Você está na página 1de 20

Mário Hessel

Adriana J. Ferreira

Março / 2006
SUMÁRIO

1. CONCEITO........................................................................................................3

1.1 Sujeitos da Equiparação Salarial..............................................................3


1.2 Funções Idênticas .................................................................................3
1.2.1 Nomenclatura de Cargos...............................................................4
1.2.2 Jurisprudência...............................................................................4
1.3 Mesmo empregador.................................................................................6
1.3.1 Jurisprudência:..............................................................................6
1.4 Mesma localidade....................................................................................7
1.4.1 Jurisprudência.......................................................................................7
1.5 Distinção de sexo, nacionalidade ou idade..............................................8

2. IGUAL PRODUTIVIDADE, PERFEIÇÃO TÉCNICA,


LAPSO TEMPORAL ...........................................................................................9
2.1 Igual Produtividade .................................................................................9
2.1.1 Jurisprudência...............................................................................9
2.2 Perfeição técnica.......................................................................................10
2.2.1 Jurisprudência...............................................................................10
2.3 Lapso temporal.........................................................................................12
2.3.1 Jurisprudência..............................................................................12

3. QUADRO DE CARREIRA .............................................................................13


3.1 Jurisprudência...........................................................................................13

4. TRABALHADOR READAPTADO.................................................................14.
4.1 Jurisprudência............................................................................................15

5. REQUISITOS PARA A ISONOMIA SALARIAL.........................................15


5.1 Jurisprudência............................................................................................16

1
6. RECLAMAÇÃO TRABALHISTA ..................................................................17
6.1 Ônus Probatório.........................................................................................17
.6.1.1 Jurisprudência...............................................................................17

BIBLIOGRAFIA ....................................................................................................19

2
1. CONCEITO

Adotando o princípio da isonomia salarial (ISONOMIA = Do grego isos = igual +

nomos = norma. Princípio da igualdade de todos perante a lei.), o qual proíbe remuneração

diferente para empregados que, dentro da mesma empresa, exerçam atividades idênticas, a

CLT por intermédio de seu art. 461, assim dispôs:

Sendo idêntica a função, a todo trabalho de


igual valor, prestado ao mesmo
empregador, na mesma localidade,
corresponderá igual salário, sem distinção
de sexo, nacionalidade ou idade.

1.1 Sujeitos da Equiparação Salarial

Equiparando: Denomina-se “equiparando” ou reclamante, o empregado que pleiteia

obter a equiparação salarial.

Paradigma: É o nome dado ao empregado com o qual se pretende buscar a identidade

de funções para fins salariais.

1.2 Funções Idênticas

Sendo idênticas as funções, deverá o empregador pagar ao empregado o mesmo

salário, para tanto é necessário que o equiparando e o paradigma exerçam as mesmas

atividades, sendo irrelevante o nome dado ao cargo pelo empregador.

Não se deve confundir função com cargo, já que há empregados com o mesmo cargo

e funções diferentes. Exemplo: os professores universitários e primários têm o mesmo

cargo, mas a função (atribuição) é diferente.

O que é cargo?

È um conjunto de funções similares.

3
O que é função?

É o conjunto de tarefas que se acumulam.

1.2.1 Nomenclatura de Cargos

A mesma nomenclatura dos cargos, nos leva a pressupor haver identidade de funções;

porém, essa presunção é relativa, ou seja, para efeito de equiparação salarial compete ao

empregado provar de forma inequívoca a identidade de funções, somada aos demais

requisitos legais.

1.2.2 Jurisprudência:

EQUIPARAÇÃO SALARIAL -
VENDEDORES SÊNIOR E JÚNIOR -
FUNÇÕES DESIGUAIS - EQUIPARAÇÃO
NEGADA. Requerida equiparação salarial
com paradigmas que exerciam funções de
vendedores "sênior", e comprovado o
exercício, pelo reclamante, das funções de
vendedor "júnior", indevida a equiparação
salarial, porque inexistente identidade de
funções.(TRT 15ª Reg., RO 011746/1997,
Rel.Antonio Miguel Pereira).
Equiparação salarial. Identidade de
funções. Nomenclatura dos cargos gera
presunção relativa da identidade de
funções, como ordinariamente acontece
(CLT, art. 769; CPC, art. 335). E, assim,
cabia à reclamada o ônus da prova quanto
aos fatos extintivos, modificativo e
impeditivos alegados (CLT, art. 818; CPC,

4
art. 333, II; enunciado nº 68, do colendo
TST). Ac. (unânime) TRT 1a Reg. 3a T (RO
5821/92), Rel. Juiz Azulino Joaquim de
Andrade Filho, DO/RJ 02/12/96, p. 72)”.

EQUIPARAÇÃO SALARIAL -
NOMENCLATURA DE CARGOS -
INDEFERIMENTO - A nomenclatura do
cargo por si só não justifica o deferimento
da isonomia salarial. A identidade absoluta
das tarefas executadas, ônus que incumbe
ao trabalhador - art. 818, da CLT, é
requisito essencial para o deferimento da
isonomia salarial - art. 461, da CLT.(TRT
15ª Reg., RO 025664/1998, Rel. Luiz
Antonio Lazarim).
Equiparação salarial. CLT, arts. 5º e 461.
Não tem valor jurídico a avaliação
subjetiva feita pelo empregador, ou por
seus prepostos, com a finalidade de pagar
salário maior a este ou a aquele
empregado, atribuindo- lhe uma
identificação do tipo "A", "B", "C", ou
"Sênior", "Pleno", "Júnior", etc. Essas
distinções só terão valor legal se estiverem
relacionadas a empregados com tempo na
função superior a dois anos, ou maior
produtividade, ou maior perfeição técnica,
ou em decorrência de quadro organizado
em carreira. TRT, 2a Reg, 9a T (RO
20020770370), Rel. Luiz Edgar Ferraz de
Oliveira, 13/12/2002.”

5
1.3 Mesmo empregador

O serviço devera ser prestado ao mesmo empregador. Naturalmente, não há o que se

falar em igualdade salarial, quando a pretensão do empregado objetivar comparar-se a

outros empregadores (empresas diferentes). Todavia, vale ressaltar que, em se tratando de

um grupo econômico, há divergências doutrinárias nesse sentido. De um lado, há aqueles

que entendem que não se pode falar de isonomia salarial quando o equiparando e o

paradigma pertencerem à empresas diferentes (ainda que do mesmo grupo), isto porque,

cada empresa tem suas características próprias, peculiaridades diferentes que

impossibilitariam a equiparação salarial.

De outro lado, consoante o disposto no art. 2º da CLT que, quando uma ou mais

empresas constituírem grupo econômico, elas são solidárias entre si para efeitos

trabalhistas, o que, nesta hipótese, não constituiria impedimento para a isonomia salarial

1.3.1 Jurisprudência:

EQUIPARAÇÃO SALARIAL. DIFERENTES


EMPREGADORES. IMPOSSIBILIDADE.
Embora cumprisse às autoras a prova dos
fatos constitutivos do direito pretendido,
cuidou a reclamada (empresa prestadora de
serviços) de demonstrar que as paradigmas
eram empregadas da empresa tomadora.
Quanto à única paradigma que era sua
empregada, provou fatos impeditivos do
direito, qual seja, diversidade de funções e
tempo de função superior a dois anos.
Ausentes os pressupostos previstos no § 1º
do artigo 461 da CLT, seja pela diversidade
de empregadoras, seja pelo tempo de

6
função superior a dois anos, seja pela
diversidade de funções, indevida a
equiparação salarial pretendida. (TRT, 15ª
Reg., 5ª T, RO 026222, Relator:OLGA
AIDA JOAQUIM GOMIERI, 13.03.2000).
Equiparação salarial. Empregado de
empresa prestadora de serviço e empregado
de empresa cliente. Impossibilidade. Pela
leitura dos arts. 5º e 461 da CLT, o
empregador só está obrigado a equiparar o
salário de seus empregados, não tendo
obrigação de conceder aumento salarial
diante da existência de outros empregados
recebendo salário superior, na empresa
cliente, pelo mesmo serviço.(TRT 2ª Reg.,
RO 02748/2003, Rel. Luiz Edgar Ferraz de
Oliveira)

1.4 Mesma localidade

O serviço deve ser prestado na mesma localidade, sendo que

localidade compreende o mesmo município, já que as condições locais podem influir no

desnivelamento da remuneração. A jurisprudência conceitua como “mesma localidade”, o

município ou os municípios que pertençam à mesma região metropolitana.

1.4.1 Jurisprudência

EQUIPARAÇÃO SALARIAL - LOCAL DE

TRABALHO DIVERSO. Não há falar-se em

equiparação salarial quando o reclamante

e o paradigma apontado labutam em

7
cidades diversas, mesmo tratando-se as

empresas do mesmo grupo econômico.

Ausente um dos requisitos contidos no art.

461, da CLT, qual seja, mesma localidade,

descabe o pedido de diferença salarial.

(TRT 15ª Reg, 5ª T., RO 024048/1997, Rel.

Alberto da Costa Junior

Em se tratando de identidade funcional, não


pode a empresa argüir a prestação de
serviço em localidade diversa para isentar-
se da equiparação salarial, se resta
provado que, a nível nacional, ela paga o
mesmo salário aos seus empregados Ac.
(unânime) TRT 1a Reg. 8a T (RO 15758/94),
Rel. Juiz João Mário de Medeiros, DO/RJ
23/10/96, p. 118).

1.5 Distinção de sexo, nacionalidade ou idade.

Vedada a distinção de sexo, nacionalidade ou idade, consoante ao artigo 7º. da

Constituição Federal de 1988.

Art. 7o São direitos dos trabalhadores...XXX


– proibição de diferença de salários, de
exercício de funções e de critério de
admissão por motivo de sexo, idade, cor ou
estado civil; XXXI – proibição de qualquer
discriminação no tocante a salário e
critérios de admissão do trabalhador
portador de deficiência.
.

8
2. IGUAL PRODUTIVIDADE, PERFEIÇÃO TÉCNICA, LAPSO TEMPORAL

§ 1o Trabalho de igual valor, para os fins


deste capítulo, será o que for feito com
igual produtividade e com a mesma
perfeição técnica, entre pessoas cuja
diferença de tempo de serviço não for
superior a dois anos.

Aquele que reivindica a equiparação salarial deve realizar seu trabalho com uma

produtividade e perfeição técnica análogas as do paradigma, sendo assim o trabalhador

impontual e pouco assíduo não poderá provar que seu trabalho é tão produtivo quanto o

daquele que se comporta de modo oposto.

2.1 Igual Produtividade

Ressalte-se que o legislador preferiu adotar o termo produtividade ao invés de

produção. Isto porque a produção por si só, não traduz, necessariamente, a igualdade na

produtividade, mas sim o resultado obtido.

Em outras palavras, para avaliar a produtividade entre dois empregados, temos

que considerar os recursos empregados numa determinada produção, bem como a

produção média de um trabalhador normal.

2.1.1 Jurisprudência:

EQUIPARAÇÃO SALARIAL –
PRODUTIVIDADE-CONCEITO. O
requisito da mesma produtividade exigido
no artigo 461, consolidado, atrai conceito
diverso de produção. Aquele, sob o enfoque

9
jurídico, só pode ser aferido tendo-se em
conta a produção média de um trabalhador
normal. Assim, irrelevante para a
equiparação que o paradigma,
eventualmente, por fugir à média, produza
mais que o equiparando.(TRT, 15ª Reg., 2ª
T., RO 003990/1995, Relator: JORGE
LEHM MÜLLER).

2.2 Perfeição técnica

Não basta realizar suas tarefas nas mesmas quantidades que o paradigma, tem que

haver identidade de perfeição técnica. Este é um aspecto que deve ser apreciado com

bastante razoabilidade, pois, evidentemente, dois seres humanos que exerçam a mesma

tarefa, poderão apresentar resultados semelhantes, porém não iguais, uma vez que a

experiência, conhecimento, capacidade intelectual inerente a cada ser humano interferirão

no processo produtivo.

2.2.1 Jurisprudência

Equiparação salarial. Requisitos. Restando


demonstrado que o paradigma possuía
melhor perfeição técnica e maior
produtividade que o reclamante, bem como
que este realizava apenas algumas das
tarefas daquele, estão ausentes os requisitos
exigidos pelo artigo 461 da CLT para a
caracterização da equiparação salarial.
(TRT 15ª Reg., 3ª T., RO 027617/2001, Rel.
Domingos Spina).

10
Equiparação salarial. Maior experiência.
Maior experiência não é requisito que
impede a equiparação salarial, porque o
artigo 461 da CLT não faz distinção nesse
sentido. Esse requisito deve ser
demonstrado pela empresa como tendo
influência na maior produtividade ou
perfeição técnica por parte da paradigma,
porém não o foi. TRT 2a Reg. 3a T (RO
2003038466), Rel. Sérgio Pinto Martins,
08/07/2003.

Perfeição técnica em trabalhos intelectuais

Embora seja de difícil aferição para efeito da isonomia salarial, os Tribunais têm

proferido decisões favoráveis à equiparação salarial mesmo nos casos em que envolvam os

trabalhos intelectuais.

Equiparação salarial. Trabalho intelectual.


Ainda que se ressinta de maior dificuldade
probatória e analítica, é perfeitamente
cabível a equiparação salarial entre dois
empregados exercentes de cargo intelectual
(inteligência do art. 7º, XXXII da CF/88 e
Orientação Jurisprudencial nº 298 da SDI-1
do C. TST). (TRT 2ª Reg., 10ª T., RO
23170/2003, Rel. Lílian Gonçalves).

11
2.3 Lapso temporal

Outro fator pertinente é o lapso temporal, que não haja diferença do tempo de

serviço entre o equiparado e o paradigma, na função, superior a dois anos. Se o tempo de

serviço na função for superior a dois anos, impossibilitará a equiparação.

É importante notar que o que acarreta a equiparação é o trabalho na mesma função

não superior a dois anos, e não no emprego ou no cargo..

Neste caso, a jurisprudência entende que se trata de tempo de função não superior a 2

anos, visto que a equiparação se faz entre empregados na mesma função. Igualmente, não

há impedimentos para se pleitear a equiparação salarial pelo fato do paradigma ser mais

novo no emprego que o reclamante.

2.3.1 Jurisprudência

Equiparação salarial. Identidade de


funções. Para a caracterização da
equiparação salarial prevista no artigo 461,
da CLT, faz-se necessário que não haja
entre o reclamante e o paradigma,
diferença de tempo na função superior a
dois anos. (TRT 15ª Reg., 3ª T., RO
023014/2000., Rel. Domingos Spina).
É desnecessário que, ao tempo da
reclamação sobre equiparação salarial,
reclamante e paradigma estejam a serviço
do estabelecimento, desde que o pedido se
relacione com situação pretérita (TST –
Súmula 22).

12
3. QUADRO DE CARREIRA

§ 2o Os dispositivos deste artigo não


prevalecerão quando o empregador tiver
pessoal organizado em quadro de carreira,
hipótese em que as promoções deverão
obedecer aos critérios de antiguidade e
merecimento.
§ 3o No caso do parágrafo anterior, as
promoções deverão ser feitas
alternadamente por merecimento e por
antiguidade, dentro de cada categoria
profissional.

Condição fundamental para se pleitear a ação de equiparação salarial, é estar ausente

na empresa o quadro organizado de carreira. Para tanto este quadro de carreira deve

obedecer ao critério de promoção por tempo de serviço e merecimento.

Para evitar que o quadro exista pró-forma na empresa, a lei traçou metas exigindo sua

homologação no Ministério do Trabalho, e fixou a competência da Justiça do Trabalho

para apreciar reclamação dos trabalhadores que se sintam lesados na movimentação do

quadro de carreira. Quem deve provar os merecimentos da equiparação é o trabalhador. Ao

empregador cabe provar os requisitos negativos, ou seja, as exceções, como a de que há

quadro de carreira, e que a diferença na função é superior a dois anos.

3.1 Jurisprudência:

Para se configurar a excludente prevista no


§ 2o do art. 461 da CLT, mister não só a
existência de quadro de carreira, como

13
também sua homologação pelo órgão
competente e a concessão de promoções
através dos critérios alternativos de
antiguidade e merecimento (TSS, RR
163.093/95.9, Milton de Moura França, Ac.
4a T).
Homologação de quadro organizado em
carreira por outros órgãos de Poder
Público Federal ou Regional, que não o
Ministério do Trabalho, pois os entes
públicos têm a presunção legal da licitude
de seus atos (TST, RR 127.862/94.1, Ac. 2a
T. 5.127/96).

4. TRABALHADOR READAPTADO

§ 4o O trabalhador readaptado em nova


função por motivo de deficiência física ou
mental atestada pelo órgão competente da
Previdência Social não servirá de
paradigma para fins de equiparação
salarial.

O equiparado não poderá utilizar como paradigma os trabalhadores que forem

remanejados em suas funções devido à deficiência física ou mental, desde que

devidamente ratificada por órgão competente.

14
4.1 Jurisprudência

Equiparação salarial. A regra é a


diversidade salarial em vista dos trabalhos
desenvolvidos por cada empregado, pois
cada ser é único, os momentos são diversos
e as tarefas, em tese, também são
desenvolvidas de acordo com as
especialidades personalizadas de cada um.
Entretanto, a legislação pretende a
uniformização salarial, em seu art. 461 da
CLT, buscando o ideal de Justiça no caso
de pessoas que desenvolvem de fato e de
direito idêntica função ou ainda trabalho de
igual valor. A segunda situação aqui não se
apresenta, pois o paradigma - Antonio
Carlos - exercia a mesma função mas com
um plus de tarefas, vez que desenvolvia
atribuições também na área de Informática.
Logo, não concorre a segunda situação
como deveria, ou seja, trabalho de igual
valor. Recurso ordinário da reclamada que
se provê, no particular. (TRT 2ª Reg., 2ª T.,
RO 02716/2004, Rel. Rosa Maria Zuccaro).

5. REQUISITOS PARA A ISONOMIA SALARIAL

Os requisitos que autorizam a igualdade salarial são: a) serviços prestados para o

mesmo empregador; b) mesma localidade; c) tempo de serviço não superior a 2 anos; d)

igual produtividade; e) mesma perfeição técnica. Esses requisitos são concomitantes, ou

seja, a ausência de um deles, impossibilita a equiparação salarial.

15
5.1 Jurisprudência:

EQUIPARAÇÃO SALARIAL. DIFERENTES


EMPREGADORES. IMPOSSIBILIDADE.
Embora cumprisse às autoras a prova dos
fatos constitutivos do direito pretendido,
cuidou a reclamada (empresa prestadora de
serviços) de demonstrar que as paradigmas
eram empregadas da empresa tomadora.
Quanto à única paradigma que era sua
empregada, provou fatos impeditivos do
direito, qual seja, diversidade de funções e
tempo de função superior a dois anos.
Ausentes os pressupostos previstos no § 1º
do artigo 461 da CLT, seja pela diversidade
de empregadoras, seja pelo tempo de
função superior a dois anos, seja pela
diversidade de funções, indevida a
equiparação salarial pretendida. (TRT, 15ª
Reg., 5ª T, RO 026222, Relator:OLGA
AIDA JOAQUIM GOMIERI, 13.03.2000).
Equiparação salarial. Empregado de
empresa prestadora de serviço e empregado
de empresa cliente. Impossibilidade. Pela
leitura dos arts. 5º e 461 da CLT, o
empregador só está obrigado a equiparar o
salário de seus empregados, não tendo
obrigação de conceder aumento salarial
diante da existência de outros empregados
recebendo salário superior, na empresa
cliente, pelo mesmo serviço.(TRT 2ª Reg.,
RO 02748/2003, Rel. Luiz Edgar Ferraz de
Oliveira)

16
6. RECLAMAÇÃO TRABALHISTA

A jurisprudência uniforme do Tribunal Superior do Trabalho ( TST) estabelece que é

desnecessário que, ao tempo da reclamação sobre equiparação salarial, reclamante e

paradigma estejam a serviço do estabelecimento, desde que o pedido se relacione com a

situação pretérita

Observamos neste caso, o período prescricional de cinco anos para os trabalhadores

urbanos e rurais, até o limite de dois anos após a extinção do contrato de trabalho.

6.1 Ônus Probatório

Compete ao empregado provar que preenchia os requisitos elencados no art. 461,

concomitantemente.

Por sua vez, compete ao empregador demonstrar fatos impeditivos, modificativos ou

extintivos da equiparação salarial, sob pena de, não o fazendo, ver os direitos pleiteados

pelo empregados reconhecidos pela Justiça do Trabalho.

6.1.1 Jurisprudência:

EQUIPARAÇÃO SALARIAL. ÔNUS DA


PROVA. O ônus de demonstrar presentes os
requisitos indispensáveis para a
equiparação salarial é do autor, que deve
comprovar suas alegações, a teor do
disposto nos artigos 818, da CLT, e 333,
inciso I, do Código de Processo Civil, não
se justificando que tal prova caiba à
reclamada. (TRT 15ª Reg., 5ª T., RO

17
027302/2000. Rel.Olga Ainda Joaquim
Gomieri).
É do empregador o ônus da prova do fato
impeditivo, modificativo ou extintivo da
equiparação salarial (TST – Súmula 68).

18
BIBLIOGRAFIA

Nascimento, Amauri Mascaro. Curso do Direito do Trabalho. São Paulo, Editora


Saraiva, 16ª edição, 1999.

Carrion, Valentim . Comentários à Consolidação das Leis do Trabalho. São Paulo,


Editora Saraiva, 28º edição atualizada por Eduardo Carrion, 2003.

19

Você também pode gostar