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Editorial------------------------------------------------------------------------------3
Entrevista-----------------------------------------------------------------------------4
Crítica musical---------------------------------------------------------------------13
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Editorial
Nestas poucas páginas teremos criticas musicais e sempre uma entrevista, tentando
“descobrir” e revelar também quem ande escondido nesta arte….
Bruno Pereira
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Entrevista
por Susana Catalão
Susana: A vossa carreira começou em finais de ’97 e algo que me tem suscitado alguma
curiosidade é que, naquela época, a Internet tinha relativamente 3 anos e era portanto
ainda para os privilegiados e os telemóveis eram usados por poucas pessoas, para além
de que os eventos de música alternativa eram mais centralizados e existiam sobretudo
nos clubes underground de Lisboa…,
Susana: Ia-te perguntar então como surgiu o teu interesse por este tipo de música…
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Guilhermino: O interesse em si surgiu quando tinha 13/14 anos. Lembro-me
perfeitamente quando comecei a ver, quando comecei a ouvir música mais pesada… foi
quando os Metallica gravaram o black álbum, foi o álbum que os fez explodir em
termos comerciais e senti curiosidade para explorar aquilo. De qualquer forma, aqui em
Santa Marta, não havendo Internet, era muito difícil conheceres mais alguma coisa para
além daquilo que dava na televisão que naquele caso era Metallica, Nirvana, Pearl Jam e
pouquíssimo mais. Mas de qualquer forma, quer eu, quer o Eduardo, quer o Paulo,
sempre que passávamos férias fora de Santa Marta, íamos para a zona litoral e quando
passávamos , imagina 15 dias-3 semanas de férias, vínhamos de lá com uma “carrada”
de cassetes gravadas e com montes de novidades e no fundo íamos trocando isso, numa
fase inicial, tínhamos 12/13/14/15 anos. Depois, numa fase mais posterior resolvemos
realmente criar uma banda. A 1ª banda chamava-se Blind &Lost, que era uma banda de
versões em que faziam parte eu, o Eduardo, o Paulo e o Marco que depois fez parte da
primeira encarnação de Thanatos. Aos poucos começámos a sentir necessidade de fazer
originais e lá está, entretanto, íamos conhecendo cada vez mais música, começámos a
perceber que era possível fazer as coisas num regime do “do it yourself”, ou seja, não
precisavas propriamente de uma grande editora para começar a banda, precisavas era de
ensaiar muito e saber tocar no mínimo. E lembro-me que naquela primeira fase da
banda (já na fase de Thanatos em ‘97/’98), passávamos horas e horas na lista telefónica
à procura de bares na região. Recordo-me que encontrámos um bar em Valpaços e
fomos lá tocar e toda a gente ficou a olhar para nós e a dizer “o que é isto?”, pensavam
que íamos tocar covers de
Deep purple ou isso, mas não,
depois saiu-lhes o que saiu e
não até que ponto gostaram.
Também quando fomos tocar
a Lamego o dono do bar
pensava que íamos tocar
versões e ao fim da segunda
música chegou-se ao pé do
nosso vocalista, da altura, e
disse: “eh pah vocês não se
importam de parar? Eu pago-
vos já o cachet” e foi curioso,
nós pronto, paramos e ele
pagou o cachet. Há uma série de curiosidades dessa altura, porque era tudo tão “naive” ,
tão “inocente”, quer da nossa parte, quer de quem organizava os concertos que acabam
por marcar, e ainda hoje nos lembrámos mais disso do que coisas que hipoteticamente
poderão ter sido mais normais em termos de caminhada da banda. Mas no fundo,
voltando ao início, o interesse partiu mesmo daquela curiosidade que tu sentes em ver
um clip de uma banda mais pesada, mais extrema e perguntares-te se és capaz de fazer
aquilo ou pelo menos parecido e como aqui em Santa Marta éramos 3/4/5 pessoas
interessadas, porque a geração antes de nós, que tem agora 35/36 anos, ninguém ouvia
música extrema. Acho que as coisas mais extremas que as pessoas ouviam nessa altura,
provavelmente era aquele rock gótico, os Bauhaus, Joy Divison, mas ninguém ouvia
metal. Por isso, no fundo fomos um bocado precursores disso e levamos a banda a ir à
frente.
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Susana: Ia perguntar também se houve alguma banda que servisse de “catalisador” para
que vocês começassem também a querer criar as vossas músicas, a exemplo dos
Moonspell que ficaram muito influenciados pelos Bathory…
Guilhermino: Não há propriamente uma banda que possa dizer que marcou e que nós
dissemos assim “ bem, a partir de agora vamos tentar fazer um som mais ou menos
nesta onda”, mas lembro-me que quando começámos precisamente a fase de originais
de Thanatos, havia duas referências, que entretanto, na altura eram praticamente
desconhecidas, mas que explodiram em termos de sucesso mediático e são hoje em dia
bastante conhecidas, e nós naquela altura tínhamos a convicção que podíamos fazer algo
parecido com essas duas bandas , apesar do nosso som não ter mesmo nada a ver com
elas, nós éramos realmente “inocentes” , mas eram duas bandas que dissemos” bem,
estas duas bandas são mesmo porreiras” . Eram os Tool e os Kyuss que são coisas que
ainda hoje gostamos, na altura pouquíssima gente os conhecia e lembro-me que o Paulo
tem uma bateria Ludwig, marca que todas as bandas de stone rock, Kyuss , aquela
geração toda que o rock tem e recordo-me que ele comprou logo o Aenima dos Tool
porque se passou com os videoclips e durante uns meses ele ouvia aquilo todos os dias,
porque era algo realmente de novo. Mas lá está, apesar de servir para nós dizermos que
talvez pudéssemos ir por esse caminho, na prática as nossas músicas não tem
absolutamente nada a ver com aquilo. Provavelmente, porque nós não tínhamos
capacidade técnica para sequer fazer parecido. É claro que essa capacidade foi
amadurecendo e hoje se quiséssemos até podíamos fazer algo nessa onda, mas se calhar
até foi melhor assim porque nos demarcámos e começamos logo a fazer uma coisa, mais
ou menos original, à nossa maneira.
Susana: No que toca ao Liperske, como surgiu a ideia? Achas que foi uma necessidade
de descentralizar este tipo de eventos?
Guilhermino: Acima de tudo foi a necessidade de vermos na nossa terra algo que nós
gostávamos de ir ver às outras terras. Numa fase inicial da banda, lembro-me
perfeitamente que fomos ver uma série de festivais a Amarante, ao Porto, a Santo Tirso,
lá para baixo também, zona de Coimbra, Leiria, Lisboa…. E sentimos sempre aquele
bichinho de tentar fazer alguma coisa similar aqui em Santa Marta. Felizmente houve
um certo feedback da câmara, o vereador da cultura começou a ver as potencialidades
que daria até à própria região e à vila porque a verdade é que nos dias de festival, os
restaurantes estão cheios, há muita gente de fora que vem conhecer Santa Marta e isso
cria um certo interesse em termos turísticos. E para nós é um prazer poder convidar
bandas de que gostamos e tê-las a tocar à porta de casa. Basicamente foi esse o
principal impulsionador da ideia.
Guilhermino: É relativamente conhecido lá fora. Eu acho que cada vez mais as pessoas
têm interesse por coisas que sejam exóticas e as bandas portuguesas são exóticas porque
está toda a gente farta de bandas alemãs, inglesas, suecas e norueguesas, as pessoas cada
vez mais tendem a prestar atenção a coisas mais periféricas: Portugal, o metal
mediterrânico, a Grécia, a Itália, Espanha não porque infelizmente não tem uma cena
muito profícua, por assim dizer, são poucas as bandas realmente com capacidade de
serem exportáveis, mas sinto que muito do feedback que nos chega lá fora vem de
pessoas que estão de certa forma fartas das fórmulas já gastas do metal. A nível
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mediterrânico os próprios Orphaned Land, israelitas são uma banda que cada vez mais
está a conquistar público por serem exóticos e porque são exóticos? Porque apostam em
melodias, em instrumentos da própria região, Israel, e eu acho que uma boa forma de tu
chamares a atenção do exterior é implementares na tua música o feeling da tua região,
da tua terra. Eu quando era mais miúdo achava que isso era um bocado “pacóvio” ,
“estar a meter, sei lá, um acordeão numa música? Será que isso não vai ficar mal?” mas
depois pensando bem nas coisas, pondo-me no papel, por exemplo, de um fã alemão,
que já está farto de levar com power metal e com oitavas gerações de Death metal
sueco, se calhar há um certo interesse em como vai soar uma banda de metal de Santa
Marta de Penaguião, e de Portugal, que tenha realmente influências de alguma coisa
que a marque naquela zona, seja um violino, seja um acordeão e acho que é isso que
tem chamado a atenção do público.
Guilhermino: Sim, tenho imensos contactos lá fora. Gosto de saber o que é que as
pessoas acham, gosto de saber o que é que as pessoas ouvem. Normalmente é a primeira
coisa que eu pergunto quando sou contactado por pessoal de fora que nos congratula
pelo álbum e que nos dá os parabéns. A primeira coisa que costumo perguntar é o que é
que elas ouvem, de certa forma para contextualizar os gostos da pessoa em relação
aquilo que nós fazemos teres um conhecimento do mercado e saberes como é que as
pessoas te descobriram, se foi por um mero download ocasional na internet que depois
chamou interesse, se foi por indicação de alguém, se foi pelo Lastfm, pelo myspace, é
sempre interessante….
Susana: Não achas que ainda existe o estigma de que lá fora só os Moonspell é que são
conhecidos?
Guilhermino: Isso acaba por ser o reflexo da mentalidade portuguesa porque de facto
os Moonspell são a banda portuguesa mais
conhecida lá fora e são a maior em termos
de projecção, isso é inegável. Agora que há
muitas bandas de Portugal com capacidade e
que realmente são conhecidas lá fora há e a
prova disso é que cada vez mais há bandas
portuguesas a fazerem tournées lá fora além
dos Moonspell por isso, quer-me parecer
que essa mentalidade mais, chamemos-lhe
“pequenina” dos portugueses acabará por ser
aniquilada por uma nova forma de pensar.
Guilhermino: Aquilo que eu noto é quer o Eduardo, quer a Patrícia, escrevem sempre.
No caso do Eduardo, ele é capaz de ler um livro ou ver um filme e depois escrever uma
letra que não tem necessariamente de ser uma reprodução fiel do que leu mas que acaba
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por ser uma interpretação muito própria daquilo que ele acabou de ler ou do filme que
ele viu por outras palavras num texto que acaba por ser a letra dele. Tudo influencia:
veres um filme, ires na rua e ouvires as pessoas a falar, tudo te influencia porque no
fundo quando eu pego numa guitarra e estou a gravar qualquer coisa, é tudo tão
instintivo, que tu não podes determinar “ok ele está a tocar aquilo porque ouviu aquilo
num álbum dos x ou dos y” e esse instinto acaba por ser o que tu és, acaba por ser as
influências que tu apanhas de tudo o que está à tua volta.
Susana: Consegues recordar-te de algo muito caricato que já tenha acontecido num dos
vossos concertos?
Guilhermino: Bem, há tanta coisa caricata que nos tem acontecido nos concertos! Há
um momento que eu costumo comentar muitas vezes, aconteceu em 98’ em que foi a
única vez em que fomos tocar a um local e não nos pagaram aquilo que estava
combinado e o concerto em si foi bizarro aliás, eu já tive oportunidade de meter esse
extracto do concerto (concerto que durou 7 minutos!) num site similar ao youtube. No
fundo foi engraçado porque nós subimos ao palco e o técnico de som estava aos berros
a dizer que era o melhor técnico de som de Portugal e que até agora a única pessoa que
fazia melhor som do que ele era o técnico de som dos Pink Floyd, isto em Lamego em
98. O técnico tinha um PA, aquilo era uma banda pimba portanto ele meteu lá as
colunas da banda pimba e começou aos berros a alegar que era o supra-sumo do
conhecimento do som. Eu parei ao fim de 1 minuto de música, pousei a guitarra, desci
do palco e fui falar com ele e disse: “meta a guitarra mais baixo, ponha o baterista a
ouvir a guitarra” dei-lhe umas indicações e o homem começa-me a insultar sem mais
nem menos e eu fui outra vez ao palco e comuniquei ao resto da banda e nós tocámos
mais dois minutos ou três porque era impossível estarmos a tocar com um som tão
terrível e o técnico ainda se vangloriar que era o melhor em Portugal. Isso é uma das
muitas situações caricatas já aconteceu tanta coisa que acabamos por, no fundo, só nos
lembrar delas de vez em quando. Mas essa é uma que eu ultimamente tenho falado
muitas vezes porque como tenho aqui uma banda de Lamego a gravar costumo referir
isso.
Susana: Impões mais metas a nível musical? Quer dizer, vocês já foram considerados a
segunda melhor banda portuguesa e já foste considerado um dos melhores músicos, o
que é que ainda falta afinal?
Guilhermino: Há muita coisa que ainda falta, aliás, se já nos sentíssemos completos em
termos musicais provavelmente a banda já não existia. A banda só existe porque há um
ímpeto de fazer qualquer coisa melhor, porque se não qual seria o objectivo de gravar
outro álbum se esse álbum para nós não fosse melhor do que o anterior? Tem que haver
sempre um objectivo de nos ultrapassarmos a nós próprios. Há muita coisa que ainda
sinto que podemos fazer, o facto de nós agora estarmos num formato ligeiramente mais
calmo e acústico, também é um desafio para nós, mais do que fazer com que haja mais
interesse em relação à banda, é pegar nas músicas e torná-las em algo tão acústico e tão
calmo e acho que o próximo objectivo, falando a curto/médio prazo, é mesmo gravar
um álbum nessa toada acústica e tentar fazer o melhor possível nessa reprodução das
músicas destorcidas para acústico. Portanto, enquanto houver uma meta, a gente vai
continuar de certeza absoluta.
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Susana: Relativamente ao disco acústico, queria-te perguntar se foi algo que já tinham
pensado há muito tempo ou surgiu, quase como que “acidentalmente”?
Guilhermino: Sempre que gravamos um álbum, as nossas editoras dizem sempre “eh
pah, vocês vejam se vão tocar às fnacs, a apresentação dos álbuns na fnac é sempre
engraçado e é sempre uma boa jogada de marketing mas em Portugal as únicas bandas
que podem realmente tocar metal nas fnacs são os Moonspell, aliás a única banda.
Porque o pessoal das fnacs é sempre muito púdico, não quer distorção, não quer
“barulho” e então a única forma que nós arranjamos de combater isso, no fundo essa
“censura” foi desde o segundo álbum fazer uma reprodução acústica de todos os temas,
ou seja, nós tínhamos , imagina , o InsomniousNightLift original e nós depois
fazíamos a versão acústica e apresentávamos na fnac, o Turbulence a mesma coisa, a
versão pesada está no cd, a acústica era o que apresentávamos na fnac e este ano
fizemos a mesma coisa com o zoom code. No fundo, acabou por ser uma coisa natural,
começámos a pensar “então e se agora pegássemos naquilo que nos achamos que foram
as melhores reproduções acústicas de todos os álbuns e lançássemos um cd novo ?” e a
ideia agradou a toda a gente era uma meta que a gente achava ser engraçado, um bom
desafio e então avançámos para isso. Fizemos uma prospecção de editoras, se havia
alguma interessada e realmente havia e pronto vamos gravar isso a qualquer momento.
Susana: Achas que surgiu agora uma espécie de «boom»relativamente a novas bandas
de rock e metal em Portugal?
Guilhermino: Sim, mas isso vai acontecer sempre. É inevitável que, neste género em
particular haja sempre a tal questão do “do it yourself” que muitas vezes acaba por sair
frustrado. A melhor coisa em termos de festivais é serem organizados ou por pessoal de
bandas, porque nada melhor do que uma banda para saber aquilo que as outras bandas
vão precisar, ou ser organizado por entidades , como há diversas em Portugal, que já
tenham um certo calo para saber tratar das coisas, porque um festival não é só espalhar
os cartazes e convidar as banda, tu precisas de fazer uma série infindável de contactos,
tens que tirar as licenças, tens que programar que possa haver feridos e tens que falar
com os bombeiros, tens que arranjar o som, tens que arranjar o palco, tens que, no caso
de bandas internacionais, arranjar alguém que as vá buscar ao aeroporto, programar
quem as vai levar ao aeroporto, a que horas pô-las a dormir no hotel, saber o que elas
querem no catering, ou seja, há uma série infindável de coisas que não são pensadas
com antecedência e então é por isso que muitas vezes coisas muito boas como o caso do
RIR, que gostes ou não, acaba por ser uma estrutura profissional em que nada falha e
depois tens coisas que realmente dão para o torto.
Susana: Consideras que não há aquele ambiente mais intimista com o público, quando
se trata de festivais?
Sim, acima de tudo isso e o facto de teres de estar horas e horas de pé, as condições
também não são tão boas como numa sala em que imagina, o Sá da Bandeira, até posso
jantar em casa, meto-me no carro e vou ver o concerto e três horas depois ou duas horas
e meia depois estou em casa. A questão dos festivais implica uma certa mentalidade
mais rebelde, que eu respeito e que também já a tive, mas que hoje em dia já não me
cativa propriamente, a não ser que fosse realmente uma banda que gostasse imenso e aí
esquecia um bocado este lado mais sisudo e ia também como é o caso de Faith No
More. Hoje em dia é mais apelativo ver concertos em salas mais pequenas, acabas por
ter uma melhor percepção da banda, tens a banda a tocar à tua frente e não está a tocar a
50 metros de ti ou mais e é muito mais atractivo esse lado mais introspectivo dos
concertos.
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Susana: E o que é que podemos esperar mais da banda após este disco acústico?
Guilhermino: A seguir ao disco acústico não temos planos até porque nós
programamos as coisas passo a passo. Não vamos é fazer um segundo álbum acústico,
se vires na nossa carreira, nunca nos repetimos por isso dificilmente voltaremos a fazer
um na mesma toada. É mesmo uma grande incógnita, porque quando nós encaramos a
composição dos álbuns é tudo mesmo muito intuitivo, as músicas normalmente ou saem
de jam sessions que a gente faz, às vezes sem estarmos todos, imagina, eu e o Eduardo
somos capazes de estar aí uma semana a compor riffs ou então mesmo jams com o
pessoal todo, lá está, é a tal intuição musical que faz com que as músicas apareçam, não
há uma certa programação do estilo “agora vamos fazer um álbum mais death metal” ou
“mais trash”, “mais black”, “mais whatever”, é mesmo estarmos aqui os seis e aquilo
que sair sai e depois gravamos aqui na sala de ensaios e depois tentamos perceber se
aquilo tem cabeça tronco e membros para continuar ou se é preciso voltar a fazer tudo
de novo, mas lá está, é tudo muito intuitivo.
Susana: Para quem não vos conheça, o que poderás dizer sobre a banda? Quais os
motivos para que a oiçam?
Guilhermino: Acho que se as pessoas têm certa curiosidade em ouvir música mais,
bem chamemos-lhe metal , que seja minimamente original e que não se confine a um
nicho, acho que nós somos um óptimo ponto de partida , inclusivamente para muita
gente começar a ouvir outras bandas de metal. Conheço imensas pessoas que
começaram a ouvir metal precisamente através de ThanatoSchizO, é mesmo curioso
porque acaba por ser uma ponte para o resto do mundo que anda aí de música extrema.
Acho que é curioso porque nós abarcamos tantas coisas diferentes, nós temos elementos
de vários tipos de metal, temos elementos que nem são metal e é curioso porque,
havendo interesse, havendo curiosidade, acaba por ser relativamente simples a quem
não ouve música mais extrema, conseguir entrar no nosso mundo e conseguir perceber e
depois daí provavelmente até ir para coisas mais extremas ou menos extremas, é
completamente indiferente. Mas é engraçado perceber que há muita gente que começou
a ouvir música mais pesada connosco.
Guilhermino: Neste momento diria a “L”, porque é a música do Zoom Code que mais
me agrada, mas como eu estou a pensar um bocado mais à frente e sei aquilo que
provavelmente vai acontecer no álbum acústico, tenho quase a certeza que daqui por
meio ano, a minha música preferida vai ser a “RawVoid” que é uma mistura da “Raw”
do Schizo Level, “Void” do Turbulence e que vai estar no álbum acústico como uma
única música, tenho quase a certeza que essa vai ser a minha música preferida.
Mais info:
http://www.thanatoschizo.com/
http://www.myspace.com/thanatoschizo
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Crítica musical
Khoma: The Second Wave
Expansivo, fabuloso e devastador
Boris: Smile
Os imprevisíveis
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Ava Inferi: The Silhouette
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Ficha Técnica
Altersounds, nº1
Suplemento à Alterwords de Maio de 2009
Periodicidade: Ocasional
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