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Biologia Reprodutiva e Fenologia

A biologia floral inclui o estudo de todas as manifestações de vida da flor, inclusive a fertilização.
Neste sentido a biologia floral mescla-se com a ecologia da polinização, que engloba estudos de
interação entre flores e seus visitantes / polinizadores.

· Sistema sexual

A determinação do sistema sexual foi obtida da literatura, sendo portanto passível de


confirmação. O sistema sexual pode ser dividido em:

 Planta hermafrodita: apresenta flores monóclinas.

 Planta monóica: apresenta flores unissexuais, mas distribuídas no mesmo indivíduo.

 Planta dióica: apresenta flores diclínicas distribuídas em indivíduos separados.

 Planta polígama: apresenta flores monóclinas e diclínicas num mesmo indivíduo.

· Sistema reprodutivo

O sistema reprodutivo é descrito somente quando conhecido. Kearns & Inouye (1993),
consideram quatro tipos básicos de sistemas de reprodução sexuada:

 Predominantemente autógama, com 95% a 100% de autofecundação.

 Predominantemente alógama ou de fecundação cruzada, com 95% a 100% de


cruzamento.

 Sistema misto. A população pratica tanto a autofecundação, quanto a alogamia em taxas


intermediárias entre 10% a 90%.

 Parcialmente apomítica. Quando pratica tanto a reprodução sexuada quanto a a


assexuada. Pratica a apomixia em uma certa taxa.

· Vetor de polinização

Nos trópicos, a ecologia de polinização envolve essencialmente os animais (Bawa et al., 1985),
cujos principais agentes são as abelhas, vespas, mariposas, borboletas, moscas, morcegos e
pássaros. Um determinado conjunto de características da flor corresponde a um grupo de
polinizadores. Esse conjunto de características recebe a denominação de síndrome floral ou de
polinização. A Tabela 2 relaciona as características das flores com as diversas síndromes de
polinização.

· Fenologia: floração e frutificação: de uma maneira geral os eventos fenológicos abrangem


seis fases:

 Fase 1 - Botões florais: a fase de botões florais engloba desde o surgimento dos botões
florais até o início da antese.

 Fase 2 - Floração: a fase de floração, ou da antese floral, geralmente é considerada a


partir do momento em que a maioria das flores está se abrindo nas inflorescências,
passando pela fase de expansão completa, até a fase em que, aparentemente, já ocorreu
a liberação do pólen; nesta fase as anteras estão escurecendo e os estames estão com
início de murchamento.

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 Fase 3 - Senescência: nesta fase, as flores ou as inflorescências apresentam aparência


descolorida e os estames estão murchos e escurecidos.

 Fase 4 - Formação dos frutos: na fase de formação dos frutos, já é visível, a olho nu, o
início de formação dos frutos, conhecida por frutos imaturos, que despontam nos
receptáculos florais.

 Fase 5 - Maturação dos frutos: na fase de maturação dos frutos, estes apresentam seu
tamanho final, com mudança de coloração nos frutos. Estes não apresentam, ainda,
indícios de abertura.

 Fase 6 - Final da deiscência: considera-se como fase 6, a parte final do período


reprodutivo; nesta fase, as sementes já foram disseminadas e alguns frutos continuam
aderidos ao pedúnculo, conservando-se, às vezes, até a época do novo período
reprodutivo.

Dispersão de frutos e sementes

As classes de dispersão encontradas estão de acordo com as estratégias descritas por Van
Roosmanlen (1985). São caracterizadas as principais estratégias de dispersão de frutos e
sementes utilizadas pelas plantas, com destaque para os principais agentes dispersores como o
vento, a água e, especialmente, os animais.

 Anemocoria, ou dispersão pelo vento. Os frutos são secos e deiscentes, com sementes
pequenas e leves, normalmente apresentando estruturas aerodinâmicas que auxiliam o
vôo, sendo por isso conhecidas como sementes aladas. Algumas plantas anemocóricas
perdem todas as folhas no período de dispersão. Exemplos: Cedrella fissilis, Chorisia
speciosa (paineira), Tabebuia alba (ipê-amarelo), Tabebuia impetiginosa (ipê-rosa) e
Zeyheria tuberculosa (ipê-felpudo).

 Autocoria é a dispersão por mecanismos da própria planta, que lança suas sementes pelas
redondezas por algum mecanismo particular ou simplesmente libera as sementes
diretamente no solo (Bizerril, 2000). Este tipo de dispersão inclui a barocoria ou por
gravidade, e barocórica ou explosiva: Bauhinia forficata (pata-de-vaca); Caesalpinia
echinata (pau-brasil); Sebastiania comersoniana (branquinho).

 Hidrocoria, ou dispersão pela água, inclui frutos com boa capacidade de flutuação e
durabilidade no meio aquático. Ocorre em plantas de locais alagados ou próximos de
cursos de água ou do mar. Alguns exemplos: Calophyllum brasiliense (guanandi), Inga
sessilis (ingá-ferradura) e Salix humboldtiana (salseiro). Em florestas inundáveis é
também acentuada a ocorrência de ictiocoria, ou dispersão por peixes. Como exemplo
Genipa americana (jenipapeiro) e Sebastiania commersoniana.

 Zoocoria, ou dispersão por animais. Grande parte das estratégias de dispersão de


sementes, especialmente nos trópicos, envolve a participação ativa ou passiva dos
animais.

 Artiodactilocoria, ou dispersão por ungulados: freqüentemente, esse tipo de dispersão se


dá pelo processo de ruminação ou por transporte para outro local por estes agentes. Como
exemplo Cassia grandis (cássia-rósea) e Enterolobium contortisiliquum (timbaúva).

 Chiropterocoria, ou dispersão por morcegos. Morcegos frugívoros desempenham


importante papel na dispersão de várias plantas tropicais e subtropicais (exemplo:
Calophyllum brasiliense). Os morcegos são considerados bons dispersores de sementes
devido à habilidade de transportar frutos a longas distâncias da planta-mãe (Rezende et
al., 2000). Muitas espécies de morcegos atuam como dispersores de plantas dos estágios
primários e secundários da sucessão, o que sugere que a diversidade em certas áreas

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pode ser elevada pela presença desses animais.

 Ornitocoria, ou dispersão pelas aves está relacionada com a ausência de odor forte e a
presença marcante de coloração nos frutos maduros, uma vez que a visão é o principal
sentido das aves. Frutos vermelhos e roxos são preferidos pelas aves, que entretanto
podem vir a consumir frutos amarelos ou até mesmo verdes. Como exemplo Ilex
paraguariensis (erva-mate), Schinus terebinthifolius (aroeira-vermelha), e Prunus
brasiliensis (varoveira).

 Primatocoria, ou dispersão por primatas, macaco bugio, no caso de Schefflera morototoni.

 Mirmecoria, ou dispersão por formigas. Como exemplo Prunus brasiliensis e Schinus


terebinthifolius.

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