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1º Horário:
Usucapião (continuação): Requisitos Formais;
2º Horário:
Modos de Aquisição da Propriedade Móvel: Tradição; Posse
1º HORÁRIO
USUCAPIÃO (continuação)
1. Requisitos Formais
Nessa passagem serão analisados os requisitos de acordo com cada modalidade de usucapião.
Obs.: a posse não necessariamente será manifestada pela ocupação da coisa. A posse manifesta
uma das faculdades do domínio. Só quem dá função social à coisa é o possuidor. A sentença da
usucapião é declarativa.
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1.3. Usucapião Rural, Especial, Constitucional Rural, Pro labore (art. 291 da CR/88; art.
1.239 do CC e Lei 6.969/81)
a) Imóvel na zona rural (localização de acordo com a lei municipal);
b) Área menor que 50 hectares;
c) Posse por 5 anos (mansa, pacífica e contínua);
d) Produtivo pelo trabalho do possuidor ou de sua família;
e) Não ser proprietário de nenhum outro imóvel urbano ou rural.
1.4. Usucapião Especial Urbano, Pró-Morada, Pró-Moradia (art. 183 da CR/88; art. 1.240 do
CC e art. 9º da lei 10.257/01)
a) Imóvel localizado em área urbana;
b) Área menor que 250m²;
c) Posse por 5 anos;
d) Com a finalidade de moradia;
e) Não ser proprietário de outro imóvel urbano ou rural.
2º HORÁRIO
Usucapião Indígena → as reservas indígenas são bens da União, o particular não pode usucapir
área da reserva. Porém os índios podem usucapir propriedade privada, desde que possuam o
animus domini por 10 anos, e a propriedade for inferior a 50 hectares.
Modalidades de Tradição:
Real → ocorre quando efetivamente a posse é transferida pela entrega da coisa. Ex.: mútuo.
Simbólica → não há a entrega do bem contratado, mas, sim, de algo que o simbolize. Ex.:
entrega das chaves no caso do automóvel, há transferência dos riscos.
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Ficta (Jurídica) → não ocorre nem pela entrega nem por algo que o simbolize; essa
transferência irá ocorrer apenas no campo abstrato (no papel). Existem duas modalidades:
a) Constituto-possessório → aquele que possuía em nome próprio passa a possuir em nome
alheio.
b) Traditio brevi manu → aquele que possuía em nome alheio passa a possuir em nome
próprio.
POSSE
1. Teoria Subjetiva (Savigny) → possuidor é aquele que tem o corpus (visualização do domínio)
+ animus domini (vontade de ser dono). O locatório não é possuidor porque não tem o animus
domini, é mero detentor. Essa teoria reduz as possibilidades de ser possuidor.
2. Teoria Objetiva (Ihering) → para ser possuidor, é exigido apenas que se tenha o corpus. Essa
teoria amplia as possibilidades de ser possuidor.
A teoria adotada tanto pelo Código antigo como pelo atual foi a Teria objetiva de Ihering, mas são
feitas algumas concessões à teoria subjetiva de Savigny, como no caso de usucapião
extraordinária (art. 1.238 do CC). Pela lei Brasileira possuidor é aquele que detém o corpus, ou
seja, aquele que exerce de forma plena ou não um dos poderes inerentes à propriedade (art.
1.196 do CC).
Pela teoria Ihering, detentor será aquele que a lei disser ser; o problema da detenção não se
resolve pela averiguação do elemento anímico; o problema da detenção se resolve de forma
objetiva, ou seja, com base no ordenamento jurídico.
A vantagem da teoria de Ihering, ao dispensar o elemento anímico, é permitir que pessoas como
locatário e arrendatário sejam consideradas como possuidores e possam se utilizar dos efeitos
jurídicos da posse.