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DIREITO DO TRABALHO II

HIPÓTESES PRÁTICAS

António é dono de uma loja de roupa de senhora no Centro Comercial X,onde se encontram a
a trabalhar três empregadas.

a) António pretende que a Associação dos Inquilinos de Lisboa,de que é sócio,o


represente na conciliação que vai ter lugar com o sindicato em que estão filiadas suas
trabalhadoras. Quid juris?
b) O Centro Comercial X pretende celebrar uma convenção colectiva válida para todos os
trabalhadores das várias lojas que integram o referido centro,sabendo-se que cada
lojista tem uma personalidade jurídica diferente da do centro comercial ? Quid juris?

II

O sindicato dos electricistas celebrou uma convenção colectiva com a empresa X. Os


trabalhadores A,B e C da secção de embalagens,como têm conhecimentos rudimentares de
electricidade,quando faltam electricistas-por doença,férias,etc.-prestam pequenas
ajudas,realizando trabalho acessório de electricista.

Tendo em conta que,esporádica e acessóriamente,realizam trabalhos de eletricista, A, B e C


inscreveram-se no sindicato dos electricistas e exigiram ao empregador tratamento igualitário
com respeito aos eletricistas,em particular,a aplicação da convenção colectiva.

a) Os trabalhadores poderiam inscrever-se no sindicato?


b) Considera lícita a pretensão dos trabalhadores junto do empregador?

III

António,cobrador da Carris em Lisboa desde 1980 andava radiante por estar quase a atingir a
reforma já que,nos termos da convenção colectiva aplicável ao sector,tinha direito a uma
aliciante compensação monetária atribuida especialmente aos trabalhadores da Carris,a qual
lhe facultaria,por fim,a possibilidade de comprar uma casinha na sua terra natal em Trás-os-
Montes,onde iria passar o resto dos dias de sua vida.

Acontece,porém,que um ano antes de se reformar,em 2011,foi celebrada nova Convenção


Colectiva segundo a qual os trabalhadores da Carris deixavam de ter direito a qualquer
bonificação especial,sendo-lhes apenas aplicável o regime geral da segurança social.

António,inconformado,pretende saber se esta situação é legal.

IV

António,associado do sindicato SPQ,foi admitido como trabalhador da sociedade X em


Novembro de 2005. Em Março de 2010,a sociedade X cindiu-se em duas outras
empresas,respectivamente,a sociedade Y e a sociedade Z,tendo António recebido ordens para
se apresentar ao serviço na sociedade Y.
À data da cisão, António auferia mensalmente 1000 € de vencimento a que acrescia um
prémio de assiduidade de 100 €,resultante do acordo de empresa estabelecido entre a
empresa X e o sindicato SPQ e que se manteve em vigôr até Novembro de 2010.A partir do
momento em que passou a trabalhar na sociedade Y,António deixou de receber o referido
prémio de assiduidade e,ao contrário do do que aconteceria se se mantivesse na sociedade
X,no inicio de 2011 não passou a beneficiar de mais uma diuturnidade pois,segundo a empresa
Y,não tinha a antiguidade necessária para o efeito.

Entretanto,em Março de 2011 a empresa Y celebrou o seu próprio Acordo de Empresa com o
sindicato SPQ,nos termos do qual os trabalhadores abrangidos beneficiariam de um subsídio
de refeição diário de 4,5 €.Porém,no inicio de Maio do mesmo ano,uma convenção colectiva
horizontal de âmbito nacional,cujo processo de negociação se iniciara em 20.01.2011 veio
consagrar um novo regime entendido pelas partes como “globalmente mais favorável” em
relação a todos os IRCT aplicáveis e aplicável ao António enquanto associado do SPQ e à
empreza Y,nos termos do qual os trabalhadores passariam a ter 27 dias úteis de férias e ,em
contrapartida a auferir um subsídio de refeição diário de 4€. A referida convenção previa ainda
a actualização dos salários em 3,5% com efeitos retroactivos a 1 de Janeiro desse ano.

Pronunciando-se sobre a validade de todos os actos referidos e,quando for caso disso,das
clausulas nele insertas,indique qual o IRCT aplicável nas relações entre António e a empresa Y.

Um grupo de 50 economistas e gestores de diversos bancos constituiu uma associação sindical


denominada “Sindicato dos Economistas e Gestores Bancários- SEGB”. Nos termos dos
respectivos estatutos,o SEGB propunha-se representar todos os trabalhadores licenciados em
economia ou gestão de empresas que exercessem a actividade no sector bancário.

Em 2 de Fevereiro de 2011,o SEGB enviou ao Banco X uma proposta de celebração de uma


convenção colectiva de trabalho,mas este recusou-se a negociar,alegando que os
trabalhadores representados pelo sindicato já estavam cobertos pelo acordo colectivo do
trabalho do sector,datado de 1 de Novembro de 2010 por força de uma portaria de extensão
emitida em 2 de Janeiro de 2011.

a) O SEGB entende que a recusa em negociar por parte do Banco X é ilegal e recusa a
aplicação da portaria de extensão relativamente aos seus filiados. Terá razão?
b) Manuel,licenciado em Direito,que exercia no Banco “X” as funções de gestor de
recursos humanos,viu recusada a sua admissão no SEGB por não ser licenciado numa
das áreas exigidas pelos estatutos. Aprecie a validade da disposição estatutária que
condiciona a inscrição sindical à posse de determinadas habilitações
académicas,indicando as implicações da sua resposta na situação de Manuel;
c) Suponha agora que não tinha sido emitida qualquer portaria de extensão,mas que o
Banco Y,signatário do referido ACT,tinha negociado com a comissão de trabalhadores
e com a comissão intersindical um regulamento interno onde se estabelecia que os
horários de trabalho de todo o pessoal do banco passavam a ser os fixados naquela
convenção colectiva.Abel,trabalhador do Banco Y,não sindicalizado,recusa-se a
cumprir esse horário por ele ser substancialmente diferente do que constava do seu
contrato de trabalho a termo. Diga se o Banco pode considerar a atitude de Abel como
uma desobediência ilegítima passível de ser sancionada disciplinarmente.

FIM

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