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PÁGINA
1 INTRODUÇÃO À ECONOMIA 03
1.1 Conceitos básicos 03
1.2 Fatores de produção 06
1.3 As teorias econômicas 09
3 O MODELO IS-LM 25
3.1 O mercado de bens e serviços 25
3.2 O mercado monetário 30
3.3 O equilíbrio no mercado de bens e produtos e no 36
mercado monetário
5 A DISTRIBUIÇÃO DE RENDA 52
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 78
1
1 INTRODUÇÃO À ECONOMIA
2
outro lado, querem alcançar certos fins e satisfazer suas necessidades. Geralmente,
estas necessidades são ilimitadas, pois o indivíduo após alcançar certo objetivo (a
compra de um determinado produto), certamente desejará alcançar um objetivo
maior. O mesmo ocorre com as empresas. Após alcançar a colocação de um
produto num mercado, desejam aumentar sua participação neste mercado ou entrar
em outros mercados. Isto significa que os objetivos aumentam cada vez mais. O
conflito fundamental está entre os objetivos a serem alcançados e os recursos
limitados. É impossível alcançar todos os objetivos desejáveis ao mesmo tempo.
Meios Fins
(ou recursos) escassos (ou necessidades)
e limitados múltiplos e ilimitáveis
Alocação
de recursos
(custos)
Consecução de Não-consecução de
determinado fim outros fins
Benefício Custo de
oportunidade
3
A alocação de recursos e o alcance deste determinado fim significam um
benefício para o indivíduo ou para a empresa. Mas, como os recursos são escassos
e o indivíduo ou a empresa precisa escolher um fim, outros fins deixam de ser
realizados. Estes benefícios não alcançados causariam os chamados custos de
oportunidade. Teoricamente seria o custo que a não-realização de um ou outro
projeto causaria ao indivíduo ou à empresa.
B
5
(6/4)
4
(11/3)
3
2 (15/2)
1 (18/1)
0 A
6 11 15 18 20
4
Como todos os meios de produção estão operando, não existe
subutilização, ou seja, pontos abaixo da curva de possibilidades de produção não
existem. Todos os outros pontos da curva denominam quantidades máximas de
produção dos dois produtos A e B. Pontos acima desta curva também não podem
ser alcançados com os meios de produção disponíveis. Se a empresa pretendesse
fabricar quantidades maiores teria que contratar mais trabalhadores ou comprar
mais máquinas.
5
estão em idade de trabalhar. Desta população, chamada de população ativa,
devemos descontar as pessoas que não estão procurando trabalho (donas de casa
e estudantes). Aí teríamos a PEA, que se divide em População Ocupada e
População Desempregada.
6
também pela distribuição aos destinatários dos produtos produzidos (veja o último
item).
Bens e serviços
Empresas Famílias
Fatores de produção
7
Fatos econômicos Observação sistematizada Economia
do mundo real descritiva
Teoria Econômica
(Princípios, teorias, leis e modelos da economia)
Teoria Econômica
Teoria Econômica
Macroeconomia Microeconomia
(do grego makrós – “grande”) (do grego mikrós – “pequeno”)
• Contabilidade Social, sistemas de • Teoria do consumidor.
contas nacionais. • Teoria da produção.
• Análise de macrovariáveis: renda, • Teoria dos custos (da empresa).
consumo, poupança, investimento, • Estrutura concorrencial e equilíbrio dos
exportações, importações, tributos e mercados.
dispêndios públicos, oferta e
demanda monetária.
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2. EVOLUÇÃO HISTÓRICA DAS DOUTRINAS ECONÔMICAS
9
A filosofia grega pregava a preponderância do geral sobre o particular, a
igualdade e o desprezo da riqueza. Como a Grécia vivia em constantes guerras, o
indivíduo tinha a obrigação de sacrificar-se pela sociedade. O bem-estar individual
vem em segundo lugar, primeiro vem a segurança e a prosperidade de todos. O
princípio da igualdade significava que numa terra de meios econômicos limitados
(solo) se alguém enriquecesse seria à custa das perdas de outrem, ou seja,
problemas de ordem econômica seriam as conseqüências. Todas as terras deviam
estar divididas de forma igualitária, caso que houvesse algum desequilíbrio, o
casamento entre rico e pobre era obrigatório. Até mesmo a quantidade da população
estava sujeita a uma quantidade definida para evitar o desequilíbrio desta igualdade.
O desprezo da riqueza significava que qualquer objeto de riqueza era considerado
um obstáculo à felicidade e que o homem devia ter como objetivo desistir de
qualquer objeto desta natureza. Conforme a filosofia, o mais importante para o
homem era se preocupar com a vida da alma, depois com os cuidados do corpo e
somente depois, com a riqueza. Esta tendência filosófica parece extremamente
antieconômica, pois impedia o desenvolvimento da riqueza.
10
comunismo e a propriedade (a família). Porém, concordava com a supremacia do
Estado sobre o indivíduo. Por exemplo, o estado precisava intervir para manter a
estabilidade demográfica, ou seja, devia impor restrições à população caso que a
reprodução alcançasse taxas expressivas. Resumindo, tratava-se de um
intervencionismo mais moderado.
11
distribuição de pão era feita diretamente pelo Estado. Estas medidas, com o intuito
de melhorar o abastecimento da população, causaram sérias conseqüências, como
o aumento do déficit público, da corrupção e de fraudes na distribuição. Esta
regulamentação afetou o sistema produtivo diretamente, como o preço do mercado
não era mais obtido, a agricultura deixou de ser uma atividade bem remunerada e
começou a entrar em decadência. Os produtores somente podiam vender seus
produtos aos compradores oficiais do Império. Tudo começou a ser regulado, a
semeadura, a colheita e o transporte dos produtos que era monopolizado pelo
Estado. Outro efeito negativo foi a falta de incentivos à população indigente para
exercer atividades produtivas. Vários escritores (“scriptores de re rustica”) criticavam
esta regulamentação. Segundo eles, Roma precisava retornar a valorizar a terra em
vez de regulamentar tudo a fim de resolver os problemas de abastecimento.
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comerciais e a descoberta de novas técnicas. Mesmo que diversas guerras e
epidemias tivessem causado grandes distúrbios, na Idade Média iniciou-se a volta
do mercado regional. As idéias econômicas sofriam forte influência da Igreja que
pregava a moderação referente à propriedade e ao lucro. Devia-se conseguir o
equilíbrio de tudo, principalmente obter justiça nas trocas de mercadorias e serviços,
ou seja, preço justo e salário justo. A propriedade particular era admitida, tratava-se
de um direito, porém, impunha também deveres de ordem social. A propriedade
tinha forte ligação com o crescimento populacional. O homem podia possuir tantas
propriedades quanto sua atividade lhe permitia adquirir, sempre relacionadas as
suas possibilidades físicas e intelectuais (crescimento da família). Contudo, o
excesso era condenado, pois a conseqüência seria um desequilíbrio social. A
propriedade tinha que atender a necessidade econômica do seu proprietário e, ao
mesmo tempo, estar dentro dos limites para não causar prejuízo para o interesse
social. O trabalho humano era considerado essencial, condenava-se a ociosidade.
Dois tipos de trabalho eram distinguidos: o trabalho para obter riquezas utilizáveis
diretamente pelo homem e o trabalho para obter riquezas artificiais. O primeiro, que
incluía a agricultura, era bem visto, o segundo com ressalvas, porém, pouco a pouco
vinha melhorando sua imagem enquanto se movia entre não lesionar a sociedade e
dar utilidade para seu consumidor.
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e) Mutação da matéria (quando o rei mandava substituir um metal
precioso por outro e alterava as proporções das ligas).
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Espanha servia de base para esta conclusão, era o país que mais possuía metais
preciosos e era considerado naquela época o país mais rico. Na verdade, os
mercantilistas não achavam que a quantidade de metais preciosos em estoque de
um país era o único indicador de riqueza, mas era o indicador mais importante. Os
metais preciosos não estragavam, tinham sua durabilidade e a conservação do seu
valor garantido. Também era importante um estoque alto de metais preciosos
mantidos por um país para estar preparado para guerras e corromper os inimigos.
Esta teoria metalista era a base da doutrina econômica dos mercantilistas. Existiam
cinco formas de mercantilismo: a espanhola, a francesa, a inglesa, a alemã e a
fiduciária. O objetivo de todos era o mesmo. A forma francesa é chamada também
de mercantilismo industrialista ou de colbertismo (Jean Baptiste Colbert, ministro das
finanças da França). Como os franceses não possuíam minas de ouro ou prato no
exterior (como os espanhóis) tratavam de conseguir metais preciosos através da
exportação de seus produtos mais industrializados. A indústria era promovida em
detrimento da agricultura. Incentivava-se o crescimento populacional para aumentar
a produção industrial e para dispor de mais homens para seus exércitos. O consumo
de bens de luxo era proibido e existiam salários máximos para não encarecer a
produção industrial e continuar ser competitivo em comparação a outras nações.
A escola fisiocrata
A escola fisiocrata foi a primeira escola econômica. Os fenômenos de
miséria no campo observados e o intervencionismo excessivo do Estado exigiam
uma resposta em forma de teorias para acabar com tais condições. O médico
francês Dr. François Quesnay foi seu maior defensor. Conforme os fisiocratas
(fisiocracia – regras da natureza) a terra era a única fonte de riquezas. Existia uma
ordem natural com leis naturais, absolutas e imutáveis. Qualquer intervenção era
proibida. Quesnay desenvolveu a tabla econômica (“tableau economique”) em que
explicava o funcionamento de um sistema econômico fechado baseado nas leis
naturais. Havia três classes: os trabalhadores produtivos, os trabalhadores estéreis e
os proprietários da terra. As classes trocavam mercadorias e preços num período de
um ano em que se supunha preços estáveis. O comércio era livre, existia o sistema
capitalista de aluguel de terra e não havia distinção entre fatores produtivos e bens
produtivos. Tratava-se do primeiro modelo para desenhar a economia de um país. O
sistema de Quesnay tomava como base a agricultura da qual dependiam as outras
classes.
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Posteriormente, o tableau economique de Quesnay recebeu muitos
elogios, como por exemplo, por reconhecer o direito à propriedade sobre a noção da
utilidade social e por destacar a liberdade econômica. Contudo, recebeu também
críticas. Reclamava-se a excessiva importância da agricultura como única fonte de
riqueza sem considerar a produtividade da indústria e do comércio.
- agricultores - artesãos
- ganadeiros - mercadores
- pescadores
Compram 1 bilhão de
produtos de subsistência e
1 bilhão de matéria-prima
A teoria clássica
Adam Smith (1723-1790), filósofo e economista escocês, é considerado o
pioneiro da teoria econômica clássica. Sua obra mais conhecida, A riqueza das
nações, foi publicada em 1776. Nesta obra, Smith tratava diversas questões
econômicas, como as leis de mercado, aspectos monetários e distribuição do
rendimento da terra. Finalizou sua obra com recomendações políticas.
França Irlanda
Produção de 1 unidade em Produção de 1 unidade em
Roupa 20 horas 10 horas
Carvão 10 horas 20 horas
17
França Irlanda
Produção Total Consumo Produção Total Consumo
(Unidades/Horas) (Unidades/Horas)
Roupa 2 2
4 / 60 4 / 60
Carvão 2 2
Vantagens absolutas sem comércio exterior
França Irlanda
P I E Total Consumo P I E Total Consumo
(Unidades/Horas) (Unidades/Horas)
Roupa 0 3 0 3 / 00 6 0 3 3 / 60
Carvão 6 0 3 3 / 60 0 3 0 3 / 00
Vantagens absolutas com comércio exterior (P – produção; I – Importação; E – Exportação)
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rendas, mas os industriais e capitalistas não conseguiam obter lucros consideráveis,
absolutamente importantes no processo de acumulação de capital e investimento no
processo produtivo. Ricardo concluiu que as taxas de importação sobre cereais
deviam ser reduzidas para tornar a indústria britânica novamente competitiva.
França Turquia
Padeiros Produtividade Produção Total Padeiros Produtividade Produção Total
Pão 10 20 200 30 4 120
Pescadores Produtividade Produção Total Pescadores Produtividade Produção Total
Peixe 10 20 200 10 12 120
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França Turquia Produção Total
Pão 20 x 20 = 400 0 400 + 0 = 400
Peixe 0 40 x 12 = 480 0 + 480 = 480
Possibilidades de produção com comércio exterior:
A teoria neoclássica
Os economistas neoclássicos mais importantes foram Alfred Marshall,
León Walras, Eugene Böhm-Bawerk, Joseph Alois Schumpeter, Vilfredo Pareto,
Arthur Pigou e Francis Edgeworth. Como os neoclássicos acreditavam na
autoregulamentação dos mercados (através do mecanismo de oferta e demanda),
não se preocuparam com a política e planejamento macroeconômico. Eles
analisaram aspectos microeconômicos, como o comportamento do consumidor e a
teoria marginalista. Schumpeter desenvolveu a teoria do desenvolvimento
econômico, Böhm-Bawerk a teoria do capital e dos juros. Os neoclássicos aplicavam
métodos matemáticos para explicar as suas teorias.
A teoria keynesiana
John Maynard Keynes (1883-1946), inglês, economista, matemático e
político, foi um dos economistas mais importantes do século XX. A crise econômica
mundial que começou em 1929 e se alongava, fez com que ele duvidasse das
teorias do laissez-faire em que o Estado não intervinha na economia. Durante a
pesada crise econômica mundial era óbvio que o sistema de equilíbrio do mercado
sem intervenciosmo pelo Estado não conseguiria recuperar o crescimento
econômico. Segundo ele, o próprio setor público precisava aumentar sua demanda
para gerar um impulso da demanda geral. Em tempos de crise, o setor público
substituia a falta de demanda pelo setor privado até que este se recuperasse para
gerar uma nova demanda firme. O Estado podia usar as ferramentas de política
monetária e fiscal para criar esta demanda adicional, resultando num novo equilíbrio
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do mercado. Em outras palavras, não era a oferta que gerava sua demanda, pelo
contrário, a demanda criava a oferta.
22
pelo aumento da liquidez, pois em diversos países os bancos centrais estariam
sujeitos a pressões políticas.
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3. O MODELO IS-LM
Temos que levar em conta que um país produz produtos para seu mercado nacional
(doméstico) e para o mercado internacional (externo):
PIB ≡ DBC + XBC + DBK + XBK + DBP + XBP + XBI – MBI (1.2)
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DBC – Bens de consumo para o mercado doméstico.
XBC – Bens de consumo para o mercado externo (exportação).
DBK - Bens de capital para o mercado doméstico.
XBK – Bens de capital para o mercado externo (exportação).
DBP – Bens públicos para o mercado doméstico.
XBP – Bens públicos para o mercado externo (exportação).
PIB – D ≡ [DBC + XBC + DBK + XBK + DBP + XBP + XBI – MBI] - [DBC + DBK +
DBP + MBC + MBK + MBP]
PIB – D ≡ [DBC + XBC + DBK + XBK + DBP + XBP + XBI – MBI] - [DBC + DBK +
DBP + MBC + MBK + MBP]
PIB – D ≡ X – M (1.6)
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Se substituirmos a demanda D pela equação 1.4 podemos reescrever a
fórmula da seguinte forma:
PIB ≡ D + (X – M) ≡ C+ I + G + (X – M) (1.7)
O termo (G – T) significa que os gastos do setor público (G) são maiores do que as
receitas. Se o governo gastar mais do que arrecada, este termo representaria as
necessidades de financiamento do governo. Se passarmos também o consumo
privado (C) para o lado esquerdo da equação, este seria a poupança privada (S) da
economia, pois o setor privado, após a dedução de impostos da renda, ou consome
ou poupa.
PNB – T – C ≡ I + (G – T) + (SCC)
[Em que PNB – T – C = S]
S ≡ I + (G – T) + (SCC)
(I – S) + (G – T) + (SCC) ≡ 0 (1.10)
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Agora temos uma equação em que podemos facilmente identificar as
necessidades de financiamento de cada um dos setores (privado, público e externo).
Se o setor privado mais do que poupa (I > S) precisa se financiar pelo setor público
ou pelo setor externo. O mesmo ocorre se o governo gasta mais do que arrecada (G
> I), ou se financia pelo setor privado ou busca poupança no exterior (SCC).
yd ≡ y – t - rl ≡ c + s
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investimentos na empresa teriam um retorno menor e as empresas deixariam de
investir. Neste caso, seria mais conveniente aplicar o dinheiro disponível no mercado
financeiro. Resumindo, a taxa de juros exerce uma influência invertida aos
investimentos, ou seja, quando a taxa de juros tende a aumentar, cada vez mais
investimentos na produção das empresas deixam de ser lucrativos e quando tende a
baixar, ocorre o contrário, mais investimentos planejados das empresas começam a
ficar rentáveis e serão realizados. Neste caso, utilizamos o sinal “–“ para descrever
esta relação.
(-)
i = i (r)
i+g+x-m
s + t + rl
s + t + rl
A0
i (r0)+ g + x - m
A1 B
i (r1)+ g + x - m
0
Y1 Y2
s + t + rl
r
A1
r1
r0 A0 IS
0
Y1 Y2
Equilíbrio no mercado de produto (SILVA, 1999).
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equilíbrio, podendo ser interpretado numa curva. Nesta situação de equilíbrio, não
ocorrem aumentos nem reduções inesperadas de estoque.
r
A1 X
r1
r0 A0 IS
Y
0
Y1 Y0
A curva IS e situações de desequilíbrio
A equação de equilíbrio:
passa a ser:
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No ponto Y ocorre uma situação de desequilíbrio, em que a taxa de juros
é menor do que o nível de renda correspondente.
A equação de equilíbrio:
passa a ser:
A oferta da moeda
Geralmente, a função do Banco Central de um país é garantir a
estabilidade dos preços dos bens e serviços negociados no mercado nacional, ou
seja, manter o valor da moeda nacional. No Brasil, esta função é exercida pelo
Banco Central do Brasil (Bacen) que foi criado pela Lei 4.595 de 31 de dezembro de
1964. Mais informações sobre esta autarquia federal vinculada ao Ministério da
Fazenda podem ser obtidas no site www.bcb.gov.br. O Bacen é responsável pela
base monetária que é o conjunto de todas as moedas e cédulas emitidas por ele. O
dinheiro representa o meio de pagamento universalmente aceito pelos participantes
do mercado para pagar bens e serviços. Somente o Bacen pode emitir (criar)
moeda. Quando o Bacen entrega dinheiro para os bancos comerciais, estes
precisam dar algo em troca, é como uma relação contábil, pois a base monetária
para o Bacen representa um passivo, a qualquer momento em que o Banco
Comercial quiser seu bem de volta, o Bacen é obrigado a receber as cédulas em
troca. Base monetária é criada quando um exportador receber um pagamento de
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seu cliente no exterior e precisa trocar a moeda estrangeira (por exemplo, dólares
americanos) por reais. Quando um importador precisar pagar seu cliente no exterior
(em dólares), ele procurará o Bacen, comprará os dólares necessários e remeterá o
dinheiro para seu cliente no exterior. Se ele comprar dólares, o fará com reais, neste
caso, os reais pagos ficam com o Bacen e a base monetária é reduzida. Outra forma
de criar ou reter base monetária ocorre quando o Governo Federal lança títulos da
dívida pública para se financiar. Quando os bancos comerciais compram estes
títulos, base monetária é retida, quando o Bacen compra estes títulos de volta dos
bancos comerciais, base monetária é criada. Hoje em dia, a base monetária é muito
maior do que o dinheiro em forma de moedas ou papel em circulação. Muitas vezes,
vemos somente o saldo da nossa conta corrente ou das nossas aplicações no
extrato físico ou na tela do computador através da consulta pela internet. Os bancos
comerciais trabalham com o nosso dinheiro, emprestam para outros bancos ou
pessoas físicas ou jurídicas. É o chamado multiplicador monetário.
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desconto para a concessionária que receberá o dinheiro imediatamente. A
financiadora tampouco dispõe de dinheiro suficiente para financiar todas as
operações de crédito, por sua vez, também passa este financiamento a outra. o
último financiador desta cadeia é o Bacen que também cobra uma taxa de
redesconto. Quando esta taxa de redesconto cobrado pelo Bacen é muito baixa,
vale a pena para todas as operadoras de crédito trabalharem estas operações. Cada
uma agrega um pouco a esta taxa até chegar ao cliente final, o comprador do carro.
Isto significa que quando os créditos são baratos, e conseqüentemente as taxas de
desconto são baixas (de forma sucessiva), a base monetária aumenta devido ao
aumento das operações de compras financiadas. Contudo, se o Bacen aumentar
esta taxa de redesconto para os bancos comerciais, aumentará para todos
sucessivamente até chegar ao cliente final, o comprador de carro. Este pode desistir
de comprar o carro devido às altas taxas cobradas para financiar seu carro.
MS
S
m = -------
P
Em que:
MS – Oferta nominal da moeda (quantidade)
P – índice de preços.
A demanda da moeda
Ao falar da demanda por moeda pelos participantes do mercado,
distinguimos somente dois ativos, a moeda (o papel-moeda em poder do público e
os depósitos à vista nos bancos comerciais) e os títulos. Já conhecemos uma forma
de títulos, que são os títulos da dívida do Governo Federal. Existem inúmeros
outros, como propriedades, ações de empresas, moedas estrangeiras, derivados
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financeiros, etc. Dos dois ativos citados, somente a moeda é amplamente aceita nas
transações comerciais. Existem transações com títulos, mas geralmente, costuma-
se trocar bens e serviços por moeda. É a vantagem da moeda, porém, a grande
desvantagem da moeda é que ela não rende juros se não aplicada em títulos
(aluguel, rendimentos financeiros das ações e outros títulos). Os motivos para
manter moeda sem poder desfrutar de rendimentos são a possibilidade de efetuar
transações comerciais (motivo transacional) e para poder aproveitar oportunidades
de investimentos que podem aparecer a qualquer momento (motivo especulativo).
y k (y)
y1
y0
0 m=M/P
m0 m1
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A taxa de juros r1 é mais alta do que a taxa de juros r0. Referente à taxa
de juros r1, os agentes dos mercados teriam pouco dinheiro em caixa (m1), pois seria
mais rentável aplicar a moeda em títulos. Quando a taxa começa a baixar até r0, os
investimentos se tornam menos rentável e os agentes começam a manter mais
moeda em caixa esperando por melhores oportunidades (m0).
r1
r0
l (r)
0 m=M/P
m1 m0
Demanda especulativa de moeda (adaptado de SILVA, 1999).
A
r B
y D
m (r1)
D
m (r2) D
m (r0)
y0 r0 D
m (y2)
D
m (y1)
D
m (y0)
0
m2 m1 m0 m=M/P m0 m1 m2 m=M/P
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MD (+) (-) (+) (-)
D
m = ----- = mT (y) + mE (r) = k (y) + l (r)
P
Existem duas formas de demonstrar graficamente a demanda por moeda.
No quadro A é medida a renda. Quando a taxa de juros aumenta de r0 para r1, com a
mesma renda y0, a quantidade demandada de moeda reduz. No quadro B, com a
mesma taxa de juros r0, com o aumento da renda de y0 para y1, a quantidade
demandada de moeda aumenta. O equilíbrio no mercado monetário, como em
qualquer mercado, é alcançado quando a oferta é igual à demanda:
MS (+) (-)
----- = k (y) + l (r)
P
A B
S S
y M / P0 D
r M / P0
m (r2)
D
m (r1)
y2 A2 D
m (r0) r2 A2
D
A1 m (y2)
y1 r1
A1 D
m (y1)
A0
D
y0 A0 r0 m (y0)
0
S S
M / P0 m=M/P M / P0 m=M/P
LM (P0) LM (P0)
A2 A2
r2 r2
r1 A1 r1 A1
A0 A0
r0 r0
y0 y1 y2 y0 y1 y2
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Todos os pontos A0 (r0 / y0), A1 (r1 / y1) e A2 (r2 / y2), são pontos que
mostram a qual taxa de juros e qual renda se obtém o equilíbrio da demanda e da
oferta de moeda. Por tanto, a curva LM (P0) mostra todos os pontos de equilíbrio do
mercado monetário (entre oferta e demanda) a determinado nível de preços (P0).
LM (P0) LM (P0)
A2 A2
r2 r2
A1 Y A1
r1 r1
X
A0
r0 r0 A0
y0 y1 y2 y0 y1 y2
LM (P0)
r
r0 A0
IS
0 y
y0
Equilíbrio dos dois mercados: mercado de produto e monetário (SILVA, 1999).
A2 LM (P0)
A1
A0
IS
0 y
yD2 yD1 yD0
P LM (P2)
LM (P1)
B2 LM (P0)
P2
B1
P1 B0
P0
DD
0 y
yD2 yD1 yD0
Equilíbrio do mercado de produto e monetário, curva da demanda agregada (SILVA, 1999).
38
r
LM (P0)
A0
r0
A1 IS0
r1
IS1
0 y
yD1 yD0
B0
P0 B1
DD0
DD1
0 y
yD1 yD0
Aumento da arrecadação tributária (SILVA, 1999).
r
LM (P0)
A1
r1
A0
r0 IS1
IS0
0 y
yD0 yD1
B1
P0 B0 DD1
DD0
0 y
yD0 yD1
Aumento dos gastos públicos (SILVA, 1999).
r
LM0 (P0)
LM1 (P0)
A0
r0
A1
r1
IS
0 y
yD0 yD1
B1
P0 B0 DD1
DD0
0 y
yD0 yD1
Aumento das reservas internacionais (SILVA, 1999).
MS ≡ ME + MI
Em que:
MS = Oferta nominal da base monetária.
ME = Oferta monetária nominal originária das operações externas do Bacen, no
caso em que variações das reservas internacionais obrigam o Bacen á
emissão ou destruição da base monetária.
MI = Oferta monetária nominal originária das operações internas do Bacen.
r
LM1 (P0)
LM0 (P0)
r1 A1
A0
r0
IS
0 y
yD1 yD0
B0
P0
B1 DD0
DD1
0 y
yD1 yD0
Redução da oferta monetária pelo Bacen (SILVA, 1999).
42
Investidores estrangeiros estão na expectativa de obter altas taxas de
retorno investindo em ações da Petrobrás. Como eles não podem investir dólares
diretamente na Bovespa, precisam cambiar seus dólares por reais. Uma grande
quantidade de dólares ingressa no Brasil e o Bacen é obrigado a trocar estes
dólares por reais. Por um lado, o Bacen aumenta suas reservas internacionais, mas
por outro lados, como moeda em forma de real é entregue aos investidores, a base
monetária aumenta consideravelmente. Conseqüentemente, a curva LM desloca-se
para a direita. A moeda, agora em grandes quantidades no mercado, torna-se
menos escassa, levando a uma queda da taxa de juros. Uma taxa de juros menor
estimula os investimentos das empresas e das famílias que agora conseguem
créditos a taxas de juros menores. Maiores investimentos levam a maiores
despesas, aumentando a renda nacional. No novo ponto de equilíbrio da demanda
agregada (B1), o nível de preços não foi alterado, a taxa de juros é menor e a renda
é maior do que antes do ingresso dos capitais estrangeiros.
43
4. O balanço de pagamentos e o câmbio
O balanço de pagamentos é um registro sistemático realizado pelo Banco
Central das transações econômicas de um país com o resto do mundo durante
determinado período de tempo (geralmente de um ano). É dividido em contas
correntes e contas de capital.
Conta Corrente
Categoria Valores registrados Soma Saldo
1 Balança comercial Exportações e importações. Saldo das
2 Serviços não-fatores Fretes, seguros, turismo, 1 transações
serviços diplomáticos, + reais
pagos ou recebidos do 2
exterior.
(x-m) Saldo da
3 Serviços de fatores Fatores ligados aos fatores conta
de produção (trabalho, corrente
capital, etc.): salários, Renda líquida
3
aluguéis, juros, lucros,
+
enviada ao (SCC)
dividendos remetidos ou exterior
4
recebidos do exterior. (rl)
4 Transferências Doações entre países,
unilaterais remessas ou recebimentos.
SCC = x – m - rl
Conta de Capital
Categoria Valores registrados Soma Saldo
1 Investimento direto (id) Contas dos investimentos
de empresas estrangeiras
no país e empresas
nacionais no exterior.
Saldo da conta de
2 Empréstimos e Valores contraídos ou capital
financiamentos (ef) concedidos por bancos, 1+2+3+4
empresas nacionais e
governos. (SCK)
3 Amortizações (am) Parcelas de empréstimos
contraídos ou concedidos.
4 Outros capitais (ok) Contas de pequeno valor.
SCK = id + ef - am + ok
44
A soma do saldo de conta corrente mais o saldo de conta de capital é o saldo do
balanço de pagamentos. Deste, somente se deduz a conta de erros e omissões
(SEO):
P
---- ≡ P*
TC
45
Suponhamos uma taxa de câmbio inicial de 1 U$ = R$ 1,00. Se a taxa de
câmbio aumentar (1 U$ = R$ 2,00), a equação do lado esquerdo diminui seu valor,
tornando nosso preço mais baixo e nosso produto mais competitivo no mercado
exterior. Lógica conseqüência é uma elevação das exportações. Para os produtos
estrangeiros importados, ocorre o contrário. Como a taxa de câmbio sofreu aumento,
os produtos estrangeiros se tornam mais caros, já que o importador precisa gastar
mais reais para comprar produtos cujo preço é em dólares.
Resumindo, o saldo das transações reais (soma do saldo da balança comercial com
o dos serviços não-fatores) seria:
(+) (+)
rl = rl (r* , DE )
(+) (-)
id = id ( r , r* )
(+) (-)
ef = ef ( r , r* )
(-) (+)
am = am ( r , r* )
(+)
SCK = SCK ( r – r* )
SCC = - SCK
Colocando as variáveis:
∆RI > 0
Elevação de reservas BP (P0)
r
internacionais
A1
SCC > - SCK Y SCC < - SCK
SCC + SCK > 0 SCC + SCK < 0
Superávit Déficit
r0 X
A0 ∆RI < 0
Redução de reservas
internacionais
0 y
y0 y1
Câmbio
A taxa de câmbio é “o preço da moeda estrangeira em termos da moeda
nacional ou vice-versa” (VICECONTI, 2007. p 257). Podemos escrever a taxa de
câmbio de duas formas:
49
procura de importadores que devem pagar as mercadorias estrangeiras em divisas,
neste caso compram divisas, trocando-as por reais. Diversos fatores podem
influenciar a taxa de câmbio, como o nível do produto interno (y), o nível geral de
preços no mercado nacional (p), o nível geral de preços no mercado externo (p*), a
taxa de juros interna (r), a taxa de juros internacional (r*), que são os mais
importantes. As funções da demanda e da oferta de divisas pode ser resumida como
segue:
O´d
TC Od
A1
TC1
D´d
TC0 A0
Dd
0 Q
Q0
50
A taxa de câmbio é fixa quando o Banco Central de um país determina a
taxa de câmbio conforme uma tabela.
51
5. A distribuição de renda
Na macroeconomia temos três agregados macroeconômicos. São o
Produto, a Renda e a Despesa.
52
numa determinada economia. Os índices mais usados para medir a distribuição de
renda ou o bem estar de uma economia são o PIB per capita, o Coeficiente de Gini,
o Índice P90/P10 e o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH).
Posição
Estado PIB per capita (em R$)
2008 2007
01 01 Distrito Federal 45.978
02 02 São Paulo 24.457
03 03 Rio de Janeiro 21.621
04 05 Santa Catarina 20.369
05 04 Espírito Santo 20.230
06 06 Rio Grande do Sul 18.378
07 08 Mato Grosso 17.927
08 07 Paraná 16.928
09 10 Minas Gerais 14.233
10 11 Mato Grosso do Sul 14.188
11 09 Amazonas 14.014
12 12 Goiás 12.879
13 14 Rondônia 11.977
14 13 Roraima 11.845
15 15 Amapá 11.033
16 16 Tocantins 10.223
17 17 Acre 9.896
18 18 Sergipe 9.779
19 19 Bahia 8.378
20 20 Rio Grande do Norte 8.203
21 21 Pernambuco 8.065
22 22 Pará 7.993
23 23 Ceará 7.112
24 24 Paraíba 6.866
25 25 Alagoas 6.227
26 26 Maranhão 6.104
27 27 Piauí 5.373
Distribuição de renda per capita por estado brasileiro. Fonte: IBGE.
% de renda Máximo: 0
Mínimo: 1
a
CG = ----------
(a + b)
Linha da igualdade
perfeita
% de pessoas
O Coeficiente de Gini. Fonte: Wikipedia.
O Índice de P90/P10 mede quanto o grupo formado pelos 10% mais ricos
recebe em comparação ao grupo dos 10% mais pobres. A escala começa em 0, ou
seja, quanto mais baixo o índice é, melhor é a distribuição de renda. O Japão possui
um índice de 4,23 e o Brasil de 68. Significa, que para cada dólar que os 10% mais
pobres destes países recebem, no Japão, os 10% mais ricos receberiam 4,23
dólares e no Brasil 68 dólares. Resumindo, o Brasil seria um país com uma
concentração de renda muito maior do que o Japão.
55
Como um país pode conseguir uma melhor distribuição de renda? Nos
anos 1960 e 70, os países da Europa Ocidental tiveram um forte crescimento
econômico e alcançaram níveis de emprego próximos ao do pleno emprego. A
arrecadação tributária cada vez maior e o aumento da dívida pública a taxas de juros
favoráveis possibilitavam políticas de distribuição de renda através de benefícios
sociais para as classes menos favorecidas.
Arrecadação do
governo
0 t* 1
t – alíquota de impostos
A curva de Laffer (adaptada).
57
6. PERSPECTIVAS DA TEORIA ECONÔMICA
Neste capítulo tratamos da teoria microeconômica, em particular, da
demanda dos consumidores e da oferta pelas empresas. Em seguida, analisaremos
como a demanda dos consumidores reage a aumentos de preços e como os
consumidores tomam suas decisões.
P2
P1
D (demanda)
Q2 Q1 Quantidade
A curva da demanda em relação ao preço
Px - Preço
P1
D’
Q1 Q2 Q - Quantidade
A curva da demanda e aumento da renda disponível
P1
D’
Q - Quantidade
Q2 Q1
A curva da demanda e redução da renda disponível
Outros fatores
Entre estes, podemos mencionar fatores climáticos (frio, calor) ou
estações (verão, inverno, carnaval, halloween, etc.). Além disto, existem campanhas
de propaganda ou ações informativas, como recentemente a ação informativa sobre
certos tipos de gordura em bolos. Estas ações levam a uma redução da demanda
por certos produtos.
60
Resumindo, podemos escrever a curva da demanda como a seguinte
função:
Em que:
D- Demanda
Px - Preço do bem
R- Renda disponível
Py - Preço de um bem substituto
Pz - Preço de um bem complementar
F- Outros fatores
Matematicamente: Q = a-bP
Exemplo: Q = 8-2P
Preço (Px)
O - Oferta
P2
P1
Q1 Q2 Q - Quantidade
A curva da oferta
61
De que fatores depende a venda (oferta) de um bem?
P2
Q1 Q2 Quantidade Q
A curva da oferta e redução de custo no processo produtivo
62
Para os casos de reduções de custos no processo produtivo, as
empresas poderiam vender mais pelo mesmo preço (P1, Q2) ou vender a mesma
quantidade a um preço menor (P2, Q1).
Px O’
O
P1
P2
Q2 Q1 Q
A curva da oferta e aumento de custo no processo produtivo
O- Oferta
Px - Preço do bem
CMP - Custo de matéria-prima
CINS - Custo de insumo
CMDO - Custo de mão-de-obra
CCAP - Custo de capital
Matematicamente: Q = c + dP
Exemplo: Q = 8 + 2P
63
6.3 O mecanismo do mercado
A demanda dos compradores e a oferta dos vendedores compõem um
mercado. Podemos definir mercado como o “grupo de compradores e vendedores
que, por meio de suas interações efetivas ou potenciais, determina o preço de um
produto ou de um conjunto de produtos” (Pindyck, 2002, p. 7). Geralmente, um
mercado possui limites geográficos ou abrange certos produtos.
O mecanismo do mercado
O mecanismo do mercado é a tendência dos preços de se modificarem
num mercado livre até que haja balanceamento do mercado.
Px
O
P0
Q0 Q
O mecanismo de mercado: situação de equilíbrio
Excesso de oferta
Existe um excesso de oferta quando a quantidade oferecida é maior do
que a quantidade demandada. Uma oferta maior do que a demanda significa que as
empresas tentariam vender uma quantidade maior de um bem a um preço mais
64
caro. O gráfico a seguir mostra o excesso da oferta. As empresas oferecem a
quantidade Q2 no mercado com o preço P1 mais elevado do que o preço de
equilíbrio P0. A este preço P1, os indivíduos somente estariam dispostos a comprar
a quantidade Q1, muito inferior do que a quantidade ofertada. A diferença entre Q2 e
Q1 é o excesso de oferta. Como os consumidores não aceitam estes preços mais
altos, os produtores estariam obrigados a baixar os preços até chegar ao preço de
equilíbrio do mercado P0. O mercado volta ao preço de equilíbrio com as
quantidades anteriores.
Px O
P1
A
B
P0
Q1 Q0 Q2 Q
Excesso de oferta
O mecanismo de mercado: Excesso de oferta
Excesso de demanda
Existe um excesso de demanda quando a quantidade demandada é maior
do que a quantidade ofertada. Neste caso, os consumidores tentariam comprar mais
quantidades Q1 a um preço mais baixo (P1). Porém, as empresas somente estariam
dispostas a oferecer uma quantidade inferior a este preço (Q2). Existe um excesso
de demanda. O mecanismo de mercado provoca uma redução das quantidades
demandadas ao preço de equilíbrio anterior (P0) com as quantidades demandadas
Q0.
65
Contudo, existem deslocamentos da curva da oferta que alteram o preço,
a quantidade, e com isto, o ponto de equilíbrio do mercado.
Px O
P0
B
P1
A D
Q2 Q0 Q1 Q
Excesso de demanda
Px O O’
P0
P1
Q0 Q1 Q
O mecanismo de mercado: Aumento da oferta
66
Deslocamentos da curva da oferta ocorrem quando há redução de custos
para uma empresa. Isto pode ocorrer através de uma redução dos preços de
matérias-primas ou de produtos semi-acabados para a produção, ou devido a uma
redução dos salários dos trabalhadores. O mesmo ocorre em caso de progresso
tecnológico, ou seja, quando máquinas mais modernas conseguem aumentar a
produtividade de uma empresa. As empresas podem produzir mais a um custo igual
ou mais barato. A curva da oferta não se desloca quando o preço do bem x se
altera. Nestes casos haverá somente movimento ao longo da curva da oferta.
Alteram-se somente as quantidades oferecidas. Da mesma forma, podem ocorrer
deslocamentos da curva da demanda que afetam o ponto e o preço de equilíbrio.
Neste caso, o deslocamento da curva da demanda é de D para D’. Os consumidores
demandam agora quantidades maiores (Q1) do que as quantidades do equilíbrio Q0.
A conseqüência é o aumento do nível de preços de P0 para P1. A curva da oferta de
produtos das empresas permanece inalterada. O novo equilíbrio encontra-se em
P1/Q1. Deslocamentos da curva da demanda ocorrem quando a renda disponível
dos indivíduos aumenta ou quando o preço de um bem substituto ou complementar
se altera. O mesmo pode ocorrer quando os consumidores começam a demandar
mais de um produto x devido a uma ação de marketing ou propaganda para um
produto.
Px
O
P1
P0
D’
Q0 Q1 Q
Mecanismo de mercado: Aumento da demanda
-0,10
E= -------- = │-1,0 │ = 1
+0,10
P=
1,10 dp= 0,10
P= 1,0
dx= -0,10
x= 0,90 x= 1,0 X
Elasticidade-preço da demanda. E = 1
68
Se a elasticidade-preço for menor que 1, significa que um aumento de
preço em 10% causaria uma redução menor do que 10% da quantidade
demandada.
-0,05
E= -------- = │-0,5 │= 0,5
+0,10
P=
1,10 dp = 1
P= 1,0
dx = 0,5
D
X
x= 0,95 x= 1,0
-0,15
E= ------- = │-1,5 │ = 1,5
+0,10
dp= 1
dx= 1,5
D
Graficamente:
Px
70
Demanda totalmente inelástica
Uma demanda é totalmente inelástica se qualquer alteração no preço do
bem x não provoca nenhuma alteração nas quantidades demandadas deste bem. A
elasticidade da demanda é zero: E = 0. A empresa pode oferecer o bem x a um
preço muito alto e o consumidor aceitaria este preço.
Px D
EXERCICIOS
A curva da demanda é uma função das quantidades demandadas em relação ao
preço. Esta curva é negativamente inclinada em relação ao preço, ou seja, a um
preço maior, as quantidades demandadas pelos indivíduos caem. Além disto, a
demanda depende de outros fatores como renda disponível, preço de um bem
complementar, preço de um bem substituto ou ações de marketing. Analise o gráfico
a seguir partindo da demanda inicial D. Determine como os seguintes impactos se
refletem graficamente na curva da demanda e marque a resposta correta com um x:
D1
D - demanda
D2
Qx
Completas
O indivíduo sabe avaliar e conhece perfeitamente os itens que precisa.
Não saciáveis
O indivíduo sempre prefere mais a menos, ou seja, o indivíduo sempre quer mais do
que já possui.
Transitivas
72
Quando um indivíduo prefere uma cesta A com certos produtos definidos
à uma cesta B, e, uma cesta B à uma cesta C, a conseqüência será que também
preferiria A à B.
A curva de indiferença
A curva de indiferença ou curva da utilidade representa a combinação de
dois bens x1 e x2 que dão a mesma satisfação (U1) ao consumidor. Esta curva é
estritamente convexa à origem, ou seja, negativamente inclinada.
x2
x2 A
B
x2’
C
x2’’ U1
x1 x1’ x1’’ x1
B
C
x2
U2
U1
x1
x1 x1’
Neste caso:
U1: A ~ B (A igual a B)
U2: A ~ C (A igual a C)
Isto significaria que B ~ C
U3 = 100
U2 = 60
U1 = 30
x1
As curvas com utilidades diferentes
A restrição orçamentária
A restrição orçamentária mostra as limitações que cada indivíduo sofre
devido ao nível de renda disponível.
x2
M C
M D B
p2 A
U1
M
p1 x1
A restrição orçamentária
75
A forma matemática da restrição orçamentária é:
M = p1x1 + p2x2
Em que:
x1 – quantidade do bem 1
x2 – quantidade do bem 2
p1 – preço do bem 1
p2 – preço do bem 2
M – renda monetária disponível
x2
M
B
p2
U2
A
U1
M2
M1
M1 M2
x1
p1 p1
O deslocamento da restrição orçamentária: Redução de preço
76
Se o preço do bem 1 cai, o indivíduo pode consumir mais bens desta
categoria por um preço mais barato. Teoricamente se torna mais rico. A restrição
orçamentária gira em torno do ponto M/p2 para à direita. Ao mesmo tempo
consegue alcançar uma curva da utilidade mais para cima, como U2.
77
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
HUGON, Paul. História das doutrinas econômicas. 14. ed. São Paulo: Atlas, 1980.
VICECONTI, Paulo E. V.; NEVES, Silvério das. Introdução à Economia. São Paulo:
Frase, 1998.
78
WIKIPEDIA. O coeficiente Gini. Disponível em:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Coeficiente_de_Gini. Acesso em: 23/01/2011.
79