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Instituição : Uninorte

Disciplina : Direito Eleitoral.


Assunto : Processo Eleitoral – Alistamento – Registro de
Candidatura – Propaganda – Votação – Nulidades –
Atos Preparatórios – Garantias Eleitorais – Apuração –
Prestação de Contas – Diplomação dos Eleitos.
Professora: Juíza Solange de Souza Fagundes

Ordem dos eventos relevantes que se desenvolvem no ano das eleições

1. Processo Eleitoral – designa as fases do desenvolvimento das eleições,


desde a preparação até a diplomação
2. Calendário Eleitoral
3. Regulamentação do Processo Eleitoral – as Resoluções do TSE serão
editadas até o dia 05 de março do ano da eleição (LE art. 105).
4. Pesquisas Eleitorais
5. Convenções dos Partidos Políticos
6. Registro de Candidatos
7. Campanha Eleitoral
8. Propaganda Eleitoral
9. Atos Preparatórios
10.Garantias Eleitorais
11. Votação
12.Apuração
13.Prestação de Contas
14.Diplomação
• Primeira fase – visa a apresentação de candidaturas
• Segunda fase – organização e realização do escrutínio
• Terceira fase – contencioso eleitoral

 Eleições – São procedimentos técnicos para a designação de pessoas para


um cargo. Instrumento pelo qual o povo adere a uma política e confere seu
consentimento e por conseqüência legitimidade às autoridades
governamentais. É o modo pelo qual o povo, nas democracias
representativas, participa na formação da vontade do Governo.
• Eleger significa expressar uma preferência entre alternativas
– Cidadão, stricto sensu, no Direito Brasileiro, é o indivíduo titular do
direito político de votar e ser votado (nacionalidade é presssuposto da
cidadania)
– Cidadania é atributo político decorrente do direito de participar do
governo, de ser ouvido pela representação política. Pode-se dizer que a
cidadania se adquire com a obtenção da qualidade de eleitor
• Tanto para eleger quanto para ser eleito, necessário é ser cidadão e ter
a exigida legitimidade. Para ambas, necessário é que o indivíduo
esteja habilitado como eleitor, o que se dá através do alistamento
eleitoral

 Alistamento Eleitoral – (CE arts. 42 e seg.). Consiste na


• qualificação (ato através do qual o indivíduo faz prova de que satisfaz
as exigências legais para se tornar um eleitor)
• inscrição (registro da pretensão à condição de eleitor)

 Obrigatoriedade do alistamento (CF, art. 14, §1º, I)


– maiores de dezoito anos.

 Facultatividade do alistamento (CF, art. 14, §1º, II)


- para os analfabetos
- para os maiores de setenta anos
- para os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos

 São inalistáveis (CF, art. 14, §2º)


- os estrangeiros
- os conscritos, durante o período do serviço militar obrigatório

 A inscrição pode ser cancelada (CE art. 71/81). As causas decorrem:


- do alistamento dos inalistáveis (CE art. 15 e CF art. 14, §1º, II, “a”)
- por inscrição em Zona que não compreenda o domicílio do eleitor (CE art.
42)
- por suspensão ou perda dos direitos políticos (CF art. 15)
- por pluralidade de inscrições
- por falecimento do eleitor
- por abstenção em três eleições subsequentes sem pagamento de multa ou
não justificação nos seis meses seguintes a realização do pleito (CE art.
7º, §3º)
por revisão do eleitorado (CE art. 71, §4º e LE art. 92);

 Transferência eleitoral (art. 55 a 61 CE)


Implica não apenas a mudança de endereço do eleitor, mas em mudança de Zona
Eleitoral ou de Município, circunstâncias que nem sempre são coincidentes.
Exige:
- que o requerimento se dê até 150 dias antes da eleição (LE art. 91 e CE
art. 67);
- transcurso de pelo menos um ano da inscrição anterior e
- residência mínima de três meses no novo domicílio, salvo no caso de
servidor e seus familiares removidos ou transferidos.

 Votação e Atos Preparatórios

 Processo Eleitoral – designa as fases do desenvolvimento das eleições,


desde a preparação até a diplomação dos eleitos.

 A Justiça Eleitoral adota medidas preliminares à votação e à apuração. A


primeira grande fase do processo eleitoral é a fase preparatória, que se inicia
com as convenções partidárias, podendo, ou não englobar o alistamento como
um de seus momentos (LE 9.504/97, art. 91, caput). Passa, a seguir, pelo
registro dos candidatos e pela propaganda eleitoral e termina ao início das
medidas preliminares à votação e à apuração.

 Ordem dos eventos relevantes que se desenvolvem no ano das eleições

PRIMEIRA FASE – visa a apresentação das candidaturas, mas a primeira grande


fase do processo eleitoral, também chamada de fase preparatória, inicia-se com
as convenções partidária podendo, ou não, englobar o alistamento como um de
seus momentos (Lei 9.504/97, art. 91). Passa pelo registro dos candidatos e pela
propaganda eleitoral e termina ao início das medidas preliminares à votação e à
apuração

1. Calendário Eleitoral -
2. Regulamentação do Processo Eleitoral – as Resoluções do TSE serão
editadas até o dia 05 de março do ano da eleição (LE art. 105).
3. Pesquisas Eleitorais (Art. 33 e ss da LE)
• Só podem ser realizadas por empresas e entidades específicas
• Necessário, antes da realização das pesquisas, o registro, até cinco dias
antes da divulgação, junto a Justiça Eleitoral
• As pesquisas podem ser divulgadas até o dia da eleição
• A divulgação de pesquisa fraudulenta constitui crime

4. Convenções dos Partidos Políticos


• Os pretensos candidatos a cargo eleitoral devem ser escolhidos em
convenções partidárias, entre 10 e 30 de junho do ano eleitoral (LE art. 7º,
caput e §1º e 8º)
• O partido político, para participar das eleições, deverá ter seu estatuto
registrado no TSE e, até a data da convenção, Órgão de direção
constituído no Município (LE art. 4º);
• É facultado aos partidos políticos, dentro do mesmo município, celebrar
coligações para uma ou para ambas as eleições, permitindo-se coligações
partidárias diferentes em municípios diversos.
• Para a realização das convenções, podem ser usados gratuitamente os
prédios públicos

5. Registro de Candidatos
• O eleitor, titular da cidadania, pode ver-se impedido de exercer todos os
direitos políticos, que só se adquirem em etapas sucessivas (p.ex.
referente a idade). Pode deter, portanto, capacidade eleitoral ativa
(alistabilidade), mas não a capacidade eleitoral passiva (elegibilidade)
CF art. 14, Lei Complementar 64/90.
• O registro dos candidatos escolhidos na convenção deve ser pedido
pelos partidos ou coligações, até às 19h do dia 05 de julho do ano eleitoral
(LE art. 11 caput)
• Para a efetivação da candidatura (LE art. 9º), o candidato deverá contar
com domicílio eleitoral na circunscrição, bem como filiação deferida pelo
partido, pelo menos um ano antes do pleito;
• Os membros do Ministério Público, para concorrerem a cargo eletivo,
devem estar afastados de suas funções ainda que mediante licença. E
estão sujeitos ao cumprimento do prazo de filiação a partido político um
ano antes do pleito;
• Os magistrados e membros dos Tribunais de Contas estão
dispensados de cumprir o prazo de filiação partidária, devendo satisfazer
essa condição até seis meses antes das eleições. E para concorrerem a
cargo eleitoral, devem se afastar definitivamente de suas funções;
• Não é exigível do militar da ativa a filiação partidária, bastando o pedido
de registro de candidatura após prévia escolha em convenção partidária. O
militar da reserva remunerada, no entanto, deve tê-la deferida um ano
antes do pleito (CF art. 14, §8º I e II e CE art. 98);
• A substituição de candidatos poderá ocorrer por motivos de
inelegibilidades, falecimento, renúncia ou cancelamento ou indeferimento
de registro (LE art. 13).
• O registro do candidato substituto deverá ser requerido em até dez (10)
dias contados do fato ou da decisão judicial que deu origem a substituição.
• Do candidato a cargo majoritário, a substituição poderá ser requerida
até 24 (vinte e quatro) horas antes da eleição, desde que observado o
prazo anterior;
• Nas eleições proporcionais, a substituição só se efetivará se o novo pedido
for apresentado até sessenta (60) dias antes do pleito (LE art. 3º, §3º);

6. Campanha Eleitoral
• Desenvolve-se desde os atos de filiação e/ou mudança de partidos, até o
final das eleições. Passa também pelas negociações visando coligações
e/ou candidaturas.
• A campanha eleitoral é um processo que tem início muito antes do período
eleitoral. E nessa campanha insere-se a propaganda política que
contempla a propaganda partidária e a propaganda eleitoral. Na primeira,
há uma tônica ideológica voltada para a doutrinação política. A segunda
está destinada ao público em geral com a característica de marketing
político para conquista de votos. A propaganda política é o gênero, da
qual propaganda eleitoral e a propaganda partidária são espécies;

• A propaganda política, submetida que está a uma ordem jurídico-eleitoral


determinada, em cuja base estão os primados do Estado Democrático de
Direito, deve submeter-se aos seguintes princípios:

a) Princípio da Legalidade – é a lei que regula a propaganda, contendo


normas de ordem pública, cogentes indisponíveis;
b) Princípio da Liberdade – é o livre direito à propaganda, na forma da
lei, vedada que é a censura prévia;
c) Princípio da Responsabilidade – a propaganda é de
responsabilidade dos candidatos, dos partidos e coligações, da forma
da Lei Eleitoral, para fins de responsabilização por abusos e
excessos;
d) Princípio da Identificação – toda a forma ou modalidade de
propaganda deve identificar a legenda partidária;
e) Princípio da Igualdade – a propaganda é facultada em igualdade de
condições, paga ou gratuita. Entretanto, é relativa quanto ao tempo,
que pode ser desigual entre partidos, já que depende da
representação do Congresso Nacional ou nas Assembléias
Legislativas, bem assim porque, no âmbito interno dos partidos, não
há controle sobre a igualdade de acesso à propaganda;
f) Princípio da Disponibilidade – diz respeito aos meios
disponibilizados aos cidadãos e aos partidos políticos para controlar
os rumos do Poder Político, através da sua legitimação (ação popular
e mandado de segurança coletivo);
g) Princípio do Controle Judicial - compete a Justiça Eleitoral fazer
cumprir, de ofício ou mediante provocação, as normas que regem a
propaganda, exercendo nesse contexto e sobre o princípio da
legalidade o poder de polícia;

• A propaganda partidária, regulamentada desde 1.950, pela Lei 1.164 –


nosso terceiro Código Eleitoral e após outras disposições revogadas, é
tratada na Lei 9.096/95, em seus arts. 45 a 49. Tem por objetivo divulgar o
programa dos partidos políticos, suas propostas, seus eventos, suas
atividades congressuais e seus posicionamentos político-comunitários. Não
pode ser veiculada no período reservado às campanhas eleitorais (LE art.
36, §2º).
• A propaganda partidária (Lei 9.096/95, art. 45 e ss) é realizada no rádio e
televisão em cadeia nacional e estadual na forma de horário gratuito entre
as 19h30min e às 22h e por inserções de trinta segundos no máximo de
dez por dia. Em ano de eleições, só é permitida até o dia 30 de junho.
• A propaganda intrapartidária, que é aquela feita pelos candidatos a
candidatos junto aos seus correligionários, sempre visando a convenção. É
permitida na quinzena anterior à data das convenções, sendo vedado o
uso de rádio, televisão ou outdoor (Lei 9.504/97, art. 36, §1º).
• A propaganda eleitoral só pode ser efetuada nos três meses que
antecedem a eleição. Somente é permitida após o dia 05 de julho do ano
da eleição (Lei Eleitoral art. 36, caput). Tem o objetivo certo e definido de
conquistar votos para os candidatos a cargo eletivo indicados pelos
partidos políticos e coligações partidárias

7. Propaganda Eleitoral
• É permitida após o dia 05 de julho do ano da eleição.
• É uma espécie da propaganda política.
• Objetiva a capacitação de votos para investidura do candidato na
representação popular. Ou melhor na participação direta da soberania.
• A Constituição estabelece como parâmetros para propaganda eleitoral a
liberdade de expressão e a igualdade entre os postulantes. A primeira
encontra-se garantida no art. 5º IV. A segunda resta consagrada no §9º do
art. 14.
– Propaganda lícita - quando realizada em consonância com as
exigências da legislação
– Criminosa é a propaganda cuja realização tipifica uma figura delituosa
descrita na lei, ensejando a aplicação de uma sanção
– Irregular é aquela que viola a legislação eleitoral, sem que a conduta
do infrator receba a qualificação do crime
• Para conter os excessos praticados pelos responsáveis pela propaganda,
a legislação eleitoral prevê a utilização de representação ou reclamação
(LE art. 97)
• Qualquer que seja a forma ou modalidade da propaganda, deverá ser
mencionada a legenda partidária
• A propaganda só poderá ser feita em língua nacional, não devendo
empregar meios publicitários destinados a criar, artificialmente, na opinião
pública, estados mentais, emocionais ou pacionais
• Somente as emissoras autorizadas a funcionar pelo poder competente
poderão veicular propaganda eleitoral
• A propaganda eleitoral no rádio e na televisão é gratuita, nos horários
distribuídos pela Justiça Eleitoral
• A inobservância ou infringência ao regulamento da propaganda eleitoral
acarreta, além das providências decorrentes do poder de polícia,
penalização administrativa e criminal, perda do material de propaganda,
podendo ainda ensejar inelegibilidade, cassação do registro e do diploma.
• A realização de qualquer ato de propaganda partidária ou eleitoral, em
recinto aberto ou fechado, independe de licença da polícia
• O promotor do ato deverá fazer a comunicação no mínimo vinte e quatro
(24) horas antes para garantia da prioridade de uso do local e realização
do ato, além das providências necessárias ao funcionamento do tráfego e
dos serviços públicos que o evento possa afetar
• É assegurado aos partidos políticos e as coligações o direito de,
independentemente de licença da autoridade pública e do pagamento de
qualquer contribuição
• Inscrever pela forma que melhor lhes parecer o nome que os designe na
fachada de suas sedes.
• Instalar e fazer funcionar, das 08 às 22 horas, de 06 de julho a 02 de
outubro de 2004, alto-falantes ou amplificadores de voz nos locais referidos
acima, assim como em veículos seus ou a sua disposição, em território
nacional, com observância da legislação comum
• Em bens particulares, a veiculação de propaganda eleitoral não pode
configurar desvio ou abuso do poder econômico, devendo obedecer as
regras gerais
• Constitui crime a distribuição de material de propaganda política, inclusive
volantes e outros impressos, bem como o uso de alto-falantes e
amplificadores de som ou a promoção de comício ou carreata, no dia da
eleição
• Toda propaganda eleitoral, com restauração do bem em que fixada, se for
o caso, deve ser retirada até trinta (30) dias após o pleito
• Ninguém poderá impedir a propaganda eleitoral nem inutilizar, alterar ou
perturbar os meios lícitos nela empregados, bem como realizar
propaganda eleitoral vedada
• Nas dependências do poder legislativo, a veiculação de propaganda
eleitoral fica a critério da Mesa Diretora

Da propaganda permitida
• A propaganda eleitoral somente será permitida após o dia 05 de julho do
ano da eleição
• É permitida a realização de propaganda intrapartidária, na quinzena
anterior à convenção, ao postulante a candidatura a cargo eletivo, vedado
o uso de rádio, televisão e outdoor.
• Permite-se a afixação de faixas e cartazes em local próximo da convenção,
com mensagens aos convencionais, no mesmo período
• A realização de comício é permitida no horário compreendido entre 08 e 24
horas.
• Em caso de shows artísticos musicais após esse horário, necessário
autorização específica
• É permitida a fixação de placas, estandartes, faixas e assemelhados, nos
viadutos, passarelas, pontes e postes públicos que não sejam suportes de
sinais de tráfego, desde que não lhes causem danos
• É permitida a colocação de bonecos e de cartazes não fixos ao longo das
vias públicas, desde que não dificulte o bom andamento do trânsito
• Os candidatos poderão manter página na internet como mecanismo de
propaganda eleitoral
• É permitida, até o dia das eleições inclusive a divulgação paga na
imprensa escrita de propaganda eleitoral
• A propaganda por meio de outdoors somente será permitda após sorteio
para distribuição dos locais relacionados pelas empresas de publicidade
• É permitida a utilização do mesmo outdoor para veiculação conjunta de
propaganda eleitoral, desde que concedido por escrito pelo candidato a
quem couber originariamente o uso do engenho publicitário e de modo que
o outro não ocupe espaço maior do que 1/3 do referido veículo
• A veiculação de propaganda eleitoral pela distribuição de folhetos volantes
e outros impressos é livre e permitida a partir de 06 de julho até a véspera
da eleição
• No dia das eleições só é permitida a distribuição de material de
propaganda eleitoral no interior das sedes dos partidos políticos e comitês
eleitorais, a quem o solicite
• Na véspera da eleição é permitido caminhada, carreata, passeata ou carro
de som que transite pela cidade divulgando jingles ou mensagens de
candidatos, desde que os microfones não sejam usados para transformar o
ato em comício
• É permitida no dia da eleição a manifestação individual e silenciosa da
preferência do cidadão (no próprio vestuário, no porte de bandeira ou de
flâmula ou pela utilização de adesivos em veículos ou objetos de que tenha
posse)
• É admitida a realização de debate sem a presença de candidato de algum
partido político ou de coligação, desde que o veículo de comunicação
responsável comprove tê-lo convidado com a antecedência mínima de 72
(setenta e duas) horas da realização do debate
• Poderá participar em apoio aos candidatos, nos programas de rádio e
televisão destinados a propaganda eleitoral gratuita, qualquer cidadão
desde que não filiado a outra agremiação partidária ou a partido político
integrante de outra coligação

Da propaganda vedada/não tolerada/não permitida


• É vedada a instalação e uso de alto-falantes e amplificadores de voz em
distância inferior a duzentos (200) metros.
– das sedes dos poderes executivos e legislativos,
– dos órgãos judiciais
– dos quartéis e outros estabelecimentos militares
– dos hospitais e casas de saúde
– das escolas, bibliotecas públicas, igrejas e teatros, quando em
funcionamento

• É vedada a veiculação de propaganda, bem como a pichação, a inscrição


a tinta, a colagem ou fixação de cartazes nos bens cujo uso dependa de
cessão ou permissão do Poder Público, ou que a ele pertençam, e nos de
uso comum, tanto quanto nos tapumes de obras ou prédios públicos
• Os imóveis pertencentes à administração direta ou indireta só podem ser
cedidos em benefício de candidato, partido político ou coligação para a
realização de convenções partidárias
• É vedada a cessão de servidor público ou empregado da administração, ou
uso de seus serviços, para comitês de campanha eleitoral de candidatos,
partido político ou coligação, durante o horário de expediente normal, salvo
se o servidor estiver licenciado
• Bens de uso comum para fins eleitorais, incluem todos que a população
em geral tem acesso, tais como cinemas, clubes, lojas, centros comerciais,
igrejas, ginásios, estádios, ainda que de propriedade privada
• É vedada, durante todo o dia da votação e em qualquer local público ou
aberto ao público, a aglomeração de pessoas portando bandeiras ou
flâmulas, e de carros com adesivos, de modo a caracterizar manifestação
coletiva
• Não é admitido nenhum tipo de propaganda eleitoral, em nenhum período,
em páginas de provedores de serviços de acesso à internet
• É vedada a veiculação de qualquer propaganda política na internet ou
mediante rádio ou televisão, a realização de comícios ou reuniões públicas
desde quarenta e oito (48) horas antes da eleição
• Não será tolerada propaganda, dentre outras hipóteses, que implique
oferecimento, promessa ou solicitação de dinheiro, dádiva, rifa, sorteio ou
vantagem de qualquer natureza.
• Que perturbe o sossego público, com algazarra ou abuso de instrumentos
sonoros ou sinais acústicos
• Que prejudique a higiene e a estética urbana ou contravenha a posturas
municipais ou a qualquer restrição de direito
• Que caluniar, difamar ou injuriar qualquer pessoa, bem como atingir órgãos
ou entidades que exerçam autoridade pública
• Não é permitida a colocação de propaganda eleitoral nas árvores e jardins
localizados em áreas públicas
• É vedada a presença de um mesmo candidato a eleição proporcional em
mais de um debate da mesma emissora
• É vedado aos partidos políticos e coligações, na propaganda eleitoral
gratuita no rádio e televisão, incluir propaganda das candidaturas
majoritárias no horário destinado aos candidatos proporcionais ou vice-
versa, ressalvada a utilização de legendas, camisetas e acessórios com
referência aos candidatos majoritários, ou, ao fundo, cartazes ou
fotografias desses candidatos
• É vedada na veiculação das inserções, a utilização de gravações externas,
montagens ou trucagens, computação gráfica, desenhos animados e
efeitos especiais, e a veiculação de mensagens que possam degradar ou
ridicularizar candidatos, partido político ou coligação
• Não serão admitidos cortes instantâneos ou qualquer tipo de censura
prévia nos programas eleitorais gratuitos
• Dos programas de rádio e televisão destinados a propaganda eleitoral
gratuita é vedada a participação de qualquer pessoa mediante
remuneração
• Na propaganda eleitoral, no horário gratuito, é vedado aos partidos
políticos, coligações ou candidatos, como também às emissoras:
– a transmissão, ainda que sob a forma de entrevista jornalística, de
imagens de realização de pesquisa ou qualquer outro tipo de consulta
popular de natureza eleitoral em que seja possível identificar o
entrevistado ou em que haja manipulação de dados
– usar trucagem, montagem ou outro recurso de áudio ou vídeo que, de
alguma forma, degradem ou ridicularizem candidato, partido político ou
coligação, ou produzir ou veicular programa com esse efeito
• É vedada a participação de estrangeiro ou brasileiro que não estiver no
gozo dos seus direitos políticos de atividades partidárias, inclusive
comícios e atos de propaganda em recintos fechados ou abertos
• não será veiculada a propaganda partidária gratuita, nem permitido
nenhum tipo de propaganda política paga no rádio ou na televisão
• é vedado às emissoras de rádio e televisão, em sua programação normal e
noticiário
– transmitir imagens de realização de pesquisa ou qualquer outro tipo de
consulta popular de natureza eleitoral, ainda que sob a forma de
entrevista jornalística, que possa identificar o entrevistado, ou em que
haja manipulação de dados
– usar trucagem, montagem ou outro recurso de áudio ou vídeo que, de
qualquer forma, degradem ou ridicularizem candidato, partido político ou
coligação, bem como veicular programa com esse efeito
– veicular propaganda política ou difundir opinião favorável ou contrária a
candidato, partido político ou coligação e a seus órgãos ou
representantes
– dar tratamento privilegiado a candidato, partido político ou coligação
– veicular ou divulgar filmes, novelas, minisséries, ou qualquer outro
programa com alusão ou crítica a candidato ou partido político, mesmo
que dissimuladamente, exceto programas jornalísticos ou debates
políticos
– divulgar nome de programa que se refira a candidato escolhido em
convenção, ainda quando preexistente, inclusive se coincidente com o
nome do candidato ou o nome por ele indicado para uso na urna
eletrônica

• Três meses precedente ao pleito, é proibido aos candidatos a cargos do


Poder Executivo participar de inaugurações de obras públicas
• Direito de Resposta
– Se na propaganda eleitoral, ainda que de forma indireta, sejam atingidos
o candidato, partido ou coligação, por conceito, imagem ou afirmação
caluniosa, difamatória, injuriosa ou sabidamente inverídica, difundidos
por qualquer veículo de comunicação social, é assegurado o exercício
do direito de resposta (LE art. 58)

SEGUNDA FASE – Visando preparar o sufrágio, a organização e realização do


escrutínio, a Justiça Eleitoral dispõe sobre a escolha e nomeação dos membros
das juntas eleitorais e a designação e treinamento dos mesários, escrutinadores e
auxiliares das mesas e juntas eleitorais (LE arts. 59 a 64). São os chamados atos
preparatório à votação e à apuração.

1. Atos Preparatórios – da votação


• escolha, nomeação e treinamento de mesários, supervisores de prédio e
auxiliares das mesas
• fiscalização dos locais de funcionamento e organização das seções
• acompanhamento dos trabalhos em geral
 os mesários serão nomeados preferencialmente entre os eleitores da própria
seção e entre estes, os diplomados em escola superior, os professores, os
serventuários da justiça (CE art. 120, §2º)
 os nomeados poderão recusar a nomeação por motivos justos (CE art. 120),
cabendo reclamação (LE art. 63, caput)
 O membro da mesa receptora que não comparecer ao local para o qual
designado incorrerá em multa e se for servidor público ou autárquico, pena de
suspensão de até 15 (quinze) dias. E se a mesa não funcionar por culpa dos
faltosos, bem como em havendo abandono dos trabalhos no decurso da
votação sem justa causa, as penas são aplicadas em dobro (CE art. 124, §§1º,
2º 3º e 4º);
 Sobre as providências no dia marcado para as eleições, a cargo dos
nomeados, (CE, arts. 123, 138 e 142);
 Sobre as atribuições de cada membro das mesas receptoras (CE, arts. 127,
128 e 129);
 Sobre os trabalhos de votação (CE, arts. 143, 144, 147 e 148, LE, art. 62 e 89);
 Cada partido político ou coligação poderá nomear dois delegados para cada
município e dois fiscais para cada mesa receptora (CE art. 131), podendo um
fiscal acompanhar mais de uma seção eleitoral (LE art. 65);

 Os candidatos registrados, seus advogados, os delegados e os fiscais de


partido político ou de coligação serão admitidos a fiscalizar a votação (CE art.
132);
• Concluindo a votação, a mesa receptora deverá expedir eletronicamente o
boletim de urna, em cinco vias, contendo o resultado da respectiva seção
eleitoral, no qual serão consignados a data da eleição, a identificação do
município, da Zona eleitoral, da seção eleitoral, horário de encerramento da
votação, o código de identificação da urna eletrônica, o número de eleitores
aptos, o número de votantes, a votação individual de cada candidato, os votos
de cada legenda partidária, os votos nulos, os votos em branco e a soma geral
dos votos. O Boletim de urna será assinado pelo presidente, primeiro
secretário da mesa receptora e pelos fiscais de partido ou coligação que o
desejarem, assim também em relação ao representante do Ministério Público.
Uma via do Boletim será fixado pelo presidente da mesa receptora à entrada
do recinto da mesma, outra será entregue aos fiscais de partidos presentes.
Das demais, enviada juntamente com um disquete e documentos do ato
eleitoral à Junta Eleitoral, uma é entregue obrigatoriamente aos partidos e
coligações concorrentes ao pleito, por intermédio do representante do Comitê
interpartidário de fiscalização e outra afixada na sede da Junta Eleitoral,
ficando a última com o disquete;

2. Atos Preparatórios – da apuração


• escolha, indicação e treinamento dos escrutinadores, auxiliares e membros
das juntas eleitorais e turmas apuradoras
 Nos municípios com mais de uma Zona Eleitoral, a apuração das urnas
correspondentes a cada uma será realizada em locais distintos
 Sempre que houver necessidade e mediante ou prévia autorização do
Tribunal Regional Eleitoral, o Juiz poderá instalar no mesmo local de
apuração mais de uma Junta Eleitoral
 Havendo conveniência, em razão do número de urnas a apurar, a Junta
Eleitoral subdividir-se-á em turmas, todas presididas pelos componentes
titulares e suplentes (CE art. 160, caput)
 Cada partido pode credenciar perante as juntas até três fiscais para
atuarem em sistema de revezamento e um delegado

Garantias Eleitorais – são medidas adotadas para assegurar o exercício


do voto, considerada a relevância do processo eletivo da efetivação do
Estado Democrático de Direito (CE art. 234 e ss)

• São regras destinadas à preservação da liberdade no exercício do


sufrágio, nas modalidades ativa ou passiva, visando garantir o
direito/dever sem qualquer espécie de interferência que possa
embaraçar seu exercício ou influir na vontade, tal que as eleições
transcorram normal e legitimamente;

• No que tange aos concorrentes a mandatos políticos representativos, há


disposições específicas de medidas tendentes a evitar a influência do
poder econômico ou do poder de autoridade, coibir a utilização indevida
de veículos ou meio de comunicação social em benefício de candidato
ou partido político, impedir o uso da máquina administrativa nas
campanhas eleitorais.

• O Código Eleitoral, em seu art. 234 e seguintes, dispõe sobre as


medidas assecuratórias ao exercício do voto;
• A LC 64/90, além de dispor como causa de inelegibilidade, trata dos
instrumentos sancionadores do abuso do poder econômico ou do poder
de autoridade (arts. 19 e 22).
• A LE, em seu art. 73/78, cuida das condutas vedadas aos agentes
públicos no período eleitoral.

• Salvo conduto

– em favor do eleitor que sofrer violência, moral ou física, na sua liberdade


de votar, ou pelo fato de haver votado, até cinco dias, com a cominação de
prisão por desobediência. Válido para o período compreendido entre 72
horas antes até 48 horas depois do pleito

• Proibição de prisão

– nenhum eleitor poderá ser preso ou detido, desde cinco dias antes e
até quarenta e oito horas depois do encerramento da eleição, salvo em
flagrante delito ou em virtude de sentença criminal condenatória por
crime inafiançável, ou, ainda, por desrespeito a salvo conduto
– os membros das mesas receptoras e os fiscais de partido, durante o
exercício de suas funções, salvo no caso de flagrante delito
– os candidatos, desde quinze dias antes da eleição

• Outras garantias

– Proibição da presença de força pública nos locais de votação


– Fornecimento gratuito de transporte de eleitores residentes nas zonas
rurais (Lei 6.091/74)
– Fiscalização dos partidos políticos e coligações na votação e apuração
– Ausência de obrigatoriedade do porte de título eleitoral
– Fiscalização das condutas dos candidatos, partidos e coligações, com
incriminação das condutas tendentes a influenciar na vontade do eleitor
e quanto ao abuso de autoridade

3. Votação
• As eleições realizar-se-ão simultaneamente no primeiro domingo de outubro do
ano eleitoral (CF art. 14 caput, CE art. 82 e LE art. 1º);

• A votação comumente é feita por sistema eletrônico, podendo ser adotado o


sistema convencional. Mas no caso do primeiro, somente podem votar nas
seções os eleitores cujos nomes estiverem nas respectivas folhas de votação
(ver art. 148, §1º do CE);

 As mesas receptoras funcionarão nos lugares designados, com ampla


divulgação, dando-se preferência aos edifícios públicos e sendo vedado o uso
de propriedade pertencente a candidato, membro de diretório e delegado de
partido político ou de coligação, autoridade policial, bem como de seus
respectivos cônjuges e parentes até o segundo grau (CE art. 135, §4º);

 Deverão ser instaladas seções nas vilas e povoados, bem assim nos
estabelecimentos de internação coletiva, cegos e leprosários onde haja,
pelo menos, cinqüenta eleitores (CE 136). Em sendo possível, em
penitenciárias, a fim de que os presos provisórios tenham assegurado o direito
de voto;

 Deverão também ser criadas seções eleitorais especiais destinadas a eleitores


com necessidades especiais;

 Aos eleitores cegos e com necessidades especiais se requerido a Justiça


Eleitoral, usufruirão dos meios e recursos postos a sua disposição para facilitar
o exercício do voto;

 O eleitor que se encontrar fora de seu domicílio eleitoral fará justificativa, na


data da eleição, nas seções eleitorais em geral onde se encontrar ou por mesa
receptora própria quando instalada;

 Nas eleições para presidente e vice-presidente da república, poderá votar o


eleitor que se encontrar no exterior, em seções eleitorais organizadas para
esse fim nas embaixadas e consulados gerais. Nas eleições municipais,
deverá, dentro de trinta dias, a contar da data do retorno ao Brasil, justificar a
abstenção

 Será permitido o uso de instrumentos que auxiliem o eleitor analfabeto a votar,


não sendo a Justiça Eleitoral obrigada a fornecê-los (LE art. 89).

 Só serão admitidos a votar, os eleitores cujos nomes estejam incluídos no


respectivo caderno de votação e no cadastro de eleitores da seção (LE art. 62
caput);

 O eleitor, mesmo sem a apresentação do título, poderá votar, desde que


preenchidos os requisitos acima;
 Será impedido de votar o eleitor que não apresente preenchidos os requisitos
acima, ou que não apresente documento oficial de identidade contendo
fotografia

 As mesas receptoras compõem cada seção eleitoral (CE art. 119) e qualquer
partido pode reclamar da nomeação de seus componentes (LE art. 63), não
podendo ser nomeados menores de 18 anos e parentes em qualquer grau/de
servidores da mesma repartição pública ou empresa privada na mesma mesa,
turma ou junta eleitoral. Nem também, em hipótese alguma, os candidatos e
seus parentes até o segundo grau, inclusive o cônjuge, os membros de
diretórios de partido político exercentes de função executiva, os que
pertencerem ao serviço eleitoral (CE art. 120, §1º);

4. Apuração

• Nas Zonas Eleitorais em que for utilizado o sistema eletrônico de votação, os


votos serão apurados eletronicamente (LE art. 59 e segs);
• A Junta Eleitoral examina a idoneidade e regularidade dos disquetes e dos
documentos da eleição, resolvendo as impugnações constantes da ata de
eleição.

• Nas Seções em que não for utilizado o sistema eletrônico de votação (CE art.
158 e segs), a apuração será iniciada às 18h do dia das eleições ou
imediatamente após o recebimento da primeira urna e concluída no prazo
máximo de cinco dias (CE art. 59 e Lei 6.996/82, art. 14 e 159, §2º CE);

• Iniciada a apuração, os trabalhos não serão interrompidos, inclusive aos


sábados, domingos e feriados, funcionando a Junta, no mínimo, das 8 às 18h
(CE art. 159)
• Os membros escrutinadores e auxiliares das Juntas Eleitorais somente
poderão, no curso dos trabalhos, portar e utilizar caneta esferográfica de cor
vermelha

• As dúvidas que forem levantadas em cada turma serão decididas por maioria
dos membros da Junta Eleitoral (CE art. 160, parágrafo único)

• A Junta eleitoral deixará de apurar os votos da urna que não estiver


acompanhada dos documentos legais (CE art. 165, §5º)

• As impugnações fundadas em violação da urna somente poderão ser


apresentadas até a sua abertura (CE art. 165, § 2º)
• Concluída a contagem dos votos, a Junta Eleitoral ou Turma deverá expedir o
boletim de urna contendo o resultado da respectiva seção eleitoral (CE art.
179), com obrigatoriedade também de entrega de cópia aos partidos e
coligações concorrentes ao pleito.

5. Prestação de Contas
• Visa verificar se os gastos encontram-se no limite declarado, se não houve
arrecadação vedada e se foram observados os demais requisitos e
movimentação financeira dos recursos de campanha.
• Deve ser feita em até trinta (30) dias após as eleições, pelos candidatos,
pelos partidos políticos e pelos comitês financeiros.
• O candidato eleito que não tiver suas contas aprovadas não será
diplomado
• No caso de falecimento de candidato, a obrigação de prestar contas recai
sob seu administrador financeiro, e na ausência deste, na direção
partidária.
• Até o candidato que renunciar a candidatura ou que dela desistir ou que
tiver seu registro indeferido deve prestar contas.

6. Diplomação - CE art. 215 e ss

• É o ato jurisdicional de natureza declaratória, através do qual a


Justiça Eleitoral credencia os eleitos e suplentes ao exercício dos
respectivos mandatos eletivos;
• Enquanto não for decidido eventual recurso interposto contra a
expedição do diploma, poderá o diplomado exercer o mandato em
toda a sua plenitude;
• A expedição de qualquer diploma pela Justiça Eleitoral ficará
dependendo da prova de o eleitor estar em dia com o serviço militar;
• A diplomação de militar implica imediata comunicação a autoridade a
que estiver subordinado para os fins do art. 98 do Código Eleitoral
(CE art. 218).

TERCEIRA FASE – O contencioso eleitoral. Ações e Recursos Eleitorais

 AIRC – Ação de Impugnação de Registro de Candidatura - A


Inelegibilidade de candidato escolhido em convenção e que requereu o
registro de sua candidatura, pode ser impugnada pelo Ministério Público,
qualquer outro candidato, partido político ou coligação, com o fim de exclusão
da disputa eleitoral
 A Ação de Impugnação de Registro de Candidatura – AIRC encontra-se
regulada na LC 64/90, art. 2º e sgs e Res. TSE 21.608/2004
 A inelegibilidade pode e deve ser declarada de ofício
 Se não impugnada a candidatura pelos legitimados, o eleitor pode noticiá-la ao
Juiz Eleitoral, exercendo seu direito de petição (Res. TSE 20.100 de 26.12.98)
 Da decisão que julgar a impugnação, cabe recurso para os Tribunais
Superiores
 O candidato cujo registro esteja sub-judice poderá efetuar todos os atos
relativos a sua campanha eleitoral
 Todos os recursos sobre pedido de registro de candidatos devem estar
julgados e as decisões publicadas até o dia 23.09.2004
 A impugnação de registro de candidatura deve ser apresentada no prazo de
cinco (05) dias da publicação do edital do pedido de registro
 A inelegibilidade descrita em lei deverá ser argüida obrigatoriamente no prazo
para impugnação do registro, somente sendo possível argüi-la noutra fase (art.
223 do CE), se disciplinada diretamente na Constituição

 IJE - Investigação Judicial Eleitoral é uma ação destinada a apuração da


prática de fraude, abuso de poder econômico, político, de utilização indevida
de veículos ou meio de comunicação social em benefício de candidato ou
partido político (LC 64/90 art. 22 e segs)
 Não há definição legal de abuso de poder econômico para fins de obtenção
de mandato. Porém, vislumbra-se a configuração desse ilícito em toda e
qualquer ação destinada a transformar o voto em mercadoria passiva de troca
por bens ou favores
 O abuso do poder econômico pode ser direto (praticado pelo candidato) ou
indireto (por terceiros, com o objetivo de favorecer seu candidato)
 O abuso de poder político configura-se por ação ou omissão de quem se
acha no comando do Estado. Tem ensejo, p.ex., na propaganda institucional e
encontra-se definido no art. 74 da LE
 Embora afirmem alguns a exigência do nexo de causalidade entre o abuso de
poder e a interferência no resultado do pleito, há decisões do TSE no sentido
da inexigibilidade do nexo entre causa e efeito
 Para muitos, a investigação judicial somente pode ser requerida após o registro
da candidatura, em razão de prever como um dos efeitos a cassação deste ou
do diploma. Porém, não há prazo fixado legalmente
 Se julgada procedente a representação, será declarada a inelegibilidade para
as eleições que se realizarem nos três anos subseqüentes à eleição em que se
verificou, além da cassação de registro do candidato e, se for o caso,
processo-crime e para os fins de impugnação do mandato eletivo (art. 22, XIV),
ou recurso contra expedição do diploma (art. 262 do CE)
 A Lei 9.504/97 inovou nas eleições de 2000 com o art. 41-A em termos da
investigação judicial
 No caso específico, a IJE tem ensejo desde o registro da candidatura até o dia
da eleição. E segue o mesmo procedimento do art. 22 da LC 64/90
 A investigação judicial pode ser julgada mesmo após a diplomação dos eleitos.
Entretanto, uma vez proposta ação de impugnação de mandato (CF, art. 14,
§§10 e 11), envolvendo as mesmas partes e os mesmos fatos, a investigação
não julgada, até essa data, perde o objeto em relação à cassação do registro e
do diploma. Mas não há litispendência entre uma e outra

 AIME - Ação de Impugnação de Mandato Eletivo tem previsão na


Constituição (art. 14, §10) e tem por fim subtrair o mandato de quem se utilizou
para obtê-lo mediante fraude, corrupção, abuso do poder econômico ou político
 O prazo para sua propositura é de 15 dias contados da diplomação
 Tem legitimidade para promovê-la o candidato, partido ou coligação e o
Ministério Público
 O rito processual da ação de impugnação de mandato é o ordinário. Assim, o
prazo para contestar é também de quinze dias, mas para interposição de
recurso é de apenas três dias em face da norma do art. 258 do CE
 Os recursos contra as decisões em qualquer das instâncias eleitorais têm
efeito suspensivo, podendo o titular do mandato exerce-lo em toda sua
plenitude enquanto não se operar a coisa julgada.
 Não se exige prova pré-constituída para a propositura da ação. Apenas que o
autor apresente um razoável indício de provas do alegado.

Mandado de Segurança
• Cabível quando presentes os pressupostos (CF art. 5º, LXIX e LXX, art. 1º da
Lei 1.533/51), nas hipóteses de inscrição de eleitor, registro de candidatura,
propaganda eleitoral e outras em que esteja evidente o objeto atacado;
• Seguirá o rito disposto na legislação específica, sendo possível o litisconsorte
ativo e passivo, o requerimento, a concessão e a cassação de medida liminar
e, ainda, para adotar recurso eleitoral de efeito suspensivo;
• Cabível apelação da decisão no mandamus se se tratar de sentença, ou de
agravo, se se referir a decisão interlocutória;
• As autoridades coatoras tanto podem ser os servidores da Justiça Eleitoral,
como os dirigentes partidários;
• Pode ser proposto mandado de segurança coletivo por partido político com
representação no Congresso Nacional para postular direito político;
• As três instâncias eleitorais têm competência legal para conhecer e julgar
mandado de segurança;
• Não cabe mandado de segurança contra ato judicial passível de recurso ou
correição (Súmula 267 do STF), mas admitido com a finalidade de assegurar
efeito suspensivo a recurso que normalmente não o tem;

Ação Rescisória Eleitoral (em casos de inelegibilidade). Rito ordinário do CPC.


• Instituída em 1996, com acréscimo da linha “j” ao art. 22, I, do Código
Eleitoral;
• Interposta pelo rito ordinário do art. 282 e segs do CPC, observados, ainda, os
arts. 485 a 495;
• O processo é gratuito não se aplicando a regra do art. 488, II, do CPC;
• O prazo é de cento e vinte (120) dias contados do trânsito em julgado da
decisão que declarou a inelegibilidade do candidato;
• O foro competente, à luz do art. 22, I, do Código Eleitoral, é somente o Tribunal
Superior Eleitoral
• Cabível apenas dos julgados do próprio TSE
• Cabível apenas o recurso extraordinário

Mandado de Injunção e Habeas Data (CF art. 5º. LXXI e LXXII)

• O habeas data pode visar obter informações dos processamentos eletrônicos


de dados, tais nos casos de inscrição eleitoral e suas alterações e,
eventualmente, em banco de dados sobre eleições passadas onde haja
informações relativas a algum candidato, ex-candidato ou simples eleitor.
Também no cadastro geral de eleitores que contenham informações sobre a
filiação partidária, pretérita ou não.
• A Lei n. 9.504/97 regulou o direito de acesso a informações e disciplinou o rito
processual do habeas data;
• As três instâncias eleitorais são competentes para conhecer e julgar o habeas
data eleitoral;
• Já o habeas data partidário, se fora de questão ou matéria específica, pode
ser da competência da justiça comum;
• O procedimento do habeas data é o adota para o mandado de segurança;
• O primeiro mandado de injunção impetrado no Brasil deu-se no dia seguinte a
promulgação da Constituição Federal de 1988, pelo Ministério Público Eleitoral
junto ao TRE/SP.
• Sobre o mandado de injunção, só a história dirá e os casos concretos ditarão a
freqüência do seu uso e eficácia no Direito Eleitoral;
Habeas Corpus Eleitoral (CF art. 5º, LXVIII)

• Admitido em todas as instâncias.


• Processa-se na forma do Código de Processo Penal (arts. 647 a 667) e dos
regimentos dos Tribunais.
• O objeto deve ser de direito eleitoral, caso contrário a competência será da
justiça comum.

Medidas Específicas

 Reclamações e Representações
• Podem ser feitas por qualquer partido político, coligação ou candidato e
dirigidas a qualquer das instâncias conforme sejam as eleições, versante
sobre o descumprimento da Lei Eleitoral (LE art. 96 e segs).

 Direito de resposta
Cabível a candidato, partido ou coligação a partir da escolha de candidatos em
convenção, atingidos, ainda que de forma indireta, por conceito, imagem ou
afirmação caluniosa, difamatória, injuriosa ou sabidamente inverídica, difundidos
por qualquer veículo de comunicação social (LE art. 58 e segs).

Recursos
• A fase recursal do processo jurisdicional eleitoral encontra-se prevista na
CF/88 (art. 121), no Código Eleitoral (art. 275 a 282) e em leis esparsas,
aplicando-se subsidiariamente o CPP e o CPC;
• Todos os recursos serão recebidos somente em seu efeito devolutivo (art.
257, 362 e 364 do CE e 597 do CPP), salvo a apelação criminal eleitoral e o
recurso em sentido estrito em matéria eleitoral, excetuando-se a apelação
exclusiva de assistente(Súmula 210 do STF);
• São irrecorríveis em separado as decisões interlocutórias, só podendo ser
impugnadas quando da irresignação contra a sentença. Há exceções a esse
princípio geral, como o recurso inominado do art. 270 §2º e 279 do CE;
• Segundo o art. 121 §3º e 4º da CF/88 são irrecorríveis as decisões dos TRE e
dos TSE, salvo as exceções ali previstas;
• O prazo para interposição, se não houver previsão específica, para todos os
recursos, é de três dias (CE art. 258), contando-se na forma dos arts. 506 e
184 do CPC, se a matéria for cível, ou do art. 798 do CPP, se penal;
• São preclusivos os prazos para interposição de recurso (CE art. 259), mas não
em matéria penal eleitoral, pois não é ela causa extintiva de punibilidade.
• A intimação dá-se nos moldes do art. 506 do CPC c/c 267 e 274 do CE. Em
casos especiais, há critérios diferentes para a comunicação dos atos
processuais (LC 64/90 art. 16);
• Das decisões dos Juizes Eleitorais poderão ser interpostos:
1. apelação criminal eleitoral
2. recurso em sentido estrito
3. revisão criminal
4. Recurso inominado - também chamado de agravo de
instrumento (art. 266 do CE), das decisões relacionadas (CE,
art. 39, 45 §7º, 57 §2º, 80, 120 §4º, 121 §1º, 135 §8º, 243 §3º,
249 e 266). Cabível também recurso inominado contra
sentenças proferidas em AIJE (CE art. 258 e LC 64/90, art. 22,
XIV; em AIRC e AIME (LC 64/90, art. 3º a 8º,dentre outros;
• Das decisões das Juntas Eleitorais poderão ser interpostos:
1. Recurso inominado - semelhante ao previsto para as decisões
dos Juizes Eleitorais, destacando-se apenas o prazo para
interposição, dado o preceito preclusivo (CE art. 171), seu
trâmite processual (rito previsto no art. 169 segs. CE) e por não
se admitir o Juizo de retratação (CE art. 267, §7º). Interpõe-se
de todas as decisões da Junta, salvo as que apresentarem
possibilidade de recurso parcial (CE art. 261, §1º), entre elas a
que resolver impugnações e demais incidentes verificados nos
trabalhos da votação (CE art. 40, II), não expedir os boletins de
apuração (CE art. 140, III) e resolver todas as impugnações da
ata de eleição (CE art. 195, V);
2. Recurso parcial – interposto na forma dos arts. 261 e 169 e
segs. do CE, contra as decisões relativas a apuração das urnas,
cédulas e votos;
3. Recurso contra a diplomação – regido pelo CE, arts. 40, 215 e
262 e pela LC 64/90, art. 3º. Poderão interpô-lo os partidos
políticos, as coligações, os candidatos e o Ministério Público,
nas hipóteses do art. 262 do CE.

• Das decisões do TRE poderão ser interpostos:


1. Recurso parcial – art. 261, 1º do Código Eleitoral (tratando-se de
eleições gerais);
2. Recurso contra a diplomação – arts. 89, 215, 262 e 267, II, a, e
§1º do Código Eleitoral (por meio de recurso ordinário em
relação a diplomação de senadores, governadores e seus vices,
deputados e suplentes);
3. Recurso inominado – art. 264 do Código Eleitoral (agravo
regimental);
4. Embargos de declaração – art. 275 do Código Eleitoral;
5. Recurso especial – art. 276 do Código Eleitoral;
6. Recurso ordinário – art. 267, II, do Código Eleitoral e art. 121,
§4º, III, IV e V, da Constituição Federal de 1988;
7. Agravo de instrumento – art. 282 e 279 do Código Eleitoral;
8. Revisão criminal

• Das decisões do TSE poderão ser interpostos:


1. Recurso inominado (agravo regimental);
2. Embargos de declaração;
3. Revisão criminal;
4. Agravo de instrumento;
5. Recurso extraordinário;
6. Recurso ordinário - que denegue o mandado de segurança ou habeas corpus
(CE art. 281);

 O recurso contra a diplomação encontra-se previsto no art. 262 do CE


 A hipótese referida no inciso I somente pode ser invocada quando diretamente
respaldada na Constituição Federal ou em Lei Complementar
 O prazo para interposição é de três dias a contar da seção de diplomação
 Tem efeito apenas devolutivo, já que o diplomado poderá exercer o mandado
enquanto não for exauridas as instâncias

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