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br/gagaufera2003/
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EDUCAÇÃO FÍSICA
Capa:
Jussara Santos
Diagramação:
Aline Figueiredo
CATALOGAÇÃO NA FONTE
do Departamento Nacional do Livro
Xavier, Lauro
Educação Física (Saiba Mais)
Lauro Pires Xavier Filho, Jeane Rodella Assunção et al.
VII Xp.il. 23 cm
AGRADECIMENTOS
ÍNDICE
APRESENTAÇÃO.............................................................................................. 7
INTRODUÇÃO ................................................................................................... 9
AS CONCEPÇÕES DA EDUCAÇÃO FÍSICA .................................................. 12
ABORDAGEM DESENVOLVIMENTISTA..................................................... 13
ABORDAGEM CONSTRUTIVISTA .............................................................. 15
ABORDAGEM CRÍTICO - EMANCIPATÓRIA .............................................. 17
CRITICA AS ABORDAGENS ........................................................................... 21
DESENVOLVIMENTISTA............................................................................. 21
CONSTRUTIVISTA ...................................................................................... 22
CRÍTICO-EMANCIPATÓRIA ........................................................................ 23
ABORDAGEM DA APTIDÃO FÍSICA / SAÚDE ............................................ 23
CRÍTICA A ABORDAGEM DA APTIDÃO FÍSICA / SAÚDE ......................... 26
ABORDAGEM .................................................................................................. 29
CRÍTICO - SUPERADORA .............................................................................. 29
POSSIBILIDADES DA PRÁTICA PEDAGÓGICA: O ENSINO DO
BASQUETEBOL............................................................................................... 36
A PROPOSTA CRÍTICO-SUPERADORA..................................................... 37
A PROPOSTA DESENVOLVIMENTISTA..................................................... 40
A PROPOSTA CONSTRUTIVISTA .............................................................. 41
MODELO DE REPRODUÇÃO OU PERSPECTIVA DE TRANSFORMAÇÃO? 44
BIBLIOGRAFIA ................................................................................................ 48
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APRESENTAÇÃO
INTRODUÇÃO
1
Ver Fukoyuna apud Frigotto (1998. p.38-9)
2
Ver PENA (1999)
3
Sobre alienação do trabalhador recorremos a MARX (2002:113), que explicou essa relação
ao relatar: "A alienação do trabalhador no objeto revela-se assim nas leis da economia política:
quanto mais o trabalhador produz, menus tem de consumir; quanto mais valores cria, mais sem
valor e mais desprezível se torna; quanto mais refinado o seu produto, mais desfigurado o
trabalhador; quanto mais civilizado o produto, mais desumano o trabalhador; quanto mais
poderoso o trabalho, mais impotente se torna o trabalhador; quanto mais magnífico e pleno de
inteligência o trabalho, mais o trabalhador diminui em inteligência e se torna escravo da
natureza
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4
Sobre a Doutrina Bush ver "The National Security Straltgy of The United States of America".
setembro, 2002
5
Sobre a ALCA. consultar Sader (2001) e Campanha Nacional Contra a ALÇA (2002).
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Uma análise mais elaborada pode ser pensada pelo leitor, a partir
das matrizes epistemológicas citadas nessa obra, das concepções da
Educação Física, porém não discutidas a fundo. Entender a proposta crítico-
superadora a partir do olhar do materialismo histórico-dialético, assim como a
obra foi concebida, é perceber que a circunstância histórica exigia aquilo, já
que a Educação Física estava inundada por proposições relacionadas com a
fenomenologia e o positivismo e correntes filosóficas que não tratavam da
escola sob o olhar da classe trabalhadora.
AS CONCEPÇÕES DA
EDUCAÇÃO FÍSICA
A metodologia de ensino é uma área que está em constante
evolução, é muito discutida entre os profissionais da Educação, porém é quase
unânime um pensamento: ela precisa evoluir. Evoluir no sentido de superar os
destinos que sua prática toma, que é, quase sempre o de justificar o sistema
vigente, o mesmo sistema social que permite que os seus professores ganhem
baixos salários, que sustenta a ideologia dominante, que articula ações
deliberadas para que os nossos alunos não reflitam de modo crítico. A luta pela
sobrevivência (da classe trabalhadora), assim como a luta para conseguir uma
vaga na escola pública com ensino cheio de falhas não lhes permite e não lhes
fornece elementos necessários para formar uma opinião crítica, que os levem a
reflexão acompanhada de ações capazes de mudar sua atroz realidade.
Concepções não-propositivas:
Concepções propositivas:
a) Não-Sistematizadas
b) Sistematizada
ABORDAGEM DESENVOLVIMENTISTA
ABORDAGEM CONSTRUTIVISTA
condição humana. Temos então uma preocupação de uma teoria que avança
em relação às propostas mecanicistas da Educação Física e que buscam
compreender a criança enquanto ser social e criativo. Desta forma, o
aprendizado se estabelece a partir da relação do sujeito com o mundo.
DARIDO, reporta-se a proposta construtivista observando que:
Essa concepção tem suas bases nas reflexões feitas por Eleonor
Kunz, em sua primeira publicação - Educação Física: Ensino e Mudança (1991)
e após diversos encontros, seminários, congressos, etc., que resultaram na
publicação do livro - Transformação Didático - Pedagógica do Esporte (1994),
que traz essa concepção de ensino para socialização dessas "reflexões /
produções" com os professores de Educação Física.
CRITICA AS
ABORDAGENS
Poderíamos resumir nossas críticas ao elemento pedagógico de que
as abordagens desenvolvimentista, construtivista e crítico-emancipatória não
se apresentam enquanto propositivas sistematizadas, não conseguem afirmar
por completo a Educação Física na escola, pois não elaboram uma seriação ou
ciclos de conhecimento. Acreditamos que esses elementos não convencem
uma crítica afirmativa, pois podemos observar vários professores que
conseguem, através das obras de GO Tani, Freire e Kunz, sistematizar
conhecimentos da prática pedagógica em Educação Física na educação básica
de uma forma geral. Acreditamos que a intenção da crítica às abordagens
apresentadas passa pela reflexão de qual projeto de sociedade está se
pensando, nesse sentido concordamos com Carvalho (1991:49) quando
afirmou que muitos professores da área "procuram grosso modo ignorar nossa
realidade concreta, realidade sócio-econômica, misantrópica e heteróclita, na
qual "vivem" de modo ignóbil mais de 80% da população brasileira".
DESENVOLVIMENTISTA
CONSTRUTIVISTA
CRÍTICO-EMANCIPATÓRIA
Desta forma, segundo os autores (op. cit., 5), parece evidente que o
estado de ser saudável não é algo estático:
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ABORDAGEM
CRÍTICO - SUPERADORA
A Concepção Crítico - Superadora está teoricamente formulada na
obra intitulada "Metodologia do Ensino da Educação Física", composta por um
COLETIVO DE AUTORES (1992) –TAFFAREL, ESCOBAR; VARJAL;
BRACHT; CASTELLANI FILHO; SOARES. É uma abordagem propositiva, pois
estabelece critérios para a sistematização dessa disciplina no âmbito da
escola. Se apresenta pautado num projeto histórico de sociedade que tem
como princípio a superação da sociedade capitalista.
O aluno adquire uma relação especial com o objeto, que lhe permite
refletir sobre ele. O aluno começa a perceber propriedades comuns e regulares
nos objetos, na medida em que pode compreendê-las e explicá-las. Neste
ciclo, também, o aluno lida com a regularidade científica, podendo a partir dele
adquirir alguma condição objetivas para ser produto de conhecimento científico,
através da pesquisa. Sendo assim, o conteúdo trabalhado nas aulas de
Educação Física, devem proporcionar ao aluno, o aprofundamento de técnicas,
táticas e regras que regem jogos e brincadeiras, o conhecimento técnico /
científico do conteúdo da aula que está desenvolvendo, etc.
(...) feita pela consideração da "presença" em aula, sendo este o único critério de
aprovação e reprovação, ou então, reduzido-se a medidas de ordem biométrica:
peso, altura, etc., bem como de técnicas: execução de gestos técnicos, "destrezas
motoras", "qualidades físicas", ou, simplesmente, não é realizada.
POSSIBILIDADES DA
PRÁTICA PEDAGÓGICA: O
ENSINO DO BASQUETEBOL
Entendendo que a Educação Física Escolar brasileira passa
atualmente por formas distintas no processo ensino-aprendizagem, conforme
debatido nos capítulos anteriores, pretendemos nesse momento alicerçar o
cotidiano da prática pedagógica através da análise das possibilidades de
ensino-aprendizagem de um esporte coletivo, no caso específico o
basquetebol, mas que poderíamos ter escolhido o futebol, handebol, futsal e
até mesmo qualquer modalidade individual (natação e atletismo), ou qualquer
outra proposta pedagógica vinculada, por exemplo, a cultura corporal (dança,
ginástica, luta, capoeira). O importante é podermos perceber que existem
diferentes correntes de pensamentos, baseados em diferentes autores
nacionais, que estabelecem as concepções de ensino propositivas
(sistematizadas e não-sistematizadas) e não-propositivas. A partir dessas
concepções, os professores de Educação Física podem organizar objetivos e
princípios pedagógicos distintos dentro do seu processo ensino escolar, como
no caso do ensino de uma modalidade esportiva. Pretendemos, então, apontar
propostas metodológicas do ensino do basquetebol nas concepções
desenvolvimentista, construtivista e crítico-superadora, estabelecendo
objetivos, metodologia e avaliação para cada concepção de ensino. Para tanto,
utilizou-se a pesquisa bibliográfica fundamentando as concepções pedagógicas
através de autores que se definem enquanto corrente de pensamento na
educação física escolar. Como resultados percebemos que cada concepção de
ensino respalda uma linha diferente de pensamento ideológico, acarretando
diferenciação nos objetivos e princípios metodológicos que o professor pode
utilizar em sala de aula. Concluímos que a concepção desenvolvimentista pode
ser melhor utilizada para a apropriação do gesto técnico de alguma modalidade
esportiva, a construtivista para o desabrochar da personalidade da criança e a
crítico-superadora para estabelecer laços concretos de mudanças sociais.
A PROPOSTA CRÍTICO-SUPERADORA
A PROPOSTA DESENVOLVIMENTISTA
ponto pouco acima da cabeça, com o braço quase estendido" GO TANI (1988).
Numa seqüência metodológica este seria o último estágio do desenvolvimento
do arremesso, assim, deve-se levar o aluno do estágio 1 ao 4 (no caso do
arremesso), corrigindo os gestos motores.
A PROPOSTA CONSTRUTIVISTA
FREIRE (1998) coloca que o ensino do esporte deve fazer com que
o aluno aprenda a "conviver em grupos, a construir regras, discutir e até
discordar dessas regras, a mudá-las, com rica contribuição para seu
desenvolvimento moral e social.” Afirma também que a pedagogia do ensino do
esporte favorece uma conversa sobre os acontecimentos da aula em situações
desafiadoras, estimulando a criatividade e soluções de problemas. Isso quer
dizer que ao aprender a bandeja no basquetebol o aluno poderá fazer parte do
processo pedagógico, através da interação com o professor e com o grupo,
colocando suas dúvidas e sentimentos na execução do fundamento. Para
FREIRE (1998) a importância não é na formação do atleta e sim no
desenvolvimento da condição humana. O ensino técnico repetitivo também é
negado nessa proposta, onde suas práticas deverão trazer prazer ao aluno.
MODELO DE REPRODUÇÃO
OU PERSPECTIVA DE
TRANSFORMAÇÃO?
É inegável dizer, que ao assistirmos os noticiários esportivos, jogos,
propagandas relacionadas ao esporte verificamos que a máquina publicitária
age em função de reforçar os valores de competição, rendimento, auto-
superação, vitória a qualquer preço, predominantes na sociedade capitalista.
Sabemos que a repercussão destes valores afloram nas aulas de Educação
Física, na ênfase da aprendizagem do gesto motor, da técnica, do rendimento,
incorporados historicamente. BRACHT (1998), argumenta que "estas
características da Educação Física escolar nada mais são do que um reflexo
mediatizado da estrutura social sob a qual este se realiza, ou seja, a sociedade
capitalista ". Logo, argumenta que não devemos restringir o conhecimento da
Educação Física ao "fazer", mas ao "fazer crítico".
E nós, que nos pretendemos educadores, que papel nos cabe diante
desse contexto? Incentivar um tipo de prática desportiva, que pela sua própria
lógica, só pode priorizar os mais "hábeis " e os mais "dotados ". Transformar as
aulas de Educação Física em campos de guerra, onde somente o "melhor" e o
mais "competente " consegue se sobressair para poder integrar a "seleção " da
escola? Exatamente como prega a ideologia capitalista, ou seja, os excluídos,
os miseráveis e os famintos só são, por falta de "competência ". No entanto,
PICCOLO (1995:13) salienta que:
A Educação Física escolar deve ser uma prática social que permita a
construção coletiva do conhecimento a partir da criação e recriação de regras e
formas alternativas de praticá-lo. Deve permitir a liberdade na expressão de
movimentos, onde o gesto técnico é apenas uma referência e não padrão de
movimento considerado "correto". Deve enfim, ser um instrumento de
interpretação, análise e constatação da realidade, à medida que permite a
contextualização e reflexão sobre sua prática, caracterizando dessa forma a
aprendizagem social através da Educação Física.
caso do Victor Melo. Mas nesses 10 anos ocorreu o fortalecimento das políticas
neoliberais, o agravamento da situação econômica dos trabalhadores e o
debate dos teóricos ditos "Pós-modernos". Diante desse quadro desolador
continuamos acreditando nas possibilidades de luta da classe trabalhadora, no
sentido da construção de uma nova sociedade, com uma outra base
econômica.
BIBLIOGRAFIA
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jogo... capitalista". Revista Brasileira de Ciências do Esporte, São Paulo, vol. 9, n.
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n° 13, novembro. NOGUEIRA, Cláudio José Gomes (1995). Educação Física na
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THIOLLENT, Michel (2000). Metodologia da Pesquisa - Ação, 10° - ed. São Paulo:
Ed. Cortez.