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VITAL MOREIRA – A RAIVA CONTRA OS

PROFESSORES (Blog Causa Nossa - http://causa-nossa.blogspot.com/ )


Quarta-feira, 21 de Janeiro de 2009

A greve
[Publicado por Vital Moreira] [Permanent Link]
Na greve dos professores de anteontem foram de novo encerradas muitas escolas
(embora menos do que na greve anterior).
Ora o direito à greve, como recusa colectiva da prestação laboral, não inclui o direito
de encerramento dos estabelecimentos públicos (nem aliás de empresas
privadas), o que impede o pessoal que não está abrangido pela greve (pessoal auxiliar,
pessoal técnico) de trabalhar e prejudica os utentes da escola (bibliotecas, refeitórios,
recintos desportivos, etc.). Os conselhos directivos, e os seus membros, nessa qualidade,
não gozam do direito à greve, incumbindo-lhes, pelo contrário, manter os
estabelecimentos abertos e em funcionamento em tudo o que não dependa da greve.
O encerramento das escolas "à boleia" da greve constitui portanto um manifesto abuso
de poderes, que os titulares de cargos públicos, como é o caso, não se deveriam
permitir, nem lhes deveria ser consentido.

Terça-feira, 13 de Janeiro de 2009

Destinatário errado
[Publicado por Vital Moreira] [Permanent Link]
Parece que alguns movimentos de professores vão fazer uma manifestação em Belém.
Debalde se esforçam. Se houvesse uma disciplina de educação cívica nas escolas, os
organizadores bem saberiam que o Presidente da República não é responsável pelo
governo, nem instância de recurso das decisões do governo.

Sábado, 10 de Janeiro de 2009

Demitam-se, pois
[Publicado por Vital Moreira] [Permanent Link]
Segundo o DN, os conselhos directivos que discordam da avaliação de desempenho dos
professores admitem apresentar a demissão.
É justamente o que devem fazer, se acham que a sua discordância não lhes permite
cumprir as obrigações que a lei e as orientações da tutela lhe impõem e por cujo leal
cumprimento são responsáveis (sob pena de ilícito disciplinar). O que é
inadmissível é que, em vez de cumprirem as suas obrigações funcionais, se prevaleçam
dos seus cargos para promover o incumprimento da lei.
Quarta-feira, 7 de Janeiro de 2009

Imunidade
[Publicado por Vital Moreira] [Permanent Link]
O líder do sindicato da Fenprof veio hoje asseverar que os professores podiam incumprir
à vontade as obrigações relativas à avaliação, sem qualquer receio de sanções
disciplinares ("Não há nenhuma sanção disciplinar que lhes possa ser aplicada, nem a
eles nem aos presidentes dos Conselhos Executivos" -- declarou ele ao DN).
Ficamos assim a saber de mais um privilégio desconhecido dos professores entre os
servidores públicos - a imunidade disciplinar! É preciso desfaçatez!

Sexta-feira, 12 de Dezembro de 2008

Questão encerrada
[Publicado por Vital Moreira] [Permanent Link]
O Governo deu por finalmente encerrada a questão da avaliação de professores. Já não
era sem tempo, sendo evidente desde o início que os sindicatos não queriam avaliação
nenhuma, estando de má-fé desde que assinaram o "memorando de entendimento" na
Primavera passada com a reserva mental de o não respeitarem (a sua proposta de auto-
avaliação seria ridícula e considerada não séria em qualquer parte do mundo).
O Governo deve aprovar imediatamente as medidas de simplificação já anunciadas pelo
ministério da Educação e avançar com o processo com toda a determinação e sem mais
complacência com os opositores. O direito à avaliação dos professores que a desejam
não pode continuar refém dos que não querem ser avaliados.

Professores
[Publicado por Vital Moreira] [Permanent Link]
Além de não quererem avaliação nenhuma, os sindicatos de professores também não
querem a estruturação da carreira em dois níveis profissionais, como estabelece o novo
estatuto da carreira docente, que eles querem ver revogado.
Mas eu penso que até devia haver mais de dois níveis (como sucede em quase todas as
carreiras profissionais, incluindo a do ensino superior), e que o acesso ao nível superior
deveria ser feito por "exame de agregação", com provas públicas. A selecção pelo mérito é
o único incentivo eficaz para melhorar as competências e o desempenho, sem o que é
ilusório esperar melhorias significativas da escola pública.
Nada pior para uma organização do que as "carreiras planas", onde toda a gente pode
chegar ao topo da escala remuneratória, sem nenhuma selecção em função da
competência, do mérito e do empenho profissional.
Quinta-feira, 13 de Novembro de 2008

Liberdade de manifestação
[Publicado por Vital Moreira] [Permanent Link]
Será que a liberdade de manifestação, que o Presidente da República fez questão de
lembrar (ver post antecedente), também cobre estas manifestações?

Direitos & obrigações


[Publicado por Vital Moreira] [Permanent Link]
A propósito da manifestação dos professores, o Presidente da República achou por bem
lembrar que a manifestação é um direito constitucional.
É aliás ocioso lembrá-lo, visto que ninguém o contesta. Já é porém menos pacífico, hoje
em dia, outro princípio não menos incontestável, ou seja, que, tal como há direitos,
também há obrigações, a começar por cumprir as leis. Num Estado de direito, ninguém
se pode arrogar o direito de não cumprir as leis, mesmo discordando delas. E,
numa democracia, o cumprimento das leis não depende, nem pode depender, da
concordância de quem a elas está obrigado...

Sexta-feira, 7 de Março de 2008

"Manif" universal
[Publicado por Vital Moreira] [Permanent Link]
«Não docentes também vão à manifestação. A manifestação não vai ficar reduzida aos
professores. Os técnicos administrativos e os auxiliares de acção educativa também vão
empunhar bandeiras.» (Público de ontem)
Depois da junção dos professores do ensino superior e do ensino privado, agora são já
outros grupos profissionais a engrossar a "manif", não vá a mobilização dos professores
ficar aquém do previsto e os objectivos políticos aquém do desejado. Nunca o País contou
tantos professores no ensino básico e secundário público...

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