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d i s q u a l
D I S Q U A L
Manual de Boas
Práticas
Instituições do consórcio
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CARACTERIZAÇÃO
Aspectos Gerais
A alface é uma planta pertencente à família Asteracea (antigamente
Compositae), cujo nome científico é Lactuca sativa L.
CULTIVARES
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Época de Outono-Inverno
- Folha lisa (bola de manteiga): Timpa, Troubadour, Dobra
- Folha frisada (batávias europeias): Angie, Floreal
- Época de Primavera-Verão
- Folha lisa: Nadine, Daguan, Dynamo, Sunny
- Folha frisada: Triathlon, Floreal, Taverna
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Zonas de Produção
É possível produzir esta hortícola em qualquer ponto do país. No entan-
to, as principais zonas de produção comercial situam-se na faixa litoral,
devido à amenidade das temperaturas e à proximidade de grandes cen-
tros populacionais. O Entre-Douro e Minho (Póvoa de Varzim e
Esposende), Beira Litoral (Vagos, Mira), Oeste (Lourinhã e Torres Vedras)
e Algarve (Faro, Olhão e Silves), são as zonas mais representativas em
termos de área de produção.
ESTUFA
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
E. Douro e Minho
Beira Litoral
Oeste
Algarve
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Caracterização da Cadeia
Na Figura 3 estão indicadas esquematicamente duas das cadeias típicas
da alface, a entrega directa e a entrega via entreposto.
Figura 3:
PRODUÇÃO Cadeia de distribuição
típica da alface
COLHEITA
CAMPO
EMBALAGEM
LAVAGEM
TRANSPORTE
INSTALAÇÕES DE LOGÍSTICA TRANSPORTE
ENTREPOSTO
TRANSPORTE
ENTREPOSTO TRANSPORTE
DISTRIBUIÇÃO E VENDA
TRANSPORTE
LOJA
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PRODUÇÃO
Condições Edafoclimáticas
Clima
Existe um grande número de cultivares que se adapta a diferentes
condições climatéricas, o que permite a produção ao longo de todo o ano.
No entanto, as condições que propiciam as melhores características
organolépticas, estão reunidas durante os meses em que predominam os
dias amenos e noites frescas e há disponibilidade de água. A temperatu-
ra exerce uma influência marcante ao longo do ciclo cultural, podendo
ser causa de acidentes fisiológicos (Tabela 1). Na cultura de ar livre é de
temer a ocorrência de granizo, sobretudo a seguir à transplantação ou
pouco antes da colheita.
Tabela 1:
Fase de Temperatura Observações
Temperaturas óptimas
desenvolvimento óptima
ao longo do ciclo
cultural da alface.
Germinação 15 a 20°C Temperaturas superiores a 25°C podem
provocar dormência das sementes
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Solo
A alface prefere terrenos francos e com alto teor em matéria orgânica,
que não retenham excessivamente a humidade. É ligeiramente tolerante
à acidez do solo, crescendo melhor em solos com pH entre 6,5 e 7.
A alface é uma espécie moderadamente sensível à salinidade. Pode resis-
tir a uma condutividade eléctrica (C.E.) até 1,3 mS/cm sem redução si-
gnificativa da produção. Acima deste valor é aconselhável proceder à
lavagem do excesso de sais.
OPERAÇÕES CULTURAIS
Produção de Plantas
É costume dizer-se que “uma cultura ganha-se ou perde-se no viveiro”.
Embora sejam muitos os factores que influenciam significativamente a
produtividade e a qualidade das plantas, esta afirmação realça a importân-
cia fundamental, para o êxito da cultura, de esta se iniciar com plantas
fortes e saudáveis.
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Figura 4:
Planta em mote.
Plantas de raíz protegida
produzidas em tabuleiros
de alvéleos
As plantas estão prontas a transplantar quando têm 3-4 folhas nos alvéo-
los e 4-5 folhas nos “mottes”. O tempo que medeia entre a sementeira e
a transplantação é bastante variável com a época do ano:
Figura 5: Dez. Jan. Fev. Mar. Abr. Mai. Jun. Jul. Ago. Set. Out. Nov.
Tempo entre
a sementeira e 32 a 38 dias 25 a 28 dias 16 a 20 dias 28 a 32 dias
a transplantação
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Mobilização do Solo
Para se realizar a plantação, o terreno deve estar sem torrões e com a
superfície regularizada. A intensidade das mobilizações do solo varia com
as características do solo. Se o terreno tiver muitas ervas ou restolho da
cultura anterior, pode ser necessária uma lavoura para enterrar os resí-
duos, seguindo-se uma ou duas passagens com grade de discos para incor-
porar a adubação mineral de fundo e alisar o terreno.
Embora o uso de fresas esteja muito difundido, estas alfaias estão mal
adaptadas à maioria dos solos para uma preparação correcta do terreno.
Com efeito, provocam geralmente uma pulverização excessiva à superfí-
cie o que, posteriormente, por acção de chuvas e regas por aspersão, leva
à formação de crostas e horizontes impermeáveis.
As mobilizações convencionais entre culturas tendem a compactar o solo
e a reduzir a penetração das raízes e da água. Assim, a intervalos de
alguns anos, o terreno deve ser subsolado para quebrar alguma camada
compactada. Esta subsolagem deve ser feita apenas com o solo seco e é
particularmente aconselhável antes de uma desinfecção de solo.
Desinfecção do Solo
As desinfecções químicas, com metame sódio ou dazomete, realizadas
antes da cultura são eficazes contra alguns fungos e nemátodos do solo.
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Alguns métodos não poluentes dão também bons resultados, como a sola-
rização realizada nos meses de Verão; em alguns países tem-se recorrido
com êxito ao uso de fungos antagonistas, como os Trichoderma sp., con-
tra alguns fungos que atacam a raiz e colo das plantas.
Plantação
Na altura da aquisição das plantas do viveirista, deve-se verificar cuida-
dosamente a sua qualidade. As plantas devem apresentar determinadas
características, das quais se destacam:
– bom estado sanitário: ausência de sintomas de doenças ou pragas,
– plantas bem desenvolvidas e sem estiolamentos,
– boa uniformidade das plantas,
– substrato bem humedecido.
Figura 6:
Plantação de plantas
produzidas em mote.
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30 x 30 11
30 x 35 9
35 x 35 8
Controlo de Infestantes
É necessário controlar as infestantes durante o ciclo cultural, especial-
mente em dois períodos críticos em que diminuem significativamente a
produtividade: durante as fases iniciais a seguir à transplantação, quan-
do as plantas têm pouca capacidade de competir, e próximo da colheita,
quando as infestantes sufocam a alface e criam um ambiente propício ao
desenvolvimento de doenças.
Rega
A alface tem um sistema radicular pouco desenvolvido; a maior parte das
raízes desenvolve-se entre os 10 e os 25 cm de profundidade. Isto faz com
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Fertilização e Nutrição
A fertilização do solo deve atender:
– à disponibilidade de elementos nutritivos no solo,
– às extracções da cultura.
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Matéria Orgânica
As alfaces desenvolvem-se melhor em solos férteis, e para isso, é essen-
cial fornecer-lhes matéria orgânica. A matéria orgânica melhora subs-
tancialmente a estrutura do solo, aumenta a capacidade de retenção de
água e nutrientes, e facilita a circulação da água e das raízes das plantas.
A alface tolera mal os estrumes frescos, pelo que devem estar bem decom-
postos, sendo preferível aplicá-los na cultura anterior. A matéria orgâni-
ca demasiado fresca pode aumentar os riscos de salinidade, provocar fito-
toxicidade por libertação de amoníaco ou libertar quantidades excessivas
de azoto. Dada a escassez de estrumes em muitas explorações agrícolas,
muitos agricultores recorrem a matéria orgânica desidratada na forma
granulada, presente no mercado sob várias denominações comerciais,
sendo as doses de aplicação dependentes da sua composição.
Acidez do Solo
A acidez do solo pode provocar o bloqueio de diversos micronutrientes
essenciais e a solubilização de elementos tóxicos para a planta. Deve
procurar-se estabilizar o pH entre 6,5 e 7,0 e optar por uma calagem quan-
do o pH estiver abaixo de 6,4-6,5.
Tabela 3:
Quantidades de Tipo de solo Quantidade de calcário (t/ha)
calcário necessário
para aumentar Arenoso 2-4
o pH em
uma unidade Com 10 a 20% de argila 4-6
Pesado 6-10
Salinidade
No caso de salinidade elevada, é necessário efectuar regas abundantes
para assegurar a lavagem do excesso de sais para fora da zona radicular.
Para o êxito desta operação, é necessário que o solo tenha uma boa
drenagem.
Culturas como o tomate, pepino, meloa, etc., poderão deixar no solo um
nível de salinidade prejudicial para a alface pelo que poderá ser
necessário fazer uma lavagem antes da plantação.
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Prática da Adubação
Para uma adubação racional, além do conhecimento do teor de nutrientes
existente no solo e disponíveis para as plantas (dados pela análise de
terra), também é necessário conhecer as extracções da cultura. Os valores
apresentados na tabela seguinte representam valores médios calculados
para várias culturas de alface.
Tabela 4:
Rendimento Extracções da cultura de
N P2O5 K2O CaO MgO
ton/ha alface (Kg/ha)
42 80 40 170 40 10
Azoto
A alface é caracterizada por ter um ciclo curto e um crescimento vege-
tativo rápido, o que exige uma atenção especial ao fornecimento do azoto
pois o excesso ou deficiência podem acarretar prejuízos elevados para a
produtividade e qualidade da alface. Os efeitos por excesso ou defeito em
azoto são referidos a seguir.
Excesso de azoto
- Grande desenvolvimento vegetativo, com folhas maiores;
- Torna a planta mais frágil, favorecendo os ataques de pragas e doenças;
- Atrasa ou impede o repolhamento;
- Favorece o aparecimento da necrose marginal das folhas (tipburn);
- Provoca o aumento de nitratos na planta;
- Pode afectar a absorção do potássio;
- De um modo geral deprecia a qualidade das alfaces.
Deficiência de azoto
- Diminuição do crescimento e vigor das plantas;
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necessidades de azoto
de alface repolhuda 25
20
15
10
5
0
1 2 3 4 5
Semanas
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PROTECÇÃO FITOSSANITÁRIA
Pragas e Doenças
A qualidade de um produto no local de venda deve englobar tanto a
apresentação visual como o respeito pelas normas, em matéria de resí-
duos de produtos fitossanitários
Os produtores devem ser aconselhados e apoiados para adoptarem pro-
gramas de protecção integrada contra pragas e doenças, para mini-
mizar o impacto ambiental.
Numa hortaliça de folhas como a alface, qualquer sintoma de parasita
nas folhas desvaloriza irremediavelmente o produto final.
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Bacterioses Manchas foliares Humidades elevadas Boa gestão das adubações azo-
(Pseudomonas negras e oleosas de Evolução rápida com tadas e das regas
cichoriie contornos angulosos temperaturas ele- Eliminar resíduos da cultura e
xanthomonas delimitadas pelas vadas das infestantes
campestris) nervuras secundárias, Retirar plantas afectadas
sobretudo nas folhas Desinfectar utensílios de corte e
medianas do repolho caixas de colheita
Evolução das manchas Pulverizar os produtos com cobre
para podridão mole Realizar rotações de cultura
generalizada
Nervura principal das
folhas mais velhas fica
escurecida a partir do
solo (P. cichorii)
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Meios de luta /
Tabela 7:
Pragas Sintomas Condições favoráveis Condições favoráveis
Acções preventivas
ao aparecimento de
Nemátodos Crescimento reduzido Na Primavera-Verão Lavouras profundas no Verão pragas e acções
(Meloidogyne e das plantas em certas as culturas são podem reduzir as populações de
Pratylenchus) zonas do campo. geralmente mais nemátodos pois a exposição ao preventivas
Formação de galhas atacadas pois o ciclo calor e desidratação provoca-lhes
nas raízes (Meloidogyne) evolutivo dos nemá- a morte
todos (Meloidogyne) é Solarização e desinfecção
mais curto química do solo
Os Pratylenchus Utilização de plantas armadilha
desenvolvem-se (Tagetes minuta) como adubo
melhor em condições verde, onde os Meloidogyne
temperadas penetram sem se poderem
e humidas desenvolver
Lesmas e caracóis Folhas comidas e Humidade elevada Iscos envenenados em redor das
esburacadas plantas (ter o cuidado de não
Presença de muco e colocar sobre as plantas)
dejectos No início da cultura, pulverização
das plantas e do solo com uma
suspensão de metaldeído
Afídeos Crescimento lento devi- Temperatura elevada Protecção do viveiro com redes
(Myzus persicae e do ao consumo da seiva anti-insecto
Nasonovia ribis nigri) Presença da praga no Aficida no início da cultura
repolho permite controlar a contaminação
precoce
No início do repolhamento
tratamento com produto
sistémico ou translaminar
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Mineiras Ciromazina/7
Nóctuas Deltametrina/ 7
COLHEITA
É da máxima importância que a alface se apresente ao consumidor fres-
ca, com folhas tenras e com um aspecto atractivo. Por ser um produto
muito frágil, ela deve ser manuseada o menos possível. Muitas vezes, uma
boa cultura na altura da colheita é estragada ou vê o seu valor reduzido
por uma colheita feita em más condições.
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Técnicas de Colheita
Segundo a metodologia habitual, ela é cortada à mão, aparada e limpa de
folhas velhas e danificadas, sendo seguidamente colocada em caixas no
campo. O embalamento no campo permite, geralmente, obter produções
comercializáveis mais elevadas devido à redução dos danos mecânicos.
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Triagem
A primeira triagem é realizada na colheita sendo eliminadas as plantas
com defeitos, como o espigamento, tamanho reduzido e com sintomas de
ataques severos de pragas ou doenças.
Separação em Categorias
A escolha e o agrupamento das alfaces em categorias é feita em função
da forma, consistência, alterações de cor e de danos provocados por pa-
rasitas ou por outras causas.
Calibragem
A calibragem é facultativa desde que os calibres mínimos sejam respeita-
dos e é realizada em função do peso unitário de cada alface.
Tabela 9: Disposições Categorias I e II
Intervalos de
calibragem e Peso mínimo
homogeneidade de Alfaces
calibre, estipulados (excepto do tipo “Iceberg”)
por norma - Cultivadas ao ar livre 150 g
para a alface - Cultivadas sob abrigo 100 g
Homogeneidade de calibre - 40 g para as alfaces com peso inferior a 150g por peça
(diferença máxima de calibre - 100 g para as alfaces com um peso compreendido entre 150g e 300g por peça
entre a peça mais leve e a mais - 150 g para as alfaces com peso compreendido entre 300g e 450g por peça
pesada da mesma embalagem) - 300 g para as alfaces com um peso superior a 450g por peça
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EMBALAGEM
Lavagem
A lavagem das alfaces após a colheita seria aconselhável se houvesse a
possibilidade de se proceder ao pré-arrefecimento logo em seguida e se
a cadeia de frio se mantivesse até chegar à loja. Como infelizmente nem
sempre é este o caso, a lavagem das alfaces pode aumentar o risco de
podridões pós-colheita, sobretudo quando é realizada por imersão num
reservatório de água que vai acumulando sujidade e esporos de fungos.
TRANSPORTE
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PREPARAÇÃO
CONSERVAÇÃO
Por ser um produto disponível durante todo o ano e dada a sua pereci-
bilidade, a alface no nosso país não é conservada por longos períodos. De
qualquer forma são aqui feitas algumas sugestões que permitem o
armazenamento por períodos próximos dos 30 dias.
Tabela 10:
Temperatura Humidade relativa Concentração O2 e CO2
Condições óptimas
para a conservação
de alface 0–1°C › 95% 1-2% O2 e ‹ 2% CO2
Período de Conservação
Dependendo do estado de maturação, qualidade inicial, condições de
manuseamento da alface à colheita e rapidez na pré-refrigeração, a alface
pode ser conservada de 21 a 28 dias.
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Temperatura Óptima
A alface é altamente perecível deteriorando-se rapidamente com o aumen-
to da temperatura. As folhas da alface respiram e têm uma taxa de res-
piração duas vezes superior à registada pela cabeça de alface.
Resposta ao Etileno
A elevada sensibilidade da alface ao etileno exige a presença de venti-
lação adequada nas câmaras frigoríficas. Este gás actua sobre a alface
acelerando a perda de clorofila das folhas e, consequentemente o ama-
relecimento. Favorece, ainda, os restantes processos relacionados com
a senescência.
O “russet spotting” é uma doença fisiológica caracterizada pelo apareci-
mento de pequenas manchas ou pontuações de uma cor que vai do aver-
melhado ao castanho, localizadas na parte inferior da nervura central das
folhas e que é causada pela presença do etileno.
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DISTRIBUIÇÃO
Expedição
A distância entre o local de produção e o de consumo é por vezes muito
grande sendo necessário transporte refrigerado. O transporte com tem-
peratura controlada tem custos muito superiores aos do transporte à
temperatura ambiente, por isso a optimização dos veículos é ainda mais
importante.
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VENDA
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BIBLIOGRAFIA
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ANEXO I
Normas oficiais de qualidade para Alfaces Chicórias Frisadas e
Escarolas
(Regulamento CE Nº 1543/2001, de 27 de Julho)
Definição do Produto
A presente norma diz respeito:
- às alfaces das variedades (cultivares) de:
- Lactuca sativa L. var. captitata. L. (alfaces repolhudas, incluindo as do
tipo “Iceberg”),
- Lactuca sativa L. var. longifolia Lam. (alfaces romanas),
- Lactuca sativa L. var. crispa L. (alfaces de corte) e
- cruzamentos dessas variedades e
- às chicórias frisadas das variedades (cultivares) de Cichorium endivia
L. var. crispum Lam., e
- às escarolas das variedades (cultivares) de Cichorium endivia L. var.
latifolium Lam., que se destinem a ser apresentadas ao consumidor no
estado fresco.
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2.2. Classificação
Os produtos são classificados nas duas categorias a seguir definidas:
a) Categoria I
Os produtos classificados nesta categoria devem ser de boa qualidade e
devem apresentar as características da variedade ou do tipo comercial,
nomeadamente a coloração.
Os produtos devem ser:
- bem formados,
- consistentes, atendendo ao modo de cultivo e ao tipo de produto,
- isentos de danos e de alterações que afectem a sua comestibilidade,
- isentos de danos devidos às geadas.
As alfaces repolhudas devem apresentar um só repolho bem formado. No
entanto, no que diz respeito às alfaces repolhudas cultivadas em abrigo,
admite-se que o repolho seja reduzido.
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b) Categoria II
Esta categoria abrange os produtos que não podem ser classificados na
categoria I, mas respeitam as características mínimas acima definidas.
Os produtos devem ser:
- razoavelmente bem formados,
- isentos de defeitos e de alterações que possam afectar seriamente a sua
comestibilidade.
Os produtos podem apresentar os defeitos a seguir indicados, desde que
mantenham as características essenciais de qualidade, conservação e
apresentação:
- ligeiros defeitos de coloração,
- ligeiros ataques de parasitas.
As alfaces repolhudas devem apresentar um repolho que pode ser reduzi-
do. No entanto, no que diz respeito às alfaces repolhudas cultivadas em
abrigo, admite-se a ausência de repolho. As alfaces romanas podem não
apresentar coração.
b) Homogeneidade
Alfaces
Para todas as categorias numa mesma embalagem, a diferença de peso
entre a peça mais leve e a peça mais pesada não deve exceder:
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- 40 g quando a unidade mais leve tiver um peso inferior a 150 g por peça,
- 100 g quando a unidade mais leve tiver um peso compreendido entre
150 g e 300 g por peça,
- 150 g quando a unidade mais leve tiver um peso compreendido entre
300 g e 450 g por peça,
- 300 g quando a unidade mais leve tiver um peso superior a 450 g por
peça;
a) Categoria I
10 %, em número, de peças que não correspondam às características da
categoria, mas respeitem as da categoria II ou, excepcionalmente, sejam
abrangidos pelas tolerâncias desta última;
b) Categoria II
10 %, em número, de peças que não correspondam às características da
categoria, nem respeitem as características mínimas, com exclusão dos
produtos com podridões ou qualquer outra alteração que os torne
impróprios para consumo.
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5.1. Homogeneidade
O conteúdo de cada embalagem deve ser homogéneo e comportar apenas
produtos da mesma origem, variedade ou tipo comercial, qualidade e ca-
libre. No entanto, podem se embaladas conjuntamente misturas dos dife-
rentes tipos de produtos abrangidos pela presente norma, desde que os
produtos sejam homogéneos quanto à qualidade e, dentro de cada tipo,
ao calibre. Além disso, os tipos de produto presentes devem ser facil-
mente reconhecíveis e a proporção de cada um dos tipos presentes na
embalagem deve poder ser visível sem que seja necessário danificar a
embalagem.
5.2. Acondicionamento
Os produtos devem ser acondicionados de modo a ficarem conveniente-
mente protegidos.
Os materiais utilizados no interior das embalagens devem ser novos e
estar limpos e não devem ser susceptíveis de provocar quaisquer alte-
rações internas ou externas nos produtos. É autorizada a utilização de
materiais (nomeadamente de papéis ou selos) que ostentem indicações
comerciais, desde que a impressão ou rotulagem sejam efectuadas com
tintas ou colas não tóxicas.
5.3. Apresentação
Os produtos apresentados em mais de uma camada podem ser colocados
com a base de um contra o coração de outro, desde que as camadas e os
repolhos estejam convenientemente protegidos ou separados.
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6.1. Identificação
Embalador e/ou expedidor: nome e endereço ou identificação simbólica
emitida ou reconhecida por um serviço oficial. Contudo, quando for uti-
lizado um código (identificação simbólica), a indicação "embalador e/ou
expedidor" (ou uma abreviatura equivalente) deve figurar na proximidade
desse código (identificação simbólica).
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