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Modo de produção

Karl Marx definia “modo de produção” como sendo uma organização social e econômica,
desenvolvida através da força produtiva e das relações de trabalho (infra-estrutura), e esta
associada a um período de tempo. O autor diz que tivemos os modos de produção asiático,
escravista, feudal, capitalista, e comunista. No decorrer do texto iremos nos deter a critica de
Marx ao modo de produção capitalista, como as contradições deste sistema levariam o
levariam a queda, por conseguinte a instauração da ditadura do proletariado, ou comunismo.

A passagem do modo de produção feudal para o capitalista não foi amistosa, os camponeses
foram obrigados a mercantilizar sua força de trabalho, pois com o advento deste sistema a
terra passou a ser vista como bem de produção, sendo assim os antigos senhores feudais
passaram a expulsar boa parte dos camponeses, cercaram suas terras, para dar lugar às
pastagens de ovelhas, a lã abastecia as manufaturas de tecidos que por sua vez necessitavam
de mão de obra, naquela situação é claro que existia muita mão de obra disponível, pois com a
expulsão do meio rural, os camponeses passaram a comercializar sua força de trabalho nas
grandes cidades, a demanda de emprego era maior que a oferta, isso favoreceu a imposição de
baixos salários aos proletários em relação aos lucros dos donos do meio de produção, e altas
jornadas de trabalho para aumentar a produtividade (mais valia absoluta), além disso, os
burgueses poderiam aumentar sua produção através da mecanização (mais valia relativa),
todo esse contexto para Marx foi essencial para a acumulação do capital, e para o domínio dos
meios de produção por parte da burguesia.

Vemos no texto “o segredo da acumulação primitiva” que os camponeses além de serem


expulsos da terra, foram reprimidos pelo estado, aqueles que não se adaptaram ao novo modo
de produção foram subjugados através de uma “legislação sanguinária”, que assegurou a
dominação burguesa sobre a classe trabalhadora. Como se não bastasse as obrigações dos
recém proletários, os trabalhadores do campo também estavam subordinados a cidade, vemos
então que a burguesia contou com total apoio do estado contra qualquer insurreição dos
trabalhadores, aqueles que não se adaptassem a esse sistema seriam subjugados através da
força.

Para Marx a historia da humanidade é impulsionada pela luta de classes, sendo que no
capitalismo uma explora a outra, assim, ele demonstra como o sistema capitalista torna essa
rivalidade de classes ainda maior, pois esse modo de produção é baseado em um sistema de
exploração não disfarçado, visando o lucro como objetivo maior. Vale lembrar que no modo de
produção capitalista o trabalhador explorado passa a ser livre, porém ele é liberto de toda
relação de sujeição pessoal com seu explorador, como existia entre o escravo e seu dono o
entre o servo e seu senhor. Esta condição permite a venda de sua força de trabalho, mas como
vimos antes essa venda não foi nada amistosa, e até impulsionada por uma legislação
sanguinária.

Segundo a teoria marxista, as contradições encontradas no capitalismo gerariam um clima


inquietante entre as classes mais baixas, a exploração do proletário por parte dos burgueses se
tornaria cada vez mais inaceitável, as crises enfrentadas por este sistema servia de suporte
para o argumento de Marx, para ele essas se tornariam cada vez mais agressivas até o ponto
de a classe proletária instaurar uma revolta contra este sistema, a revolta do proletariado seria
um marco para instauração do modo de produção comunista.
Modo de produção

Marx destaca que o comunismo não privaria o poder de apropriação dos produtos sociais,
apenas elimina o poder de subjugar o trabalho alheio por meio dessa apropriação. Com o
desenvolvimento do socialismo, a divisão em classes sociais desapareceria e o poder público
perderia seu caráter opressor, enfim seria instaurada uma sociedade comunista.

O socialismo, portanto tem caráter revolucionário, Marx critica alguns tipos de socialismo que
seriam falsos, como o socialismo clerical e pequeno-burguês que pode ser definido como
socialismo reacionário, que seria uma forma de a elite conquistar a simpatia do povo, e mesmo
tendo analisado as grandes contradições da sociedade, olhava-as do ponto de vista burguês e
procurava manter as relações de produção e de troca, o socialismo conservador ou burguês
que procura remediar os males sociais este sistema é anti-revolucionário e ainda mantém
diferença de classes, e o socialismo utópico que apesar de fazer uma análise crítica da situação
operária não se apóia em luta política, tornando a sociedade comunista inatingível.

Com o advento do socialismo acabaria a transitoriedade dos modos de produção, pois


segundo materialismo histórico os modos de produção são marcados pela luta de classes,
como vimos o socialismo acabaria com a divisão da sociedade em classes e toda exploração
social, desta forma esse modo de produção seria definitivo marcando assim o fim da historia
baseada na luta de classes.

É evidente então que modo de produção para Marx é uma organização socioeconômica
associada a uma fase de desenvolvimento das forças produtivas, Marx dividiu os modos de
produção em primitivo, asiático, escravista, feudal, capitalista e comunista, porém se
preocupou em abordas mais os dois últimos, para ele todos os modos de produção anteriores
ao socialismo são transitórios e marcados pela desigualdade de classes, na analise sobre o
capitalismo ele manteve uma postura critica contra a exploração burguesa sobre o
proletariado e contra a forma violenta de implantação deste sistema, para ele então todas as
desigualdade promovidas pelo capitalismo levariam o proletário a revolta e conseqüente
instauração do comunismo, tal sistema acabaria com a sociedade dividida em classes e todas
as desigualdades, porém, ele fez questão de diferenciar das outras formas de socialismo
existentes, vemos então que as obras de Marx têm um caráter profético e revolucionário, algo
que ajuda a manter sua obra ainda mais atual e que ainda conquista muitas pessoas.

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