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UC de Administração Públicaa
Capítulo II e III
I Parte:
A Administração Pública
Evolução Histórica da Administração Pública
Os Sistemas Administrativos
Sessão n.º 4
Sumário:
4. Administração Pública no Estado Moderno: Estado Constitucional do século XX
4.1. O Estado comunista
4.2. O Estado Fascista
4.3. O Estado Democrático
5. A Evolução em Portugal no século XX
5.1. Primeira República (1910-1926)
5.2. Segunda República ou Estado Novo (1926-1974)
5.3. Com o 25 de Abril de 1974, a terceira República
Os Sistemas Administrativos
6. Introdução
7. Sistema administrativo tradicional
8. Sistema administrativo de tipo britânico, ou de administração judiciária
9. Sistema administrativo de tipo francês, ou de administração executiva
10. Confronto entre os vários sistemas administrativos
10.1. Evolução dos sistemas administrativos: britânico e francês
Objectivos da sessão:
Compreender o Estado Moderno de matriz constitucional;
Identificar o Princípio da Legalidade como a grande conquista do Estado Moderno;
Identificar e caracterizar os vários subtipos de Estado do Estado Moderno;
Apreender os principais aspectos políticos do Estado Comunista, Fascista e Democrático;
Situar a evolução histórica do Estado Moderno Constitucional em Portugal;
Identificar para Portugal, e para o século XX, os períodos designados por 1.ª, 2.ª e 3.ª República;
Caracterizar os principais aspectos políticos daqueles períodos.
Compreender o interesse pelo estudo dos sistemas administrativos;
Situar no tempo os vários sistemas administrativos;
Caracterizar os aspectos principais do sistema tradicional, francês e britânico;
Identificar as diferenças e semelhanças entre os vários sistemas administrativos, em particular o sistema francês e britânico; e,
Confrontar os dois sistemas e perceber as evoluções sofridas nos últimos tempos, nomeadamente a aproximação entre eles.
Praticamente todos os Estados têm uma Constituição, mas esta já não significa sempre um modo de limitação do poder, é muitas
Proclama-se em todos os países o princípio da legalidade, mas esta cede em muitos deles perante a razão de Estado;
Ao lado dos direitos, liberdades e garantias individuais surgem os direitos económicos, sociais e culturais, mas enquanto para os
democratas os segundos acrescem aos primeiros, para os totalitários são uma justificação da limitação ou supressão dos
Aumenta consideravelmente o intervencionismo económico, que por vezes se torna dirigismo, e em certos sistemas de Estado
Falar em Estado Constitucional do século XX é, pois, uma maneira de abarcar todas as modalidades ou variantes do Estado no
nosso tempo.
Falar em Estado Constitucional do Século XX é, pois, uma maneira de abarcar todas as, modalidades ou variantes do Estado no nosso
tempo.
Assim é importante fazer distinção de três modalidades do Estado Constitucional, sabendo de antemão que não é correcto sustentar
apenas, como pretendem muitos, que se passou do Estado liberal ao Estado Social, nem que essa evolução tenha seguido as mesmas
Compreender que no subtipo de Estado Constitucional se trata de falar em todas as variantes desse Estado no nosso tempo, devendo fazer-
a) O Estado Comunista;
b) O Estado Fascista; e,
c) O Estado Democrático.
Compreender o subtipo de Estado Comunista como variante do Estado Constitucional, nascido da Revolução Russa de 1917, estruturado
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Este chama a si todas as actividades com um mínimo relevo no campo económico, social, cultural, desportivo, etc.
A administração pública está sujeita ao princípio da legalidade, mas esta converte-se em legalidade socialista, devendo ser
interpretada em função do objectivo ideológico. O exercício de qualquer liberdade pode, pois, ser proibido;
Tribunais e juízes não são independentes, devem obediência à interpretação da lei pelo Governo ou pelo partido único;
Das decisões da administração pública não se pode recorrer para os tribunais, mas apenas reclamar para a autoridade autora do
Compreender o subtipo de Estado Fascista como variante do tipo de Estado Constitucional e como modelo posto em prática por Mussolini na
Itália, a partir de 1919, na Alemanha, com Hitler, desde 1933, e noutros países europeus e latino-americanos, com variantes e adaptações.
Por um lado, para combater a ameaça comunista é demasiado fraco o Estado liberal parlamentar, sendo necessário construir um
Estado forte e autoritário que adopte os mesmos meios e instituições que o Estado comunista, embora orientada para outros fins;
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Por outro lado, se a construção de um Estado forte e autoritário carece de impor restrições e limites aos direitos fundamentais de
carácter político (censura, polícia política, partido único, eleições manipuladas a favor do poder, prisão e deportação, etc.) o
Estado não prossegue uma ideologia revolucionária de destruição do capitalismo e de construção do socialismo, motivo pelo qual
não se pratica uma política de nacionalizações e massa, nem de reforma agrária colectivista, o que permite preservar a estrutura
capitalista.
Tem estruturas muito mais reduzidas que no Estado comunista; Não há perseguição às igrejas e à religião, nem uma política de imposição
Sistema fortemente centralizado e concentrado (por exemplo as autarquias locais e as universidades são dirigidas por
Organização corporativa, teoricamente autónoma, destinada a promover a auto-regulação profissional da economia e de outros
O Estado comunista suprime o sector privado o Estado fascista conserva-o, controlando-o de perto e condicionando-o;
Não há nacionalizações nem colectivização mas banca e seguros são fortemente controlados;
No plano das garantias individuais contra actos ilegais dos poderes públicos, o Estado fascista adopta uma posição intermédia
entre a do lado do Estado liberal e a do Estado comunista: nem todas as garantias, nem nenhumas;
A melhor prova de que o Estado fascista é um regime autoritário, onde o interesse colectivo prevalece sempre sobre interesses
individuais, é o facto de em Itália a doutrina dessa época considerar que o cidadão que impugna em Tribunal um acto ilegal que o
lesou não actua em nome individual para defesa de um direito próprio, mas antes como órgão do Estado para defesa da
legalidade objectiva;
Como refere Mussolini “Tudo pelo Estado, nada fora do Estado ou contra o Estado”.
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Compreender o subtipo de Estado democrático como variante do Estado Constitucional assente na soberania popular e caracterizado pela
democracia política, económica, social e cultural. Vigorou, sem intervalos autoritários ou totalitários, na Inglaterra, EUA e outros países (anglo-
saxónicos, nórdicos, etc.) onde a transição do Estado liberal oitocentista para o Estado Social do século XX se fez sem rupturas.
Situar que na Europa continental, foi o modelo que se implantou a seguir à queda dos regimes Fascista (França, Alemanha, Itália, Áustria e
outros, logo a seguir da 2.ª Guerra Mundial; e, em Portugal, Espanha, Grécia, só na década de 70 do século XX).
Situar que na Rússia e nos países da Europa de Leste (bem como em numerosos países africanos e asiáticos), o modelo democrático
Identificar que é:
Respeitador das autonomias locais e regionais e de algumas de índole corporativa (universidade e ordens, por exemplo);
Fornece uma ampla panóplia de instrumentos jurídicos de protecção que os cidadãos alguma vez conheceram (tribunais administrativos
inteiramente independentes, recursos e acções de plena jurisdição, processo executivos eficazes e sem controlo governamental, etc.).
Aqui a evolução tem sido mais complexa, na verdade só na segunda metade do século XX se passou do Estado liberal ao
Estado Social;
Assim:
Em Inglaterra, com o reformismo de Lloyd George a partir de 1906 (protecção de crianças, introdução de seguros sociais, primeiros
Em França, com as respostas sociais a uma forte agitação operária, pensões de reforma, lei do repouso semanal, etc.
Depois da 1.ª Guerra Mundial há um sinal para um novo ciclo de expansão do intervencionismo económico, o Estado fiscaliza e
controla cada vez mais e assume ele próprio a produção de bens económicos e a prestação de serviços públicos.
Com a 2.ª ª Guerra Mundial avança-se bastante na mesma direcção. Intervenção e dirigismo económico traduzem-se na
proliferação de organismos autónomos ligados à administração mas não integrados nos ministérios, são os institutos públicos, e
as nacionalizações dão origem a numerosas empresas públicas. Os primeiros constituem a chamada administração indirecta do
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Estado, que juntamente com os ministérios e a administração directa compõem o sector público; as empresas públicas formam o
Não é apenas o intervencionismo económico que caracteriza a AP dos nossos dias, é também a Acção Cultural, na medida em que lhe
cabe garantir a todos o direito à educação e promover a cultura, a ciência, a educação física e o desporto, saúde, segurança social,
protecção na infância, desemprego, terceira idade, etc. Por isso alguns falam no Estado-Providência.
A doutrina procura encontrar construções teóricas capazes de explicar o fenómeno, afirmando-se que:
c. De uma administração encarregada de defender apenas a ordem social a uma administração conformadora;
d. De um poder político assente na ideia de autoridade a um poder político baseado na ideia de prestação de serviços.
Situar no tempo (social e político, fundamentalmente) que a primeira república vinha imbuída de:
Situar no tempo que a segunda república foi caracterizada por (FREITAS DO AMARAL, 2006):
a) Longo período em que a Administração portuguesa acusou a influência de factores externos e internos que a condicionaram;
b) Manteve-se o princípio geral da separação entre a administração e a justiça, embora em zonas tidas como politicamente mais
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g) Foram nomeados delegados do Governo com funções fiscalizadoras junto de numerosas sociedades comerciais consideradas
de interesse colectivo; e,
h1) Houve, por um lado, uma notória diminuição e todas as matérias que revestissem ou pudessem de algum modo envolver
h2) As garantias, nos outros casos, foram aperfeiçoadas e reforçadas, mercê da influência e da pressão de certos sectores da
Compreender que a partir do 25 de Abril de 1974, a nossa Administração Pública iniciou uma nova fase da sua existência, graça dos
movimentos de democratização e de socialização desencadeados pelo novo regime e pela Constituição (FREITAS DO AMARAL, 2006):
Consolidou-se o princípio da separação entre a administração e a justiça, introduzido pela Revolução Liberal oitocentista;
Forte aumento do intervencionismo estatal, nomeadamente através da socialização dos principais meios de produção
O Estado tornou-se banqueiro, segurador, comerciante, empresário, industrial, protector, agricultor, etc;
Sobretudo a partir da revisão constitucional de 1989 que eliminou o princípio da “irreversibilidade das nacionalizações” e admitiu
a política das privatizações, começou um movimento de sentido inverso, que tem transferido bancos, seguradoras, etc., para o
sector privado;
Por outro lado a instituição de um regime democrático trouxe consigo, como é natural, uma liberalização dos sistemas de
É curioso sublinhar que, ao comparar a administração pública do Estado Novo com a 3.ª República:
No plano económico a administração passou do liberalismo para uma certa forma de autoritarismo;
No plano político-jurídico deu-se uma evolução do sentido contrário: do autoritarismo para a liberdade;
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Na transição da sociedade agrária para a sociedade industrial, operou-se a conversão de um regime politicamente autoritário e
economicamente liberal, num regime onde o liberalismo se introduziu na ordem política e o estatismo na ordem económica.
Numa palavra: a Administração Pública, que era politicamente condicionante e economicamente condicionada, apresentasse-nos
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Expor e contextualizar o conceito de sistema administrativo, enquanto modo jurídico típico de organização, funcionamento e controlo da
Administração Pública (FREITAS DO AMARAL, 2006, p. 99; JOÃO CAUPERS, 1996, p. 32).
Apresentar as características principais do sistema administrativo tradicional: (i) indiferenciação das funções administrativa e jurisdicional; e,
Identificar no tempo (Revolução Francesa) da modificou da situação, passando a Administração Pública a estar vinculada a normas
obrigatórias, subordinadas ao Direito, consequência simultânea do princípio da separação de poderes e da concepção da lei (geral,
Separação dos poderes: o Rei fica impedido de resolver, por si ou por concelhos formados por funcionários da sua confiança,
questões de natureza contenciosa, por força da lei da “Star Chamber”, e foi proibido de dar ordens aos juízes, transferi-los ou
Estado de Direito: culminando uma longa tradição iniciada na Magna Carta, os Direitos, Liberdades e Garantias dos cidadãos
britânicos foram consagrados no Bill of Rights. O Rei ficou desde então claramente subordinado ao Direito em especial ao Direito
Descentralização: em Inglaterra cedo se praticou a distinção entre uma administração central e uma administração local. Mas as
autarquias locais gozavam tradicionalmente de ampla autonomia face a uma intervenção central diminuta;
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Sujeição da Administração aos Tribunais Comuns: a Administração Pública acha-se submetida ao controle jurisdicional dos
Tribunais Comuns;
Sujeição da Administração ao Direito Comum: na verdade, em consequência do “rule of law”, tanto o Rei como os seus
Execução judicial das decisões administrativas: de todas as regras e princípios anteriores decorre como consequência que
no sistema administrativo de tipo britânico a Administração Pública não pode executar as decisões por autoridade própria;
Garantias jurídicas dos administrados: os particulares dispõem de um sistema de garantias contra as ilegalidades e abusos da
Administração Pública.
Separação de poderes: com a Revolução Francesa foi proclamado expressamente, logo em 1789, o princípio da separação dos
poderes, com todos os seus corolários materiais e orgânicos. A Administração ficou separada da Justiça;
Estado de Direito: na sequência das ideias de Loke e de Montesquieu, não se estabeleceu apenas a separação dos poderes
mas enunciam-se solenemente os direitos subjectivos públicos invocáveis pelo indivíduo contra o Estado;
Centralização: com a Revolução Francesa, uma nova classe social e uma nova elite chega ao poder;
Sujeição da Administração aos Tribunais Administrativos: surgiu assim uma interpretação peculiar do princípio dos poderes,
completamente diferente da que prevalecia em Inglaterra, se o poder executivo não podia imiscuir-se nos assuntos da
competência dos Tribunais, o poder judicial também não poderia interferir no funcionamento da Administração Pública;
Pública que se pretendia obter, fazendo desta uma espécie de exército civil com espírito de disciplina militar, levou o “conseil d'
État” a considerar, ao longo do séc. XIX, que os órgãos e agentes administrativos não estão na mesma posição que os
particulares, exercem funções de interesse público e utilidade geral, e devem por isso dispor quer de poderes de autoridade, que
lhes permitam impor as suas decisões aos particulares, quer de privilégios ou imunidades pessoais, que os coloquem ao abrigo
Privilégio da Execução Prévia: o Direito Administrativo confere, pois, à Administração Pública um conjunto de poderes
“exorbitantes” sobre os cidadãos, por comparação com os poderes “normais” reconhecidos pelo Direito Civil aos particulares nas
suas relações entre si. De entre esses poderes “exorbitantes”, sem dúvida que o mais importante é, no sistema Francês, o
“privilégio de execução prévia”, que permite à Administração executar as suas decisões por autoridade própria;
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Garantias jurídicas dos administrados: também o sistema administrativo Francês, por assentar num Estado de Direito, oferece
aos particulares um conjunto de garantias jurídicas contra os abusos e ilegalidades da Administração Pública. Mas essas
Situar o aparecimento do sistema nascido em França, que vigora hoje em quase todos os países continentais da Europa Ocidental e em
muitos dos novos Estados que acederam à independência no séc. XX depois de terem sido colónias desses países europeus.
Compreender que no confronto entre sistema britânico e francês se pode observar que (cfr. fig. 1):
b) Quanto ao controlo jurisdicional da administração, o primeiro entrega-o aos Tribunais Comuns, o segundo aos Tribunais
c) Quanto ao direito regulador da administração, o sistema de tipo Britânico é o Direito Comum, que basicamente é Direito Privado,
d) Quanto à execução das decisões administrativas, o sistema de administração judiciária fá-la depender da sentença do Tribunal,
ao passo que o sistema de administração executiva atribui autoridade própria a essas decisões e dispensa a intervenção prévia
de qualquer Tribunal;
e) Quanto às garantias jurídicas dos administrados, a Inglaterra confere aos Tribunais Comuns amplos poderes de injunção face à
Administração, que lhes fica subordinada como a generalidade dos cidadãos, enquanto o sistema francês só permite aos
Tribunais Administrativos que anulem as decisões ilegais das autoridades ou as condenem ao pagamento de indemnizações,
Têm vários traços específicos que os distinguem nitidamente (cfr. fig. 1):
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Organização
Descentralizado Centralizado
Administrativa
Controlo Jurisdicional da
Tribunais Comuns, Unidade de jurisdição Tribunais Administrativos, Dualidade de Jurisdições
Administração
Direito Regulador da
Direito Comum, Direito Privado Administrativo que é Direito Público
Administração
Verificar que a evolução ocorrida no século XX veio determinar a aproximação relativa dos dois sistemas em alguns aspectos (cfr. fig. 2).
Controlo Jurisdicional da
Tribunais Comuns Tribunais Administrativos
Administração
Unidade de jurisdição Dualidade de Jurisdições
Mantém-se
Direito Comum
Administrativo que é Direito Público
Direito Privado Direito Regulador da Administração
Aproximação entre os dois sistemas
Aproximação entre os dois sistemas
Amplos poderes de i njunção face à Administração, que lhes Só permite aos Tribunais Administrativos que anulem as
fica subordinada como a generalidade dos cidadãos decisões ilegais das autoridades ou as condenem ao
Garantias jurídicas dos particulares
pagamento de ind emnizações, ficando a Administração
(globalmente superiores) independente do poder judicial
Conclusão:
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O princípio fundamental que inspira cada um dos sistemas é diverso; soluções diferentes, técnica jurídica diferente;
a) A organização administrativa;
b) No direito regulador;
a) Nos tribunais onde, para Inglaterra, são os tribunais comuns e, para a França, os tribunais administrativos;
Concluir que a grande diferença entre o sistema britânico e francês reside, pois, no tipo de controlo jurisdicional da Administração; e,
O facto de ambos os países pertencerem à EU, a médio ou longo prazo, reforçará uma aproximação que vem sendo seguida por ambos.
O mesmo sucederá a Portugal. Um direito comum europeu começa a nascer e terá reflexos no Direito Administrativo dos países membros
1. No espaço que caracteriza o tipo de Estado Constitucional do século XX, são conhecidas variações daquele tipo de Estado. Representando o Estado
Constitucional, identifique aquelas variantes estabelecendo o confronto entre elas.
2. Demonstre, de forma sumária, os principais aspectos políticos, quer no plano da organização administrativa, quer no plano das tarefas do Estado,
caracterizadores do tipo de Estado Comunista, por oposição ao Estado Fascista.
3. Estabeleça o confronto entre os principais aspectos políticos caracterizadores do tipo de Estado Comunista e o Estado Fascista por confronto com o
Estado Democrático, quer na perspectiva da organização administrativa, quer na perspectiva das tarefas do Estado.
4. Qualifique, no plano da organização administrativa e das tarefas do Estado e, ainda, no plano das garantias individuais, o tipo de Estado
Democrático, argumentando porque se diz que assenta na soberania popular e democracia política, económica, social e cultural.
5. Tendo em consideração o que estudou sobre os períodos designados por primeira, segunda e terceira República, apresente argumentos que
objectam a que desenvolvimento da administração pública se tenha feito numa linha contínua de progresso ou retrocesso e/ou recuo.
6. Caracterize, ao nível dos principais aspectos políticos influenciadores da administração pública, o período designado por primeira república por
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7. Exponha argumentos para justificar quando, e porquê, se dá a consolidação do princípio da separação entre a administração e a justiça, introduzido
pela Revolução Liberal oitocentista, e a consolidação das garantias dos particulares contra actos da Administração.
8. Refira o que entende por sistema administrativo e apresente, descritiva e justificadamente, os dois principais sistemas administrativos que estudou.
9. No âmbito da matéria que estudou sobre os sistemas administrativos, apresente argumentos que fazem separar, em termos de características
distintivas, o sistema administrativo de tipo britânico ou de administração judiciária do sistema administrativo de tipo francês ou de administração
executiva.
10. Estabeleça as semelhanças entre o sistema administrativo de tipo britânico ou de administração judiciária do sistema administrativo de tipo francês
ou de administração executiva. Identifique, ainda, a evolução ocorrida no século XX e que veio aproximar aqueles sistemas.
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