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Das Imunidades de Jurisdição e de Execução nas Questões

Trabalhistas –

Autor: Georgenor de Sousa Franco Filho

LTR – 74-01/19

Pontos abordados:

- A competência judiciária

- As duas imunidades

- Missões diplomáticas e repartições consulares

Brevemente resumido, o autor discorre sobre o equívoco contínuo


de decisões dos tribunais trabalhistas que ignoram a imunidade de
jurisdição dos órgãos de representação dos Estados estrangeiros e
de organismos internacionais, conforme prevê a Convenção de
Viena.

Pondera, de início, que é necessário esclarecer que há


competência da Justiça do Trabalho para lides que envolvem a
contratação de empregados brasileiros para prestação de serviços
em entes de Direito Internacional Público. Não se trata dos
funcionários consulares, para os quais a competência recairia à
Justiça Federal.

A questão, porém, não é de competência ou não da Justiça do


Trabalho, mas sim de imunidade de jurisdição, conforme vigora
nos tratados internacionais, dos quais o Brasil é signatário, tendo
internalizado suas normas no ordenamento pátrio.

A Justiça do Trabalho vem tratando a questão desses empregados


como ato de gestão e não de império, por parte do ente público
internacional, de tal sorte que os correspondentes procedimentos
não estariam relacionados com a soberania do Estado estrangeiro,
daí a conclusão sobre a inexistência de imunidade trabalhista,
conquanto permaneça incólume a imunidade de execução das
sentenças.

A execução das sentenças trabalhistas, na visão atual, dependeria


de exequator da carta rogatória do Estado receptor, no caso do
Mercosul, e da homologação pelas cortes dos Estados
estrangeiros, nos demais casos.

O Brasil não denunciou o tratado internacional (Convenção de


Viena de 61 e 63) sobre a imunidade de jurisdição e não há
costume internacional que passasse a desconsiderar a imunidade
trabalhista. De sorte que, para o autor, não pode ser afastada, sob
pena de grave inadimplência do Estado brasileiro perante à
comunidade internacional.

A contratação de empregados pelos

Neste caso o empregado será reintegrado ou receberá uma


indenização que corresponda ao dano sofrido pela dispensa, o qual
será calculado no caso concreto, segundo o prejuízo que o
empregado sofreu pela perda do emprego, levando-se em conta a
sua idade, formação profissional, situação familiar (número de
filhos, aluguel, colégio), situação social, possibilidade de obtenção
de novo emprego etc.

Para o autor, a doutrina desatenta ao mandamento constitucional


da vedação à dispensa arbitrária ou sem justa causa – art. 7, I, da
CF – supôs que a indenização do art. 10, I, da ADCT serviria para
compensar toda e qualquer dispensa imotivada, unilateral e
arbitrária.

O art. 10 do ADCT fala em limite da proteção (“fica limitada a


proteção...”). Mas não diz em que limite essa proteção se opera.
Trata-se de um limite máximo ou mínimo, já que o substantivo
limite não foi qualificado por nenhum adjetivo?

O autor entende que este limite não exclui outro tipo de


indenização, porque a prática da dispensa imotivada, além de
vedada pela Constituição, constitui grave lesão ao direito do
trabalho.

O limite estabelecido pelo ADCT é mínimo e não máximo, um piso


que não exclui outra indenização, uma vez que a lesão por lançar o
trabalhador no desemprego e impedir-lhe a existência digna e
humana, compatível com os padrões do mundo contemporâneo,
merece uma reparação que compense o intenso prejuízo sofrido.

Controle da dispensa coletiva pelo judiciário brasileiro

Segundo o autor, cabe o controle da dispensa coletiva pelo


judiciário, com base no princípio da inafastabilidade. Não se trata
de intervenção na atividade privada e violação do princípio da livre
iniciativa. Tem na verdade função de aplicar a lei ao caso concreto,
levando-se em conta a função social da propriedade privada.
Se a CF impede a dispensa arbitrária e impõe a negociação coletiva
(art. 114, § 1 e 2), cabe ao judiciário examinar se houve dispensa
arbitrária, assim como determinar que as partes observem a
negociação coletiva.

Foi o que fez o TRT-15, no caso Embraer, e o TRT-3, no Caso da


Siderúrgica de Minas Gerais.

Todavia, o TST assim não entendeu no caso Embraer, conferindo


efeito suspensivo ao recurso interposto contra a decisão do TRT-
15. Para o Superior, não há no ordenamento obrigação à
negociação coletiva, bem assim não está vigente a vedação à
dispensa arbitrária, prevista no inciso I do art. 7, da CF.

A decisão do TST foi duramente criticada pelo autor do artigo, no


sentido de que a presunção da crise usada como um dos
fundamentos do acórdão deveria preservar o emprego e não
autorizar as dispensas.

Por outro lado, a obrigação de negociar está estampada na CF, nos

§ § 1º e 2º do art. 114 da CF.

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