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MÁRCIO PINHO
DA REPORTAGEM LOCAL
FOLHA - Por que o sr. coloca a cura como algo a ser mais
estudado?
DAVID REILLY - Eu tenho chamado a esse questionamento. Como
todos os seres vivos, o homem tem mecanismos de recuperação e
cura. E eles foram muito negligenciados pela ciência e pelos
estudos médicos. A ponto de, quando eu era estudante e olhava no
índice do livro de medicina de Oxford, não havia uma disciplina
sobre processos de cura. Não há conhecimento porque não há
questionamento. E, nos últimos 20 anos, eu assisti ao nascimento
do que eu acho que pode se tornar esse questionamento, com a
tendência de começar a entender essa interatividade com a cura
biológica.
Frase
"Como todos os seres vivos, o homem tem mecanismos de
recuperação e cura. E eles foram muito negligenciados pela ciência
e pelos estudos médicos"
Fonte:
http://www1.folha.uol.com.br/fsp/cotidian/ff2009200815.htm
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dos Estados Unidos, o contingente de pessoas com mais de 65
anos, nos EUA, em 2030, será o dobro do que era em 1985.1
Os futurólogos, em geral, presumem que a medicina do século
XXI disporá de novas e mais poderosas drogas e de vários
acessórios tecnológicos inovadores. Entretanto, eles tendem a
ignorar os sérios problemas que já surgem atualmente das
medicações convencionais. De acordo com estatísticas de 1986, o
americano médio recebe 7,5 prescrições por ano.2 Este é um
número particularmente assustador, porque todos nós conhecemos
pessoas que não receberam nenhuma prescrição no ano passado,
o que significa que outra pessoa está ficando com as suas 7,5
drogas. Como a maioria das drogas tem efeitos colaterais, alguns
deles bem sérios, e como o doente em geral recebe uma receita
com várias drogas ao mesmo tempo, das quais qualquer uma pode
provocar efeitos colaterais ainda mais sérios, não é de surpreender
que, em 50 por cento dos casos, as pessoas sequer cheguem a
comprar os remédios. Além disso, vários estudos indicam que, em
25 a 90 por cento dos casos, os pacientes cometem erros na
administração dos medicamentos.3 Apesar do respeito que as
pessoas de modo geral manifestam aos médicos da atualidade,
elas parecem não ter igual confiança nos tratamentos prescritos.
A maioria dos futurólogos que escreveu sobre a assistência
médica no século XXI tende a ignorar esses sérios problemas. Eles
discutem novas maneiras de usar computadores, esquadrinhadores
e outras tecnologias, e só raramente descrevem muitas das terapias
naturais que têm sido usadas por séculos e que se tornaram cada
vez mais populares nas décadas de 1970 e 1980.
Ao contrário da maioria dos outros futurólogos, Clement Bezold,
Rick Carlson e Jonathan Peck, no livro The Future of Work and
Health, predisseram que a medicina do século XXI terá um
componente de alta tecnologia, mas um componente igualmente
forte de “alto toque”.4 Além de novos procedimentos tecnológicos de
diagnóstico e terapia, haverá uma dependência significativamente
maior das práticas de autocuidado; programas de bem-estar;
regimes terapêuticos, nutritivos e de boa forma física e outras
práticas curativas alternativas. Os autores também observam que a
ciência já começou a reconhecer, e em breve integrará mais
plenamente, os conceitos a respeito da influência do estado
psicológico sobre vários processos fisiológicos. Unindo as
especialidades médicas da psiquiatria, da neurologia e da medicina
interna, a psiconeuroimunologia está rapidamente se tornando um
campo formalmente reconhecido de investigação científica sobre o
relacionamento entre mente e corpo.5 Seus praticantes tentam
entender e prevenir a doença de maneira holística e científica, e
atualmente estão desenvolvendo métodos para acelerar a
recuperação e atingir níveis mais elevados de saúde.
Bezold, Carlson e Peck também predizem que conceitos mais
amplos de saúde abrirão a ciência e a medicina a várias práticas
espirituais de saúde e cura. A meditação será valorizada pela
capacidade de induzir a estados de relaxamento e de percepção
mais elevada. A imposição de mãos, feita por pessoas de várias
orientações religiosas, também se tornará mais difundida. E a cura
pela fé, que sempre foi popular, conquistará a sanção da ciência e
da medicina.
É difícil imaginar a medicina do século XXI sem um componente
de alto toque. Não apenas a dependência da medicina tecnológica
será muito dispendiosa, mas também a medicina de alta tecnologia,
em geral, tem sido muito ineficaz no tratamento de um grande
número de enfermidades crônicas e agudas. Embora a cura de
várias doenças sempre pareça estar “só a alguns passos de
distância”, a verdade é que as curas reais, com o emprego de
tratamentos médicos convencionais, continuaram ilusórias. Há um
grande número de doenças que os médicos convencionais sequer
alegam “curar”, mas apenas “controlar”. As terapias médicas
convencionais podem ter reduzido significativamente os efeitos
prejudiciais à saúde de doenças infecciosas agudas e realizado
intervenções heróicas para lidar com emergências médicas;
entretanto, o médico da família e o especialista não conseguem
tratar eficazmente de sintomas, síndromes e doenças crônicas que
atingem uma grande quantidade de pessoas. Como as doenças
crônicas provavelmente serão ainda mais disseminadas do que
hoje, na medida do aumento da idade média da população, os
métodos terapêuticos que não apenas administrem ou controlem os
sintomas, mas que efetivamente os curem, precisam ser a meta da
medicina e da ciência.
Também existe, hoje, um significativo número de pessoas cujo
diagnóstico escapa aos profissionais da medicina. Essas pessoas,
muitas vezes descritas como tendo doenças “não-específicas” ou
“não-diferenciadas”, freqüentemente não recebem um tratamento
eficaz com as terapias convencionais. Obviamente, são necessárias
abordagens de terapia e diagnóstico alternativas e complementares
para que se possa proporcionar uma assistência médica eficiente. A
medicina homeopática tem esse potencial. A homeopatia muitas
vezes complemente a assistência médica ortodoxa, e em outras
ocasiões a substitui. Aspectos específicos da utilização da
homeopatia no tratamento de problemas de saúde atuais e futuros
são discutidos nos últimos capítulos deste livro. Por proporcionar
um sistema de diagnóstico que avalia o organismo todo, e não
simplesmente suas partes, e por ser um sistema terapêutico que
funciona através da estimulação do sistema imunológico e
defensivo do indivíduo, e não simplesmente através do controle ou
supressão de sintomas, a homeopatia, inevitavelmente, tornar-se-á
parte integrante da assistência médica nos Estados Unidos.”
ISBN : 85-316-0199-1