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das
e a educação
Pessoas
corPorativa
Mnnrsn
Eeou
l.Introdução
Pareceinquestionávela relevânciaque as áreasde treinamentoe
desenvolúmentoestãoadquirindo sobreas demaisfunçÕesda ges-
tâo de pessoas.A migraçâodo T&D tradicionaÌparaa educaçãocor-
porativaganhoufoco e forçaestratégìca, eúdenciando-se como um
dos pilaresde uma gestãoempresarialbem-sucedida.
A prolÌferaçãode experiCncias de universidadescorporarivas,
ao mesmotempo em que abre possibiìidades concretaspara trans-
formarem realidadeo velho sonhoda "integraçãoescola-empresa",
tem geradomuita discussãoe poÌêmicanos cÍrculosacadêmicos. A
grandequestãoque sepropÕeé: asuniversidades corporativascons-
tituem uma ameaçaou uma oportunidadeparaas.universidades tra-
dicionais?
As expeíênciasnessaáreadeveriamservir paratranqüilizaros
preocupadoscom tal questão,pois a realidadeé rica em exemplos
de parceriasestratéglcase inovadorasentre as universidadescorpo-
rativase asinstituiçÕesde ensinosuperior.
De acordo com estimativasrecentes,milhares de empresas
norte-americanas criaramuniversidades-empresas, faculdadese ins-
titutos de ensino para satisfazeras carênciasde conhecimentodos
185
rz-
18ó | Aspessoas
na organização
2. A passagemda administraçãotaylorista/Íordista
para a gestãoflexível
QuandosediscutemastransformaçÕes necessáriasna regiãolatino-americana para
dar continuidadeàs reformase ao desenvolvÍmento de seuspaÍses,evidencia-se a
estreitaligaçâoentre educação,modernidadee competitiüdade.Um dos maiores
obstáculosao progressoda América latina é a falta de investirhentona qualificação
e educaçãoda força de trabalho e de desenvolvimentodas competências locais.
Essaetapaé essencial na buscade eficácrae competitividadee deveunir progresso
e cultura,universotécnicoe cultural.
A trocade paradigmana gestãode empresas, a passagem da administraçãotay-
para a gestãoflexÍvel,gerou fone impacto no comportamentodas
lorista,/fordista
organizaçoes. Estruturasverticalizadas e altamentecentralizadas cedemespaçopara
estruturashorizontalizadas e amplamentedescentralizadas. A Ígida diúsão entre
trabaÌhomentaÌe manual tende a ser eliminada.Târefas fragmentadas e padroniza-
dastomam-seintegais e compÌexas,exigindo,em todosos níveisorganizacionais,
pessoascom capacidadede pensare executarsimultaneamente.
Se,no primeiro exemplode administÌação,a produçâoerapadronÈadae cen-
traÌizada,o trabalhoalienante,a tecnologiade automatìzação Íglda e o trabalhador
banalizadoe rotinizado,os novos modelosde gestâomostrama produçâofunda-
mentadana flexibilidade,diversificaçãoe autonomia,o uso da tecnologiade auto-
maçãoflexívele o perfil do trabalhadorgestor.
Na organizaçãotaylorista, a mera reprodução de trabalho e conhecimentoera
suÍìcienteparaum bom resultadonosnegócios,e a Ìelativaestabilidade do ambien-
te extemo permitia a separaçãoentre concepçãodo trabalho e sua realização.À
cúpula administrativa cabia a responsabilidadede analisare interpretar o ambien-
te dos negóciose definir manuais e regms que deveriam ser seguidospor todos na
empresa.
Dentro dessaúsão é que se formaram as áreasde T&D dasempresas(Treinar
Vt.d. 2. Tornarapto, destro,c paz pa:a determinadatarefaou atividade,segundo
o AurëIío).Essâsáreashabituaram-sea eltregar cursosao público intemo por força
de demandasconcretas,oferecendoprogramas cujo objetivo principal era desen-
volver habilidades especÍficasque enfatizassemneccssidadesindiúduais e sempre
dentro do escopotático.
Como resultado,surgiu um novo ambienteempresarialcaracterizadopor pro-
fundas e freqüentesrnudançase pela necessidadede respostascadavez mais ágeis
para garantir a sobrevivênciada organização.Ïrdo isso repÌesentafone impacto
188 | As pessoasna organização
CONECTMDADEE COMPETITIVI
DADE
19O I Aspessoas
na organização
5. Articulaçãode conceitos:educaçãocoÍpoÍativa,gestão
do conhecimento e gestãopor competências
Escanearo futuro paraanteciparuma nova onda de tendências,que permitaincor-
poÌar práticasorganizacionais
que façamas pessoastmbâlharc da vez mais, me-
lhor e maisrápido,é uma preocupaçãoconstante.
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O dês€nìr'olvimento
das pessoase a educaçãocorporativa | 193
Fl&n 2.
Educ.flo
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194 | Aspessoas
na organização
corporativas:conceito,princípiose práticas
6. Universidades
A missõode uma UC consisteem formar e desenvolver talentosna gestãodosnegó-
cios,promovendoa gestãodo conhecimentoorganizacional (geração,assimiÌação,
difusãoe aplicação),atravésde um processode aprendizagem ativae contÍnua.O
objeüvo princípaldessesistemasâoo desenvolvimento e a instalaçâodascompetcn-
ciasempresariais e humanasconsideradas crÍticasparaa viabilizaçãodasestratégias
de negócio.
De forma geralasexperiênciasnessa enÍalizamos seguintesobjetivosglobaís:
^Íea
> difundir a idéia de que o capitaÌintelectualseráo fator de diferenciaçãodas
empresas;
> despertarnos talentosindiúduais a vocaçãoparao aprendizado;
> incentivare estmturaÌ atividadesde autodesenvolvimento;
> motivar e reter os melhorestaÌentos,contribuindopara o aumentoda felicida-
de pessoaldentro de um clima organizacional saudável;
> responsabilizar cada talentopelo processo de autodesenvolümento.
iQuadrot.
: Cldeh dê
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: al!üns €rc|t|plos coúánça nã aelaçlode v€ndôs Ìê. capeaidade dê derodrfio.
o eíilo de úd.
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oisponitúlit.dc do p.odúo em Te. inteligênahde Ínêíodo
condcôé irtcaisdê con$rno ê Íoco no5dientêse ronsúmftloíe.
s€gurânçadâ famÍi! pêlâ Conhecêrrs êspe<illcâções
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2(X, I As pessoasna organização
:Qü.dto z
: fipo d. prctl.mr
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206 I Aspessoas
na organização
: FiSuÍa5.
: A dialética
: da liderança
: educadoÍa
210 | fu pessoas
na organização
: QuadÍo4.
: Indicrdorcs
: utilizados para
: avrliar o modelo Ntuell. Reação 89,4%
j de educação
NÍvel2. ApÍendizãdo 7Ì,ìqt)
: co.poÍativa
Nível3. Aplicação 60,5%
Nlv€l 4- ResufÌ,ado! 3t,6qt
li.-
O desenvolvimentodas pessoase a educaçãocorporativa | 213
.
274 | ls Pessoasna organização
t
O inÍcio do séculoXXI assisteao surgimentodasuniversidadescorporarivas i
setoriais.Sãoassociações, sindicâtosou organizações não-govemamentais que rea- 'I
lizam proveitosasparceriascom o objetivode formarprofissionaiscom o perfil de
t
competenciasnecessárioao setoÌ e promover a gestãodo conhecimentosetorial I
(geração,assrmilação,dilr:lgaçãoe aplicação)mediânteare lizaçeode pesquisase
:
a prestaçãode serviçosà comunidade.
Essasnovasparceriasestãoativamenteempenhadas em garantirque asneces- :
sidadesde formaçãoe treinamentoda forçade trabalhodo futuro sejampreenchi- ':
dascom a criaçãode programasconjuntosde educaçãoque desenvolvam habilida- .:
des, conhecimentoe competênciasnecessários para o sucessoem determinada
indústria.Taispráticastcm-setransformadoem verdadeirasaliançasentreempre- ;
sas,clientes,fornecedorese comunidade,ancoradasnuma visãocompartìlhadae j
8. Comoconcebere implementarsistemaseducacionais
competativos
Quandodiscutidasas transfoÌTnaçÕes necesiáriasna regiãoladno-americana para
dar continuidade às reformas e ao desenvolvimento de seus paÍses,
evidencia-se a
necessidade urgentede investirna qualificaçãoe na educaçâoda forçade trabalho
e de desenvolvercompetcncias locais.
. A trocade paradigmas na gestãode empresas, ou seja,a passagemda adminis-
traçãotaylorism/fordista paraa gestão flexÍvel,gerouforteimpactono componamen-
to dasorganuações. EssesfatoresaÌteramfonementeo perfil de gestoÌese colabora-
dores esperadopelasempresasnas próximas décadas,e exige-secadavez mais das
pessoas uma posturavoltadaao autodesenvolvimento e à aprendizagem continua.
Paradesenvolveressenovo perfil é precisoque as empresasimpÌantemsiste-
mas educacionaisque privilegiem o desenvoÌvimentodas competênciascrÍticas
para o sucesso,ou seja, aquelasque serãodiferenciadorasna competitividade,
Competências referem-se a atitudes,posturase habilidades,e não apenasa conhe-
cimentotécnicoe instrumental,exigindo-seque osprogramasde educaçãoempre-
sarialfavoreçama atuaçâoprofissionalde gestorese colaboradores de modo perso-
nalizadoe criando-seassimcondiçÕes propÍciasparao desenvolvimento de lÍderes
eficientes.
Enfim, é necessário formular sistemaseducacionais competitivosque incorpo-
rem novoselementos,taiscomo recursostecnológicose métodosde aprendizagem
que promovama transiçAode aprendizespassivosparaativosgestoÌesde negócios
no cenárioglobal.lsso signiÍìcapassarde um aprendizadoestáticoe passivoPaÌa
uma forma de aprendermais dinemica,ativae participativae, conseqüentemente,
maiseficaz.
Esseseráo nome do jogo, no qual mais do que sistemaseconômicoscompe-
titivos haverásistemaseducacionaiscomPetitivos.As universidadescorporativas
tem-sereveladoum sistemamuito eficazde concepção,desenvolvimento e imple-
mentaçãode educaçâocorporativavoluda para a competitividade.Quem souber
entraÌnessacompetiçãoterámais sucessona formaçãode uma forçade trabalhoe
de uma emDresa de classemundial.
216 | Aspessoas
na organizaçâo
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AT'TORA
MnnrseEgou
Desde1987é professorado Depanamentode Administraçãoda FacuÌdadede Economia,Administração
e Contabilidadeda Universidadede SâoPauÌo(FEÁ-USP).ondeobteveos ttrulos de mesr.ec douroraem
Administração.No Progep, coordena projetos de universidadescorporativas.MinbrÌa a disciplina
EducaçãoCorporativa,Gestàodo Conhecimemoe ÁpÌendizagemno progÌaÌnade pós-graduaçâo e no
programade MBÁ-RH.Atua em projetos de consultoria,treinaÌnentoe desenvolúmemorealizadosp€la
FundaçâoInstituto de Administração(FlÁ), instituição conveniadacom a FEA-USBpara os bancos
Banespa,BankBoston,kaú e Unibanco e emprcsascomo Belgo-Mineira,Cesp, Eletropaulo,Itaipu e
Natura,entrc ourras.É autorade vários anigoslÍgâdosaostemasde relaçóesdo rrabalho,gesrãode p€s-
soas,tÌeinamento,desenvolümentoe educaçâo,cuhuÌa organizacionale modemidadenasoÌganizaçÕes.
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