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Desenvolvimento

Psicológico

depois dos 50 anos


Envelhecimento:
Perspectiva sócio-histórica
1. Classificação cronológica
 - César Coll:
25 a 40 anos: vida adulta inicial
40 a 65 anos: vida adultas média
65 aos 75 anos: vida adulta tardia ou velhice
precoce
Após 75 anos: velhice tardia.
- O.M.S. Idosos:
+ 60 anos (países em desenvolvimento)
+ 65 anos (países desenvolvidos)
Envelhecimento:
Perspectiva sócio-histórica
2. Dados históricos
 - Antes do séc.XX:
. Descrições sobre o desenvolvimento
psicológico limitadas às mudanças e
transformações na fase da infância;
. Conceito: infância e adolescência (subida),
idade adulta (platô), velhice (descida).
Evolução – Estabilidade – Declínio.
Envelhecimento:
Perspectiva sócio-histórica
- A partir de 1950:
. Desenvolvimento psicológico é um
processo ao longo de toda a vida.
- A partir de 1960
. Crescente interesse (EUA e Alemanha) no
desenvolvimento da idade adulta e velhice.
. Generalização da idéia: as idades adulta e
velhice merecem tanta atenção científica
quanto a infância e a adolescência.
Envelhecimento:
Perspectiva sócio-histórica
. Para que os fenômenos desenvolvimentais
característicos dessa faixa etária fossem
estudados foi necessário ultrapassar um
modelo biológico de crescimento, baseado
numa concepção maturacional
(organicista) de desenvolvimento, no qual a
idade adulta e velhice constituíam períodos
de declínio.
Envelhecimento:
Perspectiva sócio-histórica
- Anos 60 e 70
. Explicações vindas de um só
paradigma não se sustentavam ->
. Movimento que exige uma
abordagem pluralista: associação dos
paradigmas organicista e contextualista.
Envelhecimento:
Perspectiva sócio-histórica
Abordagem pluralista: associação dos
paradigmas organicista e contextualista.
Paradigma organicista (maturacional): idade
adulta e velhice constituíam períodos de declínio.
Paradigma contextualista: visão emergente do
desenvolvimento humano como resultado da
integração recíproca entre um organismo em
permanente evolução e toda uma série de contextos
(família, grupo de pares, comunidade) onde essa
evolução decorre.
Envelhecimento:
Perspectiva sócio-histórica
Nova visão do desenvolvimento do ser
humano em função da nova concepção
pluralista:
. Os seres humanos têm a capacidade de
mudar ao longo de todo o ciclo de vida;
. Indivíduos: mantêm uma capacidade de
mudar e as conseqüências dos
acontecimentos da infância são
transformadas por experiências posteriores.
Envelhecimento:
Perspectiva sócio-histórica
 Preocupação com a integração das dimensões
sociais, biológicas e comportamentais na
“produção” desse desenvolvimento.
- Psicologia do Ciclo de Vida:
. Corrente de pensamento e investigação, que
pretende lidar com o desenvolvimento humano da
concepção à morte;
. Não existe um período privilegiado de
maturidade; com o passar dos anos há capacidades
que se desenvolvem e outras que declinam;
Envelhecimento:
Perspectiva sócio-histórica
. Sucessão de ganhos e perdas ao longo da vida e
em vários contextos, de forma dinâmica e não
padronizada.
. Desenvolvimento psicológico determinado pela ação
conjunta e interativa de fatores ligados:
à idade (mudanças biológicas),
à história (mudanças econômicas / sociais / políticas
que alteram condições concretas da vida),
aos “acontecimentos da vida” (variáveis, que ocorrem
ou não, em um momento ou outro).
Envelhecimento:
Perspectiva sócio-histórica
. Visão do desenvolvimento humano que tem por
fio condutor o reconhecimento de que o
desenvolvimento continua para lá da infância e
adolescência, e que, à medida que as pessoas
deslocam ao longo da vida, vão experimentando
continuamente processos de mudança, de transição
e de adaptação. Processos que levam à emergência
de novos comportamentos, novas relações e
percepções de si mesmo e da realidade. Como é
contínuo, ocorre independente da idade
cronológica.
Envelhecimento:
Perspectiva sócio-histórica
. No caso concreto da idade adulta e da velhice,
esta abordagem:
Reconhece que muitas das mudanças biológicas são
marcadas por declínios na força e na freqüência de
respostas comportamentais, mas...
Considera que o desenvolvimento é marcado por
progresso, aperfeiçoamento, acumulação e
integração de conhecimentos do mundo; por uma
compreensão mais aprofundada dos outros e pelo
aumento de oportunidades de relacionamento
interpessoal.
Mudanças sociais e na
personalidade
Ao longo da vida exercemos alguns
papéis sociais. Na fase adulta, pode-
se dizer que temos três papéis
principais:
* o de cônjuge (marido/esposa),
* o de pai/mãe, e
* o profissional.
Mudanças sociais e na
personalidade
Por volta dos 50 anos, esses papéis
modificam-se de maneira importante.
* Os filhos começam a deixar a casa ->
reduz a intensidade do papel de pai;
* As promoções profissional já devem ter
chegado ao máximo -> menor investimento e
preocupação, como aprender novas
habilidades; e,
* Sobra mais tempo para a vida conjugal ->
vida familiar e profissional menos exigentes.
Mudanças sociais e na
personalidade
Ψ “Ninho vazio”: os filhos deixam o lar
para viver suas vidas -> aproximação do
casal, momento de maior satisfação na
relação, ou trazer à tona todos os
conflitos e problemas evitados por todos
os anos de “dedicação” aos filhos e à
vida profissional (maneiras de fugir dos
problemas conjugais).
Mudanças sociais e na
personalidade
Ψ Momento da vida menos estressante e
mais feliz, se comparados às primeiras
décadas da vida adulta.
Ψ Geralmente, nessa fase da vida,
ocorrem mudanças na personalidade ->
questões e conflitos específicos devido
às várias mudanças que vamos passando
ao longo do desenvolvimento e do
envelhecimento.
Mudanças sociais e na
personalidade
Ψ Essas mudanças são biológicas, sociais,
cognitivas e psicológicas, interelacionam-
se e influenciam-se mutuamente.
Ψ Outros fatores também contribuirão (ou
não) para um envelhecimento adequado,
saudável e feliz, como: a qualidade de
vida, as experiências vividas, a classe
econômica, o apoio social, atividade física
e mental, entre outros.
Mudanças sociais e na
personalidade
Mudanças na personalidade
Bernice Neugarten (1977) -> busca da
interioridade:
interioridade após os 50 anos, à
medida que vão envelhecendo, os
adultos deixam de lado sua preocupação
com o mundo exterior, vindo a focalizar
mais os processos interiores:
compreensão da própria vida,
reminiscências.
Mudanças sociais e na
personalidade
Erik Erikson relata um processo parecido
“Integridade do ego”: (início por volta
50/60 anos). Para que se tenha sucesso nessa
tarefa psicológica, é preciso chegar a um
acordo consigo mesmo em relação ao que foi
feito da própria vida, encontrar um
significado para as próprias escolhas e
aceitar a “inalterabilidade do passado” ->
atitude mais reflexiva.
Mudanças sociais e na
personalidade
* Redução da busca tenaz de metas
“Quanto mais difícil a meta a alcançar, mais
desejável ela me parece. Mesmo que tudo
pareça perdido, ainda busco uma maneira de
dominar a situação.”
* Aumento da adaptação flexível a metas
“Posso me adaptar com bastante
flexibilidade e facilidade a mudanças em
uma situação. Costumo reconhecer
facilmente minhas próprias limitações.”
Mudanças sociais e na
personalidade
* Diferenças individuais: as
experiências da vida, o histórico
familiar individual, a personalidade.
* São fatores que podem levar a uma
variação (individualização) nesse
processo de desenvolvimento
psicossocial.
Mudanças sociais e na
personalidade
Diferenças individuais: há alguns
acontecimentos na vida da pessoa que vão
influenciar fortemente o desenvolvimento da
sua personalidade:
Divórcio:
Divórcio é um importante estressor,
trazendo efeitos psicológicos. Algumas
pesquisas norte-americanas mostram que ele
está associado a aumentos de doenças físicas
e emocionais; à tendência a deprimir-se; à
sensação de fracasso; à perda de auto-estima
e solidão.
Mudanças sociais e na
personalidade
Pesquisas levam à conclusão geral de
que o casamento (ou uma parceria
estável) está associado a uma melhor
saúde física e mental. De modo geral,
para as mulheres o maior impacto é o
econômico, para os homens o maior
impacto é o psicológico (rede de apoio
social restrita e limitada).
Mudanças sociais e na
personalidade

Desemprego:
Desemprego contribui para o aumento
dos níveis de ansiedade e depressão;
que podem ser parcialmente
minimizadas por um apoio social.
“Velho é aquele que tem diversas
idades: a idade do seu corpo, da sua
história genética, da sua parte
psicológica e da sua ligação com sua
sociedade. É a mesma pessoa que
sempre foi. Se foi um batalhador, vai
continuar batalhando; se foi uma
pessoa alegre, vai continuar
alegrando; se foi uma pessoa
insatisfeita, vai continuar insatisfeita;
se foi ranzinza, vai continuar
“Sempre digo que o velho é um mais: tem
mais experiência, mais vivência, mais anos
de vida, mais doenças crônicas, mais
perdas, sofre mais preconceitos e tem mais
tempo disponível. No momento em que
utiliza mais sua experiência, a vivência
adquirida ao longo de sua vida, aprende a
conviver com suas doenças crônicas e
próprias da sua idade; elabora suas perdas,
não esquecendo seus ganhos; dribla os
preconceitos e aprende a utilizar sal tempo.
Ele continuará curtindo a vida, gozando as

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