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14-03-2011 | Animais

Global

O desaparecimento das abelhas em muitos e diversos


locais, desde há muito que vem preocupando agricultores e
cientistas, um pouco por todo o mundo. Nos últimos anos,
todos os continentes têm sido vítimas do declínio destes
insectos e, em alguns locais, a situação é tão grave que a
polinização de algumas espécies já tem de ser feita
manualmente pelos produtores, com custos elevadíssimos e
com quebras incomportáveis na produção.

A ONU divulgou hoje um relatório onde demonstra a sua


preocupação relativamente ao agravamento da situação e à
dificuldade em reverter o desaparecimento destes insectos.
Peter Neumann, do Centro suíço de Investigação sobre
Abelhas, e Marie-Pierre Chauzat, da Agência Francesa para
o Ambiente, que elaboraram o documento, pedem mais
atenção aos agricultores e apicultores, numa tentativa de
recuperarem os habitats das abelhas, e também maiores
cuidados nos períodos de aplicação e nas quantidades de
insecticidas utilizados na agricultura.

Mas não são só os químicos que motivam o


desaparecimento das colmeias. Em muitas regiões, os
campos electromagnéticos gerados por linhas eléctricas, as
torres de telecomunicações, alguns fungos, que se têm
propagado à escala global, ou espécies invasoras de outras
abelhas, são motivos que têm sido apontados como fortes
contributos para o declínio de colmeias por todo o planeta.
As alterações climáticas podem constituir mais um motivo
para piorar a situação, e a poluição descontrolada trouxe
um novo impulso ao descalabro que já se fazia sentir desde
há 40 ou 50 anos, já que os aromas que antes as abelhas
podiam detectar a mais de 800 metros de distância hoje não
ultrapassam, na maioria dos locais, os 200 metros.

Em alguns países, a situação já atingiu proporções


preocupantes. França, Bélgica, Suíça, Alemanha, Reino
Unido, Holanda, Itália e Espanha são os países europeus
que mais sofrem os efeitos deste fenómeno, mas os Estados
Unidos, o Japão, a China e o Egipto, por exemplo, são
também já muito afectados e os agricultores começam a
mostrar sinais de exaustão, por não conseguirem alterar o
rumo dos acontecimentos.

Se nada for feito, ou se nada do que consiga fazer resultar,


em poucas décadas muitas flores e árvores de fruto podem
começar a desaparecer e parte da alimentação de algumas
populações pode estar em risco.
O alarme parece ter, finalmente, soado na ONU, muitos
anos depois de o problema se ter começado a sentir. Resta-
nos esperar que não seja demasiado tarde.

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