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BERSON, Henri. Matéria e Memória Ensaio Sobre A Sobre A Relação Do Corpo Com o Espírito
BERSON, Henri. Matéria e Memória Ensaio Sobre A Sobre A Relação Do Corpo Com o Espírito
Matéria e Memória
Ensaio sobre a relação do corpo
com o espírito
Tradução
PAULO NEVES
MartinsFontes
São Paulo 1999
Esta obra foi publicada originalmente em francês com o título
MATIÈRE ET MÉMOIRE por Presses üniversitaires de France em 1939.
Copyright © Presses Üniversitaires de France. Paris, 1939.
Copyright © Livraria Martins Fontes Editora Ltda.,
São Paulo, 1999, para a presente edição.
2 a edição
abril de J 999
Tradução
PAULO NEVES
Revisão da tradução
Monica Stahel
Revisão gráfica
Ivete Batista dos Santos
Produção gráfica
Geraldo Alves
Paginação/Fotolitos
Studio 3 Desenvolvimento Editorial (6957-7653)
99-0780 CDP-128.3
índices para catálogo sistemático:
1. Matéria e memória : Filosofia 128.3
13. Pillon, art. cit., p. 207. - Cf. James Sully, The Human Mind,
Londres, 1892, t. I, p. 331.
14. Hóffding, "Über Wiedererkennen, Association und psychische
Activitát" {Vierteljahrsschriftf. wissenschaftlichePhilosophie, 1889, p. 433).
15. Munk, Über die Functionen der Grosshirnrinde, Berlim, 1881,
pp. 108 ss.
102 MA TERIA E MEMÓRIA
53. Bemard, op. cit., pp. 172 e 179. Cf. Babilée, Les íroubles de Ia
mémoire dans 1'alcoolisme, Paris, 1886 (tese de medicina), p. 44.
54. Rieger, Beschreibung der Intelligenzstôrungen in Folge einer
Hirnverleizung, Würzburg, 1889, p. 35.
55. Wernicke, Der aphasische Symptomencomplex, Breslau, 1874,
p. 39. - Cf. Valentin, "Sur un cas d'aphasie d'origine traumatique" (Rev.
médicale de VEst, 1880, p. 171).
56. Ribot, Les maladies de Ia mémoire, Paris, 1881, pp. 131 ss. (Fé-
lix Alcan, ed.).
138 MA TERIA E MEMÓRIA
Figura 4
1. Kay, Memory and How to Improve it, Nova York, 1888, p. 18.
DA SOBRE VIVÊNCIA DAS MA GENS 181
Figura 5
DA SOBREVIVÊNCIA DAS IMA GENS 191
8. Em particular Newton.
230 MA TERIA E MEMÓRIA
é o que age sobre nós e o que nos faz agir, ele é sensorial
e é motor; - nosso presente é antes de tudo o estado de
nosso corpo. Nosso passado, ao contrário, é o que não age
mais, mas poderia agir, o que agirá ao inserir-se numa
sensação presente da qual tomará emprestada a vitalida-
de. É verdade que, no momento em que a lembrança se
atualiza passando assim a agir, ela deixa de ser lembrança,
torna-se novamente percepção.
Compreende-se então por que a lembrança não po-
dia resultar de um estado cerebral. O estado cerebral pro-
longa a lembrança; faz com que ela atue sobre o presen-
te pela materialidade que lhe confere; mas a lembrança
pura é uma manifestação espiritual. Com a memória esta-
mos efetivamente no domínio do espírito.
VIII - Não nos cabia explorar esse domínio. Coloca-
dos na confluência do espírito e da matéria, desejosos
acima de tudo de vê-los fluindo um no outro, precisáva-
mos reter da espontaneidade da inteligência apenas seu
ponto de junção com um mecanismo corporal. Foi assim
que pudemos observar o fenômeno da associação de
idéias, e o nascimento das idéias gerais mais simples.
Qual é o erro capital do associacionismo? É o de ter
posto todas as lembranças no mesmo plano, ter desco-
nhecido a distância mais ou menos considerável que as
separa do estado corporal presente, ou seja, da ação. As-
sim ele não consegue explicar nem como a lembrança
adere à percepção que a evoca, nem por que a associação
se faz por semelhança ou contigüidade e não de outra ma-
neira, nem, finalmente, por que capricho essa lembrança
determinada é eleita entre os milhares de lembranças que
a semelhança ou a contigüidade uniriam da mesma forma
282 MATÉRIA E MEMÓRIA