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REFLUXO: SAIBA O QUE É, OS

SINTOMAS E AS FORMAS DE
TRATAMENTO
O refluxo afeta aproximadamente 25 milhões de brasileiros, segundo o Colégio
Brasileiro de Cirurgia Digestiva (CBCD). Entenda mais na matéria.

Equipe do Portal Drauzio Varella postou em Gastroenterologia

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Publicado em: 29 de novembro de 2022
Revisado em: 18 de dezembro de 2022

O refluxo afeta aproximadamente 25 milhões de brasileiros, segundo


o Colégio Brasileiro de Cirurgia Digestiva (CBCD). Entenda mais na
matéria.

A forma de mastigar o alimento, se há tosse ou pigarro e a sensação de


queimação são alguns dos questionamentos que um especialista faz
para investigar se o paciente tem a doença do refluxo
gastroesofágico (DRGE). A dra. Mara Virgínia Lellis Marçal, médica
pela Faculdade de Medicina do Triângulo Mineiro (UFTM) e mestre
em gastroenterologia pela Universidade Federal de São Paulo
(UNIFESP), explica que há uma diferença entre a enfermidade e o
refluxo gastroesofágico considerado fisiológico.

De acordo com a médica, o refluxo fisiológico é o retorno do


conteúdo gástrico, como alimentos e/ou ácidos, e que pode ocorrer em
até 60% dos lactantes, tendo seu início em cerca de 7 semanas de vida.
“A condição pode se intensificar dos 3 meses aos 4 anos de idade.
Esse refluxo fisiológico geralmente não leva a sintomas ou
consequências”, explica.

O que é refluxo?

O refluxo gastroesofágico consiste no retorno do conteúdo gástrico,


sejam gases, líquidos ou sólidos, para o esôfago. De acordo com a
gastroenterologista, o refluxo pode ocorrer em alguns momentos do
dia sem que isso caracterize a doença, principalmente no período após
as refeições e em recém-nascidos.

A doença, que afeta crianças e adultos, é um dos motivos mais


frequentes que levam o paciente ao consultório de um
gastroenterologista, como explica a médica. “Por ser uma doença
crônica, limita bastante a qualidade de vida e pode interferir nas
atividades diárias do indivíduo”, completa.
Já a condição fisiológica, como anteriormente citada, é considerada
normal pela vulnerabilidade dos tecidos dos bebês. O problema
desaparece espontaneamente na maioria dos casos.

Veja também: Inchaço abdominal: quais as possíveis causas?

Quais os sintomas do refluxo?

Dra. Mara relata que os sintomas mais comuns são a sensação de


queimação no peito e regurgitação, ou seja, o retorno de alimentos na
boca. Porém, há outros sinais que precisam ser analisados, como:

 Dor no peito;
 Tosse crônica;
 Vômitos intensos;
 Dificuldade de ganho de peso e estatura na infância;
 Pneumonia.

Outras doenças podem apresentar os mesmos sintomas. “A principal é


a pirose funcional, “em que há uma alteração na sensibilidade do
esôfago ou uma alteração na comunicação do eixo cérebro-esôfago,
sem uma exposição ácida aumentada”, argumenta.

A avaliação de um médico é essencial para a diferenciação de tais


sintomas em comum.

Quais as causas?
Há vários fatores que podem estar envolvidos. Um dos principais é o
sobrepeso ou obesidade. “Estudos revelam que uma perda de peso em
torno de 5% pode melhorar os sintomas e a inflamação”, explica a
especialista.

A alimentação também é um agente causador do refluxo. Alimentos


ricos em cafeína, gordurosos, bebidas alcoólicas e gaseificadas, além
do cigarro, podem ser agravantes.

Outros hábitos relacionados à alimentação são motivo de alerta, como


deitar após se alimentar e ingerir líquidos durante as refeições.

Como tratar o refluxo?

O tratamento do refluxo gastroesofágico é baseado em alterações


comportamentais. Veja quais são:

 Perder peso;
 Evitar alimentos que predispõem ao refluxo;
 Fracionar a dieta (menores quantidades em intervalos menores);
 Evitar ingerir líquidos com as refeições;
 Evitar deitar de 2 a 3 horas após uma refeição.

Alguns pacientes podem necessitar de medicamentos que diminuam a


acidez do estômago e, em casos mais graves ou que haja
contraindicação do uso desses medicamentos, pode optar-se por
cirurgia.
A gastroenterologista menciona outras formas de tratamento ainda em
estudo. “Pesquisas recentes têm mostrado novas opções de tratamento
por endoscopia, porém mais estudos ainda precisam ser realizados”,
pondera.

Quanto à medicação e a possibilidade de cirurgia, a dra. Mara


esclarece que somente um médico poderá fazer alterações na dose do
medicamento ou encaminhar o paciente para cirurgia. “Em algumas
situações pode ser necessário fazer terapia de manutenção por toda a
vida, mas felizmente os medicamentos atuais são muito bem tolerados
e seguros”, completa.

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