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Empresário – conceito legal

Analisando o texto legal, faz a distinção de que apesar de


ter sido adotada a teoria da empresa, existem erros de
terminologia na lei que levam a imprecisos conceituais.

Fábio Ulhoa Coelho, nesse sentido, faz a seguinte


distinção: empresário é a pessoa física (individual) ou
pessoa jurídica que organiza uma atividade econômica de
produção ou circulação de bens ou serviços. Infelizmente,
apesar da preponderância das pessoas jurídicas na
posição de empresárias, a lei tomo como núcleo
conceitual a pessoa física.

Em razão deste erro, a lei incentiva a confusão entre o


empresário (pessoa jurídica) e os sócios desta.
O CC conceitua empresário da seguinte forma:
Art. 966. Considera-se empresário quem exerce
profissionalmente atividade econômica organizada
para a produção ou a circulação de bens ou de
serviços.
O parágrafo único do referido artigo exclui aqueles que,
ainda que exerçam atividade econômica, não serão
considerados empresários:
Parágrafo único. Não se considera empresário quem
exerce profissão intelectual, de natureza científica,
literária ou artística, ainda com o concurso de
auxiliares ou colaboradores, salvo se o exercício da
profissão constituir elemento de empresa.
Quanto a quem poderá exercer a atividade empresária,
diz a lei:
Art. 972. Podem exercer a atividade de empresário os
que estiverem em pleno gozo da capacidade civil e não
forem legalmente impedidos.
Quando for pessoa física (individual), ela deverá cumprir
com os requisitos deste artigo.
Quando for pessoa jurídica, seus sócios deverão
cumprir.
Pleno gozo da capacidade civil:

Levando-se em consideração o que diz o art. 5º do CC:


A menoridade cessa aos dezoito anos completos,
quando a pessoa fica habilitada à prática de todos os
atos da vida civil.
Conclui-se que, em regra, qualquer pessoa com 18 anos
completos poderá exercer a atividade empresarial sozinha
(individual) ou como sócia.
Quem são os incapazes?
O CC faz a distinção entre os absolutamente e os
relativamente incapazes:
Absolutamente:

Art. 3o São absolutamente incapazes de exercer


pessoalmente os atos da vida civil:
I - os menores de dezesseis anos;
II - os que, por enfermidade ou deficiência mental, não
tiverem o necessário discernimento para a prática
desses atos;
III - os que, mesmo por causa transitória, não puderem
exprimir sua vontade.
Relativamente:

Art. 4o São incapazes, relativamente a certos atos, ou à


maneira de os exercer:
I - os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos;
II - os ébrios habituais, os viciados em tóxicos, e os que,
por deficiência mental, tenham o discernimento
reduzido;
III - os excepcionais, sem desenvolvimento mental
completo;
IV - os pródigos.
Parágrafo único. A capacidade dos índios será regulada
por legislação especial.
O CC possibilita ainda o exercício pleno da capacidade civil antes
de completados os 18, através da emancipação, que poderá
ocorrer nos casos previstos nos incisos do parágrafo único do art.
5º:
Parágrafo único. Cessará, para os menores, a incapacidade:
I - pela concessão dos pais, ou de um deles na falta do outro,
mediante instrumento público, independentemente de
homologação judicial, ou por sentença do juiz, ouvido o tutor,
se o menor tiver dezesseis anos completos;
II - pelo casamento;
III - pelo exercício de emprego público efetivo;
IV - pela colação de grau em curso de ensino superior;
V - pelo estabelecimento civil ou comercial, ou pela existência
de relação de emprego, desde que, em função deles, o menor
com dezesseis anos completos tenha economia própria.
O CC possibilita, ainda, que aquele que tenha recebido o direito
sobre a empresa enquanto incapaz, ou que tenha se tornado
incapaz após o início da atividade, continue a exercer sua atividade
empresarial através da representação ou da assistência:
Art. 974. Poderá o incapaz, por meio de representante ou
devidamente assistido, continuar a empresa antes exercida por
ele enquanto capaz, por seus pais ou pelo autor de herança.
§ 1o Nos casos deste artigo, precederá autorização judicial, após
exame das circunstâncias e dos riscos da empresa, bem como da
conveniência em continuá-la, podendo a autorização ser
revogada pelo juiz, ouvidos os pais, tutores ou representantes
legais do menor ou do interdito, sem prejuízo dos direitos
adquiridos por terceiros.
Legalmente impedidos:
Os casos de impedimento estão em leis extravagantes (ou seja,
aquelas que não foram codificadas):
a) servidores públicos civis (federais, estaduais e municipais);
b) magistrados;
c) membros do Ministério Público;
d) policiais militares da ativa;
e) militares da ativa das Forças Armadas;
f) empresários falidos (enquanto não houver reabilitação);
g) Presidente da República, Ministros, Governadores e Prefeitos;
h) Condenado a pena que vede o acesso a cargos públicos;
i) Condenado por crime falimentar;
Há, inclusive, um impedimento quanto ao empregado quando
incorrer em ato de concorrência contra o seu empregador, o que
poderá ser resolvido com a autorização do empregador.

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