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Este é um projeto muito especial enviado pelas professoras Doralice Chaves e

Elisângela Melo do ...

CEI JARDIM SÃO VICENTE


EDUCANDO PARA UM MUNDO MELHOR
BERÇÁRIO II A

ADAPTAÇÃO COM MUITA DIVERSÃO!

NOME: Adaptação com muita diversão!


MODALIDADE ORGANIZATIVA: Projeto
CAMPO DE EXPERIÊNCIA: Cuidar de si – equilíbrio emocional
IDENTIFICAÇÃO DO GRUPO OU PÚBLICO ALVO: BERÇÁRIOS II - A, B,
C e D com os pais / responsáveis pelas crianças.

JUSTIFICATIVA: Com o novo ano letivo


que começa, dá-se início a readaptação das crianças que já frequentavam a
escola e também a adaptação das crianças novas. São muitas as novidades:
professoras, sala de convívio, colegas novos, etc. E para fazermos desse
período o mais agradável possível, pensamos em um projeto que reunisse
atividades interessantes, muito aconchego, ambiente acolhedor e acima de
tudo dedicação, amor, carinho e paciência por parte das professoras, sendo
muito importante o entendimento sobre o que é adaptação e como se dá esse
período de tantos desafios.

“Marcado por encontros e desencontros, a adaptação escolar é o


momento em que a criança e seus familiares passam a criar com a escola
relações afetivas destinadas a favorecer a construção de um mundo social
mais amplo em que estejam presentes muitas conquistas e aprendizagens”.
(Luciana Wolker da Silva)

“Como adaptação e separação caminham juntas, o ingresso na


escola tende a gerar ansiedade. Assim é importante que este período se
organize de forma gradual, com pais orientados e seguros acerca do que
esperam para os filhos que ingressam na escola, para que esse sentimento
seja entendido, discutido e superado pelos envolvidos”. (Luciana Wolker da
Silva).

Nesse sentido, consideramos importantíssima a parceria e a interação família/


escola para que haja a construção de laços saudáveis favoráveis a troca de
vivências e ao pleno desenvolvimento da criança, sendo ela o principal sujeito
da adaptação. Sabemos que a confiança e a segurança dos pais vão sendo
construídas à medida em que vão conhecendo as professoras e o seu trabalho,
por isso desejamos que esse período seja de muita parceria, compreensão,
carinho e confiança.

TEMPO PREVISTO: ____/_____/ 2014 até ____/_____/2014 , sendo:

a) CRIANÇAS INICIANTES: Duas crianças, por semana, de cada grupo com


horário reduzido (9:00 às 15:00 h) para que possam se adaptar ao espaço e
pessoas, recebendo atenção individualizada e oportunidade de se adaptar de
forma mais tranquila. A escolha das
crianças obedecerá a critérios que consideramos adequados à adaptação
das crianças, sendo:

✓ Crianças que residem na mesma casa farão adaptação no mesmo período;


✓ Crianças matriculadas posteriormente ao planejado, farão a adaptação por
ordem de matricula;
✓ A criança que perder o período reservado exclusivamente a ela, deverá ficar
para o final, para garantir o direito de todas.

OBJETIVOS DIDÁTICOS:

✓ Propiciar um ambiente acolhedor e seguro para a criança, possibilitando um


pleno desenvolvimento físico, emocional e social;

OBJETIVOS COMPARTILHADOS COM OS PAIS E AS CRIANÇAS:

✓ Familiarização das crianças com: as professoras, funcionários , outras crianças,


com os espaços e ambientes, com a rotina;
✓ Familiarização das professoras com: as crianças , seus familiares e
responsáveis;
✓ Conhecer e reconhecer as dependências do CEI para a organização dos
momentos/ tempos;
✓ Estabelecer contato com a rotina do CEI
✓ Reconhecer e identificar as professoras, funcionários e o grupo e sala de seu
filho (a)
✓ Reconhecer alguns pais e funcionários pelo nome e suas funções.

CONTEÚDO
✓ Familiarização com o novo ambiente
✓ Percepção de si e dos demais que dividem o mesmo espaço
✓ Separação da família com tranquilidade por uma parte do dia
✓ Garantir e situar às crianças quanto ao momento de retorno para junto aos seus
(familiares ou responsáveis)

ETAPAS DO TRABALHO:
GESTORES: Realização do Encontro de pais, professoras e funcionários
antes do inicio de atendimento das crianças, com apresentações dos
funcionários e descrição das atribuições que desenvolvemos no CEI (rotina),
destacando as normas de convivência e período de adaptação.
PROFESSORAS: Continuar a reunião em sala entregando material necessário
para inicio das atividades e explicando a importância da adaptação nos
primeiros meses e a necessidade de participação dos pais nesse processo. E
planejamento das atividades aplicáveis.

ATIVIDADES PROPOSTAS
Nesta etapa, devemos “apostar” numa relação pessoal com o bebê, fazendo
gestos na comunicação corporal. Como sugestão,brincar de: cosquinhas,
carícias, pegar, esconde-esconde, canções, etc. Que comecem também a
manejar o material da sala de convívio, mas sem misturas: torres, construções,
telas, bola, etc. Respeite o jogo livre sem dar muitas ordens, aproveitando para
observar seu comportamento.

Que a refeição, descanso e trocas, não se convertam em algo rotineiro, dado


que são momentos importantes para estabelecer uma comunicação individual
(evitar pressas, nervosismo, etc.). Que o bebê possa manipular a comida até
realizar com o novo objeto: a colher.

Aproveitar os momentos de troca, para conversar com eles, cantar, nomear as


partes do corpo ao mesmo tempo que as tocas. O descanso deve ser um
momento de relaxamento e tranquilidade com músicas e canções suaves.
(Atividades descritas no planejamento da professora).

Outras atividades:
a) Cantinho acolhedor: Pedir aos pais que enviem na mochila da criança um
objeto em que a criança tenha vivência em casa ( brinquedo, cobertinha,
bichinho de pelúcia,
pano....)
b) Os pais trarão uma foto da criança com alguém do convívio familiar para que a
criança sinta no CEI uma pequena extensão de sua casa na instituição para
elaborarmos uma cópia para fazer a confecção de um painel para anexar ao
cantinho acolhedor;
c) As fotos originais serão coladas no caderno (portfólio) individual da criança;
d) Pesquisa através de um questionário que os pais responderão sobre aspectos
da vida da criança para facilitar e personalizar a adaptação;
e) As crianças acordarão com músicas clássicas num momento tranquilo;
f) Dança com Músicas infantis;
g) Confecção com os pais de uma pintura mágica para colocar no álbum da
criança;
h) Brincadeiras com bolas e bonecas;
i) Contação de histórias diariamente;
j) Brincadeiras com bexigas coloridas;
k) Brincadeiras com motocas no solário;
l) Caminhar todos os dias pelos espaços do CEI para reconhecimento;
m) Chuvinha de papel picado;
n) As crianças levarão um saquinho com bala de goma no último dia da semama;
MATERIAIS: CDs, DVDs, brinquedos, folhas variadas, tintas, pinceis,
canetinhas, giz de cera, sucatas, fotos, massa de modelar, areia, água e
outros. Também utilizaremos:
✓ Sala de convívio e solário, como espaço individual
✓ Área externa, sendo: Parque I, parque II, parque III (brinquedos fixos e espaço
verde) e teatro de arena;
✓ Espaço coletivo interno: sala de atividades piscina de bolinhas, cantinho de
leitura e TV como 2ª opção em caso de impossibilidade de uso dos espaços
externos ou com projeto de trabalho, teatro de fantoche, triciclos, bicicletas,
kits educativos de SME e outros.

AVALIAÇÃO: Será realizada de forma contínua e sistemática durante todo o


desenvolvimento do projeto, através de observações e acompanhamento das
atividades propostas, considerando as capacidades e individualidades de cada
criança.

Nosso foco na fase de adaptação é a observação. Avaliaremos individualmente


cada criança através da observação e com registros diários (registro escrito e
fotográfico) e durante o período de adaptação de cada criança faremos um
acompanhamento para informar aos familiares (conversas diárias e entrega da
cartinha – atividade trabalhada) e conclusão em impresso ao seu término, com
assinatura dos responsáveis pela criança e demais envolvidos. Faremos um
relatório geral, no término do período de adaptação do CEI com intenção de
registrar os pontos positivos e negativos visando aprimorar o processo para o
ano seguinte.

BIBLIOGRAFIA
Consultoria: Clélia Cortez - Formadora do Instituto Avisa Lá, em São Paulo.
Edwards, Carolyn. As cem linguagens da criança- ARTMED
Bassedas, Eulália. Aprender e ensinar na Educação Infantil - ARTMED
Referencial Nacional para a Educação Infantil, MEC, 1998.
Orientações Curriculares: Expectativas de Aprendizagem e Orientações
Didáticas para a Educação Infantil, PMSP - SME/ DOT, 2007.
Ana Lúcia Antunes Bresciane - Psicóloga, Formadora de professores e
Coordenadora Pedagógica da Escola Recreio, em SP.

Professoras: Doralice Chaves e Elisângela Melo


Acolhimento e Adaptação na Educação Infantil

Bete Godoy

Até pouco tempo atrás nas creches é pré-escolas e até mesmo nas escolas de ensino fundamental
parecia não haver outro jeito: ou as crianças se adaptavam ou se adaptavam. No entanto, isso vêm
mudando. As boas instituições de educação têm se preocupado em acolher bem a criança que chega.
Cisele Ortiz

Diretores, coordenadores pedagógicos e educadores sua escola tem um projeto


cuidadosamente elaborado para melhor acolher as crianças no início do ano letivo?
Como o período de acolhimento e adaptação acontece na sua escola? Qual a
importância em amenizar a ansiedade das crianças e famílias nos primeiros dias de
convivência?

Para muitos adultos, a lembrança dos primeiros dias de escola faz parte, para sempre de
recordações pouco agradáveis, é o que consideram alguns psicólogos. Esse período
pode gerar stresse nas crianças, famílias e profissionais da educação.
È comum neste período algumas crianças chorarem, afinal, um ambiente totalmente
novo pode causar insegurança, desconforto e até mesmo rejeição. Como atender com
atenção e carinho as crianças que demonstram tais sentimentos? Se recebermos todas as
crianças de uma só vez é possível dar atenção a quem está chorando sem "descuidar" do
restante da turma? São estes cuidados que merecem toda atenção dos educadores para
que se inicie uma relação de convivência mais saudável, feliz e promissora.

As famílias também ficam na expectativa para ver como sua criança irá reagir diante ao
contato com alguém "desconhecido". Quando percebem que os educadores não querem
disputar ou roubar-lhes o seu lugar e sim apenas, contribuir na educação da criança em
outro ambiente ( o escolar) o sentimento de parceria toma o lugar da insegurança.

Segundo Cisele Ortiz qual a relação que existe entre adaptação e acolhimento?
A adaptação pode ser entendida como o esforço que a criança realiza para ficar, e bem,
no espaço coletivo, povoado de pessoas grandes e pequenas desconhecidas diferentes
daqueles do espaço doméstico a que ela está acostumada. Há de fato um grande esforço
por parte da criança que chega e que está conhecendo o ambiente da instituição, mas ao
contrário do que o termo sugere não depende exclusivamente dela adaptar-se ou não à
nova situação. “Depende também da forma como é acolhida.”

“A qualidade do acolhimento é que garantirá a qualidade da adaptação, portanto não se


trata de uma opção pessoal, mas de compreender que há um interjogo de movimentos
tanto da criança como da instituição dentro de um mesmo processo.”

Cada instituição (Creche-CEI, EMEI e EMEF) deve levar em consideração o período de


permanência que a criança fica diariamente na escola para organizar o calendário do
acolhimento e mais importante ainda a especificidade de cada faixa etária. Para as
famílias com crianças de 0 a 3 anos de idade a ansiedade é ainda maior. Boas iniciativas
desde os primeiros momentos que a criança chega a instituição é essencial para processo
de adaptação dos bebês.
Deixar que eles tragam seu bichinho ou seu objeto de apego colabora bastante para
diminuir o estranhamento a um ambiente diferente do familiar.

Os cantos de atividades diversificadas é uma das modalidades oraganizativas do


brincar bastante interessante para este período, podendo se organizado para receber as
crianças, assim, quando elas chegam algo legal e convidativo está a sua espera.
Partilho boas práticas realizadas na EMEI RUMI OIKAWA que já realiza o
acolhimento desde 2007.

Então, mãos a obra, há muito a ser feito ainda este ano! Vejam como aconteceu o
processo de elaboração do projeto e como cada segmento participou.

PROJETO INSTITUCIONAL (porque envolve todas as pessoas da escola).


Sugestão de organização
Em Novembro
Reunião entre os gestores (Direção e Coordenador Pedagógico)
Objetivos:
• Conhecer mais sobre a importância do acolhimento e adaptação na educação infantil.
• Avaliar como o acolhimento é realizado na unidade educacional.
• Conversar sobre quem são as crianças e famílias que a escola atende e como
participam dos projetos desenvolvidos na escola.
• Pensar em propostas de planejamento para melhor acolher no início do ano letivo.
• Separar material de apoio para formação de todos os educadores.
• Estabelecer parceria com a supervisão escolar.
• Planejar e organizar pauta para formação com os professores e funcionários.

Em Dezembro
Encontro de formação com todos os educadores para:
• Avaliar do acolhimento realizado na unidade educacional.
• Leitura de textos de apoio e matérias que possam esclarecer melhor a importância de
acolher.
• Levantar propostas para acolher melhor as crianças no próximo ano à luz das teorias
estudadas.
• Elaboração do pré - projeto: Acolhimento e adaptação na educação infantil

Em Janeiro
Gestores planejem e organizem o acolhimento dos professores e funcionários.
Objetivos:
• Acolher melhor os educadores.
• Estabelecer vínculos afetivos entre os educadores recém chegados e os que já
trabalhavam na unidade educacional.
• Vivenciar a importância de ser acolhido com carinho e respeito.

Em Fevereiro
Durante a semana de planejamento:
• Retomada da conversa sobre o acolhimento e adaptação das crianças.
• Apresentação (principalmente aos educadores recém chegados) e análise do pré-
projeto elaborado no ano anterior.

• Levantamento dos encaminhamentos pedagógicos e


técnicos para a ação.
Pensar sobre:
1. Como cada segmento da escola (merendeira, professor, porteiro, agente de limpeza,
secretária, inspetor de alunos e etc) participará?
2. O que será planejado como atividade? Como os espaços serão organizados para
receber as crianças e as famílias?
3. Como as crianças com necessidades educacionais especiais e as famílias participarão?
4. Qual o período de duração?
5. Como será a reunião de pais no primeiro dia de escola? Como sensibilizá-los para
que possam participar do acolhimento? Quantos dias quem cuida da criança participará?
A entrega do folder aos pais será em qual momento?
6. Quantas crianças serão atendidas por vez? Qual o tempo de permanência nos
primeiros dias e nos dias subsequentes? Como será na volta do feriado prolongado
(carnaval)?
7. Como acolher as crianças que são matriculadas em diferentes épocas do ano?
8. Quais instrumentos de registros (fotos, filmagem, registro escrito e etc) serão
utilizados para avaliar o projeto?
• Elaboração do projeto final.

Colaboramos trazendo uma sugestão como ponto de partida para cada unidade
educacional elaborar o seu próprio projeto.

EMEI PROFª RUMI OIKAWA


Rua dos Lírios, 10
Pq das Flores
São Mateus - SP
Justificativa
O período de adaptação é muito importante, tanto para a criança como para os pais.
Constitui uma oportunidade de estabelecermos vínculos afetivos dentro de uma
convivência, que é diferente da familiar.
Mesmo para as crianças que já frequentam a escola uma nova rotina com outros
colegas, educadores provoca insegurança.
Durante este período é comum que todos sintam-se ansiosos para que tudo caminhe da
melhor maneira possível.
Objetivos
• Estabelecer relação de confiança recíproca entre professores, crianças e famílias.
• Receber as crianças com atenção, afeto e cuidado.
• Acolher com atividades planejadas priorizando o lúdico e os momentos de interação.
• Amenizar a ansiedade e a dor da separação da criança com a mãe ou responsável.
• Estabelecer vínculo afetivo entre o professor e a criança.
• Cuidar e educar com respeito e afeto nos primeiros contatos da criança ao ingressar ou
regressar à escola.

PúblicoEducadores, crianças e famílias (quem cuida da criança).

Agora é com vocês!!!


Duração:
Calendário de organização deste período:
Elaboração do Folder
Participação de cada segmento (como, o que fará?):
Atividades planejadas
Avaliação
PROJETO: CRIANDO ELOS: ADAPTAÇÃO E SEUS MOMENTOS -
MATERNAL MISTO

TURMA: MATERNAL MISTO


PROFESSORAS: DÉBORA E ADRIANA R.

TÍTULO: CRIANDO ELOS: ADAPTAÇÃO E SEUS MOMENTOS

TURMA: MATERNAL MISTO

PROFESSORAS: ADRIANA R. E DEBORA

PROBLEMA: De que forma pode acontecer um bom processo de


adaptação para as crianças do maternal misto?

JUSTIFICATIVA: Uma das tarefas mais difíceis dos profissionais que


trabalham em creches é conseguir equilibrar o “cuidar” e o “educar”. De
um lado estão a proposta pedagógica, a construção do conhecimento e
as ferramentas de estímulo para favorecer o desenvolvimento infantil.
Do outro, estão o carinho, o afeto, atividades de rotina, como a
alimentação, e o inevitável envolvimento com as crianças. [...] Equilibrar
tudo isso não é tarefa fácil. Mas esse é o grande desafio do educador da
creche e deve ser encarado com determinação e vontade de aprender
sempre mais (Fernanda Montano, Revista Projetos Escolares Creche,
número 20).

Neste período de adaptação às rotinas do CEI há a necessidade de


se orientar, estimular com amor e paciência, aos novos compromissos
das crianças.

Mais um ano de trabalho se inicia, com ele também iniciam as


atividades da creche e pré-escola. Os primeiros dias de retorno a este
ambiente ficam conhecidos pelo período de adaptação pelo qual criança,
família e escola passam.

“A criança está deixando a convivência com seu ente familiar para


ir a um ambiente que lhe é estranho, portanto, precisa se sentir
acolhida. Para tanto é essencial que o educador crie um vínculo efetivo
com o pequeno, de forma que a criança perceba essa transferência de
cuidado, afeto e confiança. [...] O abaixar para falar com a criança, o
olhar para ela nos olhos, o conversar sobre o que está acontecendo, o
reconhecer o sentimento dela naquele momento, o esperar pelo seu
tempo, o brincar, a interação lúdica como recurso de aproximação, o
colocar o limite necessário com firmeza de alguém que quer ajudar são
algumas indicações importantes para que o novo aluno sinta-se acolhido
e escutado” (Revista Projetos Escolares Creche, número 20).
Durante a adaptação a professora auxilia a criança a familiarizar-
se com os novos horários do sono, alimentação e banho, buscando um
equilíbrio dos seus hábitos e costumes, aproximando-os gradualmente
até acomodá-los a rotina da creche.

É importante nesta fase que todos, pais e educadores, possam


compreender e respeitar o momento da criança de conhecer o novo
ambiente e estabelecer novas relações. À medida que ela vai se
integrando, podem ser percebidas as influências positivas de sua
permanência em uma creche que oferece boas condições para o seu
desenvolvimento.

OBJETIVO GERAL: Estimular nas crianças a manifestação da


confiança no ambiente da instituição vivenciando um bom processo de
adaptação, afim de, desenvolver uma imagem positiva de si, atuando de
forma independente, confiante em suas capacidades.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS:

• Desenvolver confiança da criança no ambiente da instituição;

• Comunicar ideias e sentimentos através de diferentes linguagens;

• Reconhecer o ambiente do CEI;

• Reconhecer colegas e professores;

• Desenvolver identidade e autonomia;

• Incentivar o desenvolvimento de seus movimentos;

• Utilizar comparação e contagem oral nas brincadeiras realizadas;

• Explorar conceitos de família e higiene;

• Estabelecer comunicação através da linguagem oral e corporal a fim de


interagir como adulto ou com outra criança;

• Participar de brincadeiras musicais;

• Brincar com as linguagens artísticas;

CONTEÚDOS:
• Adaptação, Eu e o outro, Repouso, Saúde e Bem-estar (Identidade e
autonomia);

• Exploração de diferentes materiais, Fazer artístico (Artes Visuais);

• Expressão oral e corporal, Canto (Música);

• Linguagem corporal e oral (Linguagem);

• Família, Higiene (Natureza e sociedade);

• Contagem oral, Comparação (Matemática);

• Expressividade, Sensações (Corpo e movimento).

METODOLOGIA:

• Acolhimento das crianças e famílias no novo ambiente e entregar para


cada criança uma lembrancinha com o nome das professoras e uma
mensagem anexada. (um agarradinho em formato de animais como
coelho, urso, cachorro, leão, sapo, porco, vaca);

• Recepção e despedida de forma afetiva ( diálogo de como está sendo a


adaptação de seu filho(a);

• Interação com outras turmas e outros profissionais;

• Estímulo para estabelecer o vinculo afetivo: na hora da troca, banho,


recepção e entrega da criança, hora das refeições e na hora do repouso;

• Exploração do ambiente da instituição (observar os animais no viveiro


que temos na instituição);

• Identificação da criança com nome e foto em determinados espaços da


sala (painel de aniversário);

• Pedir fotos da criança em diferentes momentos de sua vida (brincando


com os pais, passeando, brincando...), com estas fotos confeccionar
painel identificando em baixo das fotos os momentos. Expor o painel na
sala para que as crianças identifiquem as pessoas nas fotos, isto dá a
sensação de extensão de casa na instituição;

• Experimentar situações de interação com a música, canções e


movimentos corporais. Músicas: O sapo não lava o pé, Olá amiguinho,
Quem morra na casa torta, Lagartixa, Jacaré, Roda cutia, comer comer,
se esta rua fosse minha, etc.
• Disponibilizar de músicas relaxantes em cd’s, principalmente na hora
do soninho;

• Utilização de CDs de músicas de repertório variado;

• Músicas com gestos;

• DVD do filme “O segredo dos animais”;

• Manusear diversos portadores de textos (revistas, livros de papel,


plástico e pano);

• Passeios aos arredores do CEI;

• Histórias ilustrativas que chamem a atenção;

• Apreciação de imagens presentes na literatura infantil ( contação de


histórias);

• Contação de histórias e comentários sobre os personagens; conversa


com a criança; oferta de materiais diversificados para que a criança crie
sua oralidade individualmente e em grupo ( utilizar os fantoches da
instituição, bichinhos, livros com texturas);

• Contação de histórias ( Coleção sentimentos: FELIZ TRISTE SOZINHO);

• Desenvolver a autonomia durante as brincadeiras na escolha dos


brinquedos que lhe agradam;

• Diante do espelho, diálogo com a criança, apontando e nomeando


características das crianças;

• Oferta do alimento explorando seu nome, sua forma, cor, textura,


sabor, etc;

• Incentivar o uso do vaso sanitário demonstrando para a criança


segurança;

• Brincadeiras no parque ( balanço, escorregador, casinha, etc...);

• Atividades que as crianças possam: rasgar papéis livremente com várias


espessuras, manusear com cuidado areia e brita.

• Exposição de trabalhos (mural com fotos das crianças para os pais


observarem como está sendo a adaptação de seu filho(a) na instituição);
• Exploração de sons produzidos com o corpo: palmas, assovios, estalar
a língua, bater os pés ( músicas cantadas e gesticuladas pelas
professoras);

• Utilização de brinquedos que emitem som ( bandinha da instituição);

• Nos dias de calor deixar as crianças tomar banho de piscina e chuveiro


externo;

• Passagem por um túnel, brincar com as motocas no ambiente externo


da instituição;

• Utilização de balões para lançar para o alto, jogar, pegar, soltar;

• Atividade de sopro ( bolinha de sabão);

• Pintura com guache em papel kraft, expressando os sentimentos;


• Pintar desenhos;
• Caixa surpresa com vários objetos para ver se conseguem
identificá-los;
• Massinha de modelar.

CRONOGRAMA: 21/01 à 22/02

AVALIAÇÃO:

• Manifesta confiança no ambiente da instituição;

• Vivenciou bem o processo de adaptação;

• Reconhece seus colegas de sala e professores;

• Reconhece o ambiente;

• Explora com prazer materiais variados;

• Observa e relaciona imagens;

• Movimenta-se ao ouvir diferentes sons;

• Demonstra prazer em ouvir sons;

• Participa de brincadeiras musicais;

• Reage aos estímulos de linguagem;


• Imita sons, palavras e frases;

• Interessa-se pela fala;

• Demonstra noções de comparativos;

• Realiza contagem oral;

• Demonstra espontaneidade ao movimentar seu próprio corpo;

• Identifica sua própria imagem em outros meios (espelho, foto, vídeo).

AVALIAÇÃO FINAL DO PROJETO:

Conforme descrito na justificativa deste projeto no período de


adaptação há necessidade de orientar, estimular com amor, paciência
aos novos compromissos das crianças e familiares. Foi desta forma que
desenvolvemos as atividades realizadas no período de adaptação.
Percebemos que a maioria das crianças se adaptaram facilmente ao
ambiente, aos colegas, as professoras, as rotinas estabelecidas como
alimentação, banho, troca e higiene, descanso, brincadeiras, atividades
do projeto. Acreditamos que o bom desenvolvimento da adaptação se
deu de forma positiva devido a compreensão e parceria de todos os
envolvidos, criança, professoras e familiares.

PROJETO: ADAPTAÇÃO, INICIANDO UMA NOVA ETAPA -


BERÇÁRIO II B
TURMA: BII B
PROFESSORAS: CHEILA R., JANAÍNE, TATIANE, MAIARA.

ADAPTAÇÃO, INICIANDO UMA NOVA ETAPA


PROBLEMA: De que maneira realizar a adaptação os bebês do Berçário II “B”?

JUSTIFICATIVA: Inicia-se com a adaptação, uma nova etapa na vida de todos nós,
professores, crianças e pais. Uma etapa delicada que precisa de muita dedicação por
parte de todos envolvidos, momento de novas experiências, de conhecer, de aprender,
de cuidar um do outro, de amar e acolher. Segundo Rosseti-Ferreira e Vitória (2008),
“o processo de adaptação ao novo ambiente da instituição é medida pelos outros: pela
família, pelas professoras e pelos próprios companheiros do grupo que a criança passa
a frequentar.” O processo de adaptação inicia-se com o nascimento e nos acompanha
no decorrer de toda vida e ressurge a cada nova situação que vivenciamos. Sair de um
espaço conhecido e seguro, dar um passo à frente e arriscar-se, tendo como
companhia o desconhecido para o qual precisamos olhar, perceber, sentir, avaliar, nos
leva as mais diferentes reações. Em meio a tantas novidades, à medida que este
processo ocorre de forma planejada e gradual, possibilita à criança construir vínculos e
sentimentos de confiança com os professores, com os colegas e outras pessoas
presentes na instituição. É esta relação afetiva com o outro que possibilita a
segurança, tão necessária para conhecer e explorar este novo espaço.

OBJETIVO GERAL: Oferecer tranqüilidade e fazer com que todos se sintam seguros,
pois, é um momento de conhecimento e construção de vínculos afetivos entre
crianças, professoras, instituição e família, a fim de que todos possam conhecer, viver
novas experiências, expressando seus sentimentos, pensamentos e emoções
livremente.

OBJETIVOS ESPECIFICOS:

• Manifestar confiança no ambiente da instituição vivenciando um bom processo de


adaptação;

• Familiarizar-se com a imagem do próprio corpo, conhecendo seus limites e sensações


que produz;

• Brincar com as demais crianças do grupo, da instituição a fim de interagir e socializar-


se;

• Manipular diferentes objetos e materiais, explorando características, propriedades e


possibilidades de manuseio;

• Observar imagens diversas a fim de identificá-las e interpretá-las;

• Explorar o corpo com a voz, mãos e pés, produzindo música;


• Cantar e interpretar diversas músicas a fim de desenvolver a memória musical;

• Brincar com a música a fim de explorar sons e ritmos variados;

• Estabelecer comunicação através da linguagem oral e corporal a fim de interagir com


o adulto ou com outra criança;

• Escolher livros para leitura e apreciação de imagens, sons, texturas e despertar o


interesse pela literatura infantil;

• Conhecer seu próprio corpo por meio do uso e exploração de suas habilidades físicas,
motoras e perceptivas;

• Explorar o ambiente através da brincadeira, para participação ativa ao interagir com


os diferentes elementos da natureza e do grupo social em seu grupo de convívio;

• Utilizar a contagem oral em brincadeiras ou situações nas quais se reconhece a


necessidade;

• Movimentar e explorar o corpo para desenvolver capacidades posturais e motoras;

• Reconheçer e ampliar os movimentos, percebendo assim as potencialidades e limites


do corpo;

• Desenvolver atitudes de interesse para com o corpo humano a fim de familiarizar-se


com a imagem do próprio corpo e das demais crianças.

CONTEÚDOS:

• Adaptação, Eu e o outro, nome, Exploração do espaço, Familia (IDENTIDADE E


AUTONOMIA);

• Exploração de diferentes materiais, Observação e conversação sobre imagens e


objetos (ARTES VISUAIS);

• Exploração oral e corporal, Canto, Linguagem musical (MÚSICA);

• Linguagem oral e corporal, Comunicação (LINGUAGEM);

• Familia, Escola (NATUREZA E SOCIEDADE);

• Contagem oral e velocidade rápido, lento, depressa, devagar (MATEMÁTICA);

• Corpo humano, Expressividade, Sensações (CORPO E MOVIMENTO).


METODOLOGIA:

• Acolhimento das crianças e familias no novo ambiente;

• Muito colinho, carinho e atenção;

• Confecção da lembrançinha da abelinha;

• Exploração do ambiente do CEI, passeios aos arredores da instituição;

• Maniseio de revistas, rasgar, amassar etc;

• Decoração da sala e porta a fim de deixar o ambiente colorido e alegre;

• Cantar e gesticular cantigas infantis;

• Exposição das fotos dos melhores momentos da adaptação;

• Recepção e despedida de forma afetiva;

• Interação com outras turmas e outros profissionais;

• Diante do espelho dialogar com a criança, nomeando as partes do corpo;

• Oferta do alimento, nomeando os nomes, formas, cores, sabor;

• Brincadeiras na areia;

• Contação de histórias, manuseio de livros de diversas texturas;

• Utilização de recursos tecnológicos: CD, DVD, rádio, câmeras fotográficas;

• Utilização de brinquedos musicais;

• Nos dias de calor utilizar a piscina;

• Na oralidade, conversar sobre distancias e os espaços: “o brinquedo esta longe, vá


busca-lo!”, “a bola esta debaixo do berço!”.

• Brincadeiras de bolas de diferentes tamanhos;

• Atividades de sopro, bolinhas de sabão;

• Pedir para os pais fotos da família, para expor na parede da sala para as crianças
observarem.
CRONOGRAMA:

Este projeto deverá ser trabalhado o ano inteiro, pois o fluxo de criança no berçário II é
constante, a cada nova criança que entra nesta sala o projeto deve ser retomado, onde
se faz adaptação da criança. JANEIRO E FEVEREIRO DE 2013.

AVALIAÇÃO:
A adaptação por ser um momento delicado marcado pela separação da criança
e da família, vem acompanhado de muito insegurança e choro. O chorinho faz parte
desta etapa. Por isso, nós professoras neste sentido damos muito carinho e afeto.
A decoração da sala e a construção de móbiles confeccionados com cd´s
chamaram a atenção de todos, que ao observarem sorriam alegres. As canções
cantadas e gesticuladas pelas professoras fizeram as crianças imitar os gestos e
babulciar os sons, bater palminhas e movimentar o corpo, na canção “meu pintinho
amarelinho” imitiam os gestos igual as professoras. Todas as crianças tiveram
uma ótima adaptação, fazendo do CEI um lugar de aprendizagem e muita diversão. O
mesmo projeto ainda será desenvolvido durante o decorrer do ano de acordo com a
demanda das crianças novas.

PROJETO: ADAPTAÇÃO - FACILITANDO A SOCIALIZAÇÃO DAS


CRIANÇAS - MATERNAL I
TURMA: MATERNAL I
PROFESSORAS: DOLARICE, DENISE, LEIDIMARA E CLARICE.

PROJETO: ADAPTAÇÃO
TÍTULO: FACILITANDO A SOCIALIZAÇÃO DAS CRIANÇAS
NO MATERNAL I
PROBLEMA: Porque preciso socializar-me?

JUSTIFICATIVA: O período conhecido como de adaptação da criança no


maternal é de suma importância na sua vida e merece todo cuidado das
professoras do C.E.I. O projeto tem como finalidade proporcionar a criança
uma acolhida fraterna, valorizando sua presença na escola. Sendo assim, a
socialização da criança desenvolve-se harmoniosamente adquirindo
superioridade sob o ponto de vista da independência e confiança em si. Ficar
bem no maternal, sem chorar (nem sofrer), envolve muitos fatores e,
basicamente, os sentimentos de duas pessoas: mãe e filho. A separação,
apesar de necessária, é um processo doloroso tanto para a criança quanto
para a mãe, mas é superada em pouco tempo, o fato da criança chorar na hora
da separação é freqüente e nem sempre significa que ela não queira ficar na
escola, por outro lado, a ausência do choro não significa que a criança não
sinta a separação. Não é necessário encarar esse fato com ansiedade, pode
até ser um bom sinal. Caberá a nós professoras estimular e orientar a criança,
considerando os estágios de seu desenvolvimento.

DÚVIDAS:

Quanto tempo falta para eu ir para casa? o que vou encontrar no CEI. (livros?
Brinquedos? Colegas?). Tenho que dormir? Comer? Dividir brinquedos?
Participar de atividades?

CERTEZAS:

Mamãe está trabalhando; vou ter que ficar no CEI, conheço algumas
professoras, tem escorregador, parque crianças. Vou encontrar meus amigos,
a professora gosta de mim.

OBJETIVO GERAL: Favorecer um ambiente rico em estímulos, para que as


crianças possam conhecer novas experiências, socializar-se, a fim de
expressar seus sentimentos,
pensamentos e emoções.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS:

• Proporcionar à criança o contato ao novo ambiente;


• Promover a interação da criança com as demais;
• Estabelecer uma relação afetiva entre a criança, a professora e o
ambiente, proporcionando afetividade e segurança;
• Propiciar uma relação de confiança com os pais, favorecendo uma
parceria com os mesmos, visando o bem-estar da criança;
• Promover segurança, confiança, incentivo, elogio e limites;
• Organizar o espaço físico adequado á faixa etária e que privilegie a
independência da criança no acesso e manipulação dos materiais
disponíveis;

CONTEÚDOS:

• Eu e o outro (Identidade e autonomia)


• Adaptação (Identidade e Autonomia)
• Nome (Identidade e Autonomia)
• Exploração do Espaço (Identidade e Autonomia)
• Família (Identidade e Autonomia)
• Expressividade (movimento)
• Expressão corporal (música)
• Sensações (movimento)

METODOLOGIA:

Receber as crianças, dando-lhes atenção, carinho e afeto;


Levar as crianças no colo, sempre que necessário, para que as mesmas sintam-se
protegidas e seguras;

Cantar músicas variadas para possibilitar a interação das crianças, batendo


palmas e fazendo gestos da música;

Chamar a criança pelo nome sempre que se comunicar com ela;

Fazer carinho e brincadeiras com a criança na hora da troca de fraldas ou durante


o banho;

Acompanhar as crianças no banheiro;

Brincar com massinha;

Atividades de colagem;

Pintura com guache e giz de cera;

Amassar papel, fazendo bolinhas, rasgar papel e recortar com tesourinha;

Assistir DVD;

Roda de conversa;

Contação de histórias;

Passear com as crianças pelas dependências do CEI, aproveitando os espaços do


pátio para desenvolver brincadeiras na areia, gramado e bosque;

Manter um bom relacionamento com os pais, para que em conjunto possamos


possibilitar o maior e o melhor desenvolvimento da criança;

Expor fotos das crianças na sala e também em atividades que ficaram expostas no
CEI, para que as mesmas se reconheçam e também reconheçam seus
colegas;

Realizar comparação de características físicas e objetos semelhantes;

Estimular incentivo aos primeiros cuidados pessoais.

CRONOGRAMA:

Este tema deverá ser trabalhado o ano inteiro, pois o fluxo de crianças no
maternal I é constante, e constante também se faz a adaptação, uma vez que a
cada nova criança que entra no CEI o tema deve ser retomado.
AVALIAÇÃO:

→ Manifesta confiança no ambiente da instituição;

→ Vivenciou bem o processo de adaptação;

→ Reconhece pessoas do seu convívio;

→ Comunica ideias e sentimentos através das diferentes linguagens;

→ Reconhece seus colegas de sala e professoras;

→ Brinca com as outras crianças;

→ Reconhece o ambiente.

As crianças de forma geral estão bem adaptadas quanto a vivência no


ambiente do CEI. A acolhida das crianças neste período de adaptação foi um
pouco tumultuada, as crianças choraram bastante e em vários momentos do
dia pediam pela mãe. Porém, passados duas semanas, as crianças já estavam
mais tranquilas. As crianças demonstram confiança, tanto no ambiente do CEI,
quanto nas professoras, e já estão bem adaptadas também com a rotina.
Podemos destacar que as crianças já se conhecem entre si, e estão aos
poucos aprendendo o nome dos coleguinhas e a chama-lós, da forma que
consegue.

PROJETO DA LINGUAGEM DA ADAPTAÇÃO, ACOLHIDA E DA


DESPEDIDA - Turma D
Justificativa:
Os primeiros dias na escola são cheios de emoções conflitantes para
as crianças, pais e educadoras: expectativas de reencontros, alegrias,
curiosidades, incertezas, temores. É um momento especial: o nascimento de
um grupo que vai trabalhar e aprender junto durante o ano. Vínculos mais
profundos podem levar certo tempo para se formar, porém, criar desde o
primeiro instante um clima de aceitação e de naturalidade vai estimular o
crescimento da confiança mútua e o desejo de participar.
Falamos em adaptação sempre que nos deparamos com uma situação
nova, ou readaptação, quando entramos novamente em contato com algo já
conhecido, do qual ficamos afastados por algum período. Estamos em
constante adaptação. Este processo inicia com o nascimento e nos
acompanha por toda a vida, ressurgindo a cada nova situação que
vivenciamos.
Buscando compreender o ingresso da criança à creche, alguns estudos
têm mostrado que tanto as mães como as educadoras descrevem as
primeiras semanas como altamente estressantes especialmente para as
crianças menores. O ambiente desconhecido, as novas rotinas, a
alimentação, as pessoas não familiares, as separações diárias e a ausência da
mãe colocam-lhes uma significativa exigência social e emocional. Porém, a
adaptação muitas vezes é difícil não só para a criança, mas também para a
família e a educadora, pois implica em reorganizações e transformações
para todos.
Este período de adaptação é muito importante e especial, sendo que
para cada criança e família, este processo ocorre de um jeito diferente e
imprevisível. A criança precisa enfrentar vários desafios, por isso, é muito
importante que este período seja cuidadosamente planejado para promover
a confiança e o conhecimento mútuos, favorecendo o estabelecimento de
vínculos afetivos entre as crianças, os familiares e os professores. É
importante, nesta fase, que todos possam compreender e respeitar o
momento da criança de conhecer o novo ambiente e estabelecer novas
relações.
As reações à separação são comuns, complexas e variáveis, mesmo que
seja a primeira ou a décima separação. Geralmente, o medo que surge na
criança é o medo de abandono, mas, à medida que este processo ocorre de
forma planejada e gradual, possibilita à criança construir vínculos e
sentimentos de confiança com o educador, com os colegas e outras pessoas
presentes na escola. É esta relação afetiva com o outro que possibilita a
segurança, tão necessária para conhecer e explorar este novo espaço.
Assim, torna-se necessário que o processo de adaptação se organize
de forma gradual, com a presença dos pais e com a leitura, pelo professor,
do tempo interno da criança. Separar-se por mais tempo da mãe ou do pai é
o primeiro passo dado pela criança, assim que consegue construir um vínculo
com seus professores, sentir-se segura e confiante. Mesmo assim, a
necessidade de adaptar-se reaparecerá a cada nova situação vivenciada pela
criança, seja na escola ou fora dela. No espaço escolar, podemos citar
alguns como: a mudança de turma, troca de educador ou a chegada de um
novo colega. A participação da mãe ou do pai nos primeiros momentos, sendo
planejada e orientada, minimiza a ansiedade e facilita a adaptação da
criança.
A participação da família deve ser estruturada para evitar
ambigüidade e diminuir a ansiedade. Quando os pais conhecem os
professores dos seus filhos e confiam no seu papel de educador, eles
transmitem segurança para o mesmo. Eles se tornam parceiros com o qual a
criança pode contar na busca do conhecimento de um mundo grande, novo e
interessante, pois caminharão lado a lado, falando a mesma linguagem, com
objetivos comuns.
Segundo Rossetti-Ferreira (p.51) “Um período de adaptação bem
conduzido possibilita que pais e educadores, através da sua convivência,
estabeleçam uma relação produtiva de confiança e respeito mútuo.” Muito
do sucesso da criança na escola vem da família, portanto, cabe aos pais
mostrar as crianças que estão junto delas.
O processo de adaptação tem vida e se move de acordo com o
sentimento e as percepções das pessoas nele envolvidas. O que toca, o que
encanta, o que prende a atenção da criança é a descoberta que fará o
educador no contato com ela. Este contato é dinâmico, se dá através do
olhar, do toque, do tom de voz, da brincadeira e da imaginação que aparece
sempre vestida de faz de conta. Participar do processo de adaptação é
estar implicado nele, é contagiar-se com a emoção que a interação com a
criança proporciona.
Para perceber a ansiedade, a insegurança, o medo e outros tantos
sentimentos que a criança vivencia e comunica pela linguagem verbal ou não-
verbal, é necessário olhar, ouvir, ler para que se estabeleça um diálogo. Esse
diálogo marca o início da troca, se organiza pelas verbalizações e pelas
ações, sejam elas do educador ou da própria criança e carregam em si a
intenção de cada um e a percepção de infância do adulto.
Pensando no processo de adaptação como único pela singularidade de
cada criança, pela sua maneira de se expressar, de sentir, de assimilar e
pensar o mundo acreditamos que, para cada adaptação será necessário um
novo olhar, uma nova escuta, uma atenção diferenciada. Perceber a criança e
respeitar sua condição de sujeito, considerando seu desenvolvimento e sua
maneira de assimilar o mundo nos permitirá acolhê-la no decorrer deste
processo.
Mas em meio a este processo tão complexo, quem adapta quem? Como
todos vivenciam este processo, a adaptação ocorre pelo entrelaçamento dos
sentimentos, das percepções e ações dos familiares, professoras e crianças.
Dessa forma, a criança se adaptará a escola à medida que todos tenham
consciência de sua participação e implicação neste processo, e que o sentir
possa ser falado e vivido como natural neste momento de confronto com o
desconhecido. Então nós (todos os sujeitos implicados) nos adaptamos a uma
instituição escolar que, também envolvida, organiza e encaminha diferentes
maneiras o desenrolar deste processo, entendendo a criança como um
sujeito de direitos, que sofre, que expressa o que sente, que questiona, que
tem liberdade, podendo ser reconhecida em todo o seu potencial.
Para Rapoport (2005), “... a adaptação é um processo complexo e
gradual, em que cada criança precisa de um período de tempo diferente
para se adaptar.” Assim, é difícil sabermos quanto tempo vai durar este
período delicado em que todos estão se conhecendo. Aos poucos, a criança
vai se acostumando com o novo ambiente, os novos horários e as diferentes
relações de amizade e convivência.
As situações de aprendizagem planejadas para os primeiros dias são
muito importantes para a apresentação da escola ou da turma. O professor
pode incluir na rotina passeios pela escola para que o grupo tenha a
oportunidade de conhecer o espaço físico, visitas a outras salas
(previamente combinadas), bem como situações em conjunto no espaço
externo.
Nesta fase também é primordial proporcionar situações de
aprendizagens que favoreçam a socialização, permitindo a criança uma
adequada adaptação ao grupo que passa a conviver diariamente, aceitando
certas normas de convivência e reconhecendo seu papel dentro do grupo,
conhecendo e aceitando as diferenças, já que é essa diferenciação que
enriquece a vivência coletiva. A criança deve aprender a atenuar sua
diferença individual para poder integrar-se à coletividade. Por outro lado,
deve potencializar sua própria diferenciação para proporcionar sua
contribuição peculiar e exclusiva ao andamento do grupo.
Uma rotina bem estruturada desde os primeiros dias é fundamental
para que a criança se sinta segura. A organização do tempo em que ela vai
ficar na escola permite que diminua sua ansiedade em relação ao momento
da separação. Aos poucos a criança vai se adaptando a sequência de
situações e vai percebendo que há um momento de chegada à escola e um
momento de saída, sendo que o último representa a chegada da família.
Nesse sentido perguntas como “A minha mãe vem logo?” “vou ficar aqui?”,
encontram uma resposta concreta: “a sua mãe vem depois de tal situação!”.
O papel fundamental do professor em relação às crianças é agir com
prudência, dando uma atenção especial a ela, oferecendo situações
interessantes que motivem sua atenção. Este se torna o adulto mais
importante na vida da criança depois dos familiares que ela tenta imitar e
agradar.
Devemos levar em conta que o período de adaptação também é uma
oportunidade para o professor conhecer melhor as crianças, percebendo
seus interesses e necessidades, entendendo as diferenças e
individualidades de cada um e assim, juntamente com o grupo, planejar e dar
continuidade ao trabalho.
“Adaptação não é algo estático. Adaptação é um processo de
mudança, desenvolvimento. É estar atento as novas necessidades.”

Objetivos:
✓ Interagir e estabelecer vínculos afetivos com os colegas, professores,
funcionários e demais turmas da escola, criando laços de amizade, respeito
e companheirismo.
✓ Sentir-se respeitada, dentro das suas limitações, condições e capacidades.
✓ Adquirir confiança nas pessoas que a rodeiam.
✓ Conhecer e explorar diferentes espaços oferecidos pela escola, realizando
neles diferentes situações de aprendizagens, descobrindo novas formas de
aprender.

Linguagens Prioritárias:
✓ Linguagem da Adaptação, acolhida e da despedida;
✓ Linguagem dos Cuidados, Sentimentos e afetos em geral;
✓ Linguagem da Diferença entre as Pessoas.

Situações de aprendizagens:

✓ Recepção das crianças nos primeiros dias com música, pirulitos e balões
coloridos, além de proporcionar uma acolhida calorosa, para que a criança se
sinta bem no novo ambiente.
✓ Rodinhas de conversas com assuntos direcionados e variados (férias, finais de
semana, o que gostam de fazer,...), buscando conhecer cada um na sua
individualidade;
✓ Desenhos sobre o que mais gostaram de fazer nas férias observando como
gostam de trabalhar e como o fazem;
✓ Organização da sala (brinquedos, cantinhos) e ornamentação da mesma com a
colaboração das crianças para que estas se sintam bem no ambiente;
✓ Realizar um lanche coletivo com alimentos trazidos de casa, promovendo a
socialização e a integração entre as crianças das demais turmas;
✓ Jogos/brincadeiras de socialização (gata-cega, pega-pega, cola-cola, esconde-
esconde, dança das cadeiras, brincadeiras com balões e jornais, ache seu
tênis, história da serpente, dança da vassoura, beijo/abraço ou aperto de
mão...), promovendo a integração entre as crianças.
✓ Elaboração das regras e combinados da turma, relacionando os mesmos a
desenhos, que serão colados em pratos de papel nas cores verde e vermelho,
pintados pelas crianças, identificando assim o que pode e o que não pode
acontecer.
✓ Músicas calmas e troca de carinho ao dormir, transmitindo segurança e
confiança para as crianças;
✓ Jogos simbólicos com utilização de fantasias, despertando a imaginação das
crianças e buscando conhecê-las melhor;
✓ Relaxamento com bolinhas de massagem, feita de colega em colega e também
pela professora, promovendo o toque e a afetividade.
✓ Realização de brincadeiras livres na sala e no pátio, visando a integração e
socialização das crianças, bem como conhecer as preferências de cada uma.
✓ Jogo do dado Carinhoso, onde cada criança deverá realizar a tarefa do dado
(expressa em desenhos) em um de seus colegas, estimulando a afetividade.
✓ Jogo das saudações: ao som da música, todos se movimentam. Ao parar, cada
um deverá encontrar um par e realizar com ele a tarefa sugerida pela
professora: dar um beijo, um abraço, fazer cócegas, etc., facilitando assim
o entrosamento e a afetividade entre as crianças.
✓ Jogo do “Abraço, beijo ou aperto de mão”, estimulando a afetividade.
✓ Descobrir quem é o colega, através do toque, com os olhos vendados,
estimulando o toque e a socialização.
✓ Rodas cantadas, como Viuvinha, Terezinha de Jesus, Quem comeu o pão da casa
do João” dentre outras, facilitando a integração entre as crianças.
✓ Construção de cabanas utilizando os lençóis (pátio e sala) durante as
brincadeiras de faz de conta, despertando assim a imaginação.
✓ Exploração dos diferentes ambientes e jogos que a escola dispõe: pátio, sala,
porão, etc. descobrindo assim seus espaços e possibilidades.
✓ Contação da história: “Uma dúzia e meia de coisinhas à toa que me faz feliz,
com posterior realização de desenhos e pinturas sobre suas coisas
favoritas.
✓ Criação de um cantinho na sala com os objetos e brinquedos favoritos das
crianças (trazidos de casa), facilitando assim o processo de adaptação.
✓ Programações e situações de aprendizagens diferenciadas no decorrer do
processo: passeios, piqueniques, confecção e degustação de sacolé, festas,
teatros, cineminhas, salão de beleza, etc. a ser combinado com as crianças,
estimulando a integração entre as mesmas.
✓ Manusear, observar, explorar, amassar folhas de jornais e revistas, onde a
professora poderá descobrir, conhecer os interesses de cada criança.

Recursos:
Giz escolar; Lápis de cor; Giz de cera; Folhas de ofício e desenho;
Canetinha;CDs variados; DVDs diversos; Rádio; Bolinhas de massagem;
Cadeira; Jogos variados; Livros infantis; Jornais e revistas.

Bibliografia consultada:
BASSEDAS, Eulália et. al. Aprender a ensinar na Educação Infantil. Porto
Alegre: ARTMED, 1999.

CRAIDY, Carmem Maria. O educador de todos os dias: convivendo com


crianças de 0 a 6 anos. POA: Mediação, 1998;

FERREIRA-ROSSETTI, Maria Clotilde. Os fazeres na educação infantil. 3ª


ed.. SP: Cortez, 2001;

LLEIXÁ ARRIBAS, Teresa. Educação Infantil; desenvolvimento, currículo e


organização escolar, 5ªed. – Porto Alegre: Art, 2004;

RAPOPORT, Andréa. Adaptação de bebês à creche: a importância da


atenção de pais e educadores. Porto Alegre: Mediação, 2005.

SEBASTIANI, Márcia Teixeira. A inserção da criança na creche. In:


Fundamentos Teóricos e metodológicos da Educação Infantil. Curitiba:
IESDE Brasil, 2005;

Cadernos Educação Infantil, V.5;

Revista Criança do professor de educação infantil – Ministério da Educação

Revista Pátio – Educação Infantil; Educando crianças de 0 a 3 anos.

Internet:
http://guiadobebe.uol.com.br/bb1a2/socializacao_e_adaptacao_da_crianca
_na_preescola.htm

http://novaescola.abril.com.br/index.htm?ed/171_abr04/html/pequenos
http://www.edicoesgil.com.br/educador/primeirodia.html

Acessados em 14/01/09.

Bibliografias sugeridas:
NOVAES, Maria Helena. Adaptação Escolar. Petrópolis: Vozes, 1985.

FUNDAÇÃO, Roberto Marinho. Professor da pré-escola Vol I. Rio de


Janeiro: FAE, 1991.

BEE, Helen/Tradução Maria Adriana Veríssimo Veronese. A criança em


desenvolvimento. -9.ed. -Porto Alegre:Artmed, 2003.

SANFORD, Fátima Rodrigues. Acolhimento, cuidados que auxiliam a criança


a se adaptar na creche. Revista do professor, Porto Alegre, nº81,p.5-
6,jan./mar.2005.

AMARAL, M. F., Morelli, V., Pantoni, R. V., Rossetti-Ferreira, M. C. (1996).


Alimentação de bebês e crianças pequenas em contextos coletivos:
mediadores, interações e programações em educação infantil. Revista
Brasileira de Desenvolvimento Humano, 6,p. 19-33,1996.

AVERBUCH, A. R. Adaptação de bebês à creche: O ingresso no primeiro ou


segundo semestre de vida. Dissertação de Mestrado não publicada. Curso de
Pós-Graduação em Psicologia do Desenvolvimento, Universidade Federal do
Rio Grande do Sul. Porto Alegre, RS, 19.
Como fazer a adaptação no berçário e na creche? Sugestões, idéias,
atividades.

Como fazer a adaptação no berçário e na creche? Sugestões, idéias,


atividades.
Crianças inseguras, pais angustiados e sofrimento diante da
separação iminente. Esse não precisa ser o retrato do início dos
pequenos na creche. É possível diminuir o desconforto e
proporcionar uma adaptação tranquila e saudável para os bebês e
sua família. A fase de acolhimento na Educação Infantil é diferente
para cada faixa etária e requer atenção redobrada com bebês de até
2 anos. Afinal, quase tudo é novidade para eles: a convivência com
outras crianças e adultos (além do círculo mais próximo), as
brincadeiras com a areia...

O primeiro passo é conhecer bem a criançada. Entender seus


costumes e medos ajuda a elaborar o planejamento. "Quando
percebem que o educador sabe coisas que as fazem se sentir bem,
elas ficam mais calmas", diz Rosa Virgínia Pantoni, mestre em
Psicologia e coordenadora de assistência social da Creche
Carochinha, ligada à Universidade de São Paulo (USP)

Bebês de até 10 meses estranham a escola, o modo como são


colocados para dormir e a comida oferecida. É necessário prestar
atenção nos aspectos sensoriais: deixar objetos pessoais, como
mantinhas, chupeta e fronhas, junto ao berço ajuda na adaptação. A
ausência dos pais não incomoda, mas a textura diferente do lençol
do berço, a forma como são colocados para dormir, a temperatura
da água do banho, sim.

Depois de completar 1 ano, a adaptação muda um pouco. O foco


principal agora é fazer com que o bebê se acostume à ausência dos
responsáveis. Por isso, é necessário alternar momentos em que os
familiares estejam próximos e distantes da criança. Nessa idade, ela
já começa a estranhar quem não conhece e estabelece vínculos com
alguns adultos. Faz parte do processo, então, manter os rostos
conhecidos ao alcance da visão do pequeno. A separação é feita aos
poucos, intercalando momentos de aproximação e de ausência, até
que o bebê se acostume à rotina na creche.

Outra estratégia para assegurar a tranquilidade é fazer um espaço


para cada criança:

Sequência Didática:

1. Processo de acolhimento dos bebês (até 2 anos)


Objetivos
- Construir um ambiente de acolhimento e segurança para os bebês
e suas famílias.
- Estabelecer diálogos com eles e ressignificar os gestos, as ações e
os sentimentos por meio da linguagem.

Conteúdos
- Inclusão das famílias no processo de adaptação.
- Respeito às singularidades de cada criança.

Idade
Até 2 anos.

Tempo estimado
Duas semanas.

Material necessário
Objetos de apego dos bebês e para os cantos de atividades
diversificadas, uma foto de cada criança e livros de literatura
infantil.

Flexibilização
Bebês com deficiência intelectual costumam apresentar um
desenvolvimento mais lento que os demais. No entanto, no caso de
deficiências menos severas, essas diferenças podem ser pouco
notadas nos primeiros anos de vida. O bebê é capaz de desenvolver
sua mobilidade (mesmo que tenha algumas limitações motoras) e
também a capacidade de comunicação, embora costume apresentar
dificuldades de equilíbrio e de orientação espacial. Certifique-se das
limitações desta criança, respeite o ritmo de cada bebê e conte
muito com a ajuda dos pais ou responsáveis para adequar os
procedimentos nas situações de cuidado e de aprendizagem. Repetir
atividades e oferecer objetos que façam parte do dia a dia do bebê
são ações fundamentais que ajudam a criança nesse processo de
acolhimento. Organizar um caderno de registros, com as evoluções
e dificuldades de cada bebê em diferentes situações de
aprendizagem também contribui para diagnosticar eventuais
dificuldades da criança.

Desenvolvimento
1ª etapa
Leia a anamnese dos bebês ou entreviste seus familiares. Converse
com eles sobre a possibilidade de uma pessoa próxima à criança
acompanhar o período de adaptação e participar de situações da
rotina para compartilhar formas de cuidados com o educador. Não é
preciso que os pais estejam presentes. Outros responsáveis, como
avós, tios e irmãos mais velhos, podem participar dos primeiros
dias.

2ª etapa
No primeiro dia, acompanhe os responsáveis nas situações de
cuidado, como banho, alimentação e sono, e observe procedimentos
e formas de interação (a entrega do objeto de apego no momento de
sono, como foi interpretado o choro etc.). Monte alguns cantos (por
exemplo, com jogos de encaixe) e se aproxime dos pequenos.
Depois, faça uma roda com eles e as pessoas de sua referência para
despedida e transforme os gestos e as ações observados em
palavras. Converse sobre as brincadeiras, os interesses e o que foi
possível aprender sobre eles: João gosta de bola, Marina tem um
paninho etc. Fale que novas brincadeiras serão feitas no dia
seguinte. No segundo dia, organize outros cantos, com bacias com
água, bonecas e livros, por exemplo. Circule e participe das
situações. Oriente as pessoas que acompanham o processo a ficar
no campo de visão do bebê, mas que procurem desta vez não
interagir o tempo todo. No momento de trocar a fralda, a referência
familiar pode ficar ao lado do educador, enquanto ele realiza o
procedimento explicando à criança o que foi que aprendeu sobre ela
("Eu já sei que você adora segurar seu urso ao ser trocado. Pegue
aqui").

3ª etapa
No terceiro dia, brinque e abra espaço para a expressão de
sentimentos e gestos. Procure dar sentido às ações com base nas
experiências que os envolvem ("Seu bebê está com fome, José.
Vamos preparar uma sopa?). As pessoas que acompanham os bebês
podem se afastar do campo de visão deles. A saída deve ser
comunicada às crianças. No quarto dia, mostre cantos variados. À
medida que demonstrarem segurança, faça as despedidas das
pessoas que os acompanham. Anuncie onde estarão (quem ainda
fica na creche, quem vai tomar um café ou quem vai embora).
Brinque e acolha os possíveis choros, pegando no colo, oferecendo
brinquedos etc. Leia uma história.

4ª etapa
No quinto dia, componha o ambiente com os três cantos que mais
atraíram no decorrer da semana. Selecione fotos dos pequenos para
a composição de um painel. Nesse dia, apresente cada um, diga o
nome, do que já brincou, se é sapeca, brincalhão etc. Quando os
responsáveis vierem buscá-los, compartilhe esse painel na presença
dos bebês e crie um contexto de conversa que demonstre o
pertencimento deles à creche ("Agora esta sala é da Estela também.
Olha onde fica sua foto."). Na segunda semana, planeje os cantos
com base nos interesses das crianças e no que julga pertinente para
ampliar as experiências delas com o mundo -- a repetição de
propostas é importante.

Avaliação
Observe o comportamento dos bebês. Se possível, empreste um
brinquedo às mais resistentes, diga para cuidarem bem e trazerem
de volta à escola.

Consultoria: Clélia Cortez


Formadora do Instituto Avisa Lá, em São Paulo.

__

Assim, ela entende que há um lugar coletivo, mas que também


existe um cantinho só dela, com seus objetos de apego ou
brinquedos. Isso faz com que se estabeleçam vínculos com o local.
Também é importante definir uma rotina, com horários e regras,
para que os pequenos se sintam amparados.

O choro nos momentos iniciais da separação é normal e deve passar


logo, à medida que a criança percebe que é acolhida e
compreendida. Caso o berreiro persista, isso pode ser sinal de
insegurança. Outras manifestações de desconforto são o sono
constante, a apatia e a recusa em comer. Reuniões e estudos
periódicos permitem aprofundar o conhecimento a respeito do
universo infantil e agir nesses casos. "A insegurança dos
responsáveis influencia ansiedade dos pequenos. Por isso, os
profissionais precisam estar preparados", explica Ana.

Cabe ao educador acolher os bebês, reconhecer seus sentimentos e


fortalecê-los emocionalmente. "As ações devem estar voltadas para
a apresentação do novo ambiente de uma forma delicada", explica
Clélia Cortez, formadora do Instituto Avisa Lá, em São Paulo. "O que
está em jogo é o compromisso em transformar os sentimentos de
angústia presentes neste momento em segurança e afeto",
completa.

Processo de acolhimento das crianças e das famílias (2-3


anos)
Objetivos
- Envolver as famílias que chegam à escola pela primeira vez num clima de
acolhimento, segurança, cuidado e afeto.
- Incluir as crianças na construção do espaço e do tempo da escola (rotina)
- Acolher as singularidades de cada criança e incluí-las no desenvolvimento das
situações planejadas.
- Mediar as experiências da criança com a cultura

Conteúdos
- Inclusão das famílias no processo de adaptação
- Envolvimento das crianças na construção da rotina
- Respeito e valorização das singularidades das crianças
- Mediação das experiências da criança com a cultura

Idade
2 e 3 anos (a sequência pode ser adaptada para acolher crianças de até 5 anos)

Tempo estimado
Duas semanas

Materiais necessários
- Objetos para casinha, bonecas, carrinhos, giz ou fita crepe, massinha, papel para
desenho, fantasias;
- Uma caixa de papelão;
- Uma foto de cada criança;
- Fotos ou desenhos de situações da rotina;
- Livros de literatura infantil.
Flexibilização
Para crianças com deficiência física
Para incluir crianças com deficiência física nos membros inferiores, o primeiro passo é
garantir a acessibilidade dos espaços da creche. Faça um passeio com a criança pelas
salas e áreas externas e apresente-a aos colegas. Deixe que as crianças interajam e
conversem. Caso as crianças tenham dúvidas, como por exemplo "por que ele não
anda?", responda de forma clara. Aproveite a oportunidade para contar a todos que a
limitação motora do colega, de forma alguma o impede de fazer as atividades
propostas, mas que, para algumas ações, ele pode precisar de ajuda. Explique isso à
criança com deficiência física e mostre que ele pode recorrer a você ou aos colegas
sempre que precisar. Conte com a ajuda da família para compreender melhor as
necessidades e hábitos da criança. Procure manter objetos ao alcance dos pequenos e
respeite o tempo de aprendizagem da criança.

Desenvolvimento
A adaptação começa antes da entrada da criança na escola. Solicite, portanto, aos
familiares que preencham previamente uma ficha, ou então, realize uma entrevista
com perguntas que retratem quem é a criança: seu nome, se possui irmãos na escola,
suas brincadeiras preferidas, comidas que aprecia ou não, se possui objetos de apego,
chupeta e o que costuma gerar conforto ou desconforto emocional (por exemplo, a
resistência para relacionar-se com pessoas estranhas).
Ao ler as fichas e estabelecer um primeiro contato com as crianças inicie o
planejamento.
1º dia
Organize o ambiente contemplando, também, as preferências observadas nos relatos
das famílias: por exemplo, um canto de casinha com carrinhos de boneca e bonecas; um
outro, com carrinhos e algumas pistas desenhadas no chão com giz ou fita crepe; um
canto com massinha ou materiais para desenho. O tempo de permanência da criança
na escola pode ser aumentado gradativamente, mas é importante que nos primeiros
dias uma pessoa de sua referência afetiva permaneça o tempo que for necessário
próximo dela, mesmo que seja em outro lugar que não seja a sala de aula.
Já neste primeiro dia mostre que houve interesse em conhecer a história de cada um,
faça comentários do tipo: "João, sua mãe me contou que você gosta muito de bola, você
viu que aqui nesta sua escola você pode brincar de futebol? Veja quantas bolas separei
para você, quer brincar comigo?", ou: "Marina, eu já sei que você adora massinha,
vamos fazer um bolo e uma festa com seus novos colegas?".
No encerramento dessa proposta, anuncie para as crianças o que será feito a seguir.
Faça um passeio pela escola e apresente os espaços e pessoas que pertencem a este
lugar. Em seguida, apresente uma brincadeira cantada para as crianças e os pais. No
final do dia faça uma roda de conversa com as crianças e relembre o que observou de
mais significativo do movimento do grupo; narre algumas cenas que revelaram
envolvimento, interesse e anuncie o que viverão no dia seguinte.
Solicite aos pais uma foto da criança para que seja organizado um canto do grupo na
sala de aula.
Avaliação Observe e registre posteriormente as crianças que mais se envolveram com
as propostas e as mais resistentes à aproximação dos adultos para pensar em formas de
convite e construção de vínculos nas próximas situações.

2º dia
Organize os cantos de atividades diversificadas de desenho, massinha, jogos e fantasias
e compartilhe com as crianças as opções que terão neste dia. Procure circular pelos
diferentes cantos e participe das situações junto com os pequenos.
Num outro momento, apresente para as crianças o canto que foi escolhido para colocar
as suas fotos e envolva-as nesta situação. Crie um contexto de interação neste
momento: ao colocar as fotos no painel cante músicas com os nomes das crianças ou
então faça uma brincadeira referindo-se a algumas características físicas ou ações
observadas no dia. Por exemplo: "esta menina que vou mostrar agora brincou muito de
bola, comeu muita banana e está ao lado do Lucas. Quem será?"
Faça a leitura de uma história e mostre onde será o canto de livros do grupo.
No final, apresente uma caixa onde ficarão os objetos trazidos pelas crianças de casa.
Solicite aos pais que façam um desenho com seus filhos e tragam no dia seguinte para
ser colado nesta caixa. Se possível tire uma foto do grupo para identificar este objeto
que será de todos.
Avaliação Observe a movimentação das crianças nos cantos e a forma de envolvimento
com as propostas. Anote como foram as reações daquelas crianças mais caladas, das
que resistem aos contatos, ou mesmo daquelas que demonstram uma certa euforia
diante de tanta novidade.

3º dia
Faça mais uma vez a brincadeira com as fotos das crianças e com as músicas "A canoa
virou"; "João roubou pão". Proponha mais uma vez os cantos de atividades
diversificadas de massinha, casinha, pistas de carrinhos e bichos.
Monte com as crianças a caixa onde ficarão seus objetos e escolham um canto onde ela
ficará guardada.
Compartilhe mais uma leitura e guarde mais um livro na biblioteca que será do grupo.
Encerre o dia recuperando oralmente o que foi vivido pelas crianças e anuncie algo que
as aguardará no dia seguinte. Faça também um clima de surpresa, de expectativa para
as novas experiências.
Avaliação Invista na interação com as crianças que demonstram maior dificuldade e
resistência. Chame-as para pegar algum material com você para a organização do
ambiente, sente-se ao lado para fazer um desenho, faça você um mesmo um desenho
ou escultura de massinha para que leve para casa e observe as reações a estas formas
de convite. Não se esqueça de que aquelas crianças que aparentemente estão achando
que tudo é uma "festa", merecem um olhar especial, um colo, momentos de atenção
para se entregarem às propostas e para compreenderem o que está acontecendo com
elas.

4º dia
Receba as crianças com os cantos de atividades diversificadas (no mínimo 3). Faça mais
uma vez a brincadeira com as fotos. Apresente em forma de desenho ou por meio de
fotografias das crianças, cada situação da rotina (o professor deve organizar este
material previamente). Converse com as crianças o que fazem em cada momento e
organize junto com elas a sequência temporal das atividades. Diga que essas fotos ou
desenhos ajudarão a saber o que farão na escola e que logo após o lanche ou então da
brincadeira no parque, por exemplo, seus pais voltarão para buscá-las. Cole o quadro
da rotina num lugar de fácil acesso para as crianças.
Avaliação Ao anunciar os momentos que retratam a rotina, diga às crianças que ainda
choram e demonstram sofrimento em estar neste novo ambiente, quais são as situações
que viverão e quando será o momento de reverem as pessoas de sua família todos os
dias. Observe as reações e sempre que chorarem recorra a esta estratégia para ajudar a
tranquilizar as crianças.

5º dia
Receba as crianças em roda e conte que escolheu montar os cantos que mais gostaram
no decorrer da semana. Quando encerrar, recorra ao quadro da rotina para situar o que
farão a seguir. Faça mais uma leitura e guarde mais um livro na biblioteca do grupo.
Comente que, aos poucos, conhecerão muitas histórias. Em seguida, mude a atividade
e faça com o grupo uma salada de frutas (se possível, peça no dia anterior que cada
criança traga de casa uma fruta). Ou então, no lanche, faça um piquenique no espaço
externo da escola.
Encerre o dia com uma brincadeira. Conte que ficarão dois dias em casa sem vir para a
escola, mas que muitas novidades as aguardam na próxima semana. Fale que brincarão
muito e que o professor estará sempre presente quando precisarem de algo.
Avaliação Ajude as crianças mais resistentes à aproximação a transformarem
sentimentos em palavras. Reconheça os desafios ainda existentes, mas reafirme que na
próxima semana estará novamente na escola para recebê-las e investigar quais são as
brincadeiras e outras situações que lhes farão se sentir bem neste ambiente. Se possível,
empreste algum livro ou brinquedo e peça para que cuide bem e traga novamente para
a escola na próxima semana. Isso ajudará neste processo de construção de vínculo com
a escola e com o educador.

Consultoria Clélia Cortez


Formadora do Instituto Avisa Lá, em São Paulo.
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Reflexões sobre a chupeta


Objetivos
- Estimular a autonomia da turma, favorecendo um processo tranquilo de abandono da
chupeta e respeitando o ritmo e a necessidade de cada um.
- Promover um diálogo com as famílias, favorecendo ações em conjunto com a creche.

Conteúdos
- Cuidados.
- Identidade e autonomia.

Faixa etária
2 a 3 anos.

Tempo estimado
O ano todo.

Material necessário
Outros objetos de apego que não a chupeta, como cobertores e brinquedos, de acordo
com a anuência da família.
FlexibilizaçãoPara crianças com deficiência intelectualO grande desafio, ao trabalhar
com crianças com deficiência intelectual é mostrar que é possível fazê-las pensar para
além da 'concretude' dos objetos. Esses pequenos tendem a apegar-se mais a objetos
como a chupeta. Por isso, é importante não oferecer a chupeta diante de qualquer sinal
de desconforto da criança e conduzi-la, aos poucos, a deixar o objeto, da mesma forma
que as outras crianças do grupo - desde que respeitado o tempo de aprendizagem e as
conquistas de cada criança. As conversas com a família e a socialização na creche
também contribuem nesse processo.

Desenvolvimento
Questionamento
Busque compreender o significado da chupeta na vida dos pequenos. Para tanto, reflita
sobre as seguintes questões:
- Por que bebês e crianças pequenas geralmente chegam à creche com ela na boca?
- Por que para algumas ela é importante na hora do sono? E quando acordam também?
- Por que muitas delas param de chorar imediatamente quando esse objeto lhes é
entregue?
- Em quais momentos as crianças costumam deixá-lo de lado?

Interação com as crianças


Ao entender que a chupeta é um objeto de apego e fundamental para a adaptação na
creche, busque os momentos mais adequados para sugerir aos pequenos que ela não
seja usada, como durante as refeições, e na hora do parque e das atividades, explicando
que ela atrapalha os movimentos e a fala. Vale também planejar atividades divertidas,
como a manipulação de massas e tintas, e sempre oferecer um aconchego especial,
como o colo ou uma canção, para quem se mostrar mais sensível.

Interação com a família


Converse com os pais para saber em que situações os pequenos costumam usar a
chupeta em casa (e se usam). Informe-os também sobre a postura adotada na creche de
sugerir que o objeto saia de cena em alguns momentos - como as refeições e as
atividades - e proponha que façam o mesmo em casa, reforçando que o objetivo maior
não é abandonar a chupeta, mas promover a autonomia da criança em vários aspectos
gradualmente.

Solidariedade
Quando o combinado é não usar a chupeta, algumas crianças podem não lidar bem
com o fato, mesmo com você oferecendo atenção e outros objetos de apego. Nesses
casos de resistência, devolva a chupeta para que elas não se sintam desamparadas.

Desapego
Os objetos de apego podem ser usados para ajudar nos momentos críticos, mas, com o
tempo e a progressiva integração das crianças ao grupo, você deve lembrá-las de que
podem ficar sem a chupeta durante um período.

Avaliação
Mesmo que influenciado pelas experiências de socialização que os pequenos viverão
na creche, o sucesso em deixar a chupeta é uma conquista pessoal, que está relacionada
ao crescimento individual. Então, quando algum deles conseguir passar muito tempo
sem o objeto por perto, parabenize-o. Sempre que possível, chame a atenção também
para as coisas que as crianças estão conseguindo fazer sem ajuda e comente o
desempenho delas em outras atividades, como desenhos e pinturas, demonstrando o
quanto estão crescidas e independentes.

Consultoria: Maria Paula Zurawski


Professora do Instituto de Educação Superior Vera Cruz (ISE Vera Cruz) e assessora da
Secretaria Municipal de Educação de São Paulo.

Eu, nós, todo mundo na escola!


Introdução
A construção da identidade se dá por meio das interações da criança com o seu meio
social. A escola de Educação Infantil é um universo social diferente do da família,
favorecendo novas interações, ampliando desta maneira seus conhecimentos a respeito
de si e dos outros. A auto-imagem também é construída a partir das relações
estabelecidas nos grupos em que a criança convive. Um ambiente farto em interações,
que acolha as particularidades de cada indivíduo, promova o reconhecimento das
diversidades, aceitando-as e respeitando-as, ao mesmo tempo que contribui para a
construção da unidade coletiva, favorece a estruturação da identidade, bem como de
uma auto imagem positiva.

Tendo em vista estes propósitos, a utilização de fotos pode ser amplamente


aproveitada pelo professor de educação infantil. Este recurso visual promove situações
de interação, reconhecimento e construção da auto-imagem, favorece as trocas e a
percepção do outro e, das igualdades e diferenças, e consequentemente, de si.

Objetivos
- Interagir e relacionar-se por meio de fotos.
- Perceber-se a si e ao outro, as igualdades e diferenças, mediante as interações
estabelecidas.
-Sentir-se valorizado e reconhecido enquanto indivíduo.
-Enxergar-se a si próprio como parte de um grupo, de uma unidade complexa.

Tempo estimado
Um a dois meses.
Esta sequência de atividades foi traçada considerando as necessidades das crianças de
se reconhecerem no grupo no início do ano letivo. Desta forma, foram pensadas
atividades numa sequência, que pode ser alterada conforme as necessidades e
interesses de cada grupo. Depois desta sequênica inicial é interessante que algumas
atividades ocorram diariamente no decorrer do ano, como a elaboração da rotina e a
elaboração do quadro de presença.

Material necessário
- Fotos das crianças sozinhas, com seus familiares, com seu brinquedo preferido, e
outras, realizando atividades que gosta sozinhas e junto de seus colegas na escola.
- Caixinhas de sapato infantil para servir de caixinhas surpresa. Podem ser pintadas, ou
forradas.
- Papel craft para fazer cartazes de pregas.
- Papel cartão colorido e cola para confeccionar os cartazes com janelinhas.
- Fita adesiva.
Flexibilização
Para crianças com deficiência visual
É importante que as crianças com deficiência visual também tragam fotos, para que os
colegas as reconheçam. Mas, para que esses bebês sejam incluídos e consigam
reconhecer a si e aos colegas, é muito importante trabalhar estímulos relacionados aos
outros sentidos. Músicas, cheiros e objetos que caracterizem os colegas - a Mariana usa
óculos, o João está sempre de boné etc. - são fundamentais nesse processo. Substitua
algumas brincadeiras com fotos por brincadeiras com objetos de cada criança. O móbile
da sala também pode ser construído com brinquedos e as caixinhas, encapadas com
tecidos de diferentes texturas. Descreva bastante as imagens e as características de cada
criança. Você também pode trabalhar com as imagens em relevo (em braile, cola de
relevo ou barbantes nos contornos).

Desenvolvimento das atividades

Sequência 1 : eu, eu e eu
1. Numa roda, distribuir caixinhas supresa para as crianças com suas respectivas fotos
dentro, de forma que abram e encontrem a sua imagem.
2. Distribuir as fotos e ajudar as crianças a colá-las sobre os cabides, onde ficam
penduradas suas sacolas. Deixar as fotos sempre no mesmo lugar para que as crianças
saibam o lugar destinado a ela guardar seus pertences. (Pode-se também fazer um
mural de bolsos e, com ajuda das crianças, colar suas fotos, uma em cada bolso).
3. Fazer um cartaz de pregas representando a escola e outro representando a casa.
Disponibilizar as fotos das crianças numa caixa que fique disponível a elas no início do
dia. Deixe que olhem as fotos, encontrem as suas próprias e ensine-as a colocar no
cartaz referente à escola.
4. Numa roda, sortear uma foto por vez para que o grupo identifique quem é quem.
Incentivar as crianças a nomear e a relacionar foto e colega. Também podem cantar
alguma canção simples, que diga os nomes das crianças neste momento, como "Bom
dia Mariana, com vai? Bom dia Mariana, como vai? Bom dia, Mariana, bom dia
Mariana, bom dia, Mariana, como vai?". Cada um leva a sua foto ao cartaz da escola.
5. Espalhar fotos pelo espaço e brincar com as crianças de encontrar. Pode cantar uma
canção simples como: "Cadê o Léo, cadê o Léo, o Léo onde é que está?". Cada um leva a
sua foto ao cartaz da escola.
6. Fazer um cartaz com xerox repetidos e misturados das fotos de todas as crianças.
Brincar com as crianças de cada uma encontrar as suas próprias fotos entre as demais.

Sequência 2: eu, tu, eles


1. Preparar um pequeno cartaz com janelinhas que abrem e fecham, uma sobre a outra,
para cada criança (uma coluna, com espaço para quatro ou cinco fotos). Na janelinha
de cima, colocar a foto da criança e fechar, de forma que a foto fiue escondida. Sugerir
às crianças que abram as janelinhas e encontrem qual é o seu cartaz.
2. Nas caixinhas surpresas colocar as fotos das crianças com seus familiares. Distribuí-
las entre as crianças aleatoriamente. Deixar que abram e sugerir que descubram de
quem é a foto que encontraram. Cada um entrega a foto que encontrou para o seu
dono. O dono da foto cola-a, com ajuda do professor, no seu cartaz de janelinhas.
3. Em roda, cada criança mostra a foto do seu brinquedo preferido para o grupo e, com
ajuda do professor, conta o que é e como brinca com ele. Depois, colam na janelinha
seguinte de seu cartaz.
4. Repetir a atividade acima quantas vezes quiser, acrescentando fotos de outras coisas
significativas do universo familiar de cada criança (foto do quarto, do animal de
estimação etc.)

Sequência 3: nós e todo mundo


1. Com os cartazes, montar um biombo para sala, ou um grande mural, ao qual as
crianças terão acesso livre para verificar as fotos de suas janelinhas e as de seus colegas.
2. Tirar fotos das crianças na escola, em suas atividades cotidianas, em pequenos ou em
grandes grupos. Montar um móbile na altura das crianças para enfeitar um canto da
sala.
3. Entre algumas fotos tiradas na escola, selecionar as mais ilustrativas das atividades
que acontecem diariamente para confeccionar um quadro de rotina do grupo.
4. Todos os dias montar a rotina, sequenciando as atividades representadas pelas fotos,
com ajuda das crianças.

Quer saber mais?

Bibliografia
As cem linguagens da criança, Carolyn Edwards, ARTMED
Aprender e ensinar na Educação Infantil, Eulália Bassedas, ARTMED
Referencial Nacional para a Educação Infantil, MEC, 1998.
Orientações Curriculares: Expectativas de Aprendizagem e Orientações Didáticas para
a Educação Infantil, PMSP - SME/ DOT, 2007.

Ana Lúcia Antunes Bresciane


Psicóloga, Formadora de professores e Coordenadora Pedagógica da Escola Recreio,
em SP.

Atividade: Visita aos amigos


Objetivos
- Favorecer o cuidado com o outro e regras de convivência.
- Resgatar a história de cada criança.
- Aprender a confiar no processo de dar e receber.

Tempo estimado Quatro dias.


Flexibilização
Para crianças com deficiência visual
Para incluir os pequenos com deficiência visual, é possível trabalhar com fotos em
relevo (com os contornos pontilhados em braile, em cola de relevo ou destacados com
barbante) ou com gravações em áudio do riso, do choro e de outras expressões dos
bebês. Pode ser um estímulo interessante para mostrar às crianças de dois anos que
elas também já foram menores. Ensinar músicas à criança, que caracterizem os colegas,
é outra boa atividade. Um ambiente sinalizado na creche ajuda a criança a se localizar
no berçário. Oriente o pequeno a encontrar o bebê e a presenteá-lo. Amplie o tempo de
confecção do presente e, se julgar necessário, faça com que a criança reconheça os
espaços do berçário antecipadamente, com a sua ajuda.

Material necessário Bolinhas de plástico (maior do que a boca dos bebês), tinta atóxica
e não solúvel, cola, pedaços de pano, revistas de bebês, cartolina, tesoura e lápis de cor.

Desenvolvimento 1ª etapa Proponha uma atividade às crianças maiores de 2 anos para


que conheçam a vida dos menorzinhos: coloque várias revistas de bebês no chão e
sugira que escolham algumas imagens. Recorte-as e cole numa cartolina. Enquanto
isso, pergunte a cada uma por que escolheu aquela figura (aos que não responderem,
indague como está o bebê na foto: sorrindo, chorando, comendo, se parece feliz ou
triste etc.). Deixe o painel de fotos de bebês exposto até o fim da atividade. Diga às
crianças que irá pedir à família uma foto delas quando bebês. Ao fazer o pedido, sugira
que os pais escrevam alguma característica marcante, um fato interessante ou algo que
o filho fazia ou de que gostava quando era menor.

2ª etapa
Apresente ao grupo as fotos e as histórias encaminhadas pelos pais. Proponha que
cada criança cole sua foto numa folha e faça uma moldura pintada com lápis colorido.
É fundamental que você explique a elas que já foram bebê um dia - uma boa estratégia
é comentar as semelhanças físicas que a imagem revela.

3ª etapa
Conte para aos maiores de 2 anos que eles farão uma visita ao berçário e sugira que
construam um presente para dar aos bebês. Para confeccioná-los, entregue duas bolas
de plástico para cada criança, explicando que uma será para ela brincar e a outra
deverá servir de base para o presente dos bebês. Utilize tinta misturada à cola branca
ou pedaços de pano para decorá-las.
4ª etapa
As professoras do berçário devem organizar os bebês em grupos para receber a visita.
Em um que reúna bebês de 4 a 8 meses, as auxiliares e professoras precisam
permanecer ao lado para ajudar aqueles que ainda não seguram a bola. Ao receber os
presentes dos maiores, elas devem pegá-lo e agradecê-lo. Em outro grupo, com bebês
de 9 meses a 1 ano, deve-se dizer para eles que estão recebendo um presente, feito pelo
seu amigo, e que poderão brincar com ele. É muito comum que o bebê devolva a bola.
Nesse momento, é fundamental que o professor explique o ato, dizendo à criança que
deu o presente que o bebê quer brincar de dar e receber. Não se esqueça de monitorar o
toque das crianças nos bebês, pontuando a cada gesto que se deve ter cuidado,
"traduzindo" as expressões de satisfação ou desprazer do bebê para as crianças.

Avaliação Analise a atividade em conjunto com a equipe do berçário, identificando a


forma como cada um interagiu com os outros e como foi a qualidade das trocas
afetivas do encontro. Verifique, ainda, o nível de confiança do processo de dar e
receber para cada pequeno.

Consultoria: Íris Franco e Vitoria Regis Gabay de Sá


Respectivamente, psicóloga da Clínica Infans e coordenadora pedagógica da Escola
Jacarandá, ambas em São Paulo, SP.

Na creche, o que fazer na hora do


choro?

Adaptar-se ao ambiente e à equipe da creche, despedir-se da família, avisar que a


fralda está suja ou que a barriga dói, perder um brinquedo para um colega... Pode não
parecer, mas a vida de uma criança até 3 anos tem uma porção de desafios e uma boa
dose de estresse! Sem contar com a fala bem desenvolvida, os pequenos não têm
muitas opções além das lágrimas, que podem acompanhar chorinhos sofridos ou
mesmo choradeiras de assustar a vizinhança.
Para o educador, enfrentar momentos como esses está longe de ser fácil. É natural que
surjam sinais de frustração, irritação e, principalmente, falta de paciência. Mas tudo
fica mais simples quando se conhece o desenvolvimento infantil e há acolhimento e
uma permanente construção de vínculos afetivos com os bebês e as crianças - um
trabalho fundamental, que começa ao iniciarem a adaptação e segue ao longo do ano.

Nos primeiros dias da criança na creche, a equipe ainda não distingue os tipos de choro
dela. "Há o que expressa dor, o de ‘acordei, vem me buscar’ e o de saudade, entre
tantos outros. Quem investe em um cuidado atento passa a identificar essas diferenças
e, assim, descobre qual é a melhor atitude a tomar", diz Edimara de Lima,
psicopedagoga da Associação Brasileira de Psicopedagogia.

Para decifrar as lágrimas, é preciso ter em mente que o objetivo dos bebês é comunicar
que algo vai mal. "Eles relacionam o choro a uma reação boa. Afinal, alguém vem
atendê-los. Esse é o jeito que eles têm de dizer ‘estou tentando lidar com um problema,
mas não está fácil’. Por isso, deve-se evitar ideias preconcebidas e tentar entender o que
o choro expressa", orienta Beatriz Ferraz, coordenadora do Núcleo de Educação Infantil
do Centro de Educação e Documentação para Ação Comunitária (Cedac).

Essa pesquisa parte de tentativas e erros e, com o tempo, chega a várias respostas.
Quando há dor física, deve-se agir no ato e buscar as devidas orientações médicas. A
dor emocional também merece ação rápida e aconchego. "Costumam dizer que, se
pegar no colo, a criança fica manhosa. Mas colo e carinho não estragam ninguém e são
sempre bem-vindos", garante Regina Célia Marques Teles, diretora da Creche
Carochinha, em Ribeirão Preto, a 319 quilômetros de São Paulo.

Partindo dessa premissa, Vera Cristina Figueiredo, coordenadora de projetos da


associação Grão da Vida, em São Paulo, desenvolveu com sua equipe uma proposta
preventiva baseada no acolhimento constante. "Logo notamos a importância do brincar
junto e do estar próximo, atento às realizações e descobertas dos pequenos. Dar
atenção nesses momentos, e não apenas na hora de impor limites, gera tranquilidade e
faz o pranto diminuir", conta. Essa experiência jogou por terra a teoria de que acolher
deixa os pequenos grudentos e dependentes. "O carinho gera ganhos consideráveis em
termos de autonomia", garante Vera.

Não é raro que um simples conflito tome proporções de catástrofe mundial, com
direito a gritos, sacudidas pelo chão e soluços sem fim. "Às vezes, a criança perde o
controle e não consegue voltar ao normal sozinha. Não dá para cruzar os braços e
esperar isso passar nem tentar resolver na conversa", relata Regina Célia. Também não
vale cair na armadilha de fazer chantagens para o choro cessar. O melhor é mostrar que
entende o problema e pedir que ela respire fundo, lave o rosto e sente no seu colo,
passando a mensagem de que você confia que ela vai se acalmar. Não perca a chance:
respire fundo e tome fôlego também.

Quer saber mais?

CONTATOS
Ana Paula Yazbek
Beatriz Ferraz
Creche Carochinha , Av. Bandeirantes, 3900, 14040-901, Ribeirão Preto, SP, tel. (16)
3602-3580
Edimara de Lima
Grão da Vida, R. Oswaldo Quirino Simões, 140, 04775-010, São Paulo, SP, tel. (11) 5523-
2406

BIBLIOGRAFIA
Creche: Organização, Montagem e Funcionamento, Gilda Rizzo, 400 págs., Ed.
Record, tel. (11) 3286-0802, 53 reais

"Bebês e crianças pequenas se sentem à vontade quando a


creche acolhe as famílias e os objetos pessoais de todos".
Cristiane Marangon (Revista Nova Escola, Nov, 97)

A decisão de matricular o filho na Educação Infantil é movida por diferentes razões.


Alguns precisam apenas de um lugar para deixá-lo, enquanto outros entendem que
esse é o ambiente mais apropriado para os pequenos. Nos dois casos, os primeiros dias
na creche costumam não ser fáceis. As mães (ou responsáveis) choram discretamente,
se sentindo culpadas pela separação, e a criançada abre o berreiro ao ver os adultos
saírem pela porta. Evitar cenas assim é possível quando os profissionais escolares
programam uma boa adaptação para todos. "Como, na maioria das vezes, essa é a
primeira vivência de meninos e meninas num espaço coletivo fora de casa, devemos
fazer dessa experiência a grande e boa referência para as próximas relações", diz
Beatriz Ferraz, diretora de projetos de formação continuada da Escola de Educadores,
em São Paulo.
No Colégio Farroupilha, em Porto Alegre, a professora Edimari Rodrigues Romeu tem
grande preocupação com a adaptação. "Para amenizar o sofrimento das famílias, é
preciso mostrar que as crianças ficam bem na creche", lembra. Com isso em mente, ela
desenvolveu no início deste ano o projeto Um Cantinho da Minha Casa na Escola com
sua turma de berçário. O trabalho com os pequenos, de até 1 ano e meio, durou dois
meses e rendeu um diploma por ter ficado entre os 50 melhores do Prêmio Victor
Civita Educador Nota 10 em 2007.
Durante a entrevista com as famílias, Edimari pediu fotos das crianças com os
parentes, os animais de estimação e os brinquedos preferidos. "É importante que elas
encontrem objetos pessoais na escola", justifica. "Isso dá a sensação de extensão de casa
na instituição." Com o material, escolheu um canto, colocou um tapete colorido de EVA
no chão e espalhou almofadas e brinquedos devidamente identificados. Em paralelo,
confeccionou um painel com os retratos. Tirou cópias coloridas e as fixou em cartolina
branca com um adesivo transparente largo. Por fim, colocou o mural na parede numa
altura acessível ao grupo.

Álbum de fotos
As imagens originais foram para álbuns individuais. A professora cortou ao meio
folhas coloridas de tamanho A4 e colou as fotos em cada pedaço. Depois, digitou as
legendas no computador e imprimiu em papel branco. Nelas, o nome das pessoas e a
situação ("Pedro com seus avós no parque", por exemplo). Para garantir mais
durabilidade, envolveu as folhas com plástico adesivo transparente. Com o furador, fez
dois orifícios em todas as páginas e as uniu com barbante. Na capa, escreveu "Eu e
minha família". Como a intenção era deixá-los ao alcance da criançada, ela tomou o
cuidado de não usar grampeador nem fio de náilon para não causar machucados.
Todos os dias, alguém chegava com um brinquedo para juntar ao canto. Edimari
reunia a turma numa roda, fazia a chamada e mostrava o novo objeto. "Eu contava
quem havia trazido e estimulava o empréstimo, mas nem sempre era atendida. Quem
não queria compartilhar era respeitado", diz. Dessa maneira, ficava entendido o que
pertencia a quem. O mesmo aconteceu com a inserção de fotos inéditas, com destaque
para o nome e as peculiaridades de cada família.
O tempo todo, os pequenos estão livres para explorar o espaço. "Em alguns momentos,
eles ficam um longo período olhando e observando seus parentes e os dos colegas",
conta. Mas nem todos se acalmam vendo a imagem da família na parede. No princípio,
era comum alguns chorarem de saudade. Quando isso acontecia, a educadora os
pegava no colo e conversava sobre o momento em que se reencontrariam com os pais
novamente. Um de seus argumentos era a proximidade da hora de saída. Para os que
não têm autonomia para se locomover, como os bebês de colo e os que ainda não
engatinham ou andam, a estratégia é levá-los ao painel ou fixar as fotos no chão com
plástico adesivo transparente. Desde o início do ano, Edimari já refez o material
algumas vezes por causa da manipulação, mas isso não é problema. O que importa
mesmo é o bem-estar da turma.

Envolvimento de todos
O CEI Mina, na capital paulista, tem um projeto institucional de adaptação bastante
elogiado. Assim que recebe a lista de interessados em fazer a matrícula, a diretora
Rosangela Santos Barbosa marca uma entrevista com os pais ou os responsáveis. No
dia combinado, ela aplica um questionário com perguntas sobre concepção, gestação,
parto, relações afetivas, higiene, alimentação, sono e outros aspectos da vida da criança
em casa. Sua intenção é reunir informações para que a equipe consiga fazer um
atendimento personalizado. Depois, ela explica o planejamento pedagógico e apresenta
todos os espaços e funcionários, dando ênfase aos lugares onde a criança vai ficar. O
fim da conversa é um convite para que os adultos passem alguns dias na creche,
acompanhando a rotina.
Rosangela tem objetivos definidos. "Quero proporcionar tranquilidade e fazer com que
todos se sintam seguros acompanhando nosso trabalho", explica. A medida tem um
ganho adicional. Com a família dentro da instituição, os professores aprendem mais
rapidamente a melhor maneira de cuidar do novo integrante da turma. "O ideal é que a
primeira troca de fraldas seja feita pela mãe com a observação do educador", defende a
consultora Beatriz.
Na CEI Mina, os adultos participam ainda de palestras e discussões pedagógicas.
"Sempre exibo um vídeo e leio sobre o tema adaptação antes de iniciar uma reflexão",
conta a diretora. Além do ambiente preparado com mesa, cadeiras e videocassete, ela
oferece um lanche. Nesse clima descontraído, todos se sentem à vontade para
compartilhar impressões e angústias. Com o entrosamento no espaço escolar,
Rosangela propõe uma oficina de sucata para a confecção de um brinquedo. A
produção dos pais é sempre colocada na sala da creche. Outra iniciativa é integrar os
participantes às atividades do dia-a-dia. "O envolvimento é tão grande que as pessoas
não se restringem a dar atenção aos seus", narra.
Os especialistas recomendam ainda compartilhar um texto sobre o desenvolvimento
infantil e explicar o que acontece em cada época da infância, principalmente na fase em
que está o filho.

A equipe e a família
A equipe pedagógica também merece uma adaptação. "A rotina da instituição se altera
completamente com a chegada de cada novo integrante, seja no início do ano, seja
agora", justifica Silvana Augusto, assessora para Educação Infantil e formadora de
professores, de São Paulo. Nesse caso, coordenadores e diretores devem orientar
professores e demais funcionários sobre como se comportar: por exemplo, explicar aos
cozinheiros que, se acriança rejeitar a comida, não é um problema do trabalho dele.
A adaptação é um período de aprendizagem. Família, escola e crianças descobrem
sobre convívio, segurança, ritmos e exploração de novos ambientes, entre tantas outras
coisas. Para as famílias das crianças do CEI Mina, fica a clareza de fazer parte da
creche, pois a equipe considera o sentimento delas para desenvolver o próprio
trabalho. "Estamos prontos para receber os pais. Eles são nossos parceiros!", diz
Rosangela.
No Colégio Farroupilha, a professora gaúcha também alcançou seu objetivo: as
crianças rapidamente ficaram tranqüilas dentro do novo ambiente. Para demonstrar
isso aos pais ou responsáveis, fez fotos de diferentes situações, como a brincadeira no
tanque de areia, a hora do lanche, o abraço apertado no brinquedo querido e os olhares
felizes em direção ao mural. "As crianças aprendem a ficar longe da família e, com isso,
se apropriam dos espaços da creche", avalia.

PREFEITURA MUNICIPAL DE SANTA MARIA

SECRETARIA DA EDUCAÇÃO
CENTRO DE EDUCAÇÃO INFANTIL CASA DA CRIANÇA

DADOS DE IDENTIFICAÇÃO

Nome do Projeto: ENTRE FRALDAS, CHORINHOS E CHUPETAS

Turma: Berçário II Turno: manhã

Período: Março/julho Ano: 2011

Professora: Carmem Hautrive

Estagiárias: Camila e Jessica Natalia

Acessoria: Maria de Lourdes Bevilaqua e Juliana Gomes

Direção: Rossonia Serafini

JUSTIFICATIVA

Este projeto justifica-se por ser o primeiro contato que a criança tem com a escola, um
momento único e especial, tanto para a família quanto para a escola, pois é um período
de muito choro e impaciência por parte da criança, que se sente abandonada pelos pais.

Partindo desta afirmação é fundamental que o educador receba as crianças com o maior
afeto possível, demonstrando simpatia e principalmente mostrando segurança para os
pequenos iniciantes do convívio escolar, e que a escola, também se prepare para recebê-
los, tranqüilizando os pais que neste momento demonstram uma insegurança, que é
normal, diante do fato de ter que entregar seu filho para pessoas, até então, estranhas.

Segundo Gilda Rizzo :

“não é um problema circunscrito à criança e ao educador. Toda a escola deve se


preparar para se ajustar ás necessidades que o processo de adaptação exige. Tudo deve
estar claro quanto ao papel da escola, suas responsabilidades e os recursos que disporá
para minimizar os problemas relativos à adaptação. Forçar a criança a permanecer na
escola, aos prantos, pode marcá-la para o resto da vida. É preciso, no entanto, saber
distinguir os vários tipos de choro, para se permitir aceitar uma criança nestas
condições. Há choros que significam pânico e ansiedade, que indicam incapacidade
psicológica de a criança permanecer afastada da mãe e choros que expressam
chantagem emocional para manipular a mãe. O problema da adaptação é complexo e
não pode ser resolvido atentando-se apenas para o aspecto da criança. É a relação desta
com a sua mãe que tem de ser focalizada e compreendida pelo educador, auxiliado pela
equipe gestora, para que se descubram as medidas adequadas à adaptação. Além do que
cada caso é único e tem que ser avaliado em separado”. (RIZZO, pags.154, 155, 2000).

OBJETIVO GERAL

Proporcionar aos alunos um ambiente lúdico, agradável, seguro para que venha
proporcionar uma adaptação tranqüila para a criança e sua família, contribuindo para o
seu desenvolvimento integral.

CONTEÚDOS OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Adaptação a Escola

• Sentir-se tranqüila e confiante quando a deixam na escola e durante o período de


sua permanência no ambiente escolar.

• Facilitar o contato físico e afetivo do bebê, proporcionando uma adaptação


tranqüila.

• Ter relação afetiva com suas educadoras e ir aceitando a presença das outras
pessoas no ambiente da sala.

• Reconhecer e sentir-se segura dentro da sua sala e nos espaços onde realiza suas
atividades: refeitório, fraldário e corredor.

• Exploração do ambiente escolar e dos objetos da sala Proporcionar a descoberta


do ambiente da sala de aula.
• Ter interesse por explorar e manipular diversos objetos da sala.

• Orientação e Exploração no pátio e ao ar livre Diferenciar os espaços e os


elementos do meio próximo, através da experimentação, manifestar as suas
preferências. Em relações a estes espaços.
• Estimulação Oferecer um ambiente acolhedor e estimulante
• Estimular os aspectos sociais e afetivos como: sorrir brincar, reconhecer os
educadores, imitar, abraçar, acenar, beijar e obedecer.
• Estimular hábitos diários através da rotina.
• Estimular o desenvolvimento auditivo e visual, individualmente.

Linguagem oral e Comunicação

• Incentivar o desenvolvimento da fala, durante todos os momentos da rotina,


pronunciando corretamente as palavras.

Movimentos Amplos:

• Diferentes posturas corporais e agilidade de deslocar-se no ambiente.


• Expressão e ritmos corporais.
• Deslocar-se com destreza progressiva no espaço ao andar e engatinhar.
• Desenvolver atitudes de confiança em suas habilidades motoras amplas.
• Estimular os movimentos amplos de: andar, subir, transpor e descer pequenos
obstáculos, levantar-se com apoio e sem apoio, empurrar, chutar, sentar-se e
levantar-se c/ e sem apoio.

Observação e Imitação

• Jogo Simbólico Fixar-se no que os colegas e os adultos fazem e imitá-los.


• Hábitos de convivência Compartilhar, progressivamente, o espaço com os
colegas.

OBJETO SOCIAL DO CONHECIMENTO

Natureza e sociedade

AREAS DO CONHECIMENTO

-Linguagem Oral e Escrita

-Matemática
-Movimento

-Artes

ATIVIDADE MOTIVADORA

A atividade motivadora deste projeto foi tornar cada dia mais atrativo e aconchegante o
ambiente da sala, enfeitando-a e organizando-a de maneira que a criança sinta-se segura
e atraída para entrar e permanecer no ambiente.

A postura das educadoras ao receber a criança, também foi uma maneira de motivá-la a
entrar, pois ao recebê-las demonstramos alegria e satisfação ao vê-la, usamos um tom de
voz suave e um olhar tranqüilo, fazendo referencia e elogiando seu cabelo, sua roupa,
sua mochila etc. Conquistado, com isso, a confiança de cada uma delas.

ETAPAS PROVÁVEIS

-Cumprimentar pessoalmente a criança e chamá-la pelo nome;

-Fazer referência a quem a acompanha aos objetos pessoais etc.;

-Chamar a atenção das outras crianças sobre a chegada de cada colega, estimulando para
que a recebam e a levem aos brinquedos;

-Na chegada estimular a criança que se despeça do pai, da mãe ou da pessoa que a traz;

-Informar aos pais sobre o estado que a criança ficou durante a manhã;

-Brincar na sala com brinquedos sonoros e objetos variados

-Exploração do ambiente externo da escola – parquinho

-DVDs com músicas infantis

-Jogos de encaixe

-Momentos de higiene e alimentação

-Atividades de imitação e reprodução de sons

-Passeios pelas dependências da escola de diferentes maneiras, em pequenos grupos e


individualmente, caminhando ou com o carrinho de bebê.
-Nomeação das partes do corpo nos momentos de higiene

-Brincadeiras cantadas e com ritmos corporais

-Brincadeiras com bolas, com bonecas e carrinhos

-Andar, engatinhar, empurrar, subir, descer, transpor, sentar, levantar, bater arrasta,
abrir, fechar, empilhar,...

-Bater palmas, bater com o pé no chão, com a mão na mesa

-Bater um objeto no outro

-Exploração e manipulação de materiais como bolas, balões, peças de jogos, formas,


pelúcias...

-Exploração e manipulação de imagens diversas TV, LIVROS, REVISTAS, FOTOS

-Observar-se no espelho

ATIVIDADE AVALIATIVA

Será através da observação e registros diários a partir de critérios estabelecidos por


semestre considerando o nível de desenvolvimento de cada criança

BIBLIOGRAFIA

Estimulação Precoce – Inteligência Emocional e Cognitiva de 01 a 02 anos. Grupo


Cultural

Revista Criança do Professor de Educação Infantil, N°35, dezembro de 2004, Projeto


Estimulação p. 19 a 21

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