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COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DO TRABALHO

JURISDIÇÃO:

Jurisdição é o poder de julgar do Estado. Supõe provocação da parte e


imparcialidade do Juiz. É una e indivisível no território nacional (o que se divide
é a competência)1.

Espécies de jurisdição:

• Jurisdição contenciosa;
• Jurisdição voluntária.

Imunidade de Jurisdição: Estados estrangeiros e seus representantes


diplomáticos e organizações internacionais, a menos que haja renúncia
expressa da imunidade de jurisdição2.

Entretanto, em matéria trabalhista o STF decidiu que não há imunidade em


relação a matéria trabalhista:

- ESTADO ESTRANGEIRO. IMUNIDADE JUDICIÁRIA. CAUSA TRABALHISTA.


NÃO HÁ IMUNIDADE DE JURISDIÇÃO PARA O ESTADO ESTRANGEIRO, EM
CAUSA DE NATUREZA TRABALHISTA. EM PRINCÍPIO, ESTA DEVE SER
PROCESSADA E JULGADA PELA JUSTIÇA DO TRABALHO, SE AJUIZADA
DEPOIS DO ADVENTO DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988 (ART. 114).
NA HIPÓTESE, POREM, PERMANECE A COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA
FEDERAL, EM FACE DO DISPOSTO NO PARAGRAFO 10 DO ART. 27 DO
A.D.C.T. DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988, C/C ART. 125, II, DA E.C. N.
1/69. RECURSO ORDINÁRIO CONHECIDO E PROVIDO PELO SUPREMO
TRIBUNAL FEDERAL PARA SE AFASTAR A IMUNIDADE JUDICIÁRIA
RECONHECIDA PELO JUÍZO FEDERAL DE PRIMEIRO GRAU, QUE DEVE
PROSSEGUIR NO JULGAMENTO DA CAUSA, COMO DE DIREITO. (ACi 9696,
Relator(a): Min. SYDNEY SANCHES, Tribunal Pleno, julgado em 31/05/1989, DJ
12-10-1990 PP-11045 EMENT VOL-01598-01 PP-00016 RTJ VOL-00133-01 PP-
00159)

Contudo, apesar de haver a declaração do STF no sentido de não haver


imunidade, ela refere-se apenas a Ação Trabalhista em fase de conhecimento,
por haver, aí sim, imunidade em face de Execução Forçada:

E M E N T A: IMUNIDADE DE JURISDIÇÃO - RECLAMAÇÃO TRABALHISTA -


LITÍGIO ENTRE ESTADO ESTRANGEIRO E EMPREGADO BRASILEIRO -
EVOLUÇÃO DO TEMA NA DOUTRINA, NA LEGISLAÇÃO COMPARADA E NA
JURISPRUDÊNCIA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL: DA IMUNIDADE
JURISDICIONAL ABSOLUTA À IMUNIDADE JURISDICIONAL MERAMENTE
RELATIVA - RECURSO EXTRAORDINÁRIO NÃO CONHECIDO. OS ESTADOS

1
MARTINS FILHO, Ives Gandra da; Manual esquemático de direito e processo do trabalho. 17 ed. rev.
e atual. SP. Saraiva. 2008. p. 203.
2
MARTINS FILHO, Ives Gandra da; Manual esquemático de direito e processo do trabalho. 17 ed. rev.
e atual. SP. Saraiva. 2008. p. 203.
ESTRANGEIROS NÃO DISPÕEM DE IMUNIDADE DE JURISDIÇ ÃO,
PERANTE O PODER JUDICIÁRIO BRASILEIRO, NAS CAUSAS DE NATUREZA
TRABALHISTA, POIS ESSA PRERROGATIVA DE DIREITO INTERNACIONAL
PÚBLICO TEM CARÁTER MERAMENTE RELATIVO. - O Estado estrangeiro
não dispõe de imunidade de jurisdição, perante órgãos do Poder Judiciário
brasileiro, quando se tratar de causa de natureza trabalhista. Doutrina.
Precedentes do STF (RTJ 133/159 e RTJ 161/643-644). - Privilégios
diplomáticos não podem ser invocados, em processos trabalhistas, para
coonestar o enriquecimento sem causa de Estados estrangeiros, em inaceitável
detrimento de trabalhadores residentes em território brasileiro, sob pena de essa
pr ática consagrar censurável desvio ético-jurídico, incompatível com o princípio
da boa-fé e inconciliável com os grandes postulados do direito internacional. O
PRIVILÉGIO RESULTANTE DA IMUNIDADE DE EXECUÇÃO NÃO INIBE A
JUSTIÇA BRASILEIRA DE EXERCER JURISDIÇÃO NOS PROCESSOS DE
CONHECIMENTO INSTAURADOS CONTRA ESTADOS ESTRANGEIROS. - A
imunidade de jurisdição, de um lado, e a imunidade de execução, de outro,
constituem categorias autônomas, juridicamente inconfundíveis, pois - ainda que
guardem estreitas relações entre si - traduzem realidades independentes e
distintas, assim reconhecidas quer no plano conceitual, quer, ainda, no âmbito de
desenvolvimento das próprias relações internacionais. A eventual impossibilidade
jurídica de ulterior realização pr ática do título judicial condenatório, em
decorrência da prerrogativa da imunidade de execução, não se revela suficiente
para obstar, só por si, a instauração, perante Tribunais brasileiros, de processos
de conhecimento contra Estados estrangeiros, notadamente quando se tratar de
litígio de natureza trabalhista. Doutrina. Precedentes. (RE 222368 AgR,
Relator(a): Min. CELSO DE MELLO, Segunda Turma, julgado em 30/04/2002,
DJ 14-02-2003 PP-00070 EMENT VOL-02098-02 PP-00344)

Características da jurisdição:

• Secundária – caráter supletivo, em face da ausência de autocomposição


das partes;
• Instrumental – meio de composição do conflito, pela intervenção estatal;
• Cognitiva ou executiva;
• Desinteressada;
• Provocada3.

Princípios da Jurisdição:

• Princípio do Juiz natural;


• Princípio da improrrogabilidade da jurisdição;
• Princípio da indeclinabilidade da jurisdição;
• Princípio da indelegabilidade da jurisdição;
• Princípio da initerrupção e celeridade da jurisdição4.

3
MARTINS FILHO, Ives Gandra da; Manual esquemático de direito e processo do trabalho. 17 ed. rev.
e atual. SP. Saraiva. 2008. p. 203.
4
MARTINS FILHO, Ives Gandra da; Manual esquemático de direito e processo do trabalho. 17 ed. rev.
e atual. SP. Saraiva. 2008. p. 203.
COMPETÊNCIA:

Competência é a possibilidade de exercer a jurisdição.Limita e distribui pelos


juízes a jurisdição5.

Competência:

• Justiça Estadual;
• Justiça Federal;
• Justiça do Trabalho;
• Justiça Eleitoral;
• Justiça Militar

Incompetência:

• Relativa – deve ser argüida na contestação, sob pena de prorrogação da


competência (territorial);
• Absoluta – não admite prorrogação da competência e pode ser argüida a
qualquer momento, podendo também ser declarada de ofício;
• Espécies:

o Valor;
o Hierarquia;
o Matéria;
o Pessoa

Peculiaridades:

Acidente de trabalho: CRFB/88, arts. 109,I e 114, VI;


Ações possessórias: decorrentes de relação de trabalho.

Conflito de competência:

• Conflito positivo de competência: quando dois ou mais juízes se dão


por competentes para conhecer da mesma causa;
• Conflito negativo de competência:

Solução do conflito de competência:

• STF – solucionar conflito de competência entre:


o STJ e TST;
o STJ e TRT’s;
o TRF’s e TJ’s (CRFB/88, art. 102, I, o);
• STJ – solucionará conflito de competência entre:
o TRT’s e TRF’s/TJ’s (CRFB/88, art. 105, I, d);
• TST – solucionar conflito de competência entre:

5
MARTINS FILHO, Ives Gandra da; Manual esquemático de direito e processo do trabalho. 17 ed. rev.
e atual. SP. Saraiva. 2008. p. 204.
o TRT’s
o Entre Juizes do Trabalho;
o Entre Juízes do Trabalho e Juízes de Direito investidos de
jurisdição trabalhista (Lei 7.701/88, art. 3, II, b) 6.

Competência da CLT:

• Arts.: 650 e seguintes.

Competência da Justiça do Trabalho na Constituição da República


Federativa do Brasil de 1988:

CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL DE


05 DE OUTUBRO DE 1988.

(...)

Art. 114. Compete à Justiça do Trabalho processar e julgar:


(Redação da EC nº 45/04)

“São devidos honorários de advogado em ação de acidente do trabalho julgada


procedente.” (SÚM. 234)

“Complementação de aposentadoria e/ou pensão. Entidade de previdência


privada. Competência. (...) A Justiça do Trabalho dispõe de competência para
apreciar litígios instaurados contra entidades de previdência privada e relativos à
complementação de aposentadoria, pensão ou de outros benefícios
previdenciários, desde que a controvérsia jurídica resulte de obrigação oriunda
de contrato de trabalho. Precedentes. Competirá, no entanto, à Justiça Comum,
processar e julgar controvérsias relativas à complementação de benefícios
previdenciários pagos por entidade de previdência privada, se o direito vinculado
não decorrer de contrato de trabalho. Precedentes.” (AI 713.670-AgR, Rel. Min.
Celso de Mello, julgamento em 10-6-08, 2ª Turma, DJE de 8-8-08). No mesmo
sentido: AI 615.684-AgR, Rel. Min. Carlos Britto, julgamento em 7-4-09, 1ª
Turma, DJE de 8-5-09; AI 730.361-AgR, Rel. Eros Grau, julgamento em 17-3-09,
2ª Turma, DJE de 17-4-09; AI 653.363-AgR, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgamento
em 17-3-09, 1ª Turma, DJE de 17-4-09; AI 675.318-AgR, Rel. Min. Ricardo
Lewandowski, julgamento em 3-2-09, 1ª Turma, DJE de 6-3-09.

“Competência criminal. Justiça do Trabalho. Ações penais. Processo e


julgamento. Jurisdição penal genérica. Inexistência. Interpretação conforme dada
ao art. 114, I, IV e IX, da CF, acrescidos pela EC n. 45/2004. Ação direta de
inconstitucionalidade. Liminar deferida, com efeito, ex tunc. O disposto no art.
114, I, IV e IX, da Constituição da República, acrescidos pela Emenda
6
MARTINS FILHO, Ives Gandra da; Manual esquemático de direito e processo do trabalho. 17 ed. rev.
e atual. SP. Saraiva. 2008. p. 206.
Constitucional n. 45, não atribui à Justiça do Trabalho competência para
processar e julgar ações penais.” (ADI 3.684-MC, Rel. Min. Cezar Peluso,
julgamento em 1º-2-07, DJE de 3-8-07)

"Contrato por tempo determinado para atender a necessidade temporária de


excepcional interesse público. Típica demanda trabalhista contra pessoa jurídica
de direito público. Competência da Justiça do Trabalho. Art. 114 da Constituição.
Precedentes." (CC 7.128, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgamento em 2-2-05, DJ
de 1º-4-05)

"Este é o teor da decisão agravada: ‘A questão suscitada no recurso


extraordinário já foi dirimida por ambas as Turmas do Supremo Tribunal Federal,
segundo as quais compete à Justiça do Trabalho o julgamento das questões
relativas à complementação de pensão ou de proventos de aposentadoria,
quando decorrente de contrato de trabalho (Primeira Turma, RE-135.937, rel.
Ministro Moreira Alves, DJ de 26-8-94, e Segunda Turma, RE-165.575, rel.
Ministro Carlos Velloso, DJ de 29-11-94). Diante do exposto, valendo-me dos
fundamentos deduzidos nesses precedentes, nego seguimento ao agravo de
instrumento (art. 21, § 1º, do RISTF, art. 38 da Lei n. 8.038, de 28-5-1990, e art.
557 do CPC)’." (AI 198.260-AgR, Rel. Min. Sydney Sanches, julgamento em 1º-3-
05, DJ de 16-11-01). No mesmo sentido: AI 524.869-AgR, Rel. Min. Sepúlveda
Pertence, julgamento em 7-8-01, DJ de 11-3-05.

“Tendo a ação civil pública como causas de pedir disposições trabalhistas e


pedidos voltados à preservação do meio ambiente do trabalho e, portanto, aos
interesses dos empregados, a competência para julgá-la é da Justiça do
Trabalho.” (RE 206.220, Rel. Min. Marco Aurélio, julgamento em 16-3-99, DJ
de 17-9-99)

“Fixada pelas instâncias trabalhistas, a partir dos elementos fáticos, a premissa


de que o contrato celebrado tem natureza trabalhista, regido pela CLT, não há
como se ter por afrontada a norma inserta no art. 114 da Carta Magna, que
determina ser da competência da Justiça do Trabalho a apreciação de ações
decorrentes de relações de trabalho.” (RE 234.715, Rel. Min. Ilmar Galvão,
julgamento em 15-12-98, DJ de 25-6-99)

Redação Anterior:
Art. 114. Compete à Justiça do Trabalho conciliar e julgar os dissídios individuais e
coletivos entre trabalhadores e empregadores, abrangidos os entes de direito público
externo e da administração pública direta e indireta dos Municípios, do Distrito Federal,
dos Estados e da União, e, na forma da lei, outras controvérsias decorrentes da relação
de trabalho, bem como os litígios que tenham origem no cumprimento de suas próprias
sentenças, inclusive coletivas.

"Servidor Público – Conversão do regime celetista em regime estatutário –


Superveniência da Lei n. 8.112/90, que instituiu o regime jurídico único – Conseqüente
cessação da competência da Justiça do Trabalho – Reconhecimento da competência da
Justiça comum para julgar controvérsias surgidas após a edição da Lei n. 8.112/90 –
Precedentes – Recurso de agravo improvido." (AI 400.991-AgR, Rel. Min. Celso de
Mello, julgamento em 3-4-07, DJ de 29-6-07)
"Conflito de competência – Contribuição sindical – Demanda consignatória entre
empregador e sindicatos. A definição da competência da Justiça do Trabalho não
prescinde de previsão legal. O fato de não haver o envolvimento de empregados na
relação processual afasta a regra contida na primeira parte do artigo 114 da
Constituição Federal, tornando próprio observar-se a condição imposta na parte final do
preceito – ‘...e, na forma da lei, outras controvérsias decorrentes da relação de trabalho,
bem como os litígios que têm origem no cumprimento de suas próprias sentenças,
inclusive coletivas’. A competência é, no caso, da Justiça Comum, como já o era à luz da
Constituição Federal anterior – Precedente do Supremo Tribunal Federal: Conflito de
Jurisdição n. 5.934-SP, Relator Ministro Antônio Neder, Acórdão do Tribunal Pleno,
publicado no Diário da Justiça de 23 de outubro de 1974." (RE 135.441, Rel. Min.
Carlos Velloso, julgamento em 8-10-91, DJ de 24-11-00)
"Justiça do trabalho: incompetência: ação de sindicato de trabalhadores contra
empregador de membros da categoria, pleiteando direito próprio da entidade sindical,
decorrente de convenções ou acordos coletivos, sequer homologados em juízo: CF, art.
114, inteligência. Não obstante a eventual identidade de conteúdo e de eficácia
substancial entre as convenções ou acordos coletivos de trabalho (CLT, art. 611 e par-
1.), de um lado, e a sentença normativa (CLT, art. 867), ou de homologação de acórdão
em dissídio coletivo (CLT, art. 863), de outro, os primeiros não configuram decisões da
Justiça do Trabalho e, por isso, os litígios neles fundados entre sindicato e empregador
não se enquadram no âmbito da competência que lhe confere a parte final do art. 114 da
Constituição. Certo, configuram eles ‘controvérsias decorrentes da relação de trabalho’,
pois a existência desta é pressuposto, quanto a cada trabalhador, da obrigação de
desconto de contribuições sindicais, cujo adimplemento se reclama do empregador: no
entanto, para que dai resultasse a competência da Justiça do Trabalho seria necessário
que houvesse lei que a conferisse, nos termos da segunda parte do art. 114 da
Constituição, o que presentemente não ocorre. Recurso extraordinário conhecido e
provido contra acórdão do Superior Tribunal de Justiça que, em conflito, declarou a
competência da Justiça do Trabalho, fundado em extensão analógica da disposição
constitucional, incabível na hipótese." (RE 131.032, Rel. Min. Sepúlveda Pertence,
julgamento em 25-6-91, DJ de 9-8-91)

“Reclamação trabalhista promovida contra Cartório não oficializado, por serventuário


que não mantém relação de trabalho, pelo regime estatutário, com o Estado:
competência da Justiça do Trabalho.” (CC 7.012, Rel. Min. Carlos Velloso, julgamento
em 3-3-94, DJ de 29-4-94). No mesmo sentido: CJ 6.964,Rel. Min. Néri da Silveira,
julgamento em 19-6-91, DJ de 10-4-92.

"Servidores públicos estatutários: incompetência da Justiça do Trabalho para o


julgamento dos seus dissídios individuais. Inconstitucionalidade da alínea ‘e’ do
art. 240 da Lei 8.112/90." (ADI 492, Rel. Min. Carlos Velloso, julgamento em 21-
10-92, DJ de 12-3-93)
“À Justiça do Trabalho compete, pois, conciliar e julgar os dissídios individuais e
coletivos entre trabalhadores e empregadores, incluídos entre estes os entes de direito
público externo e interno. Quer dizer, conciliará e julgará os dissídios entre
trabalhadores e empregadores. Se, conforme vimos de ver, o conceito de trabalhador não
é o mesmo de servidor público, a Justiça do Trabalho não julgará dissídios de servidor
público e poder público, mesmo porque poder público não emprega, dado que o regime
do servidor público com o poder público é o ‘regime de cargo, de funcionário público –
não o de emprego’, ou ‘o regime designado, entre nós, como estatutário.’ (Celso Antônio
Bandeira de Mello, ob. cit., pág. 106). Todavia, se o poder público admitir trabalhador,
em regime de emprego, os dissídios que surgirem dessa relação de trabalho serão
julgados pela Justiça do Trabalho. Acrescenta o art. 114 que a competência da Justiça
do Trabalho abrangerá, também, na forma da lei, outras controvérsias decorrentes da
relação de trabalho. Essas outras controvérsias, entretanto, não poderão extrapolar do
balizamento normativo inscrito no próprio artigo 114: essas outras controvérsias
deverão ter, num dos pólos da relação jurídica o trabalhador (C.F., art. 7º) e não
servidor público estatutário (C.F., art. 39) e, no outro pólo, o empregador, vale dizer,
quem admite pelo regime de emprego, que é o regime contratual. A lei poderia, portanto,
tendo em vista a cláusula constitucional mencionada, conferir competência à Justiça do
Trabalho para julgar, por exemplo, ação acidentária decorrente da relação de trabalho
(trabalhador e empregado).” (ADI 492, voto do Min. Carlos Velloso, julgamento em 21-
10-97, DJ de 12-3-93). No mesmo sentido: CJ 6.829, Rel. Min. Octavio Gallotti,
julgamento em 15-3-89, DJ de14-4-89.)

“Conflito de competência. Litígio entre sindicato de empregados e empregadores sobre


o recolhimento de contribuição estipulada em convenção ou acordo coletivo de trabalho.
Interpretação do artigo 114 da Constituição Federal. Distinção entre lacuna da lei e
'silêncio eloqüente' desta. Ao não se referir o artigo 114 da Constituição, em sua parte
final, aos litígios que tenham origem em convenções ou acordos coletivos, utilizou-se ele
do 'silêncio eloqüente', pois essa hipótese já estava alcançada pela previsão anterior do
mesmo artigo, ao facultar a lei ordinária estender, ou não, a competência da Justiça do
Trabalho a outras controvérsias decorrentes da relação de trabalho, ainda que
indiretamente. Em conseqüência, e não havendo lei que atribua competência a Justiça
Trabalhista para julgar relações jurídicas como a sob exame, é competente para julgá-la
a Justiça Comum.” (RE 135.637, Rel. Min. Moreira Alves, julgamento em 25-6-91, DJ
de 16-8-91)

"Justiça do Trabalho: competência: Const., art. 114: ação de empregado contra o


empregador, visando a observância das condições negociais da promessa de contratar
formulada pela empresa em decorrência da relação de trabalho. Compete à Justiça do
Trabalho julgar demanda de servidores do Banco do Brasil para compelir a empresa ao
cumprimento da promessa de vender-lhes, em dadas condições de preço e modo de
pagamento, apartamentos que, assentindo em transferir-se para Brasília, aqui viessem a
ocupar, por mais de cinco anos, permanecendo a seu serviço exclusivo e direto. A
determinação da competência da Justiça do Trabalho não importa que dependa a
solução da lide de questões de direito civil, mas sim, no caso, que a promessa de
contratar, cujo alegado conteúdo e o fundamento do pedido, tenha sido feita em razão da
relação de emprego, inserindo-se no contrato de trabalho." (CJ 6.959, Rel. p/ o ac. Min.
Sepúlveda Pertence, julgamento em 23-5-90, DJ de 22-02-91)
"Justiça do Trabalho: competência: ação de reparação de danos decorrentes da
imputação caluniosa irrogada ao trabalhador pelo empregador a pretexto de justa causa
para a despedida e, assim, decorrente da relação de trabalho, não importando deva a
controvérsia ser dirimida à luz do Direito Civil." (RE 238.737, Rel. Min. Sepúlveda
Pertence, julgamento em 17-11-98, DJ de 5-2-99)

I - as ações oriundas da relação de trabalho, abrangidos os


entes de direito público externo e da administração pública
direta e indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal e
dos Municípios; (EC nº 45/04)
"Compete à Justiça do Trabalho julgar as ações que tenham como causa de
pedir o descumprimento de normas trabalhistas relativas à segurança, higiene e
saúde dos trabalhadores." (SÚM. 736)
"Ação proposta por servidor público contratado sem concurso, embora estável
nos termos do art. 19 do ADCT da CF vigente. (...) Inexistência de ofensa ao
acórdão da ADI 3.395. (...) Se a petição inicial de reclamação trabalhista
reconhece a natureza trabalhista da relação jurídica em que funda o pedido, o
feito é da competência da Justiça do Trabalho." (Rcl 7.415-AgR, Rel. Min. Cezar
Peluso, julgamento em 4-2-2010, Plenário, DJE de 9-4-2010.)

"Não ofende a autoridade do acórdão proferido na ADI 3.395, a decisão de juízo


trabalhista que reconhece sua competência para processar execução que
compreende verbas oriundas de vínculo trabalhista e de relação estatutária
ulterior." (Rcl 7.450-AgR, Rel. Min. Cezar Peluso, julgamento em 8-10-2009,
Plenário, DJE de 9-4-2010.)

"Os interessados são prestadores de serviço, contratados pela Administração


Pública, após processo licitatório. Não são servidores públicos nem pleiteiam
verba de natureza trabalhista. Inexistente afronta ao acórdão do Supremo
Tribunal Federal na ADI 3.395-MC." (Rcl 4.761, Rel. Min. Carlos Britto,
julgamento em 20-5-09, Plenário, DJE de 7-8-09)

“As reclamações trabalhistas dizem com o recebimento de valores referentes aos


depósitos de FGTS que não foram recolhidos pelo empregador, o que, para
exame preliminar, afasta o alcance da ADI n. 3.395-6/DF, presente, ainda, a
alegação de que houve contratação sem a realização de concurso público.” (Rcl
5.261-MC-AgR, Rel. Min. Menezes Direito, julgamento em 11-2-08, DJE de 4-4-
08)

“Complementação de aposentadoria e/ou pensão. Entidade de previdência


privada. Competência. (...) A Justiça do Trabalho dispõe de competência para
apreciar litígios instaurados contra entidades de previdência privada e relativos à
complementação de aposentadoria, pensão ou de outros benefícios
previdenciários, desde que a controvérsia jurídica resulte de obrigação oriunda
de contrato de trabalho. Precedentes. Competirá, no entanto, à Justiça Comum,
processar e julgar controvérsias relativas à complementação de benefícios
previdenciários pagos por entidade de previdência privada, se o direito vinculado
não decorrer de contrato de trabalho. Precedentes.” (AI 713.670-AgR, Rel. Min.
Celso de Mello, julgamento em 10-6-08, 2ª Turma, DJE de 8-8-08). No mesmo
sentido: AI 730.361-AgR, Rel. Eros Grau, julgamento em 17-3-09, 2ª Turma,
DJE de 17-4-09; AI 591.875-AgR, Rel. Min. Eros Grau, julgamento em 8-8-06, 2ª
Turma, DJ de 8-9-06; AI 198.260-AgR, Rel. Min. Sydney Sanches, julgamento
em 1º-3-05, 1ª Turma, DJ de 16-11-01; AI 524.869-AgR, Rel. Min. Sepúlveda
Pertence, julgamento em 7-8-01, 1ª Turma, DJ de 11-3-05.

“Oficial de justiça. Cargo de provimento comissionado. Art. 37, inc. II e V, da


Constituição da República. Vínculo jurídico-administrativo. Descumprimento da
Ação Direta de Inconstitucionalidade n. 3.395. Competência da Justiça Federal.
Interessado nomeado para ocupar cargo público de provimento comissionado
que integra a estrutura administrativa do Poder Judiciário sergipano.
Incompetência da Justiça Trabalhista para o processamento e o julgamento das
causas que envolvam o Poder Público e servidores que sejam vinculados a ele
por relação jurídico-administrativa. Precedentes." (Rcl 4.752, Rel. Min. Cármen
Lúcia, julgamento em 21-8-08, DJE de 17-10-08)
"Servidores públicos. Regime temporário. Justiça do Trabalho. Incompetência.
No julgamento da ADI n. 3.395/DF-MC, este Supremo Tribunal suspendeu toda e
qualquer interpretação do inciso I do artigo 114 da Constituição Federal (na
redação da EC n. 45/04) que inserisse, na competência da Justiça do Trabalho, a
apreciação de causas instauradas entre o Poder Público e seus servidores, a ele
vinculados por típica relação de ordem estatutária ou de caráter jurídico-
administrativo. As contratações temporárias para suprir os serviços públicos
estão no âmbito de relação jurídico-administrativa, sendo competente para dirimir
os conflitos a Justiça comum e não a Justiça especializada." (Rcl 4.872, Rel. p/ o
ac. Min. Menezes Direito, julgamento em 21-8-08, Plenário, DJE de 7-11-08). No
mesmo sentido: Rcl 5.171, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgamento em 21-8-08,
Plenário, DJE de 3-10-08; Rcl 5.381, Rel. Min. Carlos Britto, julgamento em 17-3-
08, Plenário, DJE de 8-8-08.

“(...) Justiça comum é competente para julgar a reintegração de servidor público,


mesmo que tenha sido regido pela Consolidação de Leis do Trabalho [CLT],
demitido antes do advento do Regime Jurídico Único. Este Supremo Tribunal
Federal reconheceu serem devidas aos servidores demitidos e posteriormente
anistiados, nos termos do artigo 8º, § 5º, do ADCT, o recebimento de todos os
salários e vantagens pecuniárias a partir da promulgação da Constituição de
1988.” (RE 507.153-AgR, Rel. Min. Eros Grau, julgamento em 3-6-08, DJE de 20-
6-08)

“(...) Ação civil pública proposta na Justiça do Trabalho, para impor ao poder
público piauiense a observância das normas de saúde, higiene e segurança do
trabalho no âmbito do Instituto de Medicina Legal (...) Alegação de desrespeito
ao decidido na ADI 3.395-MC não verificada, porquanto a ação civil pública em
foco tem por objetivo exigir o cumprimento, pelo poder público piauiense, das
normas trabalhistas relativas à higiene, segurança e saúde dos trabalhadores
(...).” (Rcl 3.303, Rel. Min. Carlos Britto, julgamento em 19-11-07, DJE de 16-5-
08.)

“O disposto no art. 114, I, da Constituição da República, não abrange as causas


instauradas entre o Poder Público e servidor que lhe seja vinculado por relação
jurídico-estatutária, entendida esta como a relação de cunho jurídico-
administrativo originada de investidura em cargo efetivo ou em cargo em
comissão. Tais premissas são suficientes para que este Supremo Tribunal
Federal, em sede de reclamação, verifique se determinado ato judicial
confirmador da competência da Justiça do Trabalho afronta sua decisão cautelar
proferida na ADI 3.395/DF. A investidura do servidor em cargo em comissão
define esse caráter jurídico-administrativo da relação de trabalho. Não compete
ao Supremo Tribunal Federal, no âmbito estreito de cognição próprio da
reclamação constitucional, analisar a regularidade constitucional e legal das
investiduras em cargos efetivos ou comissionados ou das contratações
temporárias realizadas pelo Poder Público.” (Rcl 4.785-MC-AgR, Rel. Min. Gilmar
Mendes, julgamento em 17-12-07, DJE de 14-3-08). No mesmo sentido: ADI
3.395-MC, Rel. Min. Cezar Peluso, julgamento em 5-4-06, DJ de 10-11-06 e Rcl
4.990-MC-AgR, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgamento em 17-12-07, DJE de 14-3-
08.

"Justiça Federal: competência para o exame dos reflexos de decisão trabalhista


no período posterior à transformação do regime jurídico celetista para o
estatutário. Precedentes. É da jurisprudência do Supremo Tribunal que a
mudança do regime jurídico celetista para o estatutário acarreta a extinção do
contrato de trabalho. A eventual extensão dos efeitos de decisão proferida pela
Justiça do Trabalho – que é referente a questões do regime celetista – para
período posterior à vigência do regime estatutário, onde não mais há relação de
trabalho regida pela CLT, deve ser examinada pela Justiça Federal. A
competência da Justiça do Trabalho se restringe à análise do direito à percepção
de vantagens trabalhistas no período anterior ao advento do regime jurídico
único." (AI 609.855-AgR-ED, Rel. Min. Sepúlveda Pertence, julgamento em 25-6-
07, DJ de 31-8-07). No mesmo sentido: AI 689.462-AgR, Rel. Min. Ricardo
Lewandowski, julgamento em 3-2-09, 1ª Turma, DJE de 6-3-09; CC 7.242, Rel.
Min. Eros Grau, julgamento em 18-9-08, DJE de 19-12-08.

"Competência criminal. Justiça do Trabalho. Ações penais. Processo e


julgamento. Jurisdição penal genérica. Inexistência. Interpretação conforme dada
ao art. 114, incs. I, IV e IX, da CF, acrescidos pela EC n. 45/2004. Ação direta de
inconstitucionalidade. Liminar deferida com efeito ex tunc. O disposto no art. 114,
incs. I, IV e IX, da Constituição da República, acrescidos pela Emenda
Constitucional n. 45, não atribui à Justiça do Trabalho competência para
processar e julgar ações penais." (ADI 3.684-MC, Rel. Min. Cezar Peluso,
julgamento em 1º-2-07, DJ de 3-8-07)

"Reclamação constitucional. Autoridade de decisão proferida pelo Supremo


Tribunal Federal: artigo 102, inciso I, alínea l, da Constituição da República.
Medida Cautelar na Ação Direta de Inconstitucionalidade n. 3.395. Contratação
temporária de servidores públicos: artigo 37, inciso IX, da Constituição da
República. Ações ajuizadas por servidores temporários contra a administração
pública: competência da Justiça Comum. Causa de pedir relacionada a uma
relação jurídico-administrativa. (...) O Supremo Tribunal Federal decidiu no
julgamento da Medida Cautelar na Ação Direta de Inconstitucionalidade n. 3.395
que ‘o disposto no art. 114, I, da Constituição da República, não abrange as
causas instauradas entre o Poder Público e servidor que lhe seja vinculado por
relação jurídico-estatutária’. Apesar de ser da competência da Justiça do
Trabalho reconhecer a existência de vínculo empregatício regido pela legislação
trabalhista, não sendo lícito à Justiça Comum fazê-lo, é da competência
exclusiva desta o exame de questões relativas a vínculo jurídico-administrativo.
Se, apesar de o pedido ser relativo a direitos trabalhistas, os autores da ação
suscitam a descaracterização da contratação temporária ou do provimento
comissionado, antes de se tratar de um problema de direito trabalhista a questão
deve ser resolvida no âmbito do direito administrativo, pois para o
reconhecimento da relação trabalhista terá o juiz que decidir se teria havido vício
na relação administrativa a descaracterizá-la. No caso, não há qualquer direito
disciplinado pela legislação trabalhista a justificar a sua permanência na Justiça
do Trabalho." (Rcl 4.489-AgR, Rel. p/ o ac. Min. Cármen Lúcia, julgamento em
21-8-08, DJE de 21-11-08). No mesmo sentido: Rcl 4.012-AgR e Rcl 4.054-
AgR, Rel. p/ o ac. Min. Cármen Lúcia, julgamento em 21-8-08, DJE de 21-11-08.
“Servidor público. Regime especial. Contratação temporária regida por legislação
local anterior à Constituição de 1988, editada com base no art. 106 da
Constituição de 1967. Acórdão que reconheceu a competência da Justiça do
Trabalho. (...) Ao reconhecer a competência da Justiça do Trabalho para
processar e julgar a reclamação trabalhista, o acórdão recorrido divergiu de
pacífica orientação jurisprudencial deste Supremo Tribunal Federal. Compete à
Justiça Comum processar e julgar causas instauradas entre o Poder Público e
seus servidores submetidos a regime especial disciplinado por lei local editada
antes da Constituição Republicana de 1988, com fundamento no art. 106 da
Constituição de 1967, na redação que lhe deu a Emenda Constitucional n. 1/69,
ou no art. 37, IX, da Constituição de 1988.” (RE 573.202, Rel. Min. Ricardo
Lewandowski, julgamento em 21-8-08, DJE de 5-12-08). No mesmo sentido:
CC 7.201, Rel. p/ o ac. Min. Ricardo Lewandowski, julgamento em 29-10-08,
DJE de 12-12-08.

"Competência. Justiça do Trabalho. Incompetência reconhecida. Causas entre o


Poder Público e seus servidores estatutários. Ações que não se reputam
oriundas de relação de trabalho. Conceito estrito desta relação. Feitos da
competência da Justiça Comum. Interpretação do art. 114, inc. I, da CF,
introduzido pela EC 45/2004. Precedentes. Liminar deferida para excluir outra
interpretação. (...) O disposto no art. 114, I, da Constituição da República, não
abrange as causas instauradas entre o Poder Público e servidor que lhe seja
vinculado por relação jurídico-estatutária." (ADI 3.395-MC, Rel. Min. Cezar
Peluso, julgamento em 5-4-06, DJ de 10-11-06).
"Nas petições iniciais das reclamações trabalhistas os reclamantes afirmam que
as contratações pela administração pública ocorreram sem a realização de
concurso público, em manifesta irregularidade, tendo em vista o teor do artigo 37,
II, da Constituição Federal, postulando, na Justiça do Trabalho, o recebimento de
valores referentes aos depósitos de FGTS que não foram recolhidos pelo
empregador, o recolhimento de contribuições previdenciárias e de verbas de
indenização trabalhista, com apoio na CLT. Esse cenário, em princípio, não está
alcançado pelo que foi decidido na ADI n. 3.395-6/DF, restrita aos servidores
estatutários e às relações de natureza jurídico-administrativa dos servidores
públicos, mantida a competência da Justiça do Trabalho. Ausente, assim, o
fumus boni iuris. O periculum in mora também não está caracterizado, sendo
certo que o processamento das ações, por si só, não demonstra o perigo de
dano. Não há notícia nos autos de que haja determinação de levantamento de
dinheiro relativo ao direito reclamado. O posicionamento definitivo acerca da
questão, contudo, somente ocorrerá no julgamento do mérito da reclamação,
limitado o presente regimental aos requisitos da medida liminar." (Rcl 5.248-MC-
AgR, Rel. Min. Menezes Direito, julgamento em 22-11-07, DJ de 14-12-07)

"Conflito de Competência. Execução trabalhista e superveniente declaração de


falência da empresa executada. Competência deste Supremo Tribunal para
julgar o conflito, à luz da interpretação firmada do disposto no art. 102, I, o da CF.
(...) Quanto ao mérito, tenho por competente o Juízo suscitante, uma vez que, a
natureza privilegiada do crédito trabalhista, conferida por força de lei, somente
pode ser concebida no próprio âmbito do concurso dos credores habilitados na
falência. O processo falimentar é uma execução coletiva, abarcando, inclusive,
credores de mesma hierarquia, que não podem ser preteridos, uns pelos outros,
pelo exaurimento do patrimônio da massa falida nas execuções individuais,
impedindo-se, assim, o justo rateio entre seus pares, na execução falimentar.
Conflito conhecido para declarar a competência do suscitante, o Juízo de Direito
da 3ª Vara Cível da Comarca de Americana – SP." (CC 7.116, Rel. Min. Ellen
Gracie, julgamento em 7-8-02, DJ de 23-8-02). No mesmo sentido: RE 583.955,
Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgamento em 28-5-09, Plenário, Informativo
548; AI 584.049-AgR, Rel. Min. Eros Grau, julgamento em 8-8-06, DJ de 1º-9-06;
AI 712.575-AgR, Rel. Min. Joaquim Barbosa, julgamento em 28-10-08, DJE de
28-11-08.
"Conflito negativo de competência entre juiz federal e o Tribunal Superior do
Trabalho. Reclamação trabalhista. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística –
IBGE. Alegado vínculo sob o molde de contrato de trabalho. Entendimento desta
Corte no sentido de que, em tese, se o empregado público ingressa com ação
trabalhista, alegando estar vinculado ao regime da CLT, compete à Justiça do
Trabalho a decisão da causa (CC 7.053, Rel. Min. Celso de Mello, DJ de 7-6-
2002; CC 7.118, Rel. Min. Maurício Corrêa, DJ de 4-10-2002). Conflito de
competência julgado procedente, ordenando-se a remessa dos autos ao TST."
(CC 7.134, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgamento em 12-6-03, DJ de 15-8-03)

II - as ações que envolvam exercício do direito de greve; (EC nº


45/04)

“A Justiça do Trabalho é competente para processar e julgar ação possessória


ajuizada em decorrência do exercício do direito de greve pelos trabalhadores
da iniciativa privada.” (Súmula Vinculante 23)

“Por vislumbrar ofensa à autoridade da sua decisão proferida na ADI 3395


MC/DF (DJU de 10.11.2006), o Tribunal julgou procedente pedido formulado em
reclamação proposta pelo Estado de São Paulo contra ato da Vice-Presidente
Judicial Regimental do Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região, nos autos de
dissídio coletivo de greve, e do relator de medida cautelar em curso perante o
Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, para determinar a remessa dos
referidos autos ao Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo. Na espécie, a
primeira autoridade reclamada, ao examinar o dissídio coletivo, deferira
parcialmente o pedido de medida liminar para determinar a manutenção de 80%
do efetivo dos profissionais da Polícia Civil do Estado-membro em atividade
durante a greve, além de aplicar multa diária no caso de descumprimento dessa
determinação. Por sua vez, a segunda autoridade reclamada remetera os autos
da medida cautelar ao TRT da 2ª Região, em razão de lá tramitar o dissídio
coletivo, bem como por ter essa Corte reconhecido sua competência para julgá-
lo. O Min. Eros Grau, relator, acompanhado pelos Ministros Cezar Peluso, Celso
de Mello e Gilmar Mendes, Presidente, deixou ainda consignado, em obiter
dictum, que não assistiria o exercício do direito de greve pelos policiais civis do
Estado de São Paulo. A partir do que decidido pelo Supremo no MI 712/PA (DJE
de 31.10.2008), o Min. Eros Grau manifestou-se não só sobre a proibição do
exercício do direito de greve pelos policiais civis, mas também por outros
servidores públicos que exerçam funções públicas essenciais, relacionadas à
manutenção da ordem pública e à segurança pública, à administração da justiça,
e à saúde pública. (...) A maior parte dos Ministros da Corte, entretanto, limitou-
se a estabelecer que competiria à Justiça Comum estadual decidir quanto à
legalidade, ou não, da greve sob exame.” (Rcl 6.568, Rel. Min. Eros Grau,
julgamento em 20-5-09, Plenário, Informativo 547)

"Competência jurisdicional. Justiça do Trabalho X Justiça comum. Ação de


Interdito Proibitório. Movimento grevista. Acesso de funcionários e clientes à
agencia bancária: ‘piquete’. Art. 114, inciso II, da Constituição da República.
Jurisprudência do Supremo Tribunal Federal. Competência da Justiça do
Trabalho. ‘A determinação da competência da Justiça do Trabalho não importa
que dependa a solução da lide de questões de direito civil’ (Conflito de Jurisdição
n. 6.959), bastando que a questão submetida à apreciação judicial decorra da
relação de emprego. Ação de interdito proibitório cuja causa de pedir decorre de
movimento grevista, ainda que de forma preventiva. O exercício do direito de
greve respeita a relação de emprego, pelo que a Emenda Constitucional n.
45/2003 incluiu, expressamente, na competência da Justiça do Trabalho
conhecer e julgar as ações dele decorrentes (art. 114, inciso II, da Constituição
da República).” (RE 579.648, Rel. p/ o ac. Min. Cármen Lúcia, julgamento em 10-
9-08, Plenário, DJE de 6-3-09)

III - as ações sobre representação sindical, entre sindicatos,


entre sindicatos e trabalhadores, e entre sindicatos e
empregadores; (EC nº 45/04)
“Conflito negativo de competência. Superior Tribunal de Justiça. Tribunal
Superior do Trabalho. Contribuição sindical. Emenda Constitucional n. 45/04. A
discussão relativa à legitimidade do sindicato para receber a contribuição sindical
representa matéria funcional à atuação sindical, enquadrando-se, diante da nova
redação dada pela Emenda Constitucional n. 45/04 ao artigo 114, III, da
Constituição Federal, na competência da Justiça do Trabalho. Tratando-se de
competência absoluta, em razão da matéria, produz efeitos imediatos, a partir da
publicação da referida emenda, atingindo os processos em curso, incidindo o
teor do artigo 87 do Código de Processo Civil. Aplica-se , portanto, o
posicionamento adotado no CC n. 7.204-1/MG, Pleno, Relator o Ministro Carlos
Britto, DJ de 9-12-05, que definiu a existência de sentença de mérito na Justiça
Comum estadual, proferida antes da vigência da EC n. 45/04, como fator
determinante para fixar a competência da Justiça Comum, daí a razão pela qual
mantém-se a competência do Superior Tribunal de Justiça(...).” (CC 7.456, Rel.
Min. Menezes Direito, julgamento em 7-4-08, DJE de 20-6-08.)

"Contribuição sindical rural. Competência. Justiça do Trabalho. É pacífico o


entendimento da Corte, segundo o qual compete à Justiça do Trabalho processar
e julgar ações que versem sobre representação sindical entre sindicatos, entre
sindicatos e trabalhadores e entre sindicatos e empregadores, quando não há
sentença de mérito, antes da promulgação da Emenda Constitucional n. 45/04."
(RE 476.890-AgR, Rel. Min. Cezar Peluso, julgamento em 30-10-07, DJ de 30-
11-07)

"Ante o disposto no artigo 1º da Lei n. 8.984/95, à Justiça do Trabalho já


competia julgar ação de sindicato de categoria econômica contra empregador,
visando à contribuição assistencial estabelecida em contrato coletivo. (...) A
competência da Justiça do Trabalho para processar e julgar ações sobre
representação sindical, entre sindicatos, entre sindicatos e trabalhadores e entre
sindicatos e empregadores – inciso III do artigo 114 da Constituição Federal, com
a redação da Emenda n. 45, de 2004 –, abrange demandas propostas por
sindicato de categoria econômica contra empregador, objetivando o
reconhecimento do direito à contribuição assistencial." (CC 7.221, Rel. Min.
Marco Aurélio, julgamento em 1º-7-06, DJ de 25-8-06)

“Ação contra sindicato pleiteando a desoneração do pagamento de contribuição


confederativa estipulada em cláusula de acordo coletivo de trabalho. Artigo 114
da Constituição Federal. Lei n. 8.984/95. Não é caso de incidência da Lei n.
8.984/95, editada com base no art. 114 da Constituição Federal, que retirou do
âmbito residual deixado à Justiça Comum dos Estados a ação tendo por objeto o
adimplemento de obrigação assumida em convenções ou acordos coletivos de
trabalho, incluindo-se na órbita da Justiça Trabalhista, tendo em vista que tanto a
sentença de primeiro grau como o acórdão recorrido foram prolatados muito
antes da vigência da referida lei, quando era competente a Justiça Comum dos
Estados.” (RE 204.194, Rel. Min. Ilmar Galvão, julgamento em 31-10-97, DJ
de 6-2-98)

“Litígio entre sindicato de trabalhadores e empregador que tem origem no


cumprimento de convenção coletiva de trabalho ou acordo coletivo de trabalho.
Pela jurisprudência desta Corte (assim se decidiu no RE 130.555), não havendo
lei que atribua competência a Justiça Trabalhista para julgar relações jurídicas
como a em causa, e competente para julgá-la a Justiça Comum. Sucede, porém,
que, depois da interposição do presente recurso extraordinário, foi editada a Lei
8.984, de 7-2-95, que afastou a premissa de que partiu o entendimento deste
Tribunal ao julgar o RE 130.555, porquanto o artigo 1º da referida lei dispõe que
'compete à Justiça do Trabalho conciliar e julgar os dissídios que tenham
origem no cumprimento de convenções coletivas de trabalho e acordos
coletivos de trabalho, mesmo quando ocorram entre sindicatos ou entre sindicato
de trabalhadores e empregador'. E, em se tratando de recurso extraordinário
interposto contra acórdão que julgou conflito de competência, não tem sentido
que se deixe de aplicar a lei superveniente a interposição desse recurso,
para dar-se como competente Juízo que o era antes da citada Lei, mas que
deixou de sê-lo com o advento dela.” (RE 131.096, Rel. Min. Moreira Alves,
julgamento em 11-4-05, DJ de 29-9-95)

IV - os mandados de segurança, habeas corpus e habeas data , quando o


ato questionado envolver matéria sujeita à sua jurisdição; (EC nº 45/04)

"Competência criminal. Justiça do Trabalho. Ações penais. Processo e


julgamento. Jurisdição penal genérica. Inexistência. Interpretação
conforme dada ao art. 114, incs. I, IV e IX, da CF, acrescidos pela EC n.
45/2004. Ação direta de inconstitucionalidade. Liminar deferida com efeito
ex tunc. O disposto no art. 114, incs. I, IV e IX, da Constituição da
República, acrescidos pela Emenda Constitucional n. 45, não atribui à
Justiça do Trabalho competência para processar e julgar ações penais."
(ADI 3.684-MC, Rel. Min. Cezar Peluso, julgamento em 1º-2-07, DJ de 3-
8-07)

“Habeas corpus contra decreto de prisão civil de Juiz do Trabalho: coação


atribuída ao Tribunal Regional do Trabalho: coexistência de acórdãos
diversos para o mesmo caso, emanados de tribunais de idêntica
hierarquia (STJ e TST) : validade do acórdão do STJ, no caso, dado que
as impetrações foram julgadas antes da EC 45/04. Até a edição da EC
45/04, firme a jurisprudência do Tribunal em que, sendo o habeas corpus
uma ação de natureza penal, a competência para o seu julgamento ‘será
sempre de juízo criminal, ainda que a questão material subjacente seja de
natureza civil, como no caso de infidelidade de depositário, em execução
de sentença’; e, por isso, quando se imputa coação a Juiz do Trabalho de
1º Grau, compete ao Tribunal Regional Federal o seu julgamento, dado
que a Justiça do Trabalho não possui competência criminal (v.g., CC
6.979, 15-8-91, Velloso, RTJ 111/794; HC 68.687, 2ª T., 20-8-91, Velloso,
DJ de 4-10-91)." (HC 85.096, Rel. Min. Sepúlveda Pertence, julgamento
em 28-6-05, DJ de 14-10-05)
V - os conflitos de competência entre órgãos com jurisdição
trabalhista, ressalvado o disposto no art. 102, I, o; (EC nº 45/04)

“Conflito de competência. Tribunal Regional do Trabalho e Superior Tribunal de


Justiça. Vara do trabalho e juiz de direito investido na jurisdição trabalhista.
Hipótese de conflito entre Vara do Trabalho e Juiz de Direito no exercício de
funções específicas da Justiça Trabalhista. O STJ, em face da Súmula 180, dele
não conheceu, determinando a remessa dos autos ao TRT, que suscitou novo
conflito perante esta Corte. Ocorrência de legitimidade do TRT, com fundamento
da alínea o do inciso I do artigo 102 da Constituição Federal. Competente o
Tribunal Regional do Trabalho para decidir conflito de competência, verificado na
respectiva região, entre Vara do Trabalho e Juiz de Direito investido na jurisdição
trabalhista.” (CC 7.076, Rel. Min. Maurício Corrêa, julgamento em 3-10-01, DJ
de 8-2-02)

“Conflito de competência. Superior Tribunal de Justiça: juiz de direito investido de


jurisdição trabalhista versus junta de conciliação e julgamento. Conflito de
competência entre Juiz de Direito investido de jurisdição trabalhista e Juiz do
Trabalho. Competência do TRT para dirimir o conflito.” (CC 7.061, Rel. Min.
Carlos Velloso, julgamento em 3-10-01, DJ de 31-10-01)

VI - as ações de indenização por dano moral ou patrimonial,


decorrentes da relação de trabalho; (EC nº 45/04)
Nota: Até o julgamento do CC 7.204, o entendimento do Tribunal era no sentido de ser
da justiça comum estadual a competência para o julgamento da ação de reparação de
danos por acidente do trabalho. Após a referida decisão, a competência passou a ser da
Justiça do Trabalho. Vide art. 109, I.

"Numa primeira interpretação do inciso I do art. 109 da Carta de Outubro, o


Supremo Tribunal Federal entendeu que as ações de indenização por danos
morais e patrimoniais decorrentes de acidente do trabalho, ainda que movidas
pelo empregado contra seu (ex-)empregador, eram da competência da Justiça
comum dos Estados-Membros. Revisando a matéria, porém, o Plenário concluiu
que a Lei Republicana de 1988 conferiu tal competência à Justiça do Trabalho.
Seja porque o art. 114, já em sua redação originária, assim deixava transparecer,
seja porque aquela primeira interpretação do mencionado inciso I do art. 109
estava, em boa verdade, influenciada pela jurisprudência que se firmou na Corte
sob a égide das Constituições anteriores. Nada obstante, como imperativo de
política judiciária – haja vista o significativo número de ações que já tramitaram e
ainda tramitam nas instâncias ordinárias, bem como o relevante interesse social
em causa —, o Plenário decidiu, por maioria, que o marco temporal da
competência da Justiça trabalhista é o advento da EC 45/04." (CC 7.204, Rel.
Min. Carlos Britto, julgamento em 29-6-05, DJ de 9-12-05). No mesmo sentido:
AI 663.722-AgR, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgamento em 2-9-08, DJE de
17-10-08; AI 670.113-AgR, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgamento em 20-11-07,
DJE de 8-2-08; AI 615.491-AgR, Rel. Min. Marco Aurélio, julgamento em 22-5-07,
DJ de 3-8-07; RE 461.925-AgR, Rel. Min. Celso de Mello, julgamento em 4-4-06,
DJ de 8-9-06; AI 529.763-AgR-ED, Rel. Min. Carlos Velloso, julgamento em 29-
10-05, DJ de 2-12-05;
"Compete à Justiça do Trabalho apreciar e julgar pedido de indenização por
danos morais e patrimoniais, decorrentes de acidente do trabalho, nos termos da
redação originária do artigo 114 c/c inciso I do artigo 109 da Lei Maior.
Precedente: CC 7.204. Competência que remanesce ainda quando a ação é
ajuizada ou assumida pelos dependentes do trabalhador falecido, pois a causa
do pedido de indenização continua sendo o acidente sofrido pelo trabalhador."
(RE 503.278-AgR, Rel. Min. Carlos Britto, julgamento em 26-4-07, DJ de 3-8-07).
No mesmo sentido: CC 7.545, Rel. Min. Eros Grau, julgamento em 3-6-09,
Plenário, Informativo 549; RE 509.353-ED, Rel. Min. Sepúlveda Pertence,
julgamento em 25-6-07, DJ de 17-8-07; RE 503.043-AgR, Rel. Min. Carlos Britto,
julgamento em 26-4-07, DJ de 1º-6-07.

"Compete à Justiça do Trabalho apreciar e julgar pedido de indenização por


danos morais e patrimoniais, decorrentes de acidente do trabalho, nos termos da
redação originária do artigo 114 c/c inciso I do artigo 109 da Lei Maior. As ações
em trâmite na Justiça comum estadual e com sentença de mérito anterior à
promulgação da EC 45/04 lá continuam até o trânsito em julgado e
correspondente execução. Quanto àquelas cujo mérito ainda não fora apreciado,
devem ser remetidas à Justiça laboral, no estado em que se encontram, com
total aproveitamento dos atos já praticados. ‘Consideram-se de interesse público
as disposições atinentes à competência em lides contenciosas; por este motivo,
aplicam-se imediatamente; atingem as ações em curso. Excetuam-se os casos
de haver pelo menos uma sentença concernente ao mérito; o veredictum firma o
direito do Autor no sentido de prosseguir perante a Justiça que tomara, de início,
conhecimento da causa’ (Carlos Maximiliano). Precedente plenário: CC 7.204.
Outros precedentes: RE 461.925-AgR, RE 485.636-AgR, RE 486.966-AgR, RE
502.342-AgR, RE 450.504-AgR, RE 466.696-AgR e RE 495.095-AgR. Agravo
regimental desprovido." (RE 504.374-AgR, Rel. Min. Carlos Britto, julgamento em
27-2-07, 1ª Turma, DJ de 11-5-07). No mesmo sentido: AI 623.857-AgR, Rel.
Min. Joaquim Barbosa, julgamento em 16-12-08, 2ª Turma, DJE de 6-3-09; AI
656.107-AgR, Rel. Min. Eros Grau, julgamento em 27-11-07, DJE de 1º-2-08.

"Competência. Ação de indenização. Dano moral. Acidente do trabalho. Fato


histórico único. Unidade de convicção. Feito da competência da Justiça Comum.
Inteligência do art. 114, VI, da CF (...). É da competência da Justiça Comum a
ação de indenização por dano moral, quando o fato também qualifique acidente
do trabalho.” (RE 438.639, Rel. p/ o ac. Min. Cezar Peluso, julgamento em 9-3-
05, Plenário, DJE de 6-3-09). No mesmo sentido: RE 394.943, Rel. Min. Eros
Grau, julgamento em 1º-2-05, 1ª Turma, DJ de 13-5-05)

VII - as ações relativas às penalidades administrativas


impostas aos empregadores pelos órgãos de fiscalização das
relações de trabalho; (EC nº 45/04)

VIII - a execução, de ofício, das contribuições sociais previstas


no art. 195, I, a , e II, e seus acréscimos legais, decorrentes das
sentenças que proferir; (EC nº 45/04)
"Recurso extraordinário. Repercussão geral reconhecida. Competência da
Justiça do Trabalho. Alcance do art. 114, VIII, da Constituição Federal. A
competência da Justiça do Trabalho prevista no art. 114, VIII, da Constituição
Federal alcança apenas a execução das contribuições previdenciárias relativas
ao objeto da condenação constante das sentenças que proferir." (RE 569.056,
Rel. Min. Menezes Direito, julgamento em 11-9-08, DJE de 12-12-08). No
mesmo sentido: RE 560.930-AgR, Rel. Min. Marco Aurélio, julgamento em 28-
10-08, DJE de 20-2-09.

"Recursos extraordinários – Medida cautelar incidental – Competência da Justiça


do Trabalho para declarar a natureza de verbas fixadas em acordo trabalhista –
Matéria pendente de julgamento pelo Plenário do Supremo Tribunal Federal (AC
1.109/SP) – Pretendida suspensão de exigibilidade de débito previdenciário
contestado pela instituição financeira interessada – Cumulativa ocorrência dos
requisitos concernentes à plausibilidade jurídica e ao periculum in mora –
Outorga de eficácia suspensiva a recursos extraordinários, que, interpostos pela
parte requerente, já foram admitidos pela presidência do tribunal recorrido –
Decisão referendada pela turma." (AC 1.556-MC-QO, Rel. Min. Celso de Mello,
julgamento em 6-3-07, DJ de 23-3-07)

IX - outras controvérsias decorrentes da relação de trabalho, na


forma da lei. (EC nº 45/04)

“A questão central debatida no presente recurso consiste em saber qual o


juízo competente para processar e julgar a execução dos créditos
trabalhistas no caso de empresa em fase de recuperação judicial. Na
vigência do DL 7.661/1945 consolidou-se o entendimento de que a
competência para executar os créditos ora discutidos é da Justiça
estadual comum, sendo essa também a regra adotada pela Lei
11.101/2005. O inciso IX do art. 114 da CF apenas outorgou ao legislador
ordinário a faculdade de submeter à competência da Justiça laboral outras
controvérsias, além daquelas taxativamente estabelecidas nos incisos
anteriores, desde que decorrentes da relação de trabalho. O texto
constitucional não o obrigou a fazê-lo, deixando ao seu alvedrio a
avaliação das hipóteses em que se afigure conveniente o julgamento pela
Justiça do Trabalho, à luz das peculiaridades das situações que pretende
regrar. A opção do legislador infraconstitucional foi manter o regime
anterior de execução dos créditos trabalhistas pelo juízo universal da
falência, sem prejuízo da competência da Justiça laboral quanto ao
julgamento do processo de conhecimento." (RE 583.955, Rel. Min.
Ricardo Lewandowski, julgamento em 28-5-2009, Plenário, DJE de 28-8-
2009.)

“Complementação de aposentadoria. Previdência privada. Competência. Agravo


regimental ao qual se nega provimento. A jurisprudência deste Supremo Tribunal
firmou entendimento no sentido de que compete à Justiça comum o julgamento
das questões relativas à complementação de proventos de aposentadoria
quando não decorrentes de contrato de trabalho. Precedentes.” (AI 650.507-AgR,
Rel. Min. Cármen Lúcia, julgamento em 20-11-07, DJE de 8-2-08). No mesmo
sentido: AI 458.151-AgR-ED, Rel. Min. Eros Grau, julgamento em 4-12-07, DJE
de1º-2-08. No mesmo sentido: AI 556.099, Rel. Min. Gilmar Mendes,
julgamento em 17-10-06, DJ de 1º-12-06.
§ 1º - Frustrada a negociação coletiva, as partes poderão eleger
árbitros.

§ 2º - Recusando-se qualquer das partes à negociação coletiva


ou à arbitragem, é facultado às mesmas, de comum acordo,
ajuizar dissídio coletivo de natureza econômica, podendo a
Justiça do Trabalho decidir o conflito, respeitadas as
disposições mínimas legais de proteção ao trabalho, bem
como as convencionadas anteriormente. (Redação da EC nº
45/04)

"No inciso XXXV do art. 5º, previu-se que ‘a lei não excluirá da apreciação do
Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito’. (...) O próprio legislador constituinte
de 1988 limitou a condição de ter-se o exaurimento da fase administrativa, para
chegar-se à formalização de pleito no Judiciário. Fê-lo no tocante ao desporto,
(...) no § 1º do art. 217 (...). (...) Também tem-se aberta exceção ao princípio do
livre acesso no campo das questões trabalhistas. Entrementes, a norma que
versa sobre o tema está limitada aos chamados dissídios coletivos, às ações
coletivas, no que se previu, no § 2º do art. <114> da CF (...). Constata-se, no
entanto, que não se chegou a exigir, em si, a tentativa de solução da pendência,
contentando-se a norma com a simples recusa de participação em negociação
ou envolvimento em arbitragem. (...) Os dispositivos atacados não chegam, de
forma clara, precisa, direta, a revelar o obrigatório esgotamento da fase
administrativa. É certo, versam sobre a atividade a ser desenvolvida pela
Comissão de Conciliação Prévia, aludindo, até mesmo, à juntada do documento
que venha a ser elaborado, no caso de insucesso na tentativa de conciliação, à
petição inicial da ação trabalhista. Dispensável é esforço maior para atribuir-se
ao que se contém no novo art. 625-D interpretação conforme o texto
constitucional. Faço-o para assentar que as normas inseridas em nossa ordem
jurídica pelo art. 1º da Lei 9.958/2000, mais precisamente pelo novo preceito da
Consolidação das Leis do Trabalho, dele decorrente – art. 625-D –, não
encerram obrigatória a fase administrativa, continuando os titulares de direito
substancial a terem o acesso imediato ao Judiciário, desprezando a fase que é a
revelada pela atuação da Comissão de Conciliação Prévia." (ADI 2.139-MC e
ADI 2.160-MC, voto do Rel. p/ o ac. Min. Marco Aurélio, julgamento em 13-5-
2009, Plenário, DJE de 23-10-2009.)

"Dissídio coletivo. Ausência de previsão legal para cláusulas deferidas. Poder


normativo da Justiça do Trabalho: limites na lei. A jurisprudência da Corte é no
sentido de que as cláusulas deferidas em sentença normativa proferida em
dissídio coletivo só podem ser impostas se encontrarem suporte na lei." (RE
114.836, Rel. Min. Maurício Corrêa, julgamento em 1-12-97, DJ de 6-3-98)

"Recursos igualmente providos, quanto à cláusula 14ª (antecipação, para junho,


da primeira parcela do 13º salário), por exceder seu conteúdo à competência
normativa da Justiça do Trabalho, cujas decisões, a despeito de configurarem
fonte de direito objetivo, revestem o caráter de regras subsidiárias, somente
suscetíveis de operar no vazio legislativo, e sujeitas à supremacia da lei formal
(art. 114, § 2º, da Constituição)." (RE 197.911, Rel. Min. Octavio Gallotti,
julgamento em 24-9-96, DJ de 7-11-97)
Redação Anterior:
§ 2º - Recusando-se qualquer das partes à negociação ou à arbitragem, é
facultado aos respectivos sindicatos ajuizar dissídio coletivo, podendo a Justiça
do Trabalho estabelecer normas e condições, respeitadas as disposições
convencionais e legais mínimas de proteção ao trabalho.

"A jurisprudência da Corte é no sentido de que as cláusulas deferidas em


sentença normativa proferida em dissídio coletivo só podem ser impostas se
encontrarem suporte na lei. Sempre que a Justiça do Trabalho editar regra
jurídica, há de apontar a lei que lho permitiu. Se o caso não se enquadra na
classe daqueles que a especificação legal discerniu, para dentro dela se exercer
a sua atividade normativa, está a Corte Especializada a exorbitar das funções
constitucionalmente delimitadas. A atribuição para resolver dissídios individuais e
coletivos, necessariamente in concreto, de modo algum lhe dá a competência
legiferante." (RE 114.836, Rel. Min. Maurício Corrêa, julgamento em 1-12-97, DJ
de 6-3-98)
"Recursos igualmente providos, quanto à cláusula 14ª (antecipação, para junho,
da primeira parcela do 13º salário), por exceder seu conteúdo à competência
normativa da Justiça do Trabalho, cujas decisões, a despeito de configurarem
fonte de direito objetivo, revestem o caráter de regras subsidiárias, somente
suscetíveis de operar no vazio legislativo, e sujeitas à supremacia da lei formal
(art. 114, § 2º, da Constituição)." (RE 197.911, Rel. Min. Octavio Gallotti,
julgamento em 24-9-96, DJ de 7-11-97)
"Sentença normativa: inexistência de coisa julgada material. Sentença normativa
– embora editada por órgão jurisdicional ao cabo de um processo —, é forma de
edição de normas gerais e abstratas e, por isso, não faz coisa julgada material: a
correção de sentenças em dissídios individuais que não lhes aplique as normas
gerais ou as aplique erroneamente se faz mediante recurso de revista (CLT, art.
896, b), do mesmo modo previsto para a revisão das decisões contrárias à lei: o
que a respeito se decida na revista, contudo, não pode ser questionado em
recurso extraordinário fundado na violação da coisa julgada." (AI 173.179-AgR,
Rel. Min. Sepúlveda Pertence, julgamento em 24-6-03, DJ de 1º-8-03)
"Trabalhista. Norma superveniente que altera o padrão monetário. Sentença
normativa. Reajuste salarial. Coisa julgada e direito adquirido. Inexistência. A
sentença normativa tem natureza singular e projeta no mundo jurídico apenas
norma de caráter genérica e abstrata, embora nela se reconheça a existência da
eficácia da coisa julgada formal no período de vigência mínima definida em lei
(art. 873, CLT), e, no âmbito do direito substancial, coisa julgada material em
relação à eficácia concreta já produzida. É norma editada no vazio legal. Porém,
editada a lei, norma de caráter imperativo, esta se sobrepõe a todas as demais
fontes secundárias de direito – convenção, acordo ou sentença normativa —,
sendo nula, de pleno direito, disposição de convenção ou acordo coletivo que
contrarie proibição ou norma disciplinadora do Governo ou concernente a política
salarial vigente (art. 623, CLT). A sentença normativa firmada ante os
pressupostos legais então vigentes pode ser derrogada por normas posteriores
que venham a imprimir nova política econômico-monetária, por ser de ordem
pública, de aplicação imediata e geral, sendo demasiado extremismo afirmar-se
a existência de ofensa ao ato jurídico perfeito, ao direito adquirido e à coisa
julgada, em face de a decisão recorrida haver adequado os reajustes salariais da
categoria, emergentes de acordo em dissidio coletivo, ao plano de estabilização
econômica." (AI 138.553-AgR, Rel. Min. Maurício Corrêa, julgamento em 18-4-
95, DJ de 8-9-95). No mesmo sentido: AI 501.907-AgR, Rel. Min. Eros Grau,
julgamento em 31-8-04, DJ de 17-9-04; RE 179.210, Rel. p/ o ac. Min. Celso de
Mello, julgamento em 06-06-00, DJ de 09-12-05.
"Sentença normativa: inexistência de coisa julgada material. Sentença normativa
– embora editada por órgão jurisdicional ao cabo de um processo -, é forma de
edição de normas gerais e abstratas e, por isso, não faz coisa julgada material: a
correção de sentenças em dissídios individuais que não lhes aplique as normas
gerais ou as aplique erroneamente se faz mediante recurso de revista (CLT, art.
896, b), do mesmo modo previsto para a revisão das decisões contrárias à lei: o
que a respeito se decida na revista, contudo, não pode ser questionado em
recurso extraordinário fundado na violação da coisa julgada." (AI 207.824, Rel.
Min. Sepúlveda Pertence, julgamento em 24-4-98, DJ de 22-5-98)
"Ação rescisória: alegação de ofensa à coisa julgada por contrariedade à
cláusula de sentença normativa: descabimento. Sentença normativa estabelece
normas gerais; transitada formalmente em julgado, põe fim ao processo de
dissídio coletivo, e impede, no período de sua vigência, que outro se instaure
sobre o mesmo objeto da norma nela estipulada. Em relação a empregadores e
trabalhadores compreendidos na esfera do seu alcance subjetivo, o conteúdo da
sentença normativa são normas gerais, cuja contrariedade, em reclamações
individuais, não ofende a coisa julgada material, que pressupõe norma
individualizada que define a relação concreta objeto do processo." (AI 185.257-
AgR, Rel. Min. Sepúlveda Pertence, julgamento em 2-12-97, DJ de 13-2-98)
"Horas extras e adicional noturno: Sentença normativa que estabelece adicionais
em patamar acima ao que estabelecido em lei. Inadmissibilidade, pois ‘(...) é
fonte formal de direito objetivo a decisão proferida pela Justiça do Trabalho, na
resolução de dissídio coletivo, autônoma na sua elaboração, porém, somente
suscetível de operar no vazio legislativo, como regra subsidiária ou supletiva,
subordinada à supremacia da lei’ (RE 197.911/PE, rel. Min. Octavio Gallotti, 1ª
Turma, DJ de 7-11-1997)." (RE 283.116, Rel. Min. Ellen Gracie, julgamento em
28-9-04, DJ de 22-10-04)
"A ação de cumprimento destina-se a assegurar a realização em concreto das
regras fixadas na sentença normativa. Esta possui natureza singular e
excepcional, projetando no mundo jurídico normas de caráter genérico e
abstrato, por meio de ato jurisdicional praticado na solução de conflito coletivo de
trabalho submetido à deliberação do Poder Judiciário, sujeito, dessa forma, a
recurso e posterior alteração. A superveniente extinção definitiva do processo de
dissídio coletivo implica o total esvaziamento da coisa julgada formada na ação
de cumprimento, que, assim, perde seu poder impositivo em relação à parte
vencida. Afastada a eficácia da sentença normativa que constituía o elemento
essencial da res judicata, não tem mais sentido prosseguir na execução. A
imutabilidade material da sentença normativa é relativa, ostentando idêntica
natureza a decisão proferida na ação destinada a garantir o seu cumprimento.
Extinta a primeira por decisão transitada em julgado, igual sorte atinge a
segunda, se ainda não ultimada sua execução, sem que haja violação à coisa
julgada formada na fase de conhecimento da ação de cumprimento. Recurso
extraordinário não conhecido por ausência de violação ao inciso XXXVI do artigo
5º da Constituição Federal." (RE 331.099, Rel. Min. Maurício Corrêa, julgamento
em 20-5-03, DJ de 3-10-03)
"Estabilidade provisória da empregada gestante (ADCT, art. 10, II, b):
inconstitucionalidade de cláusula de convenção coletiva do trabalho que impõe
como requisito para o gozo do benefício a comunicação da gravidez ao
empregador. O art. 10 do ADCT foi editado para suprir a ausência temporária de
regulamentação da matéria por lei. Se carecesse ele mesmo de
complementação, só a lei a poderia dar: não a convenção coletiva, à falta de
disposição constitucional que o admitisse. Aos acordos e convenções coletivos
de trabalho, assim como às sentenças normativas, não é lícito estabelecer
limitações a direito constitucional dos trabalhadores, que nem à lei se permite."
(RE 234.186, Rel. Min. Sepúlveda Pertence, julgamento em 5-6-01, DJ de 31-8-
01)
"A competência para o processo e julgamento das ações de cumprimento de
sentenças normativas havidas em dissídios coletivos ou em convenções ou
acordos coletivos de trabalho, é da Justiça do Trabalho, tendo em vista a
inovação, em termos de competência, inscrita no art. 114 da Constituição,
presente, também, a Lei 8.984, de 7-2-95, art. 1º." (RE 140.341, Rel. Min. Carlos
Velloso, julgamento em 2-4-96, DJ de 7-6-96). No mesmo sentido: CC 6.970,
Rel. Min. Carlos Velloso, julgamento em 27-03-92, DJ de 15-05-92.
"Trabalhista. Dissídio coletivo. Cláusula que mantinha conquistas anteriormente
alcancadas em acordos e convenções anteriores. Alegada ofensa ao art. 114,
par. 2º, da Constituição Federal. Decisão recorrida que, além do mais, encontra-
se em consonancia com a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, no
sentido de que as condições estabelecidas por convenções coletivas de trabalho
ou sentenças normativas prevalecem durante o prazo de sua vigência, não
cabendo alegar-se cláusula preexistente." (AI-AgR 150.475, Rel. Min. Ilmar
Galvão, julgamento em 12-9-95, DJ de 27-10-95)
Não ofende a coisa julgada – antes, pelo contrario, a preserva – a decisão do
Tribunal Superior do Trabalho que, em execução, determinou o cômputo de
adicionais nos moldes determinados pela decisão exequenda. Não poderia o Juiz
aplicar dispositivo de sentença normativa, em detrimento do balizamento contido
no título executivo. Agravo regimental improvido." (AI 139.437-AgR, Rel. Min.
Ilmar Galvão, julgamento em 19-11-91, DJ de 6-12-91)

§ 3º - Em caso de greve em atividade essencial, com


possibilidade de lesão do interesse público, o Ministério
Público do Trabalho poderá ajuizar dissídio coletivo,
competindo à Justiça do Trabalho decidir o conflito. (Redação
da EC nº 45/04)

Redação Anterior:
§ 3° Compete ainda à Justiça do Trabalho executar, de ofício, as contribuições
sociais previstas no art. 195, I, a, e II, e seus acréscimos legais, decorrentes
das sentenças que proferir. (EC nº 20/98)

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