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Papel e função da BE

Elsa Conde
Out. 2008
I. Enquadramento
Emergência da SI
Nas últimas décadas assistimos
a um conjunto de profundas
transformações, cujos traços
configuram a emergência de
uma nova sociedade, à qual
corresponde uma mudança de
paradigma e que vulgarmente
designamos de Sociedade de
Informação ou do
Conhecimento.
Conceito de SI
“Modo de desenvolvimento social e
económico em que a aquisição,
armazenamento, processamento,
valorização, transmissão,
distribuição e disseminação de
informação (…), desempenham um
papel central na actividade
económica, na criação de riqueza,
na definição da qualidade de vida
dos cidadãos e das suas práticas
culturais”
(MSI, Livro Verde para a SI em Portugal, 1997)
A Escola face aos desafios da
SI
Multiplicação de
Crescimento
meios técnicos
exponencial da
de processamento
informação
da informação

Alteração do estatuto da
Escola e do Professor na
transmissão do Saber

Dispersão, Progresso e
velocidade e rápida especialização
desactualização acelerados do
da informação conhecimento
Factores Indutores da
Mudança da Escola
 Ao nível da Sociedade
 Pressão da cultura e da sociedade
 Pressão das famílias
 Pressão economicista dos sectores
político-económicos
 Novas tecnologias
 Ao nível do Sistema Educativo
 A necessidade de inclusão e de
sucesso escolar
O Futuro da Educação em Portugal. Dir. Roberto Carneiro. Lisboa: DAPP, 2001
Formar Cidadãos para a SI
“(A SI)… exige das mulheres e dos
homens um conjunto de habilidades
que ainda não há muito tempo
ninguém classificaria de essenciais.
(…) As habilidades de informação –
isto é, aquelas que permitem ao
indivíduo procurar a informação de
que precisa, apoderar-se dela,
manipulá-la e utilizá-la, produzir afinal
nova informação – são a verdadeira
pedra de toque para a literacia dos
nossos dias”
(Calixto, josé. A BE e a SI, Lisboa, Caminho, 1996)
Formar Cidadãos para a SI
 Fornecendo aos jovens quadros de
inteligibilidade e sistemas de
enquadramento e de referência que
lhes permitam lidar com a
abundância de informação
 Promovendo o pensamento crítico, a
cooperação, a criatividade e a
autonomia
 Capacitando para a resolução de
problemas, a aprendizagem ao
longo da vida e o exercício da
cidadania
A Escola: um novo paradigma

Paradigma de Escola

http://www.rbe.min-edu.pt/np4/?newsId=125&fileName=paradigma_literacia.pdf
O que dizem os estudos?
(PISA 2006)
O que dizem os estudos?
Escola, Família e Sociedade não
asseguram a boa parte dos
jovens um percurso escolar de
sucesso que lhes permita:
 Dominar o código escrito de
modo a compreender, extrair
informação e avaliar criticamente
as mensagens inerentes a
diferentes formas e tipos de
materiais (Literacia);
 Consolidar hábitos de leitura
(Prática Cultural).
Crise da Escola

“As escolas de hoje ainda


pertencem à era industrial (…).
O quadro preto, os manuais e
um professor com cerca de 25
alunos continuam a ser o
paradigma tecnológico
dominante”.
(DETYA. Strategic Analysis, Australia, 1999)
Crise de Identidade e Mal-
Estar Docente
Confronto dos professores com
os novos desafios, exigências e
expectativas a que se
encontram actualmente sujeitos,
derivado do hiato existente
entre uma escola que continua
sujeita a um modelo pedagógico
obsoleto e as transformações
globais do mundo em que
vivemos.
Papel da Escola
“(…) Mas, apesar de todo este
quadro negro naturalmente gerador
de pessimismo e desencanto, a
escola continua a ter funções
insubstituíveis e a afirmar-se como a
instituição que reúne mais aptidões
para preparar os jovens para a
sociedade de amanhã. (…) E não se
vê que outra instituição esteja em
melhor posição do que a escola para
atingir as finalidades que a
sociedade lhe confia no presente e
continuará a confiar no futuro.”
(Miranda, Mel. Pinto. Uma Escola Responsável?. Porto: Asa,
1998)
Escola e Mudança

“A revolução tecnológica invade, hoje em


dia, todas as manifestações. A educação
como subsistema interdependente da
sociedade e da cultura não podia deixar de
ser atingida por este impacto, modificando
os seus suportes pedagógicos tradicionais,
quer se trate de estruturas materiais
(meios didácticos), quer se trate de
estruturas formais (ecologia da aula,
organização do currículo e sistemas de
controlo), quer até de estruturas pessoais
(papel dos professores, relações
individuais e do grupo)”.
Bento, Cecília. CREs: potencialidades e actualidade. Lisboa: UL, 1991
Escola e Mudança (Currículo*
Nacional do EB: exemplo de
algumas competências gerais)
 Adoptar metodologias personalizadas de trabalho
e de aprendizagem adequadas a objectivos
visados;
 Pesquisar, seleccionar e organizar informação
para a transformar em conhecimento mobilizável;
 Adoptar estratégias adequadas à resolução de
problemas e à tomada, de decisões;
 Realizar actividades de forma autónoma,
responsável e criativa;
 Cooperar com outros em tarefas e projectos
comuns;
*“Conjunto de aprendizagens que, por se considerarem
socialmente necessárias num dado tempo e contexto, cabe
à escola garantir e organizar.” ( M. Céu Roldão)
Escola e Mudança
“… O problema reside em
encontrar formas de
organização das escolas e do
trabalho das turmas de modo a
que todas as crianças e jovens
possam experimentar uma
aprendizagem com sucesso.”

Cadima, Ana. Diferenciação: no caminho


de uma escola para todos. Noesis.
Lisboa:IIE, Out./Dez., 1996
Escola e mudança
“A prática na sala de aula de
estratégias de diferenciação em que,
num dado momento, os alunos
realizam actividades diversas
adequadas às capacidades e
necessidades de cada um,
pressupõe a existência de uma
organização e de recursos de apoio
às aprendizagens substancialmente
diferentes da situação de ensino
expositivo (em modo simultâneo)”.

Pires, júlio, Práticas de Planificação na Escola


Moderna. Lisboa: FPCE, 1996
Escola e Mudança (Princípios
Orientadores da Acção Pedagógica
no 1º ciclo)
“As aprendizagens diversificadas apontam
para a vantagem, largamente conhecida, da
utilização de recursos variados que
permitam uma pluralidade de enfoques dos
conteúdos abordados.
Variar os materiais, as técnicas e processos
de desenvolvimento de um conteúdo são
condições que se associam a igual
necessidade de diversificar as modalidades
de trabalho escolar e as formas de
comunicação e de troca dos conhecimentos
adquiridos”.

Portugal. Ministério da Educação. DEB. Organização Curricular e


Programas: Ensino Básico-1º ciclo, ME, 1998
Escola e mudança
“A simultânea oferta de abordagens,
técnicas e métodos variados é a
maneira correcta de enfrentar a
diversidade de modos de
aprendizagem dos alunos (…). A
todos os alunos, no entanto, devem
ser oferecidos os diversos percursos
e as diversas abordagens. Nenhum
deve ser restringido àquilo que mais
facilmente atinge. Todos devem
percorrer, com maior ou menor
insistência as vias diversas de
compreensão das ciências e das
humanidades”.
Crato, Nuno. O “Eduquês” em discurso directo: uma crítica da
pedagogia romântica e construtivista. Lisboa: Gradiva, 2006
Papel da BE no contexto de
mudança da Escola
O desenvolvimento das BE’s
enquadra-se no processo gradual de
mudança da Escola. A BE pode
desempenhar nesse processo:

 Um papel facilitador (os novos paradigmas


de ensino apontam para modos de
aprendizagem que só uma BE rica em
recursos pode proporcionar).
 Um papel catalisador (promovendo a
emergência de novas modalidades de
acção educativa).
Papel facilitador e catalisador da BE
 “Permitindo o acesso livre e permanente a um
conjunto documental que é necessário aprender a
interrogar;
 Introduzindo na escola, pela diversidade de
suportes, a pluralidade das linguagens;
 Relativizando o papel do professor (e por
conseguinte da “aula”) que passa a ser um recurso,
entre outros possíveis;
 Favorecendo o trabalho pessoal e em pequeno
grupo;
 Contribuindo para descompartimentar o saber,
tradicionalmente repartido pelos vários campos
disciplinares;
 Contribuindo para quebrar o isolamento da
instituição escolar relativamente à comunidade
local;
 Contribuindo para diversificar os “papéis” a
desempenhar pelos professores, no quadro de
colectivos de professores que trabalham em equipa
com outros educadores, nomeadamente os
técnicos de documentação”
(Canário, Rui e outros. Mediatecas Escolares. Lisboa: IIE, 1994)
II. A BE ao serviço da Escola e
da Aprendizagem
A BE ao serviço da Escola e da
aprendizagem
O desenvolvimento de uma biblioteca, (…) [deve ser
entendido] como uma estratégia global para melhorar
o funcionamento do estabelecimento de ensino (ou
conjunto de escolas) e optimizar as suas
potencialidades educativas.

(…) Nesta perspectiva, ganha sentido a necessidade


de a biblioteca se integrar num projecto educativo
global de escola(s) que garanta a existência de um
imprescindível consenso em torno das suas
finalidades e orientações estratégicas e lhe confira
uma identidade própria: nomeadamente uma política
documental e um programa de actividades de
animação e formação, coerentes com as
especificidades do contexto, com as características,
necessidades e interesses dos potenciais utilizadores,
com os objectivos do projecto educativo.”
Oliveira, Fernando. Criação e Desenvolvimento de BEs. Odivelas, 1998 (policopiado)
A BE ao serviço da Escola e da
aprendizagem
“A inexistência de problematização prévia
sem a consequente definição de princípios,
políticas e estratégias pode considerar-se a
causa fundamental da elaboração de
projectos “sem projecto”.

(…) A má utilização do projecto enquanto


instrumento de melhoria do estabelecimento
de ensino radica na indefinição de princípios,
orientações e valores da escola o que virá,
mais tarde ou mais cedo, a condenar o
próprio projecto e a um acumular de
actividades sem estratégia.”

Madeira, Ana Isabel. A Importância do Diagnóstico da


Situação na Elaboração do PEE. Inovação. Lisboa: IIE, v. 8,
n.1- 2, 1995
A BE ao serviço da Escola e da
aprendizagem
“Uma clara compreensão e definição dos fins
da biblioteca e a sua tradução em objectivos
exequíveis e avaliáveis é fundamental. Não
raro as actividades da biblioteca falham
porque se começa por falhar logo neste
ponto.

Não proceder a este trabalho de definição do


que queremos e para onde vamos redunda
quase sempre em distorções de fins, em
transformação da biblioteca num fim em si
mesma, em vez de ser um meio ao serviço
da comunidade de alunos e professores”.
Cabral, Luís. A biblioteca Escolar. Separata da Biblioteca
Portucalensis, 2ª série, nº 3, 1988
A BE ao serviço da Escola e da
aprendizagem
“Antes de ser “biblioteca”, a biblioteca é
“escola”(…). Não sou de forma alguma
partidário de um calendário de actividades
que não integre as propostas dos vários
agentes da dita comunidade educativa _
não estamos nós todos a trabalhar para o
mesmo? Sendo escola, a biblioteca deve
ser simultaneamente dinamizadora e
integradora das “agendas” da própria escola
(…) deve fazer parte do tecido da escola
, servir as suas necessidades, aperceber-se
das suas idiossincrasias, ser mais um
instrumento de execução do seu Projecto
Educativo.”
Rebelo, Fernando Cunha. Biblioteca Escolar ou Biblioteca
da Escola. Proformar online, ed. 8, Mar.05.
A BE ao serviço da Escola e da
aprendizagem
Segundo Rui Canário, a integração da BE na
escola não é fácil.
Frequentemente a biblioteca escolar
permanece, ou como um território periférico
“desescolarizado”, separado do currículo e
das actividades ligadas às disciplinas e à sala
de aula e dissociado do PE, o que constitui
um sério obstáculo à implicação dos
professores ou, pelo contrário, como um
complemento da “aula”, subordinando-se à
lógica disciplinar, podendo mesmo, por um
efeito perverso, reforçá-la, legitimando-a.
A BE ao serviço da Escola e da
aprendizagem
Num estudo* levado a cabo em 70
escolas, sobre a forma como estas
integravam a BE e a sua acção no PE,
qual o estatuto que as BE detinham na
representação oficial das escolas e qual
o papel que lhes estava reservado nos
modelos pedagógicos que se
propunham implementar, concluiu-se
que as BE não detinham uma projecção
significativa no discurso pedagógico das
escolas, relativamente ao qual
assumiam uma posição marginal.
*Duarte, Jacqueline. As práticas de leitura e a BE:
para um PE integrado. Comunicação apresentada no
Seminário BE’s: investigar & desenvolver. Lisboa:
FCG, 2006
A BE ao serviço da Escola e da
aprendizagem
Níveis de Integração da BE na Escola

 Marginal: A biblioteca realiza as sua próprias actividades à margem da


programação geral, centrando-se ou no uso da documentação ou na
animação da leitura e as suas acções não afectam em nada o
desenvolvimento das outras áreas, pelo que temos uma biblioteca que,
em certa medida “funciona”, mas marginalmente

 Complementar: A biblioteca apoia e colabora com as diferentes


disciplinas proporcionando sobretudo recursos informativos e ajudando
a cumprir os objectivos de uma ou várias áreas

 Integrada: Quando o planeamento da intervenção da biblioteca se faz


de modo global, vinculada às diversas disciplinas através dos seus
objectivos. Organizar a informação e investigar ou desenvolver o gosto
pela leitura são actividades que a partir da biblioteca contribuem para o
processo de aprendizagem dos alunos
Gómez Hernández, José. El proceso de organización
de la biblioteca escolar: del modelo a la aplicación.
Universidad Facultad de Ciencias de la Documentación, Murcia, 1998
A BE ao serviço da Escola e da
aprendizagem

Dificuldades de carácter organizativo

 Falta de horário para os docentes e professores-


bibliotecários se reunirem e planificarem actividades
conjuntas

 Problemas de compatibilidade entre os horários da


biblioteca e os horários das turmas

 A biblioteca não se enquadra adequadamente no


organigrama da escola

Gómez Hernández, José. El proceso de organización de la biblioteca


escolar: del modelo a la aplicación. Universidad Facultad de Ciencias de la
Documentación, Murcia, 1998
A BE ao serviço da Escola e da
aprendizagem
Dificuldades de carácter pedagógico-didáctico

 Existência de um sistema educativo baseado em áreas


de conhecimento nitidamente separadas e numa
tradição profissional que tende a privilegiar os
objectivos de conhecimento sobre os procedimentais

 Os professores não integraram as práticas


documentais no seu ensino e portanto têm por hábito
restringir a informação que não seja proveniente do
manual escolar ou da sua própria contribuição

 A biblioteca escolar é vista como o lugar de destino


dos alunos "castigados" ou para onde são
encaminhados os alunos aquando da ausência de um
professor

Gómez Hernández, José. El proceso de organización de la


biblioteca escolar: del modelo a la aplicación. Universidad Facultad de Ciencias
de la Documentación, Murcia, 1998
BE: um investimento estratégico

“Se os novos espaços de actuação ganhos


pela administração, mediante a delegação
de competências, não forem aproveitados
para efectuar investimentos estratégicos na
educação, longe poderão ficar os sonhos da
sociedade da informação e do
desenvolvimento organizacional das
escolas.”

Dias, Mariana. A autonomia da escola em Portugal. Inovação,


Lisboa:IIE, v. 12, nº 3, 1999
BE: assunção de poderes e
responsabilidades

“…está ao alcance da escola


aproveitar esta oportunidade
política de “entrega” do poder e da
responsabilidade da Administração
central aos contextos locais e às
escolas para alicerçar práticas e
tendências autonómicas (…).”
Formosinho, João, e outros. Políticas Educativas e
Autonomia de Escola. Porto: Asa, 2000
Integração da BE no PE, RI e PC de Escola
As BE’s não podem estar sujeitas a
flutuações circunstanciais dependentes de
interesses pessoais, da mobilidade docente,
de factores mais ou menos acidentais, da
boa-vontade de alguns ou da sensibilidade e
preparação dos decisores.

Para que possam cumprir os seus objectivos


e usufruir de condições de gestão,
organização e funcionamento, as BE’s têm
de estar plenamente integradas nas
escolas, através da sua institucionalização
no tecido normativo escolar, incorporando
o Projecto Educativo [e Curricular] e o
Regulamento Interno de cada
estabelecimento, comprometendo, por
esta via, o conjunto da sua comunidade.
Programa RBE (Documento de Trabalho)
Autonomia
A autonomia é a faculdade reconhecida ao
agrupamento de escolas ou à escola não
agrupada pela lei e pela administração
educativa de tomar decisões nos
domínios da organização pedagógica, da
organização curricular, da gestão dos
recursos humanos, da acção social
escolar e da gestão estratégica,
patrimonial, administrativa e financeira,
no quadro das funções, competências e
recursos que lhe estão atribuídos..
Dec.-Lei 75/2008, Cap. II – artº 8º
Instrumentos de Autonomia das Escolas

Projecto Educativo – o documento que consagra a orientação


educativa do agrupamento de escolas ou da escola não
agrupada, elaborado e aprovado pelos seus órgãos de
administração e gestão para um horizonte de três anos, no
qual se explicitam os princípios, os valores, as metas e as
estratégias segundo os quais o agrupamento de escolas
ou escola não agrupada se propõe cumprir a sua função
educativa.

Regulamento Interno – o documento que define o regime de


funcionamento do agrupamento de escolas ou da
escola não agrupada, de cada um dos seus órgãos de
administração e gestão, das estruturas de orientação e dos
serviços administrativos, técnicos e técnico
-pedagógicos, bem como os direitos e os deveres dos
membros da comunidade escolar

(Dec. Lei 75/2008, Cap. II, Artº 9º)


Instrumentos de Autonomia das Escolas

Planos Anual e Plurianual de Actividades – os documentos


de planeamento, que definem, em função do projecto
educativo, os objectivos, as formas de organização e de
programação das actividades e que procedem à
identificação dos recursos necessários à sua execução;

Orçamento – o documento em que se prevêem, de forma


discriminada, as receitas a obter e as despesas a realizar
pelo agrupamento de escolas ou escola não agrupada.

São ainda instrumentos de autonomia dos agrupamentos de


escolas e das escolas não agrupadas, para efeitos da
respectiva prestação de contas, o relatório anual de
actividades, a conta de gerência e o relatório de auto-
avaliação

(Dec. Lei 75/2008, Cap. II, artº 9º)


Projectos Curricular de Escola e de Turma

“As estratégias de desenvolvimento do


currículo nacional, visando adequá-lo ao
contexto de cada escola, são objecto de um
projecto curricular de escola, concebido,
aprovado e avaliado pelos orgãos de
administração e gestão.

As estratégias de concretização e
desenvolvimento do currículo nacional e do
projecto curricular de escola, visando
adequá-los ao contexto de cada turma, são
objecto de um projecto curricular de turma,
concebido, aprovado e avaliado pelo
professor titular de turma, em articulação
com o conselho de docentes, ou pelo
conselho de turma, consoante os ciclos.”
Dec.-Lei 6/2001
As bibliotecas escolares constituem
um instrumento essencial do
desenvolvimento do Currículo,
reunindo as condições de
organização e de recursos
necessárias para suportar novas
práticas didáctico-pedagógicas,
apoiar a aquisição de
conhecimentos e o desenvolvimento
de competências e responder às
novas áreas curriculares e de
enriquecimento curricular.
III. Funções da BE
Funções da BE: o acesso à informação
 Reunião e tratamento unitário e
centralizado da documentação, segundo
uma visão integrada da informação e uma
perspectiva não compartimentada dos
saberes.

 Utilização flexível dos diferentes tipos de


recursos, em função dos conteúdos e não
das tecnologias que os suportam

 Resposta adaptada à diversidade dos


utilizadores, em termos cognitivos,
culturais e sócio-económicos

 Valorização da BE enquanto estrutura


mediadora que selecciona, valida, organiza
e difunde recursos de informação,
presenciais ou remotos,
independentemente de espaço e tempo
Funções da BE: a produção de
informação
 Inclusão/Articulação de espaços de
produção

 Meio privilegiado de os alunos aprenderem


a dominar os códigos e as técnicas
inerentes a cada linguagem e suporte,
aumentando por esta via os níveis de
competência de leitura e de análise crítica
dos diversos tipos de documentos

 Modo eficaz de colocar a biblioteca ao


serviço do currículo, implicar os
professores e contribuir para a alteração
das suas práticas
Funções da BE: o apoio ao
currículo
 Realização de um trabalho transversal e
articulado com os professores no domínio
do ensino aplicado de competências de
informação

 Parceria com os docentes na planificação,


execução e avaliação das actividades de
ensino-aprendizagem

 Concepção de materiais didácticos e de


outros documentos formativos (ex: guiões)

 Colaboração com os orgãos pedagógicos


na elaboração dos planos curriculares e
nas planificações das unidades de ensino,
avaliando da existência de recursos
adequados para dar resposta aos
conteúdos programáticos
Funções da BE: a ocupação dos
tempos livres
 Concepção de programas coerentes de
incentivo do prazer de ler e dos hábitos de
leitura, comportando estratégias
diversificadas em contextos de não
escolarização do livro

 Valorização de espaços/tempos de leitura


informal

 Constituição de um fundo significativo de


literatura infantil e/ou juvenil com fins
recreativos e facilidades de empréstimo
domiciliário e de circulação

 Dinamização de actividades culturais e de


abertura à comunidade
Papel e função da BE
Elsa Conde
Out. 2008

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