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2. Devido às forças transitórias, um outro cordão romper-se-á,
provocando o enfraquecimento da rede e resultando no rompimento
em cadeia de cordões e o eventual colapso total do sistema (perda
de estabilidade).
2
Os acontecimentos durante esses intervalos são de muita importância,
uma vez que determinam se o sistema “sobreviverá” ou não ao “choque”
inicial (preservação da integridade).
3
Equação de Oscilação de Máquinas Síncronas
C
+ m ws
A’ •
Eixo magnético do
• • B’
campo do rotor • m wm
+ +
B+ +A
Eixo da fmm resultante
no estator (Fsr)
•
C’
4
A Figura 3 mostra o diagrama vetorial das ondas de fmm do rotor (Fr),
do estator (Fs) e a resultante (Fsr).
Fs Fsr
sr
r= m
Fr
p
θ= ×θm rad
2
2
wm = × ws rad/s
p
ou
120 × f
n= rpm
p
5
A equação de movimento do rotor de uma máquina síncrona se baseia no
princípio da dinâmica, o qual estabelece que o torque de aceleração é
igual ao momento de inércia do rotor multiplicado por sua aceleração
angular, isto é,
d 2θ m
J× 2
= Ta = Tm − Te N.m
dt
Em que:
θ m = ws × t + δ m rad
m: Deslocamento angular do rotor em relação ao eixo girante da fmm
Fsr, em radiano mecânico.
t: Tempo em segundos
Ta: Torque de aceleração (N.m)
Tm: Torque mecânico (N.m)
Te: Torque eletromagnético, dado por
2
π p
Te = Φ sr × Fr senδ r N.m
2 2
6
Em condições normais de operação: Tm=Te, então Ta = 0.
Nesse caso, não há aceleração ou desaceleração das massas girantes do
rotor, sendo a velocidade resultante constante e igual à velocidade
síncrona.
jX d′ × I
+
=
E’ G Vt
m
_ Vt
I Referência
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Equação de movimento do rotor em função das potências envolvidas
no processo de conversão eletromecânica de energia e do ângulo de
transmissão de potência, m (ângulo entre a fmm do campo do rotor
e o campo girante do estator)
Conforme foi já foi visto, esta equação em função dos torques é dada
por:
d 2θ m
J× = Ta = Tm − Te N.m
dt 2
O ângulo m é medido com respeito a um eixo estacionário no estator,
conforme mostrado na Figura 2. Ele cresce com o tempo e com a
velocidade síncrona. Assim, é interessante a posição angular do rotor em
relação a um eixo referência que gira à velocidade síncrona (eixo da fmm
resultante no estator). Dessa forma, define-se
θ m = ws × t + δ m (6)
dθ m dδ dδ m
= ws + m wm = ws + (7)
dt dt dt
e
d 2θ m d 2δ m
= (8)
dt 2 dt 2
8
dθ m
A equação (7) mostra que a velocidade mecânica do rotor w m = é
dt
dδ m
constante e igual e à velocidade síncrona, quando = 0 . A equação
dt
(8) representa a aceleração angular do rotor.
d 2δ m
J × 2 = Ta = Tm − Te N.m (9)
dt
d 2δ m
J × wm × 2 = wm × Ta = wm × Tm − wm × Te W (10)
dt
ou
d 2δ m
J × wm × 2
= Pa = Pm − Pe W (11)
dt
O coeficiente J ×wm é o momento angular do rotor (kg.m2/s). Na
velocidade síncrona, é chamado de “constante” de inércia da máquina,
sendo simbolizado por M. Em algumas condições de operação, M não é
constante, tendo em vista que wm não é igual à ws. Porém, na prática, wm
não difere significativamente de ws quando a máquina é estável. Re-
escrevendo (11) em termos de M, tem-se
d 2δ m
M× 2
= Pa = Pm − Pe W (12)
dt
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Nos dados de máquina para estudo de estabilidade, outra constante
relacionada à inércia, comumente fornecida pelos fabricantes, é a
constante H. É definida como
2 H d 2δ m Pa Pm − Pe
× 2
= = (14)
ws dt S maq S maq
Tomando como potência base a potência da própria máquina, tem-se
(14) em p.u na base da máquina.
2 H d 2δ m
× 2
= Pa = Pm − Pe p.u (15)
ws dt
A equação (15) é chamada de equação de oscilação da máquina, a qual
governa a dinâmica rotacional das máquinas síncronas nos estudos de
estabilidade.
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Escrevendo (15) em termos de f (Hz) e fazendo m = (radiano elétrico),
tem-se;
H d 2δ
× 2 = Pa = Pm − Pe p.u (16)
π × f dt
Para o caso do ângulo ser dado em grau elétrico, resulta:
H d 2δ
× 2 = Pa = Pm − Pe p.u (17)
180 × f dt
A equação (15) pode ser reescrita como:
2 H d dδ m
× = Pa = Pm − Pe p.u (18)
ws dt dt
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Equação do Ângulo de Potência
E’
jX’d
I
+ jX d′ × I
= m
E’ _ G Vt Vt
Referência
I
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Potência elétrica ativa, Pe , de saída de um gerador síncrono e ângulo
de potência
VkVm VV
Pkm = × senθ km = k m × sen(θ k − θ m )
xkm xkm
Carga
G
V k ∠θ k k m V m ∠θ m
Barra infinita
Pkm y km
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A equação anterior fornece a potência elétrica, Pe, de saída de um
gerador. Comumente é chamada de equação do ângulo de potência. Seu
gráfico, traçado em função de , é conhecido como curva do ângulo de
potência.
VkVm
Pe = × senδ p.u
X km
= k- m
Pe = Pkm
Pmax
Pe = Pmax × senδ
V k × Vm
Pmax =
X km
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Exemplo. A figura abaixo mostra um gerador conectado através de duas
linhas de transmissão a um grande sistema metropolitano, ligado a uma
barra infinita ( V = 1∠0 o p.u e freqüência constante). Considere a
máquina em regime permanente (Pm = Pe). A tensão terminal da máquina
para esta condição de operação é 1, 05 ∠ 15 p.u. Os números dados na
o
Vt = 1,05∠15o j0,8
j0,1
G ∞
j0,8
Figura a - Sistema de potência em que se vê um gerador
alimentando uma barra infinita
Resolução:
Primeiramente, é construído o diagrama de impedâncias.
2 3
j0,8
1
j0,1
_
G Vt = 1,05∠15o
j0,8
∞ V = 1∠ 0 o
15
Módulo da reatância série entre a barra da tensão terminal e a barra
infinita:
Vt × V 1,05 × 1
× sen (δ ) × sen(15o ) = 0,54 p.u
X 13 0,5
(b.1) Equação do ângulo de potência:
Vt × V 1,05 × 1
Pe = × sen(δ ) = × sen(δ )
X 13 0,5
Pe = 2,1 sen(δ )
(b.2) Curva de potência:
Pe (p.u)
Pe = 2,1 × senδ
2,1
Pm
15 165 (graus)
90
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(c) Considera-se a potência mecânica de entrada, Pm, igual à potência
elétrica fornecida pela máquina em regime permanente, então, Pm=Pe = 1
p.u. Neste caso, os valores das potências interceptam-se num ponto
correspondente ao ângulo 28,44º (ângulo de operação da máquina,
quando estiver transmitindo 1 p.u de potência ativa em regime
permanente).
Pe (p.u)
Pe = 2,1 × senδ
2,1
Pm
H d 2δ
× = 1 − 2,1× sen(δ ) p.u
180× f dt 2
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Exercício Proposto:
j 0,3
j 0,15 j 0,1 j 0,1
G ∞
E’ =1,2 ∠ 24,62o V =1,0 ∠ 0o p.u
p.u j 0,3
Pede-se:
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CRITÉRIO DAS ÁREAS IGUAIS - Estudo de estabilidade
transitória de um sistema elétrico constituído por duas máquinas ou
uma máquina e um barramento infinito durante uma falta
2H d 2δ m
× 2
= Pa = Pm − Pe p.u
ws dt
jxL1
E’ jxT
G ∞
jx L2
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O gráfico da transmissão de potência ativa desse sistema está
representado na figura abaixo.
Pe (p.u)
Pe = Pmaxsenδ
A2
Pm
A1
0 cr max (rad)
V kV m
Pmax =
X km
Pm
cos δ cr = × (δ max − δ 0 ) + cos δ max
Pmax
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De acordo com a equação de oscilação, quando a máquina estiver
operando em regime e deixar de transmitir Pe , então Pa = Pm. Neste caso,
explicitando a aceleração angular na equação de oscilação, resulta:
d 2δ m ws
2
= × Pm rad/s2
dt 2H
Integrando essa equação, obtém-se a velocidade do rotor, relativa à
velocidade síncrona:
dδ tws w
= × Pm × dt = s × Pm × t rad/s
dt 0 2H 2H
Integrando-a novamente obtém-se a posição angular do rotor.
ws × Pm 2
δ= ×t + δ0 rad
4H
ws × Pm 2
δ (t ) |t =t = × t cr + δ 0 rad
cr
4H
ou
ws × Pm 2
δ cr = × tcr + δ 0 rad
4H
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Com a equação anterior, acha-se o tempo crítico:
4 H × (δ cr − δ 0 )
tcr = s
ws × Pm
Embora o critério das áreas iguais seja aplicado apenas para o caso de
duas máquinas ou uma máquina e uma barra infinita, é bastante útil para
se observar o que acontece quando ocorre uma falta (curto-circuito) no
sistema.
Quando um gerador está suprindo potência a uma barra infinita por duas
linhas de transmissão paralelas, como nos exemplos anteriores (figura
abaixo), a abertura de uma delas pode causar a perda de sincronismo do
gerador, apesar da carga está sendo suprida pela outra linha, como será
discutido adiante.
jxL1
E’ jxT
G ∞
jx L2
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Se ocorrer transmissão de potência durante uma falta, o critério das
áreas iguais pode ser aplicado. Porém, é necessário que se trace três
curvas de potência, para as seguintes condições:
Pe (p.u)
1 Pmax sen δ
r2 × Pmax senδ
3 r1 × Pmax senδ
A2
Pm
A1 2
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Pelo critério das áreas, as regiões A1 e A2 são de interesse para se
determinar o ângulo crítico. São dadas por:
δcr δx
A1 = Pmdδ − r × Pmaxsenδdδ = Pm(δcr − δ0 ) − r1 × Pmax(cosδ0 − cosδcr )
δ0 δ0 1
δ max δ max
A2 = r2 × Pmaxsenδdδ − Pmdδ = r2 × Pmax(cosδcr − cosδmax) − Pm (δmax − δcr )
δ cr δ cr
Pm
× (δ max − δ 0 ) + r2 × cosδ max − r1 × cosδ 0
Pmax
cosδ cr =
r 2−r1
Pm
Pm = Pmaxsenδ 0 δ 0 = sen -1
Pmax
Pm
Pm = r2 × Pmax senδ max δ max = 180 o − sen -1
r2 × Pmax
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Sob o ponto de vista de severidade no que tange a problemas de
estabilidade em um sistema de potência, as faltas são classificadas na
seguinte ordem decrescente:
1. Trifásica
2. Dupla fase-terra
3. Fase-Fase
4. Fase-terra.
Exercício Proposto:
3) Um gerador de 4 polos, 60 Hz, H=5 MJ/MVA, está fornecendo uma
potência ativa de 1,0 p.u a uma barra infinita através de um sistema de
transmisão constituído por duas linhas ligadas em paralelo, quando
ocorre uma falta em uma das linhas que reduz essa potência a 0,4 p.u. A
potência máxima que pode ser transmitida pelo sistema é 4 p.u. Após a
falta ser limpa pela proteção, o sistema passa a operar com somente uma
das linhas, fornecendo a mesma potência. Porém, neste caso, o sistema
só pode fornecer uma potência máxima igual à metade do caso pré-falta.
Em todos os casos, considere que a potência mecânica manteve-se firme
em 1 p.u. Também considere que o fator de transferência de potência
durante a falta, r1, igual a 0,2. Pede-se:
a) As curvas de Pe x δ para as condições pré, pós e durante a falta.
b) A equação de oscilação de potência para a condição pré-falta.
c) A potência de aceleração e a aceleração da máquina imediatamente
após a falta (período subtransitório).
d) O ângulo crítico e o tempo crítico.
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