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PRIMEIROS
SOCORROS
O que fazer em casos de
EMERGÊNCIA
A s o r i e n t a ç õ e s de st e livro n ã o d i s p e n s a m
n e m substituem as consultas periódicas ao médico.
SUMÁRIO
«ÍTRODUÇÃO - A IMPORTÂNCIA D O S P R I M E I R O S
SOCORROS 07
SEÇÃO 3 3 BÁSICOS 15
SITUAÇÕES ESPECIFICAS
E HIPOTERMIA 173
CRANIOENCEFÁLICO 242
C a p í t u l o 2 1 - PARADA CARDIORRESPIRATÓRIA
(TÉCNICAS D E RESSUSCITAÇÃO) 252
1. MUDANDO
CONCEITOS
3 . TRABALHO PREVENTIVO
4 . CORRELAÇÃO SANITÁRIA/EPIDEMIOLÓGICA
William
Í4
SEÇÃO
Primeiros Socorros
asicos
C a p í t u l o 1 - C U I D A D O S INDISPENSÁVEIS AO S O C O R R E R 17
C a p í t u l o 8 - R E S G A T E E TRANSPORTE D E FERIDOS 78
CÂ P Í i U L O
Cuidados indispensáveis
1 . TIPOS DE
PRIMEIROS
SOCORROS
a) Quanto ao tempo de
atuação - Quanto melhor
treinado e preparado o socor-
rista, tanto mais rápido será o
tempo de atendimento (e
mais completo). O grau de ca-
pacitação da pessoa que presta
atendimento pode influir na
rapidez com que o socorro é
prestado e na agilidade da
avaliação (isso é especialmen-
te importante nos casos gra-
ves, que necessitam de atuação
médica imediata). Também nos casos onde existam
indicações de ações contínuas ou de manutenção, o
socorrista bem preparado pode complementar de ma-
neira eficiente as orientações e condutas médicas.
2 , TIPOS DE SOCORRISTAS
5 . PROTEÇÃO PESSOAL E l e g a l
AO PRESTAR SOCORRO
Alguns cuidados de ordem legal devem ser tomados ao prestar auxílio,
uma vez que, embora todo esforço em salvar vidas seja elogiável, nem por
isto o socorrista está liberado do cumprimento das leis atinentes.
Sugerimos que, ao prestar socorro, sempre que possível sejam
convocadas outras pessoas, de forma a garantir testemunhas de co-
mo se desenrolou o procedimento de auxílio à pessoa - especial-
mente se a vítima estiver inconsciente ou com alteração de percep-
ção ("grogue"). Já houve casos de socorristas acusados de ter provo-
cado ou participado do evento
agressor, ou de se haverem
aproveitado da situação para
roubar a vítima.
Sempre que a situação clíni-
ca for adequada para isto, é
ideal solicitar auxílio da auto-
ridade policial ou do corpo de
bombeiros, no transporte, de
modo a garantir o melhor
atendimento possível, tanto
no trajeto quanto na recepção
hospitalar.
6 . RISCOS PARA O
SOCORRISTA
2 . MEDIDA DA FREQÜÊNCIA
CARDÍACA (PULSO)
Objetiva principalmente avaliar se o coração está
28
C O M O AVALIAR OS SINAIS VITAIS
CAPÍTULO 2
b. Técnicas de verificação
4 . PRESSÃO ARTERIAL
a. Técnicas de verificação
5. IEMPERATUKA
6 . SINAIS INDIRETOS
Ijj
O socorrista pode avaliar muitos si-
I . nais indiretos, de modo a complemen-
\
tar os quatro sinais vitais clássicos, le-
vando-o a obter visão mais clara da si-
S/ /
/
tuação do paciente. Citaremos os mais
simples e mais importantes:
7
Colo ração das mucosas Em es-
pecial as mucosas labial e ocular
(parte interna do lábio e da pálpebra), uma vez que alterações
nelas podem sugerir perda sangüínea progressiva, diminuição
da pressão, intoxicação por gases ou anemia. Procure avaliar
sob adequada iluminação. Se tiver dúvida, ilumine a mucosa
ocular com lanterna.
Esfigmomanômetro
Estetoscópio
Nebulizador e itens como
Berotec®, Atrovent® e Mu-
cosolvan®, em solução para
nebulização
:. MATERIAL DE
APOIO*
Caixa de fósforos
Lanterna elétrica com pilhas
Copos de plástico
Colheres de plástico
Dermacyd® sabonete líquido Cartoon Estúdio
ou Cetaphil®
Jornais
Jogo extra de pilhas para lanterna
43
CA L O
1. CONTUSÃO
2 . ESCORIAÇÃO
3 . LESÃO PERFURANTE
5 , LESÃO PERFURO-
CORTANTE
6 . LESÃO PERFUROCONTUNDENTE
7. L E S Ã O C O R T O C O N T U N D E N T E
8 . CORPOS ESTRANHOS
9 . MORDEDURAS
ção parcial dos bordos, se ela for muito extensa), pela grande
chance de infecção.
55
CA L O
O ( p i e fazer em
caso d e hemorragia
1 . HEMORRAGIA é to-
do extravasamento de sangue
do seu trajeto original (vaso
sangüíneo: arterial, venoso ou
capilar). Pode ser imperceptí-
vel, drenando para o tecido ou
cavidade do organismo (he-
morragia interna, mais grave
porque pode demorar a ser
diagnosticada); ou exterior-
mente visível (hemorragia ex-
terna, cuja gravidade depende-
rá do volume de sangue perdi-
do e da rapidez com que isso
ocorreu).
2. HEMOSTASIA é de-
finida como todo processo utilizado para estancar
uma hemorragia.
Partindo desta introdução, necessitam-se alguns
conceitos adicionais:
57
PRIMEIROS SOCORROS
3 . COMPRESSÃO LO-
CAL — Utilizando várias ca-
madas de gaze ou tecido lim-
po, é realizada pressão sobre
o ponto onde o sangramento
é mais intenso, com a palma
da mão. O tempo de com-
pressão variará segundo a
avaliação do paciente, levan-
do em conta os aspectos que
diferenciam hemorragias ar-
teriais e venosas. Se a suspei-
ta é de lesão arterial, o tem-
po mínimo a se manter com-
pressão é de cinco minutos;
se venosa, de dois a três mi-
nutos. Passado esse tempo,
pode ser aliviada a compres-
são e reavaliada a lesão, utili-
zando o material compressivo em alguma área onde persista
sangramento.
Enquanto se realiza o bloqueio da hemorragia, devem ser toma-
53
O QUE FAZER EM CASO DE HEMORRAGIA
CAPÍTULO 5
Curativos e tipos de
proteção a ferimentos
1 . PROCEDIMENTOS
ciona como capa), o que facilita a migração das células da pele, ace-
lerando a cicatrização.
• Manter sempre macias, flexíveis e facilmente removíveis as
crostas que se formam sobre a lesão, de forma a não criarem um obs-
táculo mecânico que atrase a cicatrização.
2 , TIPOS DE CURATIVOS
3 , BANDAGENS OU ATADURAS
Outro tipo
de bandagem
que pode ser utilizada com relativa tran-
qüilidade e facilidade, é a triangular, efe-
tuada na mão, couro cabeludo ou torno-
zelo, apenas com o objetivo de manter a
área protegida (por suas características,
esta bandagem fornece apenas proteção
da área).
O acidente doméstico é
um problema de saúde públi-
ca mundial, sendo a princi-
pal causa de mortalidade em
crianças maiores de um ano.
Destacamos o fato de que os
adultos precisam estar aten-
tos às atividades das crian-
ças, para tentar evitar aci-
dentes. Sempre ouvimos a
clássica declaração: "Doutor,
eu virei as costas apenas al-
guns instantes!"
A vigilância da criança
não é suficiente para evitar
acidentes. Deve-se pensar em ações preventivas.
Brinquedos em ordem, grades nas janelas, panelas
com cabo para dentro do fogão (nunca para o lado
de fora), venenos e materiais de limpeza em armá-
rios trancados, constituem, entre outras, medidas
preventivas de acidentes domésticos. E necessário
pensar em "tudo" o que deve ser evitado ou providen-
ciado para segurança das crianças.
Sempre que deixar a criança com alguém, forneça
orientações claras e deixe todos os telefones úteis à mão.
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PRIMEIROS SOCORROS
a) Queimaduras
Nesta idade a criança não tem como se defender. Por isso, verifi'
que sempre a temperatura da água do banho com o cotovelo.
Nunca fique com a criança no colo ao beber líquido quente.
Cuidado com Vaporizadores -
mantenha-os longe da crian-
ça durante o uso.
b) Quedas
Nunca deixe o bebê sem vi-
gilância ao trocar a fralda. Os
locais mais seguros são o car-
rinho e o berço. Nunca deixe
a criança no carrinho ou no
bebê-conforto sem cinto de
segurança.
c) Brinquedos
Esta é a fase em que o be-
bê conhece o mundo pela
boca. Por isso, os brinque-
dos têm que ser grandes o
suficiente para não ser en-
golidos, sem arestas ou
pontas, e de material agra-
dável de ser tocado e desco-
berto (Ex.: borracha).
E) ENVENENAMENTOS
Não use talco na higiene do bebê (além de uritante para a mucosa na-
sal, pode ser aspirado, causando sérios problemas). Prefira amido de milho.
Mantenha sempre remédios, detergentes e substâncias tóxicas na
embalagem original, por causa do prazo de validade e das bulas.
DICAS PARA PREVENIR ACIDENTES COM CRIANÇAS
CAPÍTULO 7
f) Sufocamento»
Sacos plásticos, fios de telefone longos, cordões de brinquedos ou
de chupeta podem asfixiar ou sufocar. Não permita que a criança
brinque com objetos que possam sufocar ou ser aspirados. Não utili-
ze travesseiros fofos.
g) Afogamentos
Nunca deixe a criança so-
zinha na banheira ou pisci-
na, mesmo que seja daque-
las para bebês. Na piscina
use sempre a bóia-braçadei-
ra, mesmo com adultos por
perto.
i) Automóvel
A criança deve sempre fi-
car no banco de trás. Nunca
leve a criança no assento dianteiro; jamais no colo. Faça-lhe uma
contenção adequada no assento traseiro, fixando-a na estrutura
do banco. Existem diversos modelos de cadeirinhas próprias pa-
ra este fim.
2. A C I D E N T E S D E S E I S Além de todos
M E S E S A UM ANO
os cuidados desta
fase, mantenha-se
atento aos citados
Nessa fase a criança começa a movi- anteriormente.
mentar-se e os perigos passam a incluir o
meio ambiente.
PRIMEIROS SOCORROS
a) Choques
Mantenha sempre as tomadas cobertas com protetores próprios,
Cuidado com fios: a mãozinha curiosa pode puxá-los para si e cau-
sar sérios acidentes.
b) Quedas
Quando a criança começar a engati-
nhar ou a sustentar-se de pé, com
apoio, procure manter o ambiente no
qual ela está, livre de móveis com qui-
nas pontiagudas ou objetos leves e fá-
ceis de ser virados ao servirem de
apoio. Cuidado com grandes objetos
de decoração eletrificados, como aba-
jures, e com escadas, berço alto, por-
toes com dobradiças, Procure limitar o espaço, de modo que a crian-
ça se sinta livre para descobertas, mas segura de acidentes.
c) Queimaduras
Nessa faixa etária o espaço mais perigoso é a cozinha. Como re-
gra, não permita a entrada da criança, ou limite sua movimentação
neste espaço com "cercadinhos" ou com um "portãozinho" na porta
do cômodo. A cozinha é local de altíssimo risco de acidentes para a
criança, não somente de queimaduras, mas também de acidentes
com materiais pontiagudos/cortantes e envenenamento.
Não sendo possível manter a criança fora deste espaço, procure manter
sempre um adulto na cozinha, se o fogão ou o forno estiverem sendo uti-
lizados. Mantenha os cabos das panelas voltados para dentro. Não deixe a
porta do forno aberta, mesmo estando ele frio.
3* ACIDENTES DE UM
A TRÊS ANOS Além de todos
os cuidados desta
fase, mantenha-se
Escalar, abrir, descobrir, são as palavras- atento aos citados
chave desta nova fase. anteriormente.
Além dos cuidados anteriores, observe:
ú) Quedas
Gradeie todas as janelas e varandas. Elas são fonte de inesgotável
DICAS PARA PREVENIR ACIDENTES COM CRIANÇAS
CAPÍTULO 7
curiosidade. Retire de perto das janelas os móveis que possam ser es-
calados. Mantenha portas e portões sempre fechados. Use tapete
antiderrapante no banheiro.
b) Choques
Cuidado com aparelhos ligados na rede elétrica.
c) Animais
Atenção.' Todo animal morde, se indevidamente manuseado.
Ensine a criança a não mexer com animais que estejam comendo
ou dormindo, mesmo que sejam conhecidos. Qualquer animal pode
atacar ao se sentir ameaçado.
Em caso de mordida de animal, lave imediatamente o local com sa-
bão de coco, enxágüe bastante e verifique, se possível, a condição de
vacinação do animal. Pro-
cure o Posto de Saúde mais
próximo, com estes dados
em mãos.
d) Cortes
Use louças de plástico
no dia-a-dia da criança.
Cuidado com brinquedos
quebráveis, que se estilha-
çam, e com facas ou obje-
tos pontiagudos/cortan-
tes. Lembre-se: Criança,
longe da cozinha!
e) Sufocamento*
Não dê à criança: pipoca,
amendoim, castanha, chiclete, bola de gude, plásticos em geral.
Acidentes por engasgamento são freqüentes nessa faixa etária.
f) Afogamentos
Além do que foi dito quanto às piscinas, atente para que, em ca-
so de passeio de barco ou bote, seja usado o colete salva-vidas.
Atenção.' Mesmo as águas rasas são perigosas. Inicie os fundamen-
tos da natação nessa fase da vida.
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PRIMEIROS SOCORROS
g) Queimaduras
Cuidado com fósforos e acendedores de cigarros. Jamais fume ou per-
mita que alguém fume próximo de seu filho ou com ele no colo.
Cuidado com armas de fogo!
Cuidado com fogos de artifício!
h) Brinquedos
Verifique se os brinquedos utili-
zados no play-ground ou em casa
são adequados à faixa etária.
i) Envenenamentos
Nesta faixa etária ocorre o
maior risco destes acidentes. Ob-
serve atentamente as instruções já
fornecidas. Além disso:
• Nunca diga que remédio é doce.
• Nunca deixe bebidas alcoóli-
cas ao alcance.
• Ensine a criança a não aceitar
nada de estranhos.
• Jogue fora os remédios com
prazo vencido.
• Mantenha o material de lim-
peza e inseticidas/raticidas fora do
alcance de crianças.
• Tenha à mão os telefones de seu médico, hospital próximo e do Cen-
tro de Intoxicações.
• No caso de suspeita ou ingestão acidental de medicamentos ou
de substâncias tóxicas, leve a criança ao hospital com as embala-
gens encontradas próximas ou rompidas, ou restos de folhagens. Se
ela vomitar, recolha para análise o que for
expelido.
Além de todos
4 . ACIDENTES DE TRÊS os cuidados desta
fase, mantenha-se
A SEIS ANOS atento aos citados
anteriormente.
Nesta fase a criança ainda não tem no-
ção clara do perigo, mas deve-se conversar sobre
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DICAS PARA PREVENIR ACIDENTES COM CRIANÇAS
CAPÍTULO 7
b) N o tráfego
O cinto de segurança
deve ser usado por todos os
que viajam. Dê o exemplo:
dirija com cuidado, obser-
ve as leis de trânsito, ex-
plique o significado dos si-
nais, ensine a atravessar
corretamente a rua.
Não permita que ela an-
de de bicicleta nas ruas,
sobretudo as movimenta-
das. Ao pedalar, verifique
se ela está devidamente
calçada e usando bicicleta
de tamanho apropriado.
A partir desta idade, a criança passará algum tempo longe de
você. Procure assegurar-se de que está preparada para cuidar de
si, promovendo desde já a participação em sua auto-segurança.
Essa é a melhor prevenção. Ensine o correto manuseio dos ob-
jetos, o perigo da água e do fogo e as regras de trânsito.
Seguindo-se todas as precauções, treinamentos e orientações da-
das até este ponto, a partir dessa idade os riscos de acidentes domés-
ticos são similares aos já descritos, em tipo e freqüência.
Lembre-se que boa parte dos aspectos abordados também pode
ocorrer com adultos. Esteja atento e precavenha-se em todos os
itens possíveis.
1. O MAIS
IMPORTANTE
É importante frisar algu-
mas premissas centrais de to-
do atendimento de primei-
ros socorros:
• O atendimento deve ser
seguro tanto para quem pres-
ta quanto para quem recebe
o socorro.
• O primeiro atendimento
deve ser o mais completo dentro
do menor tempo possível.
• Durante o atendimento deve ser providenciado
transporte adequado para a situação. Imediatamente
após o socorro, se necessário, o paciente deve ser re-
movido para avaliação médico-hospitalar.
• Durante o transporte, se necessário, deve poder
ser mantido o atendimento; o paciente deve ser con-
servado em boas condições, sem que piore sua situa-
ção clínica. Deve-se preparar a ampliação do atendi-
mento com maiores recursos, sob avaliação médica.
Nos casos mais simples, onde a pessoa resgatada
estava apenas perdida, o atendimento pode se limi-
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RESGATE E TRANSPORTE DE FERIDOS
CAPÍTULO 8
2 . QUESTÕES BÁSICAS A
SEREM ANALISADAS /
MA AVALIAÇÃO
• E possível resgatar ou auxiliar
a vítima sem colocar em perigo o
socorrista?
• Se não, qual a urgência do resgate
e qual o risco potencial para o socorris-
ta (relação custo/benefício)? Exemplo:
a vítima cone risco de vida, e o risco
para o socorcista é de sofrer queimadu-
ras leves ou pequenas escoriações.
• E possível reduzir o risco imedia-
to para a vítima sem movê-la? Exem-
plos: apagar o fogo, aplicar analgésico
em caso de choque neurogênico, aquecê-la em caso de hipotermia.
• Poderá ocorrer lesão adicional se a vítima for transportada (fra-
turas expostas, coluna vertebral, hipotermia) ?
• Pode o socorro ser prestado no local, ou é necessário solicitar
auxílio também para o tratamento, além do transporte?
• Os meios de transporte necessários são terrestres, marítimos ou
aéreos? Que forma de transporte o paciente pode suportar (sentado,
deitado, amarrado)?
• E necessário algum tipo de adaptação do veículo para o trans-
porte (retirada de banco; colocação de suporte reto, como tábua ou
porta)? Se forem necessárias muitas adaptações, não seria melhor
aguardar um veículo apropriado, como uma ambulância?
• De que métodos precisamos ou dispomos para o transporte
imediato (puxando, levantando, arrastando, cadeira de três ou
quatro mãos, maca, levantamento por três, quatro ou seis pessoas,
uso de cordas, etc.)? Nem sempre aquilo de que dispomos é o que
precisamos.
• Transportar para onde? O hospital mais próximo dispõe dos recur-
sos necessários? E necessário avisá-lo com antecedência? Exemplo: ca-
79
PRIMEIROS SOCORROS
pode pegar em uma ponta (os dois à direita com a mão esquer-
da e os dois à esquerda com a mão direita), ou dois em quatro
pontas (uma pessoa em duas pontas) e cada um dos outros dois
em um lado .
Cada forma tem suas vantagens: com uma pessoa em cada ponta
o peso fica melhor distribuído. Com duas pessoas segurando as pon-
tas e duas outras segurando as laterais, a estabilidade e a segurança
são melhores. Usar as alternativas de acordo com o terreno e o tra-
jeto a percorrer.
\ \
.... . ... •••
-
•IR
31
PRIMEIROS SOCORROS
4 , TRANSPORTE MANUAL
Pode ser dividido em transporte por uma, duas, três e quatro pessoas.
Por uma pessoa:
a) Com o paciente consciente • Se puder caminhar, oferecer-
lhe apoio.
• Se não puder caminhar, le-
var como "cavalinho".
Em caso de fratura o transporte não deverá ser feito por uma só pessoa.
Por duas pessoas:
a) Com o paciente consciente • Cruzada (três mãos) - quan-
do o paciente não consegue le-
vantar-se ou apoiar-se. A quarta
mão e o braço servem de apoio
às costas do paciente.
• Quatro mãos - quan-
do o paciente consegue
levantar-se e apoiar-se.
b) Com o • Usando uma cadeira
paciente in- • Em posição sentada
consciente - o socorrista de trás APOIA o dor-
so do paciente em seu próprio tó-
rax e abdome, passa os braços pe-
la axila do socorrido e segura-lhe
o tronco. O socorrista da frente
sustém as pernas do paciente.
5 . TRANSPORTE EM VEÍCULOS
rante o transporte, viabilizando formas para que ela tenha suas ne-
cessidades fisiológicas atendidas, esteja aquecida, medicada para
dor e hidratada. Caso não seja candidata à cirurgia, ao chegar ao
ponto final do transporte, deve receber alimentação.
84
SEÇÃO
C a p í t u l o 9 - P R O B L E M A S D O SISTEMA RESPIRATÓRIO 87
C a p í t u l o 1 2 - C Ó L I C A S MENSTRUAIS E T P M 143
C a p í t u l o 1 3 - F E B R E , D O R D E D E N T E , COCEIRA, DESIDRATAÇÃO
E SOLUÇO 150
U
ma doença é identificável através de um conjunto de si-
nais (eventos visíveis ou capazes de ser medidos por
quem está prestando o socorro) e sintomas (eventos re-
feridos pelo paciente). Associando-se um conjunto de sinais e
sintomas, obtemos uma síndrome. Às vezes o socorrista se depa-
ra com situações onde o socorrido pouco ou nada pode informar,
por estar inconsciente ou por achar-se confuso com o acidente.
Assim, é vital estar atento a ambos os aspectos - sinais e sinto-
mas - , se desejamos avaliar corretamente cada situação.
Um ponto importante é que alguns sinais e sintomas podem
assumir relevância tendo em vista a sua evolução (como se com-
portam ao longo do tempo de acompanhamento, uma vez que
podem ser indicativos de doenças em incubação), associação (a
soma de um sinal e um sintoma pode ser indicativo de uma
doença completamente diferente de cada um deles isolados) ou
resposta a atuações terapêuticas (medicamentosas ou não).
Outro aspecto crucial é que o objetivo maior do socorrista
deve ser muito mais que resolver um sintoma. Como bom "de-
tetive", deve analisar e investigar o que pode estar por trás do
sintoma, ou o que se associa a ele, facilitando, adiantando e im-
pulsionando o trabalho do profissional médico, de forma a ace-
lerar o tratamento da pessoa socorrida.
Destacaremos estes sintomas e síndromes por serem de maior
importância na atuação do socorrista: azia, afta, cefaléia, coceira,
cólica menstrual e intestinal, convulsão, crise asmática, desidra-
tação, diarréia, dor de dente, febre, flatulência, gripes e resfriados,
insolação, má digestão, tensão pré-menstrual, tontura e vertigens,
tosse, soluço e vômitos.
CA L O
Problemas do sistema
respiratório
1 . RESFRIADO,
GRIPE E RINITE
ALÉRGICA
Gripe
E causada pelo vírus influen-
za (dos tipos A, B e C, com vá-
rios subtipos). Embora só existam três tipos principais, sofrem cons-
tantes mutações, levando a novas epidemias, de tempos em tempos.
Caracterizada por sintomas mais intensos e mais duradouros que
o resfriado, a gripe apresenta:
• Febre de início mais repentino e mais intensa (38,5°C a 40°C).
• Tosse inicialmente seca, pode apresentar secreção tardia ou nos
casos de complicações, com sintomas respiratórios baixos (o resfria-
do geralmente apresenta apenas sintomas altos).
• Dor de cabeça e dores musculares/articulares que ocasionam
mal-estar acentuado, obrigando a pessoa a manter repouso.
88
PROBLEMAS DO SISTEMA RESPIRATÓRIO
CAPÍTULO 9
Resfriado
O nome poderia sugerir que o resfriado ocorre pela mudança
de temperatura ou ingestão de gelados, mas ele se propaga pelo
contato com pessoas conta-
minadas por algum dos 200
sorotipos de 12 grupos dife-
rentes de virus (rinovírus,
parainfluenza, adenovírus,
virus sincicial respiratorio,
coronavírus, entre outros).
Outras formas de contágio
incluem exposição a mãos
e objetos de doentes e
transmissão por gotículas
suspensas no ar, mormente
em ambientes fechados. E
interessante notar que
' adultos que convivem com
escolares, apresentam maior
ocorrência de resfriados, uma vez que essa faixa etária é mais
afetada e tal convívio facilita a
transmissão.
E caracterizado por sintomas
mais brandos e mais breves do
que os da gripe, apresentando:
• Febre baixa (37,8 °C a 38,5 °C)
ou ausência de febre.
• Dor de garganta.
• Obstrução nasal; coriza
(maior nos dois primeiros dias,
diminui depois; de início clara e
aquosa, sempre se torna muco-
purulenta - amarelada - com o
aumento de leucócitos nas se-
creções); e espirros (no que pode
confundir-se com a rinite, pois também apresenta sintomas res-
piratórios altos).
• Tosse persistente e irritativa (pode haver escarro).
• Dor de cabeça (que pode indicar a presença de sinusite).
90
PROBLEMAS DO SISTEMA RESPIRATÓRIO
CAPÍTULO 9
Rinite alérgica
Embora a princípio não pareça razoável que ocorra tanta confu-
são entre alergia e resfriado, é relativamente comum pessoas se de-
clararem em estado de permanente resfriado. Após as descrições aci-
ma, ficou relativamente fácil diferenciar, mas aqui estão algumas di-
ferenças adicionais:
• Em geral o paciente com rinite alérgica possui história fami-
liar de alergias.
• Os sintomas se repetem de tempos
em tempos, ou são contínuos (rinite
perene).
• Presença de outros problemas
alérgicos, como dermatite atópi-
ca e asma.
• Coriza presente, mas é aquosa e
contínua - responde bem a anti-
histamínicos tópicos e orais.
• Congestão nasal - responde
de forma mais rápida e estável à
medicação.
• Presença de prurido nasal (uma
das características mais marcantes,
inclusive no sentido físico, pois gera
uma linha no dorso do nariz, devido
ao atrito e movimentação no ato de coçar). Tal não ocorre nem na
gripe nem no resfriado. Pode ocorrer coceira na garganta.
• Ataques de espirros. Se entendermos que o espirro está para o
nariz como a tosse está para o pulmão, fica fácil entender que o ob-
91
PRIMEIROS SOCORROS
Tratamento
Com tantos sintomas em co-
mum, existe superposição de al-
gumas terapêuticas:
• Em caso de febre, usar antitér-
micos do tipo acetaminofen (Dô-
rico® 750), uma vez que a aspirina
pode piorar os sintomas alérgicos.
• Se houver dor de garganta
ou outro sintoma inflamatório,
opte por antiinflamatório seleti-
7
vo, que não piore a alergia nem
cause dor de estômago, como a ni-
mesulida (Scaflan®/Nisulid®).
• Outra opção para a garganta são as pastilhas analgésicas (Foner-
gin®, Benalet®, Cepacaína®) ou mentoladas, que estimulam a produ-
ção de saliva e oferecem alívio enquanto usadas.
• Em caso de dores musculares, prefira miorrelaxantes puros, co-
mo a flupirtina (Katadolon®), tizanidina (Sirdalud®) ou tiocolchi-
cosídeo (Coltrax®).
92
PROBLEMAS DO SISTEMA RESPIRATÓRIO
CAPÍTULO 9
I 2 . CRISE ASMÁTICA
3 . TOSSE
105
)