerir que os alunos realizem as atividades indicando coisas pelas quais são gratos em

cada um dos itens. Em seguida, formar um círculo com os alunos e motivá-los a apresentar

para os colegas as coisas pelas quais são gratos.

Propor aos alunos a realização do exercício “Três coisas pelas quais sou grato”. Todos os

dias, ao acordar, os alunos devem dizer três coisas pelas quais têm gratidão. Ao longo da

realização desse exercício, podem perceber que coisas boas acontecem na vida.

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Anotações

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Atividade 13

Conversar com os alunos a respeito da automotivação e do quão importante é o

reconhecimento de talentos e desempenhos. A automotivação provoca iniciativa e

determinação, levando ao fortalecimento de capacidades.

Quando se espera que a motivação venha de fora, torna-se dependente das outras pessoas.

A automotivação deve ser uma força interna e motivadora, que promove determinação para

seguir na direção das metas.

Na execução da atividade, motivar os alunos a reconhecer o seu valor. Pedir a eles que

escrevam um texto para si mesmo, ressaltando tudo aquilo que têm de positivo. Solicitar que

exagerem nas qualidades, que se presenteiem com bonitas palavras e que elevem sua

automotivação com palavras motivadoras.

No final, solicitar que eles escolham ou criem uma frase que os represente, sugerindo que

declarem a sua frase aos colegas.

Propor que essa frase seja repetida inúmeras vezes, sempre que os alunos se sentirem

inseguros, pois ela representa a automotivação e é uma âncora para despertar bons

sentimentos.

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Atividade 14

Conversar com os alunos sobre como os pensamentos influenciam na forma de concepção

de si mesmo e do mundo.

Propor uma discussão com a frase do escritor David Cuschieri: “A mente é uma força

poderosa. Ela pode nos escravizar ou nos fortalecer. Ela pode nos mergulhar nas

profundezas da miséria ou nos levar às alturas do êxtase”. Usar o poder da mente com

sabedoria é um exercício constante, que deve ser aprendido e praticado.

Mostrar que uma das formas de controlar a mente e, como consequência, os pensamentos

e as emoções, é a prática da respiração consciente.

Promover um momento de respiração consciente em sala. Ao som de uma música

instrumental relaxante, solicitar que os alunos fiquem em uma posição confortável.

Pedir que fechem os olhos e prestem a atenção na

respiração, observando seus pensamentos, sem se

ater a eles, deixando-os se apresentar e ir embora.

Pedir que prestem atenção na respiração,

inspirando e expirando no dobro do tempo da

inspiração; por exemplo, se a inspiração durar

quatro segundos, a expiração deverá durar oito.

Repetir a respiração por dez minutos, percebendo

um sentimento de relaxamento e calma.

Finalizado o tempo, solicitar que realizem uma

respiração tranquila e pensem em suas

potencialidades, em seus talentos e suas

qualidades. Em seguida, pedir que pensem em suas

fragilidades, naquilo que precisam ajustar,

propondo também uma reflexão: Seus pontos fortes

são maiores que suas fragilidades?

Sugerir que mantenham uma respiração constante

por mais cinco minutos e finalizar solicitando que

abram os olhos e realizem o exercício proposto.

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Anotações

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Atividade 15

Conversar com os alunos sobre a importância do riso. Discutir e colher exemplos sobre como

o bom humor é contagiante. Explicar que sorrisos compartilhados unem pessoas e aumentam

a felicidade. Ao soltar boas gargalhadas, adquire-se bem-estar, pois o riso fortalece o

sistema imunológico, aumenta a energia, protegendo do estresse.

Propor aos alunos que, em grupo, contem uma experiência engraçada. Motivá-los a divertir-

se durante a atividade.

Nessa aula, promover diversão: contar piadas, fazer brincadeiras e colher risos e sorrisos dos

alunos.

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Anotações

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Atividade 16

Propor aos alunos um exercício de autoconsciência.

Motivá-los a refletir sobre sensações, atitudes e consequências morais. Como no exemplo

da raiva, propor que pensem em uma atitude, analisem quais sensações foram sentidas,

quais atitudes tomadas e quais consequências obtidas. A partir desse exemplo, refletir se

essa experiência proporcionou ou não uma satisfação pessoal.

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45
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Anotações

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Atividade 17

Motivar os alunos a realizar uma autopercepção, respondendo sinceramente às questões

do exercício. A partir das respostas, propor que eles construam uma apresentação a ser

realizada aos colegas, sugerindo que ela seja criativa, com ousadia e utilização de

diferentes recursos.

Na apresentação, incentivar os alunos a valorizar a si próprios, propondo uma atitude de

reconhecimento, autoaceitação e promoção da autoestima.

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Anotações

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Atividade 18

Motivar os alunos a refletir sobre cada uma das situações ilustradas no exercício. Sugerir

que cada dupla discuta sobre ações impulsivas e ações assertivas, considerando as

consequências de cada uma delas.

Propor aos alunos que optem por uma conduta que possa ser empregada em cada

situação.

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Anotações

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Atividade 19

Em círculo, orientar os alunos a realizar uma discussão coletiva a respeito das questões

propostas. Inicialmente, solicitar que, em silêncio, reflitam durante um minuto a respeito da

primeira pergunta. Finalizado o minuto, abrir a discussão para o grupo, e os alunos devem

expressar a sua opinião.

Realizar o mesmo procedimento com as demais perguntas, uma de cada vez.

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Anotações

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Atividade 20

Dialogar sobre a relação entre o ser humano e o planeta Terra, abordando que o planeta é um

sistema finito e que existem consequências para todas as ações.

Exemplificar aos alunos sobre as consequências da não preservação do ambiente, as quais vêm

para todos: o lixo acumulado polui a água e atrai vetores de doenças; o esgoto despejado nos rios

mata peixes e inviabiliza a captação de água para uso humano; o ar poluído pelos veículos afeta

todos.

Por outro lado, com consciência, é possível trilhar caminhos seguros para promover o

desenvolvimento, em perfeita harmonia com a natureza.

Sugerir aos alunos que construam um texto, apresentando argumentos sobre as contribuições que

gostariam de deixar para o planeta Terra. Solicitar que eles indiquem possíveis estratégias

individuais e coletivas de preservação do planeta.

Para finalizar, conversar coletivamente com os alunos sobre as aprendizagens que fizeram com tais

reflexões.

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Anotações

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