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br | maio 2008 | cliente sa 1


editorial sumário

Um tempo para
comemorações

U
ma festa de conteú-
do. Assim pode ser
definido nosso último
evento de 2007, o VI Encontro
tendência
com Presidentes. Não poderia
ser melhor para comemorar os
seis anos da revista ClienteSA
60 Só mimo não adianta!
Hotelaria investe em relacionamento,
cria canais, investe para gerar novos
negócios e mantém o crescimento
e os oito do portal Callcenter.inf.br.
Mais de 430 executivos e 100
presidentes desfilaram conheci-
tendência
20
mento, expertise e inteligência
em temas que passaram por A construção do relacionamento
(e como) com as informações
Setor da construção descobre que a Era
tendências político-econômica, levantadas e suas experiências, de produto acabou e acelera na
branding, perfil de cliente e não apenas para fidelizar mas Era do cliente
regulamentação e projeção da sobretudo para encantar. E,
atividade. Mais do que isso, falando em inovação, trazemos
serviu para coroar o crescimento uma entrevista com a expert no
de nossas mídias e dos eventos assunto, a executiva que virou
que se consolidam e abrem as empresária, Filomena Padron,
portas para novas áreas e para que entrou no mercado pelas
um novo universo de visão de portas da Natura e apresentou
cliente. Digamos, holístico. um excelente case. Imperdível correção: na edição de no-
vembro/2007, a foto que ilustra
Nesta edição, além de refletir ainda é o caderno especial
a página 28, na matéria “A hora
o excepcional evento, que se distribuído com esta edição da mobilidade invadir as empresas”, é de Alexandre
tornou tradicional, trazemos sobre o Probare, que traz uma Fernandes, diretor de VAS da Vivo
outras matérias, como as duas radiografia histórica do progra-
de Tendência que trazem uma ma de auto-regulamentação da
grande radiografia de dois atividade, mostra crescimento feedback
segmentos importantes, o de de adesão, as empresas que já
construção civil e de hotelaria. conquistaram selo e resultados “Queremos externar nossos sinceros agradecimentos pela escolha da Chubb Segu-
ros como capa da edição de outubro da Revista Cliente S.A. Gostaríamos de desta-
Depois de um vasto trabalho obtidos, além de revelar a
car também a competência com que o trabalho foi executado pelos profissionais da
de pesquisa e entrevistas, operação de sua ouvidoria,
publicação, e a fidelidade às informações fornecidas. A revista foi enviada a clientes
mapeamos em detalhes o que com resultados. O tema do ca- e colaboradores, que demonstraram grande interesse pela matéria de capa, assim
os executivos estão realizando derno não poderia ser melhor: como pelo conteúdo da revista em geral. Temos certeza de que a “Cliente S.A.” tem
e planejando em relação ao apenas para empresas éticas. colaborado muito para o relacionamento empresa/cliente.”
cliente, as portas de relacio- Boa leitura. Acacio Queiroz
Presidente e CEO da Chubb Seguros
namento abertas, o que fazem Vilnor Grube Presidente do Conselho de Administração

4 cliente sa | dezembro 2007 / janeiro 2008 | www.clientesa.com.br


12 O desafio da linguagem
da marca
Filomena Padron conta
como ajudou a transformar
a Natura na 4ª marca
mais valiosa do País

Ouvidoria
16 O crescimento ace-
lerado da ouvidoria
pública no País

VI Encontro com Presidentes


34 Caderno
Especial
Com tom a
empresas éticas,
o Probare ganha
espaço e respeito

articulistas

seções
72 54 Portal 06
58 Marco Barcellos Marcos Fábio Mazza
Fernando Guimarães
Contact Center 10
18 56 ABT em Revista 70
32 Leonardo V. Azevedo Marcos Calliari
Enio Klein

expediente Número 67 – dezembro 2007 / janeiro 2008

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portal callcenter.inf.br clientesa.com.br

ARTIGOS
Novidade Pequenos detalhes que fazem

PORTAL JÁ CONTA COM RSS Empregos a diferença


É preciso entender a complexidade de
planejar uma ação de mídia on-line
Recurso envia alerta para o computador do leitor MAIS DE 50 MIL Autora: Claudia Woods

sempre que uma notícia é publicada CADASTROS Bancos de olho em SCM


Mais do que diminuir custos,

Agora, os leitores dos sites ClienteSA, Callcenter.inf.br e dos Blogs já


São quase 40 mil currículos supply chain garante a qualidade
dos serviços
podem contar com o recurso RSS, aquele botãozinho laranja que apare- e mais de 10 mil vagas Autor: Carlos Rosolem
ce no canto superior direito de algumas páginas na web. O RSS (Really
Simple Syndication) envia alertas para o computador sobre as últimas Os cadastros na Bolsa de Emprego Relacionamento de valor garante
bons negócios
novidades. Ou seja, os leitores são informados, automaticamente, quan- (www.callcenter.inf.br/bolsa) não pa- Ao construir uma relação de valor,
do conteúdos de interesse são publicados. A tecnologia está ram de crescer. Com o final de ano, o clientes se colocam como defensores
disponível para todas as seções dos dois sites e também para número de pessoas e vagas cadastradas da marca
todos os blogs. Para receber os chegou a marca de mais de 50 mil. Des- Autor: Paulo Silveira
alertas, você precisa ape- ses, a maioria são de currículos, com um
NF-e: novo status quo para
nas de um tipo de progra- total de 39.861. O maior número é de mercado de combustíveis
ma chamado agregador, operadores (mais de 12 mil currículos) O uso da NF-e deve ser
ou leitor de RSS. Gratuito, seguido pelo de assistentes (mais de compreendido, na verdade,
ele recebe avisos e arqui- oito mil). Já o número de vagas dispo- como uma evolução tecnológica
vos de texto, imagem, nibilizadas pelas empresas é de 11.127. Autor: Celso Souza
áudio, vídeo e em HTML, Assim como os currículos, o cargo com Redefinindo o BI Operacional
funcionando como uma maior quantidade de oportunidade de Integrar a infra-estrutura
caixa de e-mails. emprego é o de operador, com mais de aprimora e agiliza as tomadas
nove mil vagas, seguido pelo de analista. de decisões
Autor: David Fernández

CALLCENTER
Você é um profissional
de tecnologia ou de TI?

Blog O uso das informações como estratégia


de crescimento para organização
Autor: Tadeu Perona

INTERATIVID
A ADE Telefonia IP, todo cuidado
é pouco!
ACELERA DISCUSSÃO Nova tecnologia não deve ser utilizada
como a telefonia convencional
O número de visitantes aos Blogs tem se Autor: Paulo Lira
multiplicado desde sua criação, no final de
setembro. Uma das estratégias, para con- Outsourcing e sustentabilidade
Necessidade de mudanças torna
tribuir com o aumento da interatividade, terceirização parte estratégica
foi abrir os comentários aos visitantes e das empresas
ampliar o espaço (em caracteres), a fim de Autor: Roni de Oliveira Franco
estimular a discussão. O resultado é que,
em novembro, foram pouco mais de sete Liderança estratégica, um novo
desafio
mil visitas, um número que já poderia ser É preciso pensar e agir tanto de modo
dobrado em dezembro. Os Blogs que já estão no ar são o Carrapato, com José Teófilo Neto, diretor da Comunicação focal quanto de maneira global
Direta - Consultoria & Treinamento; o de cobrança, com Augusto Melo, PFS collection manager do HSBC; de quali- Autor: Humberto Mariotti
dade, atualizado por Vladimir Valladares, diretor executivo da V2 Consulting; e de marketing de relacionamento,
com Fernando Guimarães, diretor de criação da Synapsys Marketing & Media. Ainda há o “Na pele do cliente”, com A estratégia é terceirizar
Uma das vantagens desta técnica
Enio Klein, diretor e fundador da K&G Sistemas; o de Tecnologia On Business, com Wanderley Schmidt Campos, é potencializar a qualidade do
diretor executivo da Move CRM Consulting & BPO; e da “Redação”, que traz comentários dos jornalistas sobre o serviço oferecido
dia a dia do mercado. Autora: Rosely Sola

6 cliente sa | dezembro 2007 / janeiro 2008 | www.clientesa.com.br


Encontro com Presidentes e entrevistas exclusivas...
Já estão disponíveis na TVip os vídeos do VI Encontro com Presidentes, inauguração do novo site da Dedic
e entrevista exclusiva com diretora da Natura
Com mais de 400 participantes, a sexta edição do Encontro com Presidentes
trouxe para o debate as principais estratégias de relacionamento com clientes
praticadas no mercado, além das tendências do setor. Promovido pela Conferen-
ce ClienteSA, o evento contou com a presença de diversos presidentes, inclusive,
alguns que foram capa de edições anteriores da revista ClienteSA. Para trazer o
que de mais importante aconteceu no Encontro, a TVip Callcenter.inf.br esteve
presente acompanhando as palestras e entrevistando os painelistas. A cobertura
completa, com cinco vídeos, já está no ar.
A inauguração do novo site da Dedic, em Campinas, também contou com a pre-
sença da TVip, que entrevistou o presidente da empresa, Paulo Neto Leite. Além
disso, já está disponível a entrevista exclusiva com Filomena Padron, consultora
de branding e linguagem de marca da Natura, que fala sobre gestão de identidade
de marca, design estratégico e branding.

RANKING
Enquetes Por Número de PAs Total (2007)
a
CALLCENTER.INF.BR Pos. Empresa PAs Total
01a Contax 22.407
02a Atento 21.000
O que você destaca em 2007? 03a Tivit 9.500
04a Teleperformance 9.200
Publicação da NR17 é o fato mais marcante até o momento 05a Dedic 6.750
06a CSU 5.510
Todo final de ano é uma boa oportuni- marcante. Outro dado interessante é 9,52%, estão empatadas as opções “As 07a ACS 5.000
dade para fazer um balanço do setor. que para muitos o ano foi de grande empresas terceirizaram mais” e “Muita 08a Uranet 3.980
Pensando nisso, a enquete do Callcen- crescimento para o setor. Por enquan- preocupação com RH”. Também em- 09a TMKT 3.688
ter.inf.br quer saber “O que você desta- to, a “Publicação da NR17” é a opção patados com 4,76% dos votos, estão 10a TMS - Call Center 3.400
ca em 2007?”. E o que ficou claro, até o mais votada com 47,62%. Depois, com “A consolidação do Probare”, “Muita 11a Softway 3.100
momento (fechamento dessa edição), 19,05%, vem “Um ano de grande cres- preocupação com tecnologia” e “Nada. 12a AeC Contact Center 3.100
é que a NR17 realmente foi um fato cimento do setor”. Em seguida, com Foi um ano para esquecer”. 13a Brasilcenter 2.886
14a Contractors 2.560
15a SPCom 2.253
CLIENTESA 16a Grupo Nelson Paschoalotto 1.806
17a Sercom 1.800

O que fez sua empresa crescer em 2007? 18a EDS


19a TeleTech
1.800
1.787
20a Call Contact Center 1.745
Enquete revela preocupação com qualidade como principal fator Fonte: callcenter.inf.br

Para muitas empresas, o ano de 2007 no fim faz a diferença. Prova disso é logias”. Com a mesma porcentagem
foi de crescimento, mas o que esteve
por trás desse movimento? Investi-
que essa opção aparece como a mais
votada (no fechamento dessa edi-
aparecem os que consideraram 2007
um mau ano. A enquete revela ainda
Calendário
mento em qualidade, RH, tecnolo- ção), com 36,36%. Em seguida, com uma informação bem interessante. As PROGRAME-SE
gia? Por enquanto, a enquete “Qual 27,27%, vem “Treinamento da equi- opções “Apenas acompanhamos a si- Veja os cursos e eventos
o principal fator que fez sua empre- pe de atendimento ao cliente”. Com tuação econômica do País” e “Integra- ligados à atividade.
sa crescer em 2007?” do ClienteSA, 18,18%, aparece em terceiro lugar a ção dos canais de comunicação com
mostra que qualidade é o fator que opção “Investimento em novas tecno- cliente” aparecem com nenhum voto. www.clientesa.inf.br/

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contact center

Dedic expande atuação no Brasil


Elektro é a primeira cliente do novo site, em Campinas
mpliando sua atuação operação na região ao longo do

A no Brasil, a Dedic inagu-


rou um site na cidade de
Campinas, em São Paulo. A uni-
próximo ano. “Esta é uma parceria
que temos com um cliente muito
importante, a Elektro, que teve a
dade conta com 400 posições de necessidade de fazer um site bem
atendimento (PA’s). Dessas, 130 estruturado e com execelente
são dedicadas à Elektro - empre- qualidade. Estamos investindo em
sa de energia elétrica que atua novas soluções e tecnologias que
no interior de São Paulo e Mato garantam a excelência de nossa
Grosso do Sul -, primeiro cliente oferta, bem como no desenvolvi-
do novo site. mento de pessoas, outro pilar fun-
A nova operação consolida o damental para a companhia, ex-
compromisso de crescimento da plica Paulo Neto Leite, presidente
Dedic, que pretende duplicar a da Dedic.

EDS Brasil amplia Claro com Grupo Carrera


operações atendimento em parceria
Consolidando suas
exclusivo para 3G com Proxis
operações em São Pau- A Claro anunciou a O grupo Carrera, con-
lo, a EDS Brasil inau- criação de uma cen- cessionária da GM
gurou nova sede, loca- tral para atender ex- Chevrolet, renovou o
lizada em São Bernardo do Campo. clusivamente os novo clientes vin- contrato com a Proxis e ampliou o
A unidade contou com investimento dos da 3ª geração dos celulares. desenvolvimento da solução web
de, aproximadamente, US$ 20 mi- Isso porque os novos aparelhos e para mais duas oficinas – uma na
lhões e deve ficar pronta por com- as novas funcionalidades devem Capital e outra na Baixada Santista.
pleto até o 1º trimesntre de 2008. causar dúvidas aos consumidores, Com isso, os clientes (mediante au-
O site conta com 2.5oo posições de nesse primeiro momento. “Estamos torização prévia) recebem lembretes
atendimento (PA´s) que continuarão trazendo uma tecnologia nova no por telefone, e-mail ou por mensa-
a atender clientes como: Avon, Vi- Brasil. Junto com isso, precisamos gens instantâneas no celular (SMS)
sanet e Ticket. “Além dos produtos trazer suporte. Não basta vender, sobre a revisão, promoções e vendas
que já atendemos, devemos cres- temos que suportar o cliente”, ex- de acessórios. “Nosso objetivo é co-
cer principalmente no segmento de plica Miguel Cui, diretor de clien- laborar para a diferenciação que as
cartões de crédito. Essa é uma das tes da Claro. Localizado no site de empresas modernas e arrojadas pro-
nossas expectativas para 2008”, ex- Porto Alegre da empresa, o call curam, oferecendo serviços inova-
plica Nivancir Naville, diretor de center conta com 70 PA´s e 150 dores”, afirma Wilson Aruk, diretor
CRM da EDS Brasil. operadores. comercial da Proxis.

Tenda contrata Asyst SulAmérica reconhecida China House tem In House com
Sudamérica internacionalmente central própria novo site
A Construtora Tenda, O contact center da SulA- A China House conta A In House inaugurou um
presente no segmento de mérica venceu o Prêmio com call center próprio. site no Planalto Paulista,
imóveis populares, con- Ibero-americano de Cen- Objetivo é ter um maior em São Paulo. A unidade
tratou a Asyst Sudamé- tral de Relacionamento controle de todos os oferece mais 114 Posições
rica. Agora, a empresa com Cliente (CRC), na processos da operação de Atendimento (PA’s)
será responsável por toda categoria Seguros e Pre- que atende mensalmen- e tecnologia VoIP. Com
gestão do service desk da vidência, entregue na te cerca de 16 mil pedi- isso, a empresa passa a
construtora. Espanha. dos via delivery. contar com 214 PA’s.

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Já para a Elektro o principal ob- ca de dois milhões de famílias.
jetivo é a satisfação do cliente e Além disso, conta com infra-es-
excelência nos serviços prestados. trutura de comunicação IP com-
“Investimos na inovação e melho- posta por equipamentos Nortel,
ria contínua dos nossos processos. fornecidos pela Wittel. A solu-
Dentro dessa estratégia, um item ção pemite que empresas situa-
importante é a tecnologia. Preci- das em qualquer lugar do país,
sávamos achar no mercado uma possam implantar centrais de
empresa com tecnologia de ponta atendimento, a partir da dispo-
de call center para que elevásse- nibilização de PA´s remotas,
mos nosso nível de atendimento ao transmitidas a partir de links IP
cliente”, explica Carlos Ferreira, di- gerenciadas da unidade Campi-
retor presidente da Elektro. nas. “Com esta iniciativa, a De-
O site, instalado em uma área de dic se consolida entre as cincos
2.5 mil metros quadrados – com primeiras no ranking de PA´s do
535 deles dedicados a Elektro - mercado. Além disso, reforça sua
tem capacidade para gerar apro- capacidade de aliar qualidade e
ximadamente 700 empregos, a inovação na criação de serviços
Paulo Neto Leite,
presidente da Dedic maior parte para jovens da região diferenciados para nossos clien-
e já presta atendimento para cer- tes”, completa Leite.

Como bom mineiro, AeC come quieto


Empresa cresce 65% e obtém faturamento de R$ 140 milhões
ompletando seu 15º aniversário, A divisão de contact center é a mais
C o Grupo AeC, empresa de contact
center e tecnologia da informação, co-
representativa no faturamento da em-
presa, responsável por uma receita de
memora o bom momento. Sediada em R$ 100 milhões em 2007. Do cresci-
Cássio Rocha de Azevedo, sócio-diretor da AeC
Belo Horizonte, a empresa encerrará o mento obtido durante o ano, 70% é
ano de 2007 com um faturamento de referente à ampliação de contratos já dades de grande porte que tenham
R$ 140 milhões, que representa um existentes, enquanto 30% são prove- demanda por esse tipo de serviço e
crescimento de 65% em relação aos nientes de novos clientes. fiquem até uma hora de vôo do eixo
R$ 85 milhões obtidos em 2006. Para Para tanto, a empresa quer crescer Rio – São Paulo”, explica Cássio. O
2008, a expectativa de crescimento é de mais e pensando nisso investirá na novo site demandará um investimen-
40%, atingindo faturamento de R$ 200 ampliação da estrutura. Até o final to em torno de R$ 26 milhões.
milhões. “Investimos em infra-estrutura de 2008, implementará um novo site Outro caminho para o crescimento
e na qualidade de nossos produtos e com 1.500 postos de atendimento, da AeC deve ser a internacionalização.
serviços, e obtivemos o reconhecimen- o que ampliará a capacidade para A empresa estuda para 2009 a sua pri-
to do mercado”, explica Cássio Rocha 4.600 PA’s. “Estamos fazendo um meira unidade fora do Brasil, a ser insta-
de Azevedo, sócio-diretor da AeC. estudo de mercado em capitais e ci- lada em algum país da América Latina.

Lyvey aposta Boehringer faz recall Plug In faz mudanças Tecnoworld reestrutura
em qualidade com apoio da In House na central atendimento
Há 10 anos no mercado, a A Boehringer Ingelheim A Plug In, empresa de Para oferecer melhores
Lyvey conta com 1200 PA’s fez recall voluntário de hospedagem, mudou o serviços ao cliente final,
e 2.400 colaboradores. O dois medicamentos. A serviço de atendimento a Tecnoworld reestrutu-
call center presta atendi- ação contou com ajuda aos clientes e agora con- rou o SAC. A equipe de
mento ativo e receptivo, da In House, que orien- ta com novos números atendimento e suporte
sempre buscando qualida- tou clientes sobre proce- nacionais. O objetivo técnico tem a missão de
de no atendimento, princi- dimentos para devolução é aprimorar os serviços solucionar todos os casos
pal objetivo da companhia. do produto. prestados. recebidos.
Veja as informações on-line no portal ClienteSA.com.br

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inovação

O que precisa transparecer


é a essência
Tratar marca é um exercício cotidiano, que precisa estar no DNA das
empresas. Mas muitos executivos convivem no fio da navalha entre a
canetada de sucesso ou fracasso. Outros, fazem escola

s grandes marcas são grandes porque mantém um forte

A vínculo emocional com seus clientes. Nada mais sim-


ples que a intimidade entre o DNA de uma marca e sua
“fala” - o incrível desafio profissional. São poucas as empresas,
no mundo, que atingiram um estágio de maturidade de pro-
posta baseado num repositório de conhecimento, organizados
de tal modo que transformam a missão de produzir serviços
ou produtos numa manifestação de um organismo pleno de
vitalidade e consciência. Para estas empresas, o seu maior pa-
trimônio é a marca. A Revista Cliente S/A, trilhando o caminho
de garimpar inovação, está correndo atrás das mentes mais
brilhantes, capazes de compreender, produzir conhecimento
e dar forma ao conteúdo de uma proposta genuína de marca.
Encontramos a beleza nos gestos e na harmonia da desafiante
designer Filomena Padron, profissional reconhecida por seu
talento na transposição do objetivo empresarial à percepção
do cliente, já há 16 anos na estrada da gestão de identidade
de marca, design e branding. Graduada em design gráfico e
design de produtos pela Universidade Mackenzie, tem especia-
lização em identidade visual pela FAU, gestão da informação
com o mercado pela GV e MBA em marketing. Durante 12
anos foi responsável pela direção de criação, gestão do design
e Identidade da marca Natura. Sem exceção, os profissionais
envolvidos com o negócio de marca reconhecem sua excelên-
cia. Não é por acaso que a Natura
está em 4º. lugar entre as 15 mar-
cas mais valiosas do Brasil. Entre
os prêmios internacionais, ela traz
na bagagem o IF Design – Interna-
tional Forum Design – Hanover -
WorldStars for Packaging, de 2003
e 2006. Na atualidade estabeleceu-
se na Vila Madalena, bairro des-
contraído e selo de criatividade de
São Paulo, com o Estúdio Filomena
Padron, prestando consultoria em
branding a importantes empresas,
com o foco em linguagem de mar-
ca. Filomena é imperdível. João Batista Ferreira

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O que é inovação “ Na China e na cação, um ponto de contato
para você? Itália há uma onde o consumidor se relacio-
Inovação é uma palavra que demanda muito na, se reconhece naquilo. Por
está na moda, mas acho que grande, e por mais que as pessoas queiram,
isso é premissa de quem tra- isso conseguem não conseguem dividir o emo-
balha com criação. Ela não qualificar e prepararcional do racional. Elas podem
está presa somente a inova- profissionais. No racionalizar qual é o mais ba-
Brasil, existe muito
ção, mas também a um ideal. rato, o mais correto, mas tem
talento e criatividade
As marcas conseguem inovar que precisa de uma alguma outra coisa que as
ou ir em frente porque têm demanda que invista leva para o outro lado, que
ideal, visão de mundo e obje- nessa parceria” elas não conseguem explicar.
tivo. Isso é o que te leva para É o encantamento, a forma, o
frente. Inovação é olhar adiante. Se cheiro, tudo que ela ouviu, bagagem
a marca não faz isso, se só olha para emocional, lembrança de que aquilo
o mercado que está ao seu lado, ela relaciona-se com alguma experiência.
não inova, não está na frente. A marca, de alguma maneira, simboli-
za ou projeta algo que a pessoa foi, é,
É correto falarmos que ou ainda o que quer ser.
o projeto de vida de uma
empresa é a marca? Vivemos em uma explosão
A marca é mais que a empresa. Exis- das possibilidades de
tem algumas empresas que têm só o contato com a marca.
projeto de vender. A marca está além Entretanto, quando é que
da venda, além da empresa. Ela pas- uma empresa amadurece a
sa a existir quando se constrói um consciência da marca?
espaço de relacionamento, quando Essa consciência tem surgido muito
estabelece um comportamento, uma em exemplos de marcas que se es-
atitude, um compromisso maior do tabelecem com solidez no mercado.
que a venda. Quando ela começa a Como a Natura e várias outras, que
ser gravada no mercado, vai além do investem na construção da marca,
símbolo da venda. A partir daí é que que dão consistência para estratégias
a empresa passa a existir, não só no de marca, de comunicação e design.
mercado, mas na cabeça das pesso- Isso começa a colocar uma diferen-
as. E por isso que marca é mais do ciação entre outras empresas que
que um sinal gráfico ou um nome. estão voltadas só para venda. Cada
Ela é uma atitude, um comportamen- dia mais a concorrência é maior, os
to e um relacionamento. consumidores mais exigentes. Eles
começam a cobrar da empresa uma
Daí a expressão atitude, mais do que só produto. Uma
“linguagem de marca”? atitude de relação, de compromisso,
Ela é o veículo para a empresa chegar uma ação com qualidade, com pro-
ao consumidor. A marca tem uma for- cessos, com forma de fazer.
ma de pensar e de agir que a caracte-
riza. A linguagem é o que faz chegar Sua origem é no design, mas
perto das pessoas e estabele- “Esta é a grande na Natura você fez
cer uma troca. A expressão vai união: do design, interface com distintas
além da comunicação, não é da criatividade, do áreas da
só propaganda e mídia, ela está talento, de trazer empresa. Poderia falar
no jeito de atender o cliente, no emoção para as um pouco sobre isso?
comportamento, na experiên- marcas, mas aliado O design é uma ferramenta
com uma estratégia,
cia proporcionada, no ambien- fundamental para a empresa,
com pensamento
te, no design do produto e em voltado e porque consegue materializar
todos os sinais cognitivos que convergente para conceitos. É capaz de dar for-
o fazem identificar uma marca. o negócio e para a ma a intenções, entregar um
A linguagem da marca é quan- necessidade que a produto de uma maneira não
do se estabelece uma identifi- empresa tem” só física, mas consegue trazer

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inovação

emoção, sensações, conveni- “As marcas conse- identidade. Isso foi crescendo
ências, atender necessidades. guem inovar ou ir dentro da Natura. Construímos
O bom design não é feito para em frente porque uma identidade visual que ex-
durar seis meses ou um ano, têm ideal, visão de pressasse a marca. Vimos que
é feito para durar 10 anos, 20 mundo e objetivo. todos os produtos precisavam
Isso é o que te
anos. Ele precisa ter uma visão comunicar o DNA da Natu-
leva para frente.
atemporal, estar à frente da ne- Inovação é olhar ra. Antes, o design trabalhava
cessidade do momento, ter cla- para frente” isolado, cada marca de pro-
reza de onde quer chegar com duto tinha sua cara. Quando
uma proposta. O design é importante ampliamos os conceitos de cada par-
porque reúne todas as iniciativas cria- te, conseguimos ver que todas estão
tivas, estéticas e sensoriais que a marca ligadas e começamos a reunir isso em ser maravilhoso.
tem para um único objetivo: sua cons- uma estratégia, entendendo que isso é Se ele não esta-
trução. Ao convergir as iniciativas, uma estratégia de marca e de design. belecer um indi-
cria-se uma estratégia para isso. Den- Com o tempo, o que era conhecido no cador adequado
tro da empresa, esse é o maior ouro de mercado como identidade visual foi para determinada
uma gestão de identidade corporativa. ampliado e ganhou maturidade. linha, não é aprova-
É estabelecido um planejamento, in- do. Isso faz parte da es-
dicadores de resultados para saber o Quando a sustentabilidade se colha da empresa que abre
quanto a marca está sendo assimilada, cristalizou na Natura? E qual mão de algumas coisas em função
reconhecida e identificada. A gestão é a relação entre desenvolvi- do impacto ambiental e dessa análise
fundamental para que a marca consiga mento sustentável e “O bom design não do ciclo de vida. No mercado
atingir esses objetivos. linguagem de marca? é feito para durar de cosméticos há luxo, deta-
A sustentabilidade existe na Na- seis meses ou um lhes, excesso de materiais e
A Natura é uma empresa que tura, assim como a marca sem- ano, é feito para a Natura foi quebrando essa
considera o design estratégico pre existiu, mas não tinha esse durar 10 anos, 20 cultura em função de um com-
para sua existência? nome. A Natura já tinha isso anos. Ele precisa ter promisso maior, sem abrir mão
Com certeza. Por isso a Natura é tida dentro da essência, onde tudo uma visão atemporal, da estética.
como referência, não só como mar- é interdependente, ou seja, mi- estar à frente da
ca, mas como identidade de marca nhas atitudes impactam em necessidade do Um exemplo disso é o
construída, como linguagem, estética, quem está ao meu lado. Há 35 momento, ter Perfume do Brasil?
clareza de onde
que se expressa e consegue se manter anos, a Natura já acreditava na Esse produto trouxe uma gran-
quer chegar com
atual, não só em termos de produtos, interdependência. Isso ganhou sua proposta” de visibilidade do que é o de-
mas em termos de expressão. É uma maturidade com o tempo. A sign brasileiro. Levar o Brasil
marca de grande expressividade. Mas importância das relações humanas, do não de um jeito estereotipado, mas
por trás, tem uma estrutura muito con- compromisso social com a marca, da sim, um País elegante, que tem quali-
sistente preocupada com isso. viabilidade econômica de suas ações dade, criatividade e delicadeza. Foi um
e o impacto com o meio ambiente grande desafio construir uma perfuma-
Foi sempre assim? foram amadurecendo. Se isto é um ria fina, onde o Brasil não é reconheci-
A Natura não nasceu com uma estraté- compromisso da empresa, foi assumi- do por essa tradição. Tem muito valor
gia de marca pronta. Isso é um processo do como sua raiz e não como aspecto ser reconhecido pelo mercado com
de amadurecimento. Ela tinha na lide- de marketing. No caso do design, é um um produto que não é uma cópia do
rança pessoas com compromisso com compromisso muito forte e complexo, mercado internacional. A marca leva o
a marca. Do outro lado, havia “Por mais que as porque não está só nas mãos conceito da tradição e da cultura bra-
a comunicação, ou seja, o ve- pessoas queiram, da empresa, está nas mãos dos sileira, os ativos foram tirados da bio-
ículo para expressar esses con- não conseguem parceiros, de uma cadeia muito diversidade brasileira e o design teve
ceitos. Também tinha o design dividir o emocional grande. O design para a Natu- que materializar tudo isso. Por isso,
de produtos, que é o veículo de do racional. Elas ra cada vez tem ganhado mais primeiro nos inspiramos nas sementes
comunicação da qualidade dos podem racionalizar força na atitude. Por exemplo, como, por exemplo, na castanha-do-
produtos. Porém, a empresa só qual é o mais barato, o programa de análise de ciclo pará, que é extremamente rústica e
o mais correto,
amadureceu quando percebeu de vida, onde é estabelecido parece bruta por fora, mas é delicada
mas tem alguma
que essas coisas precisavam outra coisa que as qual o impacto ambiental que e bonita por dentro. Esse foi o ponto de
estar integradas, dentro de uma levam para o outro determinada embalagem gera, partida. Ter a cerâmica como a casca
estratégia. A partir daí, come- lado, que não elas isso é medido por indicadores. de uma semente, onde tem uma coisa
çamos a ter convergência de não conseguem Esse indicador está acima da muito preciosa e delicada dentro, que
esforços para começar a trazer explicar” estética, não adianta o design é o frasco do perfume.

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Como você vê o desenvolvi- produto que apenas deve “A Natura é tida sem materialização. Por isso
mento do design no Brasil? ser comprado. Ele tem que como referência, o design tem de estar muito
O Brasil vem crescendo. No ser um processo de gestão, não só como próximo de todos os veícu-
entanto, os empresários de capacitação. Afinal, o marca, mas como los de expressão. Mas o de-
brasileiros ainda pre- gerente de marca não é um identidade de sign sem estratégia também
cisam ter consci- cargo de um departamento, marca construída, não é nada. Só são formas,
ência plena de ele está nas mãos de todos como linguagem, e ele não traz a força que
estética, que se ex-
que precisam os funcionários da empresa. a marca precisa. Esta é a
pressa e consegue
investir para Todos são gestores de mar- se manter atual grande união: do design, da
aumentar ca, seja o gerente de comu- não só em termos criatividade, do talento, de
os recursos nicação, de marketing ou de produtos, mas trazer emoção para as mar-
de empre- de produção. Isso tem que em termos de cas, mas aliado com uma
sas, forne- ser levado para todos os expressão“ estratégia, com pensamento
cedores e níveis hierárquicos da em- voltado e convergente para
profissio- presa. Hoje, meu papel, além de o negócio e para a necessidade
nais. Se não desenhar esse conceito, é fazer o que a empresa tem.
tem demanda, planejamento, implementação e
não tem entrega. disseminação para que as empre- E quanto tempo leva esse
Na China e na Itália, sas adquiram conhecimento. processo?
há uma demanda mui- É um processo que leva seis meses.
to grande, e por isso conseguem O que você pensa a respeito Esse trabalho não é só uma questão
qualificar e preparar profissionais. No de publicidade e design? estética. A estética vem só no final.
Brasil, existe muito talento e criativi- Publicidade não é o veículo de Começo o trabalho na construção
dade que precisa de uma demanda construção de marca, é só um de- de identidade, de posicionamen-
que invista nessa parceria. Não é só les. Ela transfere os conceitos da to, da proposta de valor que essa
comprar o objeto, o cliente “No mercado de empresa. Acho que ela pre- marca tem e o que ela entrega. Se
precisa estabelecer uma par- cosméticos há luxo, cisa dar mais um passo no ela não tiver um ponto de partida
ceria com os fornecedores. detalhes, excesso de compromisso da construção fica a forma pela forma. Estabeleço
Na Natura, em relação ao materiais e a Natura de marca com as empresas. as diretrizes para que meu clien-
sucesso do seu design, foi foi quebrando essa Não apenas levar só uma te possa fazer uma comunicação,
estabelecida uma parceria cultura em função campanha de sucesso e pre- implementar um design para o
com designers e fornecedo- de um compromisso miada que, apesar de não produto, definindo as diretrizes,
maior, sem abrir
res. Não é só criação, pre- deixar de ser importante, as estratégias para construção, os
mão da estética”
cisamos da engenharia, da não é o objetivo da publici- pontos de partida e as premissas
técnica e desses profissionais jun- dade. Ela tem de estar ao lado do que uma marca precisa para sua
tos em equipe. Também é preciso cliente, dentro de uma estratégia comunicação.
transferência de conhecimento, se de construção de marca, trazendo
o designer não tiver abertura da consistência. E o design também é Poderíamos dizer que os
empresa e do cliente não consegue um dos veículos. E a união de to- consumidores têm tanta
acesso à informação, e aí os forne- dos esses veículos é que constrói informação que não
cedores também se fecham e ele a marca. perdoariam empresas que
não consegue ter os recursos neces- não desenvolvem atividades
sários para ganhar técnica, informa- Entre as 10 empresas mais de design em seu interior?
ção e conhecimento, fica só com a rentáveis do mundo, sete Claro. Uma marca chega no seu
criatividade e com o talento. delas tem suas origens no máximo de linguagem de expres-
design. Isso quer dizer que são quando é reconhecida não
Hoje você não trabalha mais o design seria o território pelo logotipo, mas sim, reconhe-
diretamente na Natura? de uma amplificação, de cida sem o seu logo. Reconhecida
Não diretamente, mas continuo uma consciência mais clara a pelo conjunto de sinais que emite.
prestando consultoria. Há um ano, respeito dessa oferta Seja por uma foto, por uma
”O design não é
montei um escritório para prestar genuína de marca? um produto que
cor, um jeito de fazer, jeito
consultoria para a Natura e ou- Design é fundamental por- apenas deve ser de falar e de se comunicar.
tras empresas. Porque o que traz que dá forma à idéia, for- comprado. Ele tem Aí sim, quando o consumi-
a força da marca é o aprendizado, ma a uma imagem, a uma que ser um processo dor a reconhece por essa
o conhecimento estabelecido nes- intenção. Não adianta ter de gestão, de atitude, se chega a um pon-
sas relações. O design não é um uma estratégia sem forma, capacitação” to ideal de marca.

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ouvidoria

Estímulo para ouvir o cliente


Com apoio federal, o número de ouvidorias públicas
cresceu 200% nos últimos cinco anos

ediar conflitos não é uma Goiânia, Vitória, Porto Alegre e

M tarefa fácil, mas tem sido


essa a missão da Ouvi-
doria-Geral da União nos últimos
Belém. Nos encontros regionais,
divulgou as ações junto à popu-
lação local, conheceu a situação
quatro anos. Criada para receber, das ouvidorias públicas brasilei-
examinar e encaminhar reclama- ras, traçou metas, promoveu a
ções, elogios e sugestões referen- troca de experiências e mobilizou
tes a procedimentos e ações de autoridades e sociedade no trato
agentes, órgãos e entidades do po- do tema e na criação de ouvido-
der executivo federal, a Ouvido- rias públicas. Ainda em 2007, fo-
ria-Geral da União tem dado gran- ram promovidos cursos gratuitos
des passos e aumentou em 200% o de aperfeiçoamento em ouvidoria
número de ouvidorias federais. Em pública nas cidades de Salvador,
2002, eram 32; hoje, mais de 135. Goiânia, Vitória e Florianópo-
A ouvidora-geral da União, Eliana lis. Segundo a ouvidora-geral da
Pinto, comemora e destaca que o União, Eliana Pinto, nos próximos
desafio é maior. “Temos a tarefa três anos serão realizados cursos Eliana Pinto, ouvidora-geral da União
de sensibilizar os gestores públicos de aperfeiçoamento nas demais
e criar unidades de ouvidoria mu- capitais brasileiras.
nicipais e estaduais. Há ouvidorias dorias no Brasil e divulgar o tema”,
em menos de 200 dos 5.561 mu- INTERNACIONAL destaca Eliana.
nicípios brasileiros”, diz. Desde Em 2008, além de incentivar a
2003 o órgão atua no incentivo à criação de ouvidorias nos estados HISTÓRIA
criação e à consolidação das ouvi- e municípios, a Ouvidoria-Geral Há registros de que a idéia de
dorias públicas em todo o Brasil. da União vai realizar o I Fórum ouvidor (ombudsman) surgiu na
Para fortalecer o segmento, fo- Internacional de Ouvidorias Públi- China, em 202 A.C., durante a
ram promovidos fóruns nacionais, cas, com o objetivo de promover Dinastia Han. Em 1809, a Sué-
em 2003 e 2004, e encontros re- a troca de experiências na busca cia criou a figura do ombudsman,
gionais de ouvidorias públicas, do fortalecimento do instituto ou- como representante dos cidadãos
em 2004, 2005 e 2007. Em 2007, vidoria, e o I Seminário Brasileiro perante o Estado com característi-
a Ouvidoria-Geral da União re- sobre Democracia Participativa. cas que lhe são peculiares, como a
alizou a terceira edição dos En- “Desde 2004 estamos intensifican- independência e autonomia e cujo
contros Regionais de Ouvidorias do nossas relações com a França, o paradigma é adotado no mundo
Públicas nas cidades de Salvador, Canadá e os países lusófonos para todo. Em 2007, dos 192 países re-
coletar subsídios para o fórum in- conhecidos pela ONU, 127 pos-
ternacional. Com esse evento, pre- suem ombudsman, de acordo com
Estrutura tendemos incentivar ainda mais os o Internacional Ombudsman Insti-
gestores públicos brasileiros para tute. No Brasil, a figura de ouvidor
A Ouvidoria-Geral da União integra que implementem ações no senti- surge em 1549. O primeiro ouvi-
a estrutura da Controladoria-Geral dor foi Pero Borges, nomeado pelo
do de viabilizar nas suas respecti-
da União (CGU)/Presidência da Re-
pública e tem como competência a vas áreas de atuação a criação de então Governador Geral, Tomé de
coordenação técnica do segmento novas ouvidorias e o aperfeiçoa- Souza e as queixas deveriam ser
de Ouvidorias do Poder Executivo mento das unidades já existentes”, encaminhadas ex-oficio à Corte
Federal. Além disso, a Ouvidoria-Ge- destaca Eliana, que, em 2007, lan- de Portugal. A primeira ouvidoria
ral da União fornece orientações téc- pública brasileira, seguindo o pa-
çou na internet o blog “A Ouvido-
nicas para as instituições e órgãos
que desejam criar uma unidade de ria vai falar”. “O blog é um espaço radigma do Ombudsman sueco,
ouvidoria. não institucional para ampliar a foi criada na capital do estado do
discussão sobre o papel das ouvi- Paraná em 1986.

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inteligência Leonardo Vieiralves Azevedo

Segmentação ideal de clientes


Faça um exercício simples: discuta benefícios de segmentação e possíveis
formas de aplicá-la à realidade das empresas

sse é um assunto, caro leitor, que dá mui- receita ou contribui-

E
to pano para manga. Na minha vida pro-
fissional, tive oportunidade de ver, com
muita freqüência, abordagens teóricas e de baixa
ção dependem de da-
dos internos.
Mas qual seria a seg-
aplicabilidade. Desta forma, creio que o objetivo mentação ideal? Va- Leonardo Vieiralves Azevedo é presidente
do artigo é tentar discutir benefícios de segmen- mos tentar organizar da WG Systems, tecnologia para tomada de
decisão. E-mail: leo@wgsystems.com.br
tação e possíveis formas de aplicá-la à realidade nosso raciocínio em
das nossas empresas. dois eixos. No primeiro deles, podemos organi-
Em um primeiro momento, podemos pensar zar a segmentação entre tática e estratégica. No
que a segmentação é um instrumento de marke- segundo, entre inspiracional, ou seja, que me tra-
ting bastante pragmático, que deve nos ajudar ga uma imagem do cliente baseada na experiên-
a criar proposições únicas de valor para grupos cia, ou endereçada, na qual os clientes são in-
diferenciados de clientes. Mas, para que tipo dividualmente indicados como fazendo parte de
de empresa esse instrumento se torna importan- um segmento. Vamos fazer um ensaio com algu-
te? Evidentemente, para empresas que têm um mas combinações.
volume significativo de clientes que justifique Uma segmentação inspiracional e estratégi-
a criação de estratégias de relacionamento di- ca é provavelmente a mais tradicional. Monta-
ferenciadas. Entenda, caro leitor, que não es- se uma apresentação Power Point com os per-
tou me referindo somente às organizações com fis de clientes “conceituais” da empresa. Por
milhões de clientes, mas a todas que possam, exemplo, nossos clientes podem ser jovens,
da fato, diferenciar a sua oferta para clientes de com renda em crescimento, ou de meia idade,
características diversas. com renda estável. Phillip Kotler eternizou es-
Os grupos produzidos pela segmentação de- se método de segmentação em seus livros de
vem apresentar características comuns entre seus marketing, no sentido de usar esses segmentos
membros, ou seja, devem ser homogêneos en- para subsidiar o desenvolvimento de proposi-
tre si e heterogêneos em relação aos demais seg- ções de valor – a estratégia!
mentos. A segmentação propicia, portanto, a in- No outro oposto, temos a segmentação táti-
tegração do entendimento profundo do cliente às ca e endereçada. Isso é equivalente a usar mo-
estratégias, táticas e operações de marketing, in- delos de propensão, ou seja, marketing direto
cluindo marketing de relacionamento. com otimização. Sem dúvida esse método au-
É interessante observar que semelhanças e dife- xilia a reduzir custos de campanhas e ter me-
renças em relação aos clientes podem ser obser- lhores resultados, mas pode faltar uma visão
vadas segundo várias “dimensões”. Por exemplo, mais geral do cliente para orientação das es-
podemos analisar clientes sob o ponto de vista tratégias da empresa.
de receitas ou margem de contribuição, neces- Desta forma, podemos pensar na segmenta-


sidades, intensidade do relacionamento, uso de ção ideal como aquela estratégica e endereça-
canais, potencial, maturi- da. Ela ambiciona o entendimento das neces-
dade, ciclo de vida, risco e sidades do cliente, para desenvolvimento das
Phillip Kotler por aí vai. Note-se que ca- proposições de valor, e a gestão diferenciada
eternizou segmentação da uma dessas dimensões de clientes, identificando os segmentos em ba-
no sentido de usar torna-se viável de acor- ses de dados analíticas. Chegar à segmenta-
do com a disponibilidade ção ideal pode representar uma longa jornada!
esses segmentos de dados na empresa. Por Mãos à obra e um feliz natal!
para subsidiar o exemplo, se tomarmos ne-
desenvolvimento de cessidades, é mais prová-
vel que tenhamos de usar
proposições de valor – dados externos agregados.
a estratégia Por outro lado, análises de

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tendência CONSTRUÇÃO CIVIL

O desafio de construir
relacionamentos sólidos
A ditadura de produto ficou para trás. O novo grande diferencial da indústria de construção atende pelo nome
de cliente. Cada vez mais exigente, interativo e informado, está muito longe da figura de mero comprador

cenário não poderia ser venda é tão importante como o pré.

O melhor. O setor de cons-


trução civil, um dos maio-
res empregadores do País, ao lado
O RITMO ACELERADO DOS LANÇAMENTOS
IMOBILIÁRIOS, EM SÃO PAULO
ANO

2004
LANÇAMENTOS

17.373
Cultivar o relacionamento só trará
benefícios para a empresa e para o
consumidor”, aponta Busarello.
do de callcenter, revelou cresci- “A Rossi entende que assim co-
mento de 6,3% apenas no segun- 2005 21.310 mo ocorre nos relacionamentos
do trimestre de 2007, em relação 2006 21.103
pessoais, no profissional, a fide-
ao mesmo período de 2006, o que lidade também não se compra; se
dá base à expectativa de cresci- 2007 30.468 conquista com atitudes como con-
Fonte: Embraesp
mento anual do sindicato setorial, fiança, respeito, cuidado e atenção.
o SindusCon-SP. Se de um lado, a favoráveis, os executivos apostam É um processo contínuo”, ava-
entidade credita o bom rendimen- em inovação – não apenas de co- lia Paula Guimarães, ge-
to do segundo trimestre ao aqueci- municação mas no encantamento rente de relacionamen-
mento do segmento imobiliário, fa- de fato e abrindo processos e inte- to com clientes da
vorecido pelo aumento do volume grando canais de comunicação pa- Rossi. O ge-
de financiamentos para a constru- ra ter visão única de cliente. rente de
ção e a aquisição da casa própria, a
manutenção da rota de crescimen- A META: SUPERAÇÃO
to dependente também da imagem Por isso, o setor passa por uma fa-
setorial e, na base, das próprias em- se de transformação em direção ao
presas e de como elas gerenciam cliente, criando políticas e forman-
todo o processo de contato com do cultura em toda sua infra-estru-
seus clientes. Aliás, a apos- tura (pessoal e técnica) de
“Cultivar o
ta é que investir nos proces- relacionamento só relacionamento. Romeo Bu-
sos de relacionamento com trará benefícios para sarello, diretor de marke-
clientes é vital. Independen- a empresa e para ting da Tecnisa, recorre a
te dos números, altamente o consumidor” uma frase que aposta de-
Romeo Busarello, finir seu compromisso com
da Tecnisa o cliente: “carinho antes é
interesse, carinho depois
é relacionamento”. Para ele,
a prática do mercado é agra-
dar o consumidor para ele
adquirir o produto ou ser-
viço. Depois, o cliente vi-
ra um estorvo para a em-
presa e os SACs acabam
se tornando um “Serviço
de Aborrecimento pa-
ra o Cliente”. “O bom
atendimento não po-
de acabar junto com
a venda. O pós-

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relacionamento da MAC, Lemuel
Cintra, é outro exemplo: “Um aten- O que as empresas fazem Investindo em treinamento
dimento especial, mais personaliza- CYRELA – A empresa conta com assisten- JHSF – A empresa recomendou que os lo-
do e prolongado, é o que as empre- tes de atendimento com graduação supe- jistas do Shopping Metrô Santa Cruz, um
sas devem buscar como diferencial rior, parte pós-graduação e bilíngües, que de seus empreendimentos, ensinassem
estão aptas a esclarecer assuntos referentes aos vendedores a usar a linguagem dos
competitivo”.
aos empreendimentos e às unidades, que, sinais para os portadores de deficiência
devido ao longo período de relacionamen- (surdo e mudo). Segundo a JHSF, o retor-
MODELO PRÁT
Á ICO to, aproximadamente oito anos, torna o no está sendo positivo.
Da teoria, as empresas correm produto complexo exigindo conhecimento
para por em prática a nova filoso- em construção, arquitetura, financeiro, as- MAC – Periodicamente, são realizados
sistência técnica, jurídico, etc. treinamentos sobre processos, a fim de
fia, transformando em cultura orga-
padronizar o atendimento. Todos os cola-
nizacional. A Tecnisa, com Busa- GAFISA – Realiza treinamentos toda se- boradores que mantêm contato freqüen-
rello, desenhou um modelo prático mana, destacando os pontos críticos dos te com clientes recebem orientações
que envolve toda a cadeia de conta- atendimentos feitos na Central e, além quanto à postura, ao comportamento e à
to com o cliente, do ato da compra disso, focamos alguns assuntos em que fluência verbal adequados.
à entrega do imóvel (além do pós- os consultores apontaram ter dúvidas ou
que foram percebidas em monitorias. ROSSI – Empresa investe no atendimen-
venda), para garantir a satisfação e to aos clientes por meio de um programa
fidelização. Já a JHSF está desenvol- ITAPLAN – Cada corretor tem um treina- interno para conscientização sobre a im-
vendo um novo projeto de marke- mento específico sobre o projeto no qual portância do mesmo nos seus negócios.
ting de relacionamento, que chega à está trabalhando, além de já obter um amplo Este programa inclui palestras, teatros e
conhecimento sobre a região em questão. workshops.
personalização dos serviços. Exem-
plo prático é como a empresa tem se Fonte: dados fornecidos pelas empresas
relacionado com os compradores de
um dos maiores empreendimentos lhão em vendas potenciais, o Par- Fábio Rossi conta que o estímulo
em andamento que Cidade Jardim. O atendimento à visita é com um café da manhã
no País com tem sido exclusivo e cuidadosamen- aos sábados com o cliente, com vi-
R$1,5 bi- te conduzido por profissionais trei- sita ao empreendimento. “Acredita-
nados e qualificados envolvendo to- mos ser importante que ele veja de
do o ciclo de comercialização. perto o que comprou”, justifica. E
A transformação, na Cyrela, é de- a relação do corretor com o cliente
monstrada por Lorena Vergara Bra- tende a ser cada vez mais próxima.
vo, gerente de Relacionamento “Como o cliente quer personaliza-
com o Cliente. Ela reforça que o in- ção no atendimento, o profissio-
tuito é estar presente na vi- nal acaba se tornando um
da do cliente, não apenas no “A fidelidade não conselheiro imobiliário. Al-
ato da compra, mas durante se compra; se guém com quem o consumi-
conquista com
as obras e no pós entrega, dor queira conversar inúme-
atitudes como
aumentando o número de confiança, ras vezes até ter certeza que
experiências positivas, respeito, cuidado aquele investimento vale a
para que ele perceba e atenção. É um pena”, justifica Rossi.
o quanto é importan- processo contínuo”
te para a empresa, Paula Guimarães,
mantendo-o fiel e da Rossi
transformá-lo em
disseminador da marca.
Assim como na Tec-
nisa e Cyrela, pos-
sibilitar que o clien-
te acompanhe o
andamento das obras
é uma das estratégias
da Itaplan para trans-
formar o relaciona-
mento especial e
exclusivo. O dire-
tor de marketing

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tendência CONSTRUÇÃO CIVIL

tranqüilidade tanto para este cliente O FUTURO, VIRTUAL


como para o profissional que faz o O relacionamento começa in-
contato”, justifica Busarello. Outro vadir o campo virtual. Que o diga
exemplo é a Rossi que, para otimi- a Tecnisa, primeira a disponibili-
zar os contatos com seus clientes, zar um blog corporativo aberto aos
utiliza CRM, da SAP, para plane- clientes. Em seguida vieram pod-
jar e gerenciar todas as áreas com cast, vídeo no YouTube, imagens
mais agilidade e controle. A Gafisa e fotos no Flickr e apresentações
também aposta na solução da SAP. no Slideshare. Busarello comemo-
Júlio Pedro lembra que foi criada ra por exemplo a venda de duas de
recentemente a gerência de CRM unidades de seus empreendimen-
para estruturar ações de prospec- tos através do Second Life. Lorena
ção e estratégias de relacionamen- da Cyrela, pioneira no Second Life,
to. “Queremos consolidar as avalia esta opção de comércio vir-
“Estar presente na estratégias e gerenciar a ba- tual apenas como uma opção, um
vida do cliente, se de clientes/prospects, as-
diferencial, não o canal mais im-
não apenas no ato
Mas é necessário dar pas- sim como controlar as cam- portante de relacionamento.
da compra”
sos à frente, como aposta a panhas de relacionamento A Rossi já ousou, no Second Life,
Gafisa, com tese de manter o Lorena Vergara e marketing direto”,
Bravo, da Cyrela
criando um empreendimen-
cliente cada vez mais próxi- explica o executivo. “Como o cliente to virtual, o Brooklin to Live,
mo da empresa, informando novida- Para dar um salto à fren- quer personalização em São Paulo, que reproduz
no atendimento,
des. Dentro do conceito, a empresa te da concorrência, Bian- fielmente todos os detalhes
o profissional
aposta no Gafisa Decor Experience, ca Setin, gerente de rela- acaba se tornando do futuro projeto. O objeti-
evento que reúne as melhores mar- cionamento da Setin, quer um conselheiro vo desta ação é oferecer ao
cas e produtos para quem está re- otimizar o suporte das no- imobiliário”
formando, construindo, mobiliando vas tecnologias para o bom
Fábio Rossi, da
ou decorando. A aposta de Júlio Pe- atendimento e relaciona- Itaplan
dro, diretor de Marketing e Vendas, mento e utilizá-las de for-
é gerar experiência única e praze- ma inteligente para antecipar-
rosa do cliente com a empresa. se aos desejos e necessidades do
cliente. Na Cyrela. Lorena conta
NA ONDA DO CRM que, com a aquisição de um no-
As ferramentas de apoio à gestão vo sistema de CRM, a empresa terá
de clientes consolidam-se em em- ações segmentadas para cada per-
presas como a Tecnisa. “A vanta- fil de cliente. “Contamos também
gem de utilizar CRM é disponibi- com um sistema de BI customiza-
lizar o histórico das ligações dos do exclusivamente para a Cyrela
clientes, permitindo identificar ao que hoje também nos ajuda na to-
certo o que o cliente pediu ou suge- mada de decisão e a identificar no-
riu em um contato, trazendo maior vas necessidades dos clientes.”

O que as empresas fazem A sustentabilidade na mira das empresas


CYRELA – “Hoje, na concepção dos JHSF – A empresa preocupa-se em dotar ROSSI – Se tornou membro funda-
nossos empreendimentos, se não con- seus empreendimentos com infra-estru- dor do Green Building Council Brasil
templar área verde, no mínimo, no seu tura para assegurar práticas de proteção e está à frente de ações para mini-
funcionamento terá instalações com pre- ao meio-ambiente, tais como reutilização mizar os danos causados ao meio
visão para economia de água e energia.” de águas pluviais, coleta seletiva e recicla- ambiente.
gem de lixo, entre outras.
GAFISA – A Gafisa é uma das âncoras SETIN – Desenvolve um projeto de-
do “TEAR” no ramo de Construção Civil, MAC – No desenvolvimento de produtos, nominado Mundo Apto, que utiliza
um programa do Instituto Ethos em estuda alternativas de consumo inteligen- uma série de técnicas construtivas
parceria com o BID (Banco Interame- te, como o aproveitamento de energia so- que minimizam o impacto ambiental,
ricano de Desenvolvimento), que tem lar. Além disso, incentivamos a coleta sele- como por exemplo, reuso de água,
como objetivo implementar práticas de tiva instalando cestos especiais, em cores energia solar, fachadas pré molda-
responsabilidade empresarial. diferentes, para a separação dos materiais. das, dentre outras.
Fonte: dados fornecidos pelas empresas

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tendência CONSTRUÇÃO CIVIL

O que as empresas fazem O indispensável apoio tecnológico


CYRELA – Em termos de operação, além tronco de ramais, otimizando a operação
da aquisição de um novo sistema de e permitindo uma monitoração constan-
CRM, a empresa conta também com um te do fluxo de chamadas.
sistema de BI customizado que auxilia na
tomada de decisão e no conhecimento ROSSI – A empresa utiliza o SAP para
das novas necessidades dos clientes. planejar e gerenciar todas as áreas com mento das pessoas nesses meios.
mais agilidade e controle, por meio de “Encaminhamos as informações
GAFISA – A Gafisa criou recentemente a um moderno sistema de tecnologia da obtidas para as áreas responsáveis
gerência de CRM para estruturar ações de informação. e as transformamos em melhorias
prospecção e as estratégias de relaciona-
mento com o cliente. SETIN – Todos os atendimentos são regis-
para a empresa e, principalmente,
trados com detalhes no sistema de CRM, para o atendimento aos clientes”,
MAC – A MAC dispõe de um sistema es- para que a empresa possa, a cada dia, apri- conta Bianca.
pecífico para gestão das solicitações dos morar seu atendimento, evitando que em
clientes e de um sistema telefônico inte- cada ligação o cliente tenha que explicar PERFIL DE CONSUMO
ligente que distribui as ligações em um novamente suas dúvidas e/ou solicitações.
Uma mudança radical. É assim
Fonte: dados fornecidos pelas empresas
que se pode definir o perfil do no-
vo cliente setorial. Ele quer aparta-
cliente uma nova forma de conhe- empresa já identificou diversas co- mento com sacadas enormes, em
cer um produto que ainda não exis- munidades, criadas com a finalida- um condomínio que disponibilize
te. Segundo Rafael Rossi, gerente de de trocar de experiência. lan house, child care, lavanderia,
de Marketing Institucional, um am- Apesar da Setin ter o costume restaurante e cada vez mais... muito
biente virtual tridimensional serve de se relacionar com seus clien- mais. “Antigamente o cliente exigia
muito bem a este propósito. “Con- tes apenas por meio dos ca- atendimento. Depois, pas-
tamos ainda com um corretor virtu- nais formais, a necessidade “Experiência sou a cobrar relacionamento.
al de plantão”, diz Rafael. A febre de adentrar no mundo virtu- única e prazerosa Hoje, quer ‘solucionamento’.
do Orkut é outro exemplo, mas nor- al falou mais alto e fez com do cliente com a Oferecer serviços como lan
malmente criada pelos clientes. No que a empresa começasse a empresa” house ou pet care, por exem-
caso da Rossi, Rafael conta que a supervisionar o comporta- Júlio Pedro, da Gafisa plo, já não é mais um dife-

EMPRESAS CANAIS DE CONTATO CALLCENTER OUVIDORIA INTERNET PROGRAMAS DE


FIDELIZAÇÃO
COMPANY Comunicado trimestral, As vendas e os contatos são A empresa não possui Por meio da utilização de A empresa se apóia no
e-mail e mala direta. realizados por empresas de Ouvidoria. As sugestões e um código individual pelo ineditismo dos produtos,
corretagem. Para os que já queixas são tratadas com site, o cliente tem acesso na qualidade e no prazo
são clientes, o atendimento prioridade por todos os a sua posição financeira, de entrega como formas
telefônico é realizado pelos profissionais da empresa. andamento da construção de fidelizar os clientes.
profissionais da Company. Esta é uma das razões de seu empreendimento,
da Company não ter entre outros.
pendências com órgão
do consumidor.

CYRELA Telefone - 77% do total de Acredita que o cliente não Entende que o Call Center Está para ser incorporado Não há.
contatos. E-mail - 21%. quer um atendimento seja o modelo mais ao site um espaço exclusivo
Outros (pessoal, fax, carta, robotizado. Cada contato adequado para atender para o cliente com diversas
pesquisa) - 2%. é importante para que o às solicitações e queixas ferramentas facilitadoras.
cliente mantenha visão dos clientes e que, neste
favorável da marca, além processo, é fundamental
acompanhamento das o envolvimento de todas
necessidades e direcionar as áreas.
produtos e conquistar ou
reter mais clientes.

GAFISA O e-mail conquistou um A Central de Atendimento A empresa não possui O site www.gafisa.com.br Está preparando o
grande espaço na tem a missão de reter Ouvidoria. está no ar desde 2001 e relançamento do
preferência dos clientes e fidelizar clientes, apresenta níveis de Programa de
(1500 por mês), mas o aumentando a crescimento de acesso em Relacionamento com
contato telefônico ainda rentabilidade e lucratividade torno de 70% ao ano. Clientes, em que o
é o mais utilizado da organização. O site oferece serviços como cliente terá benefícios
(8000 por mês). o Manual do Proprietário, relacionados à decoração
Estágio de Obras, entre e ao planejamento do
outros. seu novo imóvel.

Fonte: dados fornecidos pelas empresas

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tendência CONSTRUÇÃO CIVIL

O que as empresas fazem O desafio de entender e atender o cliente


COMPANY – Além das pesquisas de gias que possam aperfeiçoar nossos servi- as áreas de Projetos, Desenvolvi-
produto com os clientes, a empre- ços e produtos. mento de Produtos, Comercial e de
sa também realiza reuniões internas Marketing, para alinhar a estratégia
com arquitetos para definição de no- GAFISA – Está desenvolvendo um estudo da empresa com as expectativas dos
vos produtos. nacional de segmentação do consumidor, públicos-alvo.
cujo objetivo é entender melhor as necessi-
CYRELA – Realiza pesquisas de satis- dades dos consumidores, em seus diferentes SETIN – Acredita que a melhor estraté-
fação nos momento da compra, de en- perfis, bem como os atributos que o imóvel gia para identificar as necessidades de
trega da unidade e após 18 meses da deve ter para satisfazer essas demandas. nossos clientes é saber ouvi-los, eles sa-
entrega. Elas contribuem para orientar bem o que querem e em cada atendi-
a companhia na tomada de decisão de MAC – As informações levantadas nas mento realizado, descobrimos realmen-
revisão de processos ou novas estraté- pesquisas de mercado retroalimentam te o que aquele cliente deseja.
Fonte: dados fornecidos pelas empresas

rencial, mas uma condição básica Frente a tantas mudanças, os exe- ficar atentos às tendências futuras
no mercado”, confirma Busarello. cutivos identificam a necessida- e saber como será um imóvel atual
Lorena, da Cyrela, concorda. “Essas de cada vez maior de identificar o em 2010”, reforça Fábio.
exigências passaram a ser incorpo- perfil do comprador para fazer as
radas ao padrão, e como o mercado ofertas – e principalmente os altos IDENTIFICANDO
imobiliário busca diferenciais, essa investimentos que os projetos exi- OPORTUNIDADES
necessidade tem que ser atendida.” gem. “Existem muitas pessoas que Identificar oportunidades é es-
Cintra, da MAC, lembra ainda que, não se enquadram num empreendi- sencial. As alternativas vão das
com a variedade de opções ofereci- mento com características de clube portas abertas ao cliente a pesqui-
das, o cliente está-se tornando mais enquanto outras tendem a avaliar a sas e formação de grupos de clien-
seletivo e, antes de fechar qualquer varanda como uma área que toma tes. Enquanto na Company, além
negócio, compara a fundo os servi- espaço do apartamento. Portanto, é das pesquisas de mercado, a em-
ços que proporcionam mais bem-es- essencial estudar todo tipo de per- presa realiza reuniões internas com
tar e qualidade de vida. fil e saber o que oferecer para ca- arquitetos para definição de novos
Uma nova posição do consumidor da cliente”, avalia Júlio, da Gafisa. produtos, na Tecnisa, são utiliza-
quem identifica é Luiz Rogélio, dire- Fábio, da Itaplan, concorda. “Não das três estratégias: a primeira são
tor financeiro e de relações com in- adianta oferecer um child care, por as pesquisas, a compreensão do
vestidores da Company. “Até o iní- exemplo, se esse cliente é solteiro macro ambiente e o acompanha-
cio dos anos 90, a ditadura era do e não tem filhos. Precisamos saber mento de transformações do mer-
produtor. Hoje, é do consu- primeiro quem ele é, como é cado. A área de relacionamento
midor”, historia. Paula Gui- “Novas tecnologias a sua vida, o que ele busca com clientes é outra forma de fil-
marães, da Rossi, está de usadas de forma nessa compra. Além disso, trar as manifestações para transfor-
inteligente para
acordo. “Ele se mostra cada como um imóvel pode de- má-las em soluções. Mas sem dei-
antecipar-se
vez mais exigente, informado aos desejos e morar em média 2 ou 3 anos xar de estar atenta à concorrência.
de seus direitos e conscien- necessidades para ficar pronto, temos que Para Busarello, é fato que se uma
te do seu poder de escolha.” do cliente” empresa oferece um atrativo para
Bianca Setin complemen- seus clientes que deu certo, a Tec-
Bianca Setin, da
ta, argumentando que, dian- Setin nisa também o fará, assim como
te desse cliente cheio de no- outras empresas se beneficiam das
vos atributos, as empresas precisam suas boas idéias.
oferecer cada vez mais o melhor Um estudo nacional de segmenta-
serviço e produto. Essa mudança de ção do consumidor está sendo de-
exigência do cliente, para Luiz Ro- senvolvido pela Gafisa. O objetivo
gélio, também demonstra que o pú- é entender melhor as necessidades
blico também está mudando. “An- dos consumidores, em seus diferen-
tes procurávamos família sênior tes perfis, bem como os atributos
para vender alto padrão. Hoje, o que o imóvel deve ter para satisfa-
grande público é o jovem que, mui- ze-los. As pesquisas sobre futuros
tas vezes, já possui uma ótima con- produtos na Rossi são realizadas pe-
dição financeira e posição no mer- la área de incorporação, enquan-
cado de trabalho.” to a área de relacionamento desen-

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tendência CONSTRUÇÃO CIVIL

volve pesquisas de satisfação “Até o início sável pela criação de nossos


com clientes. Já na Itaplan, dos anos 90, a empreendimentos”, explica.
as pesquisas têm o objetivo ditadura era do
de entender o que o cliente produtor. Hoje, é CULTURA L CLIENTE
considera vantagem ou des- do consumidor” O cliente deve estar em
vantagem nos projetos co- Luiz Rogélio, da primeiro lugar. Desde que a
mercializados pela empresa. Company organização esteja prepara- ficação e aumentar a proximidade
A Cyrela concentra suas pesqui- da culturalmente. Na tese de Busa- entre eles”, conta o executivo.
sas de satisfação no momento da rello, da Tecnisa, antes do cliente a A esquecida estratégia P a P - do
compra, de entrega da unidade e empresa precisa se preparar, levan- porteiro ao presidente precisa vol-
após 18 meses da entrega. A em- do a uma ambigüidade: “o clien- tar a ser praticada, aposta a Ros-
presa valia que elas contribuem pa- te está em segundo lugar”. A expli- si. Guimarães defende a tese de
ra retroalimentar a companhia na cação do executivo é simples: para que um simples porteiro desprepa-
tomada de decisão e revisão de oferecer o melhor atendimento, a rado ou mal treinado pode afastar
processos e novas estratégias que empresa deve se preocupar primei- um prospect ou cliente. O concei-
possam aperfeiçoar os serviços e ro com a capacitação dos funcio- to levou à estratégia de a empresa
produtos. Na MAC, as informações nários. O caminho foi treinamento. investir no atendimento através de
levantadas nas pesquisas também “A tendência é valorizar as pesso- um programa interno que inclui pa-
são encaminhadas para áreas como as internas e tratá-las por seus no- lestras, teatros e workshops. “Pre-
projetos, desenvolvimento de pro- mes, e não apenas como ‘a cisamos conscientizar cada
dutos, comercial e marketing, pa- menina do atendimento’. “Um atendimento vez mais nossa equipe so-
especial, mais
ra alinhar a estratégia da empresa Nos últimos três anos os 52 bre o valor do cliente”, ex-
personalizado e
com as expectativas dos clientes. A colaboradores das áreas ju- prolongado, é o plica Guimarães. A geração
meta da Setin é colher o máximo rídica, contas a pagar, as- que as empresas de cultura, na Gafisa, tam-
de informação de seus clientes para sistência técnica e relacio- devem buscar bém passa por treinamentos
mapear os desejos do mercado, de namento participaram de como diferencial constantes em todas as áre-
acordo com Bianca. “Dessa forma, inúmeros encontros, treina- competitivo” as. Especificamente no Aten-
alimentamos a área de desenvolvi- mentos e workshops, com o Lemuel Cintra, dimento a Clientes é focado
mento de produtos, que é respon- intuito de melhorar a quali- da MAC em dúvidas no momento da

EMPRESAS CANAIS DE CONTATO CALL CENTER OUVIDORIA INTERNET PROGRAMAS DE


FIDELIZAÇÃO
ITAPLAN O contato pessoal ainda O Call Center é um meio A Itaplan possui uma A empresa acredita que Tem acompanhamento
é principal, seja no local de pesquisa, não de Ouvidoria que conta com objetividade é essencial periódico do cliente nas
solicitado pelo cliente, atendimento. Este é feito uma equipe pronta para no momento de navegar obras e o contato direto
seja nos plantões dos pelos corretores e ouvir dúvidas e no site. da área de vendas com o
corretores. O segundo consultores de imóveis. reclamações dos clientes. cliente são algumas das
é o celular, que possibilita formas de fidelização.
localizar a pessoa em
qualquer lugar.
O terceiro é a Internet.

JHSF Os contatos com clientes A empresa não utiliza Não possui Ouvidoria. Por meio do site Durante lançamento do
são feitos por meio de Call Center. www.jhsf.com.br o cliente complexo Cidade Jardim,
telefonemas, cartas, tem acesso a informações cada cliente recebeu um
e-mail ou fax. como o histórico, presente personalizado,
lançamentos, além de um livro com
empreendimentos imagens dos prédios e
hoteleiros, comerciais e jardins. E todos os contam
residenciais, entre outras. com atendimento exclusivo
e convites para os eventos
promovidos pela JHSF.

MAC Telefone, carta, e-mail, Procura buscar a satisfação A empresa não possui Estão em desenvolvimento Algumas táticas de
atendimento pessoal, chat. dos clientes por meio de um Ouvidoria mas acredita diversas ferramentas que fidelização como brindes
relacionamento eficiente, que o trabalho realizado no proporcionarão maior de incentivo e mensagens
a fim de gerar uma Call Center funciona bem, comodidade aos clientes, personalizadaspodem
predisposição positiva que gerando feedbacks para a como a emissão de segunda apresentar bons
acarrete em nova compra empresa que fomenta ações via dos boletos e a resultados, desde que
e/ou indicações favoráveis corretivas e de melhoria verificação da posição o atendimento funcione
a outros potenciais para seus processos. financeira atualizada. dentro das expectativas
compradores. do cliente.

Fonte: dados fornecidos pelas empresas

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tendência CONSTRUÇÃO CIVIL

entrega de obras, reforçando a im-


Cuidado com a imagem portância da comunicação transpa-
rente e objetiva com o cliente.
Um passo à frente aposta a JHSF
O consumo consciente, uma exigência estratégica
capacitando não apenas seus fun-
tender os clientes que esperam das tuto Ethos em parceria com o BID (Banco cionários. No caso do Shopping
A empresas atitudes conscientes tor-
nou-se praticamente uma imposição. A
Interamericano de Desenvolvimento), que
tem como objetivo implementar práticas
Metrô Santa Cruz, os lojistas re-
cebem treinamento das modernas
Tecnica é apontada como a única constru- de responsabilidade empresarial. Ele ensi-
tora em São Paulo que realiza empreen- na pequenas e médias empresas a ter sus- técnicas de varejo e assistem a pa-
dimentos com leitura individualizada de tentabilidade com competitividade e assim lestras gratuitas, promovidas. Já os
água, que permite maior controle de gasto ampliar as oportunidades de negócio. funcionários têm a disposição cur-
e consumo. E aposta na reciclagem do lixo A Cyrela entende que a que a sustentabili- sos de aprimoramento contínuo,
nas construções. Com o apoio da Suvinil, dade é uma preocupação de todos, inclusive
reaproveita as latas de tinta utilizadas. A com o uso racional dos recursos naturais. Por inclusive acompanhamento com
JHSF e a MAC incluem em seus empreen- isso, há algumas ações na fase de construção, fonoaudiólogos. Tudo começa, na
dimentos infra-estrutura para práticas de como a gestão dos resíduos sólidos nos can- Cyrela, no processo de contrata-
proteção ao meio-ambiente reutilização teiros de obras e a racionalização do processo ção. Cada colaborador ao ingres-
de águas pluviais, coleta seletiva e recicla- construtivo, visando minimização de perdas e
gem de lixo. desperdícios e a destinação correta dos resí-í sar na empresa recebe orientações
A Setin criou o projeto Mundo Apto, fo- duos gerados. Também são realizadas outras sobre atendimento e como é o pro-
cado em colaborar com um mundo melhor. ações de responsabilidade social, como pro- cesso da vida do Cliente a par-
“Utilizamos uma série de técnicas constru- grama de alfabetização em canteiro de obras.
tivas que minimizam o impacto ambiental A Rossi também procura estar à frente do
tir da aquisição de uma unidade.
como reuso de água, fachadas pré-molda- conhecimento de sustentabilidade como Uma das grandes preocupações da
das e energia solar”, conta Bianca. A ilumi- quando se tornou membro fundador do Itaplan é que o cliente sempre se-
nação natural também é um dos focos da Green Building Council Brasil. “Hoje a nos- ja atendido pelo mesmo corretor.
Itaplan. “Na maioria das vezes, os banheiros sa preocupação quanto ao meio ambiente
dos apartamentos não têm uma ilumina- está baseada em três frentes: projeto (onde
De acordo com Fábio, eles são di-
ção natural adequada, o que acaba fazen- os impactos são mais facilmente minimiza- vididos por região e designados
do com que as pessoas utilizem mais a luz dos), obra (onde uma série de ações reduz o a estarem sempre no mesmo em-
elétrica. Por isso, buscamos essa otimização impacto ambiental) e uso (onde o impacto preendimento. Cada corretor tem
nos imóveis que possam contribuir para o pode ser reduzido ou neutralizado durante
consumo consciente”, conta Fábio. todo a vida útil do imóvel e também duran- um treinamento específico sobre o
A Gafisa optou por tornar-se uma das te sua demolição)”, conta Renato Diniz, dire- projeto no qual está trabalhando,
âncoras do TEAR, um programa do Insti- tor de negócios da empresa. além de já obter um amplo conhe-
cimento sobre a região.

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FIDELIZAÇÃO
ROSSI O telefone ainda continua O call center da Rossi é A Rossi não possui um Pelo site O programa de fidelização
sendo o recordista na receptivo, contribuindo na departamento de Ouvidora. www.rossiresidencial.com.br consiste na busca continua
comunicação, seguido pelo fidelização, tornando-se A função é exercida pela é possível acessar de ações que aproxime a
e-mail. Ambos contribuem uma ferramenta estratégica. área de Relacionamento lançamentos, informações empresa dos seus clientes
na redução, mas não As vendas por telefone são com Cliente. institucionais e financeiras, para que esta possa cada
anulam o envio de cartas realizadas pelo serviço de cronogramas de obras e vez mais conhecer as suas
e em alguns casos o fax. Corretor “on-line”, gerenciada entregas. O cliente pode necessidades e poder
pela área comercial. consultar seus contratos, atender à suas expectativas.
verificar saldo devedor,
pagamentos efetuados,
emitir boletos bancários
e alterar dados cadastrais.

SETIN Telefone, e-mail, chat, O departamento de Não possui Ouvidoria, mas No site www.setin.com.br Empresa vai implantar um
carta e fax. Relacionamento coleta o a Central de Relacionamento o cliente pode acompanhar programa para indicação
máximo de informação de é a receptora de todas as o andamento das obras, de seus produtos.
seus clientes, buscando necessidades, dúvidas e marcar visitas, atualizar
captar todos os desejos do informações que os seus dados, entre outros.
mercado para satisfazê-los. clientes necessitam.

TECNISA Telefone, e-mail, messenger, Disponibiliza o atendimento A empresa não possui Além de corretores on-line No pós venda, a empresa
skype, contato pessoal telefônico para vendas. Ouvidoria. até às 24h de segunda investe em brindes e
e o blog. Mas o forte do atendimento à sexta, o site da Tecnisa presentes aos seus clientes,
são os pontos de venda disponibiliza acesso ao blog, como champagnes e pastas
e a Internet. ao podcast e aos vídeos personalizadas. Durante
apresentados no YouTube. a obra, o cliente pode
acompanhar de perto todo
o andamento do projeto.
Fonte: dados fornecidos pelas empresas

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na pele do cliente Enio Klein

A saúde com dor de barriga


Ainda com problemas básicos de estrutura no País, o serviço de saúde não
consegue manter índices de eficiência para a maioria das classes sociais

ós, de classe média, estamos cada vez mais O médico precisa do

N
prensados entre o mar e a pedra. Ou, se pre-
ferir, entre a saúde pública e os planos de saú-
de. Embora contribuamos para o INSS, dificilmente
convênio para movi-
mentar sua clínica. Mas
na medida que vai fican-
alguém vai a um hospital para ser tratado através do do mais “famoso”, pas- Enio Klein é diretor da K&G e professor
dos cursos de MBA/Marketing da FEA/USP.
sistema público de saúde. Atendimento precário, fal- sa a restringir o número Visite o Blog do Enio: http://blogclientesa.
tam recursos. Se paga e não se tem o serviço. A saída de dias que atende con- clientesa.com.br/napeledocliente/
é “Plano” ou “Seguro” de saúde. Cheio de leis, cheio veniados, gerando uma
de regras, cheio de pré-isso e pós-aquilo, além da letra fila. Não conheço a legislação, mas talvez quem
miúda e o preço altíssimo. Pior: quanto mais se preci- conhece poderá ir lá ao nosso blog http://blogclien-
sa, mais caro é. É o modelo de viabilidade. Estatística. tesa.clientesa.com.br/napeledocliente/ e contar co-
Sinistralidade. Estas questões, até por sua complexida- mo funciona e se essa conduta é legal. Não é ética.
de, são de difícil discussão para o cidadão comum. Isso é claro. Mas quem liga para a ética?
Mas a discussão que proponho está na resposta As empresas de seguro ou de planos de saúde mais
à pergunta: será que o que pagamos pelos planos sérias tentam pressionar os médicos. E eles acabam
de saúde, recebemos de volta em serviços adequa- deixando o convênio. E o médico vira “particular”.
dos? Eu afirmo que não. Obviamente, não estou fa- E o preço da consulta vem para compensar. “Ah!”,
lando de planos acima da capacidade de pagamen- vão dizer “por que não fez um plano com reembol-
to da maior parte da classe média. Estes não criam so?” Fiz! Mas a secretária do Doutor, do jeito mais
muitos problemas para quem tem como pagar suas direto possível, diz, sem o menor pudor: “Senhor, es-
mensalidades. O plano empresarial tem o respaldo te preço é sem recibo. Com recibo é mais caro!”
das empresas empregadoras. Também trazem algu- Jogam uma pá de cal em qualquer benefício do
mas das questões que vou levantar. No entanto, os plano de saúde. Pelo menos na questão consulta mé-
“ombros da corporação” por vezes minimizam al- dica. Não se consegue marcar um médico convenia-
guns de seus efeitos. do e não se consegue reembolso por falta do reci-
E a pessoa física? Sofre por todos os lados. Do pe- bo. O médico não paga o imposto, a seguradora ou
queno empresário ao aposentado. Desde a central o convênio ganha na mensalidade, mas não precisa
de atendimento com as inúmeras autorizações e se- pagar, pois o médico não paga o imposto e dá o des-
nhas e “não podemos”, até o prestador do serviço conto para o cliente, que quando não paga o plano
médico. Quantos abrem o livro de referência e so- de saúde acha que o seu problema está resolvido e
frem até achar um especialista? E quando ligam pa- fica muito contente. Cria-se a cultura do “por fora”.
ra marcar a consulta. “Senhor, tem convênio?”. “Ah, Mais um fruto podre do modelo tributário perverso
senhor, infelizmente só temos consulta para daqui a aliado ao “querer levar vantagem, certo?”. Uma du-
três meses”. Parece ou não o serviço público? pla da pesada, cujos atos têm como conseqüência
Pagamos, e quando vamos tentar usar, não con- direta a nossa velha conhecida corrupção. Talvez es-
seguimos. De quem é a responsabilidade? “Do te modelo seja apropriado para a já famosa favela da


médico, diz a agente do call center” enfatica- ficção – a “Portelinha” – mas em um país sério, real,
mente. “Do plano, que nos este negócio não pode acabar bem.
Foi o que me contou minha filha de 23 anos,
Talvez este modelo paga uma quantia injusta e
faz tempo que não temos que mora no Rio de Janeiro, quando veio me pe-
seja apropriado para reajuste”. Enfim, estamos dir para rachar com ela o valor de uma consulta
a já famosa favela da nós, mortais entre a “cruz e médica, pois não conseguiu marcar nenhuma pe-
caldeirinha”. Vamos brigar lo plano de saúde. O que esperar do atendimento
¿FomR±Dµ3RUWHOLQKD¶± com o nosso médico. Não ao cliente, seja do plano de saúde ou do órgão re-
mas em um país sério, é prudente. Com o plano gulador? O Procon sugere procurar outro médico.
Eu também. Mas não é assim que funciona. O que
UHDOHVWHQHJyFLRQmR de saúde? Como? Mas, é
claro, a responsabilidade é se pode fazer quando a saúde pública é como é, e
SRGHDFDEDUEHP dos dois. a privada dá dor de barriga?

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E CIAL conference ABERTURA

Cenários com luzes de


ESPE

O
cenário macro-econômico e as mudanças de
perfil de consumo que interferem de forma di-
reta na cultura e políticas de gestão do cliente
nas organizações, com impacto direto nos resultados ope-
racionais. Esse pode ser resumido como pano de fundo do
VI Encontro com Presidentes, que comemora os oito anos
do Portal Callcenter.inf.br e seis da revista ClienteSA, reali-
zado pela Conference ClienteSA no final de novembro, em
São Paulo. Mas, como justificaram os mais de 40 presiden-
tes que participaram dos debates (entre os 100 Presiden-
tes que participaram da conferência), o impacto resulta
na imagem das empresas, interferem de forma direta na
leitura (e-ou consolidação) da marca e chegam como efei-
tos também diretos no faturamento e na geração de lu-

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otimismo
cro. Para os acionistas, chega como resultado negativo da
gestão e, para as empresas com capital aberto, com queda
visivelmente pública. O desafio, em todos os cenários da
gestão, precisa chegar a uma visão holística do negócio,
como puderam observar os mais de 430 conferencistas. Em
meio a ações de encantamento, show de encerramento e
o network com conteúdo propiciado fica a certeza: o cená-
rio para 2008 está desenhado, como registramos ao longo
deste Especial, que reflete os momentos da Conference
ClienteSA, com opiniões de todos os participantes. Podem
ser os atalhos para novas culturas organizacionais, revisão
de modelos em prática, mas sobretudo luzes de otimismo
a clientes, empresas, profissionais, acionistas, investidores
e ao amadurecimento político e econômico do País.

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conference PAINEL 1

Com um olho no futuro...


Entre tendência e modelo macro-econômico, presidentes concluem
que esta é a hora do empresariado participar ativamente da política do País

endências de mercado pectivas econômicas, construindo a partir de 2004. Até 2003, havia

T e o cenário econômi-
co brasileiro para os
próximos anos, este
foi o tema do Primeiro
Painel do VI Encontro com Presi-
dentes, mediado pela jornalista Fá-
tima Turci.
um panorama do atual cenário
de crescimento do País e as car-
gas tributárias existentes. Martone
caracterizou o momento atual da
economia brasileira, criando um
cenário básico para os próximos
quatro anos, e fez algumas adver-
ciclos curtos (18 meses) de expan-
são e contração em torno da mé-
dia de 2,4% ao ano. Já a partir de
2004, houve crescimento uniforme
em torno da média de 4% ao ano.
“A média subiu, pois as oscilações
desapareceram. Isso não quer dizer
A apresentação de Celso Marto- tências em função dos riscos iden- que o potencial de crescimento do
ne, economista e professor titular tificados nesse cenário. País tenha aumentado; o que au-
do Departamento de Economia Uma das observações feitas pelo mentou foi a média de crescimen-
da FEA/USP, foi o ponto de par- economista foi a mudança no pa- to”, afirma. Essa mudança é devida
tida para o debate, e trouxe pers- drão de crescimento da economia ao novo tripé de política econômi-

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Fátima Turci, Fischel:
apresentadora do “Enfrentamos a
programa Economia questão da
e Negócios, da burocracia, ou seja,
Rede Mulher, pelo
e queda da taxa o problema não é só
cisão de onde vai
segundo ano real de juro. Na o quanto pagamos;
investir. O desa-
consecutivo foi
segunda fase, com o processo éfio está em con-
mediadora de extremamente
início em 2006, vencê-lo a inves-
um dos painéis complexo”
do evento ocorre a expansão tir na empresa”.
da demanda inter- Já para Miguel Ignatios, presi-
na, representada por expansão do dente da ADVB-SP, é necessário
crédito, aumento da massa salarial e uma atuação mais profunda na
das despesas correntes do governo. cobrança pelo desenvolvimento
Encerrando sua apresentação, sustentável do País. “A iniciativa
o economista alertou a platéia de pressionar pela reforma tribu-
sobre os riscos do cenário eco- tária deve partir do empresariado.
nômico para os próximos anos. Temos que ter perspectiva a mé-
Dentre eles, o economista destaca dio e longo prazo, mas sem nos
o possível fim da bonança mun- esquecer da participação política
dial, a capacidade da oferta inter- e institucional. Prezo muito por
na/infra-estrutura, pressões infla- isso, porque é por aí que come-
cionárias/juro real, e déficit em çam as maiores soluções. A eco-
conta-corrente já em 2008, além nomia vem depois”, afirma.
de considerar a expansão fiscal de Para João Leme, presidente do
Lula não sustentável. “Corremos Geoc e da ML Gomes, além des-
riscos em função de alguns desdo- sas medidas, é importante que as
bramentos, tanto em nível interna- empresas apostem em competiti-
cional quanto em relação à Martone: vidade. “O dia-a-dia mostra
política econômica”. “Corremos riscos em a pressão que empresários
função de alguns sofrem em função da carga
OPINIÃO desdobramentos,
Diante dos pontos apre- tanto em nível
ca em 1999: metas de inflação, su- sentados, executivos re- internacional quan-
perávits primários e câmbio flutu- nomados falaram sobre o to em relação à
ante, além do boom da economia impacto da economia nas política econômica”
mundial desde 2003. companhias que represen-
Martone ressaltou ainda que é pos- tam. A questão fiscal que dificulta
sível identificar duas fases de cresci- o crescimento das empresas foi co-
mento recente a partir de 2000. A mentada por Paulo Neto Leite, pre-
primeira vai de 2000 até 2005: a sidente da Dedic. “A carga fiscal
expansão do setor externo, que é é um entrave para o crescimento.
representada pela queda da vulne- O peso que ela tem nas empresas
rabilidade (risco-país), acumulação é algo que pode dificultar muito a
de reservas, apreciação da taxa de capacidade de crescimento. Um
câmbio, queda da taxa de inflação acionista tem o poder de tomar de-

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conference PAINEL 1

Ignatios: Leme: Kapulski:


“Temos que ter “As empresas devem “Quem está
perspectiva a médio investir no preparo no poder hoje,
e longo prazo, mas dos funcionários são os clientes.
sem nos esquecer tributária. Temos para ter mais mento”, declara. Independente da com os clientes.
da participação que buscar for- competitividade no Leme comen- economia, temos Quem está no
política e mercado, gerando que nos adaptar às poder hoje, são
mas de sobreviver tou ainda sobre
institucional” crescimento” suas necessidades”
e fazer com que as dificuldades o clientes. Inde-
os negócios continuem evoluindo. de uma empresa em manter seu pendente da economia, temos que
Por isso, as empresas devem in- crescimento nas atuais condições. nos adaptar às suas necessidades,
vestir no preparo dos funcionários “Acho muito difícil manter o cres- e isso só poderá ser feito com a
para ter mais competitividade no cimento e continuar gerando em- qualificação necessária ao merca-
mercado, gerando crescimento. É pregos se continuarmos transferin- do”, diz.
através da profissionalização que do boa parte do PIB empresarial Finalizando o painel, Gilberto
vamos conquistar o desenvolvi- para o Governo. Por isso, precisa- Fischel, presidente da IOB, também
mos nos mobilizar para gerar con- frizou a importância da mobiliza-
dições de crescimento. O caminho ção do setor corporativo quanto à
Grande Tacada é uma maior participação política
do empresariado. O problema é
redução da carga tributária e suas
burocracias. “Não só essa carga tri-
Este ano a ACS inovou mais uma vez. que falamos demais sobre isso nas butária não vai mudar, como tam-
Se, no ano passdo, os executivos se rodinhas, e pouco para o Gover- bém a máquina tributária do Gover-
divertiram com o mini-golfe, este ano no”, completa. no está cada dia mais competente.
puderam aprender as noções básicas Aproveitando a questão levanta- O governo investe na máquina ar-
da sinuca, com o mestre do esporte
de mesa, Jota, que ensinou truques e da de investir nos funcionários, o recadatória muito mais do que a
acrobacias, para deleite dos executivos presidente da Abemd, Efraim Ka- maior parte das empresas, e faz isso
e presidentes que freqüentaram o salão pulski, alertou sobre a atenção ao para que ela fique mais competente
de sinuca. O salão serviu, também, para cliente. “Seja qual for o ce- enquanto cobradora, e não
que os convidados pudessem conversar Neto Leite:
nário econômico, teremos “O peso que a carga mais eficiente. Precisamos
e trocar idéias durante a brincadeira.
que enfrentá-lo e nos comu- tributária tem nas fazer uma pressão política
nicarmos com o mercado e empresas é algo se quisermos discutir refor-
que pode dificultar ma tributária. Uma pressão
muito a capacidade verdadeira. Além disso, en-
de crescimento” frentamos a questão da bu-
rocracia, ou seja, o proble-
ma não é só o quanto pagamos; o
processo é extremamente comple-
xo”, diz Fischel.
Diante dessas opiniões, ficou
claro que, para as empresas conti-
nuarem crescendo, é preciso maior
participação ativa do empresaria-
do nas questões políticas. Este é o
caminho para se pensar no futuro
e em bons resultados para os pró-
ximos anos.

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conference PAINEL 2

Objetivo
vai além
de fidelizar
Presidentes debatem
oportunidades estratégicas
para atrair novos clientes e
discutem inovação como
ferramenta de valorização
da marca e geração de negócios

segundo painel do

O VI Encontro com
Presidentes, realiza-
do pela Conference
Cliente SA, reuniu
grandes nomes do setor corpora-
tivo. Mediado pelo presidente da
Graber, Antonio Cruz, a discussão
identificou oportunidades estratégi-
cas, com a apresentação de cases
de empresas que inovaram para
atrair novos clientes e manter o rit-
mo dos negócios.
O executivo James Meaney, presi-
dente da Contax, marcou presença
no painel e contou sobre as ações
que a companhia tem desenvolvi-
do para se diferenciar no mercado.
Com 7 anos de existência, a Contax

tem, hoje, faturamento de cerca de clientes e uma busca interna de di-


um bilhão e meio de reais, e conta ferenciação. De acordo com Mea-
com 60 mil funcionários. Além dis- ney, o plano estratégico da compa-
so, atende 55 clientes, entre nhia possui três vertentes: em time
Meaney:
“Os clientes eles bancos, empresas vare- que está ganhando sempre se mexe;
sentiam o peso do jistas,
j companhias de ener- a atenção para as expectativas do
crescimento do gia e de telecomunicações. cliente deve ser insaciável; e o foco
setor de call center, absoluto deve estar na exposição
e era necessário ANÁLISE DE MERCADO do plano.
atender às Para buscar a inovação Antes de entrar no mercado, a
necessidades, de seus serviços a Contax companhia realizou várias pesqui-
redesenhar processos aposta na forte análise de sas, percebeu que havia um grande
e se adequar ao mercado, mantendo uma número de privatizações e que isso
atendimento virtual” conversa constante com teria reflexo nas telecomunicações.

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Maia:
“Não vendo óculos,
nem relógio. Meu
“Nós percebemos foco é a marca,
que, se continu- eu vendo a marca
Chilli Beans”
ássemos fazendo
a mesma coisa que os outros, não
iríamos ter o mesmo crescimento
que tínhamos até então. Percebe-
mos que, se não mudássemos, irí-
amos perder o pique de crescimen-
to”, explica Meaney.

A empresa se reposicionou e se
redesenhou em três unidades de
negócio. “A Contax não é mais uma
empresa de callcenter. Os clientes
queriam especialização por produ-
to, então montamos nossa primeira
área de produtos. Hoje, somos uma
empresa de relacionamento e nossa
missão é manter o cliente por toda
vida. O futuro da companhia é a es-
pecialização”, completa.
Meaney destacou ainda que es-
cutar o cliente é fundamental. “Me
preocupo com as marcas de meus
clientes. Somos responsáveis por
elas, portanto, a inovação deve co-
meçar com eles”, conclui.
“Em 1998, apenas 10% da popula- clientes precisavam, portanto, de
ção tinha telefone (atualmente são uma empresa especializada. “Nos- O FOCO É A MARCA
70%). Na época, só havia um con- sa estratégia foi criar uma infra- O executivo Caito Maia, presi-
corrente no mercado, era um bom estrutura diferenciada. Tínhamos dente e fundador da Chilli Beans,
momento para investirmos”, expli- algumas propostas inovadoras de também marcou presença no En-
ca Meaney. recursos humanos, um aspecto po- contro e falou sobre suas ações
Segundo o executivo, os clientes sitivo de mercado, clientes e a bus- para valorização da marca. Há sete
sentiam o peso do crescimento do ca pela diferenciação. A empresa anos no mercado, a empresa possui
setor de call center e era necessá- começou a crescer e até 2005 tudo 213 pontos espalhados pelo Brasil,
rio atender às necessidades deste que imaginamos para o mercado seis lojas em Portugal e uma na Ca-
cliente, redesenhar processos in- aconteceu, incluindo o setor de te- lifórnia. Para 2008, a companhia
ternos da companhia e se adequar lefonia”, comenta. tem o objetivo de ampliar a rede,
ao atendimento virtual, que sur- A companhia obteve bons resulta- com 50 lojas na Europa, e mais 15
gia como uma realidade nova. Os dos e chegou a hora de inovar mais. em Dubai.

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conference PAINEL 2

A Chili Beans aposta na diferen- QUALIDADE NO


ciação e pluralidade de produtos, A
ATENDI MENTO
mas mostrou que isso não é o su- Para a United Brasil, pesquisar as
ficiente. “Prezamos pelo DNA da necessidades dos clientes é uma de
empresa e acredito que essa preo- suas principais estratégias. O exe-
cupação deve vir de todos os pata- cutivo Michael Guenther, diretor
mares. Somos versáteis e investimos geral da companhia, mostrou como
em pontos de venda diferenciados a empresa repensou sua marca e es-
dentro dos shoppings e locais estra- tratégia de posicionamento.
tégicos”, explica Maia. Extremamente afetada pela crise
A empresa aproveita espaços gerada pelo 11 de setembro, a pri-
com agilidade de tamanho. Guenther: meira ação da empresa foi reduzir
De acordo com Maia, os “Um atendimento o número de funcionários. Outro
quiosques facilitam o lan- ruim é o pior problema enfrentado pela compa-
çamento de um produto, marketing que nhia foi a saída da Varig do merca-
pois não é necessário pa- uma companhia quisas e aproveita-se de fer- do de aviação. Para enfrentar esse
gar pelo ponto. “Tínhamos pode ter. Mesmo ramentas para se posicionar. cenário, a companhia apostou em
uma unidade no Morumbi, que haja algum “Não vendo óculos, nem pesquisas junto aos clientes, iden-
um simples quiosque no tér- imprevisto, o relógio. Meu foco é a mar- tificando suas necessidades. Além
reo. Houve a oportunidade cliente deve ser ca, eu vendo a marca Chilli
bem atendido” disso, criou o customer experience,
de abrir uma loja no andar Beans”, completa Maia. uma área específica com foco no
de cima e o faturamento dobrou. Para fidelizar seus clientes, a cliente e que soma suas expectati-
Quando perguntei aos clientes, empresa aposta em ações com o vas às estratégias estudadas. “Hoje,
percebi que eles andavam em de- público jovem, como a promo- nosso foco é o público corporativo.
terminados lugares do shopping já ção de raves, que chegam a reu- Enquanto muitas companhias estão
pré-estabelecidos, e não viam o nir cerca de 16 a 20 mil pessoas eliminando a classe executiva, nós
quiosque. Eu avisei ao shopping e por semana. “Por exemplo, em a reformulamos. E reformulamos
depois disso, outras operações co- algumas festas nós patrocinamos também a área econômica para ter
meçaram a aproveitar melhor to- os copos. Sei que parece só uma mais espaço para esse público”, ex-
dos os espaços”, explica Caito. sutileza que fazemos para nos- plica Guenther.
Para conhecer melhor seu públi- sos clientes, mas é mais do que A United considera o público
co-alvo, a companhia realiza pes- isso. A marca fica com o público corporativo um decision maker. Por
o tempo todo, num momento em
que o cliente está feliz, relaxado.
Memória com conteúdo O resultado é que nossa marca
fica associada a algo positivo”,
Ponto de Negócios
A Contractors também decidiu agradar, conta. No verão, a companhia Pelo segundo ano consecutivo, a ca-
e contratou dois fotógrafos, que circu- desenvolveu outra ação para dei- feteria também foi ponto de conver-
laram pelo evento, tirando poses dos xar seu público com uma sensa- sas e negócios. Este ano patrocinado
convidados e fazendo montagens em ção agradável: vai distribuir água pela Avaya, o cantinho do café foi
formato “capa de revista”. As fotos eram disputado por executivos e convida-
distribuídas aos seus referentes ‘clicados’
em algumas praias. dos, que se reuniam para provar os
dentro de uma caneca de chopp, o que Hoje, a Chilli Beans desenvolve diversos tipos de cafés servidos pela
fez o sucesso da ação. seu próprio produto. A empresa equipe especializada.
possui uma linha feita à mão, de
alumínio ou titânio, além de uma
gama de produtos para atingir ou-
tros públicos e para dar um upgra-
de na marca. “O cliente Chilli Be-
ans chega a comprar sete pares de
óculos por ano. E fazemos cerca de
dez lançamentos por semana, jus-
tamente para que ele possa sempre
ver algo novo. Hoje, os negócios
vão muito bem, e o maior risco que
minha empresa corre se chama go-
verno”, conclui Maia.

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Almoço com Presidentes
Este ano, o tradicional Almoço com
Presidentes foi patrocinado pela Con-
tax. Todos os presidentes convidados
foram reunidos para uma livre troca de
idéias, logo após o segundo Painel. Ao
final do almoço, os presentes recebe-
ram duas tulipas de cristal decorado,
presente da Contax. Para James Me-
aney, presidente da Contax, o apoio
a um evento como o Encontro com
Calbucci: Presidentes é essencial, devido não só
“O nível educacional à visibilidade, mas também por reunir
do brasileiro é um o maior time de tomadores de decisão
problema sério, do mercado de relacionamento.
que, se não forse tratar de um
resolvido, pode se
público mais exi-
tornar um limitador
gente, a empresa blema sério. Não é só o problema da
de crescimento, investiu forte- taxa de câmbio que atrapalha nosso
com apagão de mente em melho- desenvolvimento, mas também a
mão-de-obra” rias na qualidade educação do País. Se esse problema
do atendimento. “Um atendimento não for resolvido, pode se tornar um
ruim é o pior marketing que uma limitador de crescimento, com apa-
companhia pode ter. Mesmo que gão de mão-de-obra”, conclui.
haja algum imprevisto, o cliente
deve ser bem atendido”, completa. INOVAÇÃO
Para garantir o sucesso, a empre- Para finalizar, José Macedo, pre-
sa moldou ações, como estudar as sidente da Aon Affinity, apresen-
necessidades do público-alvo e se Macedo: tou estratégias de segmen-
questionar se estava atendendo a es- “Nós crescemos tação, além de mostrar a
sas necessidades. Além disso, incluiu 40% ao ano. importância da inovação
os funcionários nos processos. “An- Apesar de não no mercado. Presente em
tes, os clientes diziam o que queriam termos muita 40 países e cerca de 50
mos explorar. Visamos prin-
e nós pedíamos sugestões. Hoje, te- mão-de-obra,
cipalmente a cadeia de CRM, temos inovação” mil funcionários, a AON
mos o United Promoter, que faz esse tecnologia, BPO e help desk, teve um grande crescimen-
trabalho. Também incluímos o bônus e isso deve dar uma cara diferente ao to depois que focou-se em alguns
no salário dos funcionários como for- nosso negócio”, diz Calbucci. modelos de negócio como seguro,
ma de incentivo”, conclui. A companhia pretende investir saúde, seguros empresariais e se-
ainda mais em offshore, no entanto, guros massificados.
SERVIÇOS DIFERENCIADOS acredita que o Brasil não é um bom Inserida num mercado agressivo
Dando continuidade ao debate, o destino para essa prática. “O nível e competitivo a AON aproveitou
presidente da Atento, Agnaldo Cal- educacional do brasileiro é um pro- as práticas realizadas no exterior
bucci, comentou sobre o destino do e “tropicalizou” suas ferramentas.
offshore além da expansão das ope- “Pesquisamos muito antes de criar
rações da empresa. A companhia,
presente em 13 países, possui dois E o prêmio vai... qualquer produto. Entendemos o
que o consumidor quer comprar
escritórios, um em Paris e outro em por região, por local e classe so-
Ao final do quarto painel, as empre-
Miami. Sua estratégia de crescimento sas patrocinadoras fizeram alguns cial”, explica Macedo.
é voltada para serviços com diferen- sorteios bastante disputados entre A empresa também tem foco no
ciais como bom atendimento, desde a audiência. A ACS sorteou uma marketing direto e business inteli-
a consultoria ao desenvolvimento mesa profissional de sinuca, auto- gence, além de investir no mercado
de sistemas. “Planejamos expandir grafada pelo Jota; a Altitude sorteou
uma bolsa Loui Vuitton e a Skip, que de call center para entender como
a operação e devemos seguir para foi responsável pela montagem da atender o cliente de massa. “Nós
a Europa e outros continentes. Essa Sala de Imprensa, sorteou um mi- crescemos 40% ao ano. Apesar de
expansão geográfica é importante, cro-computador completo. não termos muita mão-de-obra, te-
pois há muitos mercados que pode- mos inovação”, conclui Macedo.

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conference PAINEL 3

Quem é ele, o cliente?


Pesquisa ajuda. Mas o melhor e mais fácil para conhecer o cliente é ouvir
quem está na ponta do relacionamento

uem é o meu cliente?

Q Uma pergunta simples,


mas que muitas empre-
sas ainda não sabem
responder. E, quando
sabem, não utilizam essa informação
de maneira consistente. No entanto,
com a ajuda de ações de segmenta-
ção e funcionários qualificados para o
relacionamento com cliente, a histó-
ria fica diferente, e melhor. Foi o que
ficou claro no terceiro painel Regado:
do VI Encontro com Presiden- “É preciso ter o
tes. Com o tema “Quem é ele, time certo e focar
o cliente”, a mesa de debates na qualidade do
mostrou as diferentes formas profissional que diferença. “Porém, ainda
para identificar as várias face- está na ponta do são poucas as empresas que
tas do personagem central de relacionamento” transformam informações de
qualquer organização, e como criar clientes em negócio”, ponderou.
estratégias vencedoras que associem Segundo o diretor da Ipsos Insight,
a percepção da organização, produto para atender a essa demanda, as em-
e serviço como porta do business. presas precisam aprender a ouvir, mo-
O painel contou com a apresenta- bilizar e gerenciar a diversidade de
ção estratégica de Marcos Calliari, clientes, para oferecer experiências
diretor geral da Ipsos Insight, que personalizadas. A forma mais fácil para
apontou a vantagem de se ter proje- isso é desenvolver projetos de segmen-
tos de segmentação. De acordo com tação, sejam cadastrais, comportamen-
Calliari, em um mercado de pouca tais ou transacionais. “Cada mercado,
diferenciação nos produtos e ser- produto e serviço tem um modelo de
viços, guerra de preços e consumi- segmentação que se encaixa melhor”,
dores informados, entregar o Calliari: completa. Calliari também
que o cliente deseja faz toda “Cada mercado, destacou que é importante
produto e serviço não só saber quem é o cliente,
tem um modelo de mas também a relação que ele certo, focar na qualidade do profis-
segmentação que mantém com o produto. “As sional que está na ponta do relacio-
se encaixa melhor” empresas precisam entender namento e abastecer ele com infor-
que, com base no tratamento mações do cliente”, afirmou.
dos dados de cada cliente, é possível Regado também salientou a impor-
estruturar diversas ações para fidelizá- tância da liderança nesse processo.
lo e, conseqüentemente, aumentar a “Uma cultura focada na excelência
lucratividade”, comentou. do atendimento ao cliente é feita de
Porém, não basta conhecer o clien- cima para baixo. Não adianta impor
te, se na hora de relacionar-se com aos colaboradores algo que não está
o mesmo o funcionário da empresa no DNA da empresa. É preciso que
não está preparado. Essa é a opinião todos na empresa tenham em mente
de João Carlos Regado, presidente da o valor de um bom relacionamento
Golden Cross. “É preciso ter o time com os clientes”, explicou.

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Maia:
“Não vendo óculos,
nem relógio. Meu
foco é a marca,
eu vendo a marca
Chilli Beans”

Quem compartilhou da mesma opi- O presidente da Chubb Seguros


nião foi Acácio Queiroz, presidente da também alertou para o fato dos da-
Chubb Seguros. “Muito se fala de in- dos sobre os clientes ficarem apenas
vestir em novas soluções e pesquisas, na alta diretoria. “Quando as empre-
mas não podemos nos esquecer de sas traçam as estratégias de relacio-
quem vai estar em contato direto com namento, é importante que definam
o cliente”, explicou. De acordo com também formas para que todos den-
Queiroz, tecnologia ajuda, mas são os tro da organização tenham acesso a
colaboradores que estão na ponta do essas informações”, comentou.
Queiroz: atendimento que dão o melhor Hamilton Reis, diretor superinten-
“É o nosso feedback a respeito do clien- dente da ACS, foi no mesmo cami-
funcionário que te. “É o nosso funcionário que nho dos outros dois presidentes. “O
sabe o que o cliente sabe o que o cliente quer, e sucesso de um bom relacionamento
quer, e quem é ele” quem é ele”, completou. está dentro de casa, com os cola-

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conference PAINEL 3

Ponto cultural
Presente também pelo segundo ano con-
secutivo, a Livraria Saraiva montou um
estande no saguão do hotel reservado
ao evento, onde expôs livros referentes
ao setor de relacionamento, bem como
obras focando negócios e economia.

Reis: Tacchela:
“Somente com “O que o cliente
métodos e modelos quer hoje, pode
de gestão bem não ser o que ele
definidos é possível boradores e seu dente da Almavi- quererá amanhã”
entregar o que o conhecimento a vA do Brasil. Para
mercado espera” respeito dos clien- o executivo, o que falta é humildade.
tes”, afirmou. Para Reis, a falta dessa “Precisamos pensar que podemos er-
consciência é o principal motivo de rar em algum momento, e que não
muitas empresas ainda errarem na há razão para parar. O importante é
hora de atender o cliente. aprender com o erro”, disse. Tacchela
“Outro fator determinante nesse comentou também sobre as mudan- A afirmação se apóia numa pesquisa
processo é a gestão. Somente com ças nos hábitos dos consumidores. realizada pela Aspect para um cliente
métodos e modelos de gestão bem “O que o cliente quer hoje, pode não nos Estados Unidos, onde foi verifi-
definidos é possível entregar o que o ser o que ele quererá amanhã. E isso cada a falta de alinhamento na per-
mercado espera”, apontou o diretor faz muita diferença, pois exige adap- cepção dos consumidores e dos ges-
da ACS. De acordo com Reis, pes- tações das empresas”, completou. tores de atendimento. “Enquanto os
quisas ajudam a entender o cliente, Para Paul Bullett, presidente no gestores consideram o serviço como
mas se por trás disso não tiver um Brasil e vice-presidente para América excelente, os clientes, por outro lado,
planejamento estratégico sobre o Latina e Caribe da Aspect Software, a estavam insatisfeitos”, revelou.
que fazer com essa informação, as questão é simples. A fórmula para en- Outra ferramenta de ajuda neste
empresas continuarão errando no re- tender o cliente é escutá-lo. “Porém, processo, destacada por Bullett, são
lacionamento. o que parece fácil, muitas vezes fica as soluções unificadas. Esse modelo
Mas, por que, mesmo com toda só na teoria”, afirmou. Nesse ponto, de tecnologia provê, por exemplo,
essa consciência, novas tecnologias, Bullett alerta para a importância dos distribuição automática de chama-
ações de marketing e pesquisas, as colaboradores na hora do atendi- das, discagem preditiva, gerencia-
empresas continuam errando? Essa mento. “De nada vale ter uma equipe mento de fluxo de trabalho, grava-
foi questão levan- grande, se não fo- ção multicanais e gerenciamento da
Bullett: Amorim:
tada por Massimo “De nada vale “toda vez que pensar, rem treinados cor- qualidade. “Com todos os processos
Tacchela, presi- ter uma equipe ouvir ou discutir retamente”, disse. integrados, fica mais fácil obter infor-
grande, se não relacionamento, mações”, completa.
forem treinados ponha-se no lugar Indo mais além, Marcelo Amorim,
corretamente” do cliente” presidente da NetCallCenter-Orbium,
comentou que, hoje, é preciso mais
do que apenas conhecer o cliente.
De acordo com Amorim, é necessário
pôr em ação três práticas ainda pou-
co utilizadas pelo mercado, mas que
trazem ótimos resultados. Primeiro,
toda vez que pensar, ouvir ou discu-
tir relacionamento, ponha-se no lugar
do cliente. Segundo, o que fideliza é a
conveniência. E, por fim, a única coi-
sa que o cliente faz questão de ter é o
que lhe foi prometido.

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conference PAINEL 4

O esforço de focar o business


no cliente Como construir um negócios focado no cliente? Investindo em capacitação
profissional e desenhando o perfil do cliente para facilitar o atendimento

urante o quarto e se esquecem que um cliente jurídi-

D último Painel do VI
Encontro com Pre-
sidentes, os execu-
tivos e convidados
discutiram estratégias para levar a
empresa a construir um modelo de
negócios voltado ao cliente. Apre-
co nada mais é que um conjunto de
clientes físicos”, explica.
Neto também ressaltou a impor-
tância de se definir a estratégia de al-
cance ao cliente. Dar foco no cliente
é atender suas expectativas quando
ele nos contrata? É atender Alexandra:
sentado pelo jornalista Alexandre as expectativas do gestor do “Também cabe
Machado, apresentador do progra- cliente que se relaciona com aos contratantes
ma Opinião Nacional, da TV Cultu- a empresa? É de curto, médio e profissionais do
ra, o painel contou com a presença ou longo prazo? E o que é o mercado atuar
de Alexandra Periscinoto, coorde- cliente? “Os enfoques são di- para consolidar
nadora do Probare e presidente da ferentes em cada caso. Você essa melhoria”
SPCom, Alexandre Jau, fundador e constrói uma empresa focada a par-
presidente da TMKT, Elaine Ferrei- tir do momento que escolhe pesso-
ra, presidente da Altitude Software as com um perfil adequado para se
para o Brasil, Ozil Coelho Neto, relacionar com os clientes e quando
diretor de assuntos corporativos da alcança no atendimento as expectati-
BS Colway e presidente do Institu- vas do cliente”, acredita.
to BS Colway, e Topázio Silveira
Neto, ex-presidente da ABT. UMA FERRAMENTA
Durante o debate, Silveira Neto DE DEFESA
falou sobre a importância de es- Na seqüência do debate, Alexan-
clarecer os diversos aspectos dessa dra Periscinoto defendeu que, para
construção de negócios. “Qual é que o setor cresça saudável e com
o tipo de empresa? Qual é o tipo maturidade, a auto-regulamentação
de foco a ser dado? Qual é o tipo é a maior ferramenta de proteção ao
de cliente a ser alcançado? Quem segmento, pois identifica e age junto
opera uma empresa de telesservi- a todos os participantes do processo
ços sabe a dificuldade que é Silveira Neto: de relacionamento. Para isso,
obter isso na prática. Muitos “Você constrói uma ela citou o Probare (Progra-
empresa focada a ma de Auto-Regulamentação
partir do momento do Setor de Relacionamen-
que escolhe to). “A maioria dos canais
pessoas com um de distribuição do setor não
perfil adequado duram mais de um ano. Nós
para se relacionar”
temos lutado para melhorar
a imagem do setor, e o Probare tem
acatado todas as manifestações dos
consumidores. Mas também cabe
aos contratantes e profissionais do
mercado atuar para consolidar essa
melhoria”, defende.
Alexandra ressaltou que muitas
empresas contratantes também já
começam a buscar a certificação do

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Probare, numa iniciativa inédita que
Network diferenciado expõe de forma clara a necessidade
da busca pela excelência. “O mer-
Ao final dos painéis, todos os presentes cado que ainda não se sensibilizou
foram convidados para assistir ao show de com essa tendência inevitável deve
encerramento, este ano na voz do cantor e
entrar em contato com o Probare, e
compositor João Bosco. O show foi patro-
cinado pela Aspecto, Dígitro e Contractors. traduzir que, através dele, tem em
O cantor animou a platéia com seus maio- mãos uma ferramenta de divulgação
res sucessos, e trouxe um clima de bossa positiva, além de permitir a cons-
nova, que terminou com um grande co- tante atualização de seus processos,
quetel, onde os executivos e convidados
sempre buscando um atendimento
brindaram, fechando com chave de ouro
o VI Encontro com Presidentes. mais voltado à necessidade Elaine:
do cliente”. “Se a empresa
não tiver a
ATÉ FORNECEDORES
A mentalidade de
PRECISAM MUDAR ouvir seu cliente, está ços, empresas terceirizado-
A maior preocupação das fadada a trabalhar ras e próprias, tomadores de
empresas deve ser a satisfação num cenário que serviços e contact centers.
não levará ao E isso só será alcançado se
de seu cliente. Isso é o que
desenvolvimento”
defende Elaine Ferreira, da todas as pessoas e empresas
Altitude. “Essa é uma preocupação forem envolvidas no processo, prin-
que deve envolver a todos, desde cipalmente seu cliente interno, o co-
fornecedores de tecnologia e servi- laborador”, acredita.
Para Elaine, essa é uma tarefa que
demanda muito tempo e exige muito
esforço, pois a empresa deve buscar,
junto ao colaborador, a livre esponta-
neidade em atingir os objetivos, con-
tando, claro, com todo suporte que
a empresa pode oferecer. Para isso,
citou a própria Altitude “Nos volta-
mos ao que nosso cliente procurava,
através de pesquisas de opinião e sa-
tisfação e ações concretas junto aos
usuários. O cliente deve ter a oportu-
nidade de ser ouvido”, destaca.
A executiva conta que a empresa
faz uma reunião periódica com os
usuários de seus produtos, onde,
além da apresentação de cases, dão
voz ao cliente para se manifestarem
e buscar mais informações para al-
cançar a melhoria dos seus proces-
sos. “Se a empresa não tiver a men-
talidade de ouvir seu cliente, está
fadada a trabalhar num cenário que
não levará ao desenvolvimento. É
necessário investir na melhoria dos
processos e é assim que as empre-
sas de tecnologia têm de atuar, pro-
vendo soluções não só tecnológicas,
mas também dando todo suporte
para o relacionamento. A tecnolo-
gia funciona muito bem, mas não é
tudo. Se não estiver alinhada a pes-
soas e a processos, é investimento

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conference PAINEL 4

perdido. Se as empresas não har- esse canal cria um relacionamento


monizarem os processos, correm o mais intenso e estreito com nosso
risco de perder a credibilidade junto cliente, pois deixa-o a par não só
aos clientes finais”, acredita Elaine. de nossos produtos, mas também
das ações que praticamos. A em-
MERCADO RECENTE presa que não tem um call center,
Por ter evoluído após a privatiza- seja próprio ou terceirizado, fica
ção das telecomunicações, o setor inexpugnável para quem quer fazer
de relacionamento é recente no uma reclamação ou cobrar um re-
Brasil. A preocupação com a satis- sultado”, acredita Coelho Neto.
fação do cliente só veio a crescer
depois da instituição do Có- Jau: REVERTER O QUADRO
digo de Defesa do Consumi- “Treinamento e CRÍTICO
dor, que levou às empresas a qualificação são No decorrer de todo o painel, um
buscarem o aperfeiçoamen- o ponto-chave assunto vinha sempre à tona. Afinal,
to dos seus processos. Para de tudo. Esse é o mo tempo em que criou um construir um negócio focado no clien-
Alexandre Jau, a tecnologia grande desafio programa de compromisso te seria fácil, se o setor não sofresse
disponível ao mercado evo- para se construir social para conscientização tanto com as críticas da imprensa e
luiu muito rápido, e o setor uma relação do público. “Apesar de mui- do Governo. É consenso que a mídia
duradoura com
conseguiu absorver essa tos considerarem nosso negó- tem uma relação bastante sensível
o cliente”
evolução. “Mas o relaciona- cio como um risco iminente com o setor. “O call center não é o
mento continua sendo discutido e é para a economia nacional, nossos mercado mais querido da mídia, por
um assunto que é redefinido todos planos de captação de recursos traz mais que se esforce. Somos acusados
os dias pelos próprios clientes. As grandes benefícios para a sociedade, de invadir a privacidade das pesso-
relações de consumo ainda estão pois retiramos os pneus da natureza, as, mas não reconhecem a enorme
mal resolvidas, e há muitas idios- combatendo diversos problemas so- quantidade de empregos que o setor
sincrasias, já que o mercado cresce ciais, como a dengue. Além disso, é gera”, desabafa Silveira Neto.
a passos largos”, acredita. um pneu ecológico, que não agride Alexandra concorda, e afirma que
Jau diz que o grande desafio para a natureza”, esclarece. Coelho Neto tanto imprensa quanto Governo
os profissionais do setor é construir também ressaltou os diversos proje- divulgam dados errôneos sobre o
uma empresa com atitude de merca- tos sociais que a empresa mantém segmento, ignorando os dados posi-
do e relações trabalhistas alinhadas junto às escolas públicas da região e tivos. “Apenas 6% das ligações aten-
com as técnicas de produto, comer- à comunidade carente. didas pela ouvidoria do Probare, por
cial e tecnologia, mas destaca a es- O executivo contou que a empre- exemplo, são referentes à invasão de
pecialização como ponto principal. sa mantém um call center próprio privacidade. Temos lutado para alte-
“Há dez anos, não havia 10% do com 200 PA’s e 400 atendentes. “É rar essa imagem negativa imposta ao
volume de profissionais de hoje. Por uma ferramenta fantástica para ges- segmento”, conclui.
isso, acredito que o treinamento e a tão de negócios e serviços. Alguns
g Para apimentar o final do Painel,
qualificação são o ponto-chave de clientes têm certa dificulda- Coelho Neto: Ana Maria Moreira Monteiro,
tudo. Esse é o grande desafio para de de alcançar determina- “A empresa que presidente da AM3, perguntou
se construir uma relação duradoura dos serviços da empresa e não tem um diretamente ao moderador do
com o cliente”, conclui. call center fica painel, que é jornalista, por
inexpugnável para que a imprensa persegue tan-
GOVERNO E SOCIEDADE quem quer fazer to o segmento, e só divulga os
Finalizando o painel, Coelho uma reclamação” dados negativos, prejudican-
Neto contou as dificuldades que a do o negócio. Machado defendeu a
BS Colway enfrenta em obter maté- imprensa obviamente, mas também
ria-prima desde que o Governo, por esclareceu que as matérias negati-
pressão da ANIP, proibiu a impor- vas podem ser uma influência bola-
tação de pneus usados (que consti- de-neve, ou produto de jornalistas
tuem a matéria-prima da empresa), despreparados. De qualquer forma
obrigando a BS Colway a buscar a o consenso geral, que se seguiu ao
matéria-prima em território nacio- debate aberto da platéia, foi que, por
nal. Destacou também as estratégias esforço comum, o setor poderá supe-
que a empresa tem seguido para rar seus obstáculos e voltar-se para o
superar essas dificuldades, ao mes- que interessa: o cliente.

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Informe publicitário

O atalho para a materialização das metas


Melhoria sustentada em satisfação de clientes e funcionários resulta em aumento de receita e diminuição de custos

O
Sistema de Gestão COPC- vidas se mostraram infundadas, já que a
2000® constitui-se, há mais de equipe de consultores Kenwin tem um
uma década, o “State of Art” amplo background neste tipo de proces-
para Centros de Contato com clientes, sos, e soube nos guiar no caminho cer-
fullfilment e BPO. Recentemente, a to”, esclarece o executivo.
América Latina transformou-se na re-
gião que mais avançou na aplicação Fases do Projeto
deste modelo para o atendimento F2F Durante o processo de implantação do
(face to face) em lojas. modelo, são várias as fases de adaptação.
Fortunato Bertello, Vice-Presidente Ceticismo: algumas pessoas da equipe
de Customer Experience para a Cable & mostram-se em dúvida em relação ao po-
Wireless PLC, e Regina Viglizzo, Coun- tencial do projeto;
try Manager da Kenwin no Brasil, expli- Incerteza: os colaboradores sentem-
cam melhor como essas duas empresas, se inseguros, porque são envolvidos em
em parceria, conseguiram contribuir aos processo de capacitação e pensam no
Bertello: “a redução dos custos por cliente
objetivos estratégicos da empresa de Te- que pode acontecer se não assimilarem
foi de surpreendentes 44% para linhas
lecomunicações, por meio de melhorias o conteúdo do curso;
nos canais de atendimento. residenciais, 13% para telefonia Amadurecimento: Os envolvidos co-
Segundo Regina, o escopo inicial móvel e 9% para Internet” meçam a perceber que as ferramentas
para a definição dos trabalhos rea- implantadas aumentam a produtividade
lizados para a Cable e Wireless foi pretariam os requisitos e urgências do e diminuem os erros;
a aplicação de um sistema de gestão negócio da Cable & Wireless, Bertello Maturidade: a empresa percebe que as
na central de atendimento, que é ter- afirma que a empresa está satisfeita com pessoas começam a trabalhar com con-
ceirizada, no BackOffice e nas lojas. o resultado. “Tínhamos receio de como vicção, e elas mesmas entendem que
“Todos esses canais ficam sob a gestão a equipe interna entenderia a implanta- aprenderam muito mais do que sabiam
da Vice-Presidência Executiva de Ser- ção de um novo modelo, e como seria antes da implantação.
viço ao Cliente de Cable & Wireless feita a quebra de paradigmas existentes. Esses quatro processos acabam por gerar
Panamá. Após o sucesso nesse país, As minhas expectativas eram de que a um aumento na satisfação dos funcionários
o projeto já foi estendido para todo o empresa começasse a agir como uma em todos os quesitos avaliados na pesquisa
Caribe”, comemora Regina. orquestra sinfônica, onde pudesse ter de satisfação global, aumentando o índice
Apesar das dúvidas de como a norma cada um tocando a sua partitura, sem de satisfação em 15 pontos percentuais em
COPC® e a equipe de consultores inter- que nada desafinasse. Mas todas as dú- apenas cinco meses (veja gráfico 1).
Para que todo o processo saia de acor-
do com as especificações da empresa, a
GRÁFICO 1 Kenwin faz transferência de know-how,
dá suporte na implementação de melho-
res práticas e na definição de metas. “As
empresas nos procuram porque precisam
concretizar suas metas num curto perí-
odo de tempo. Acreditamos que nossos
clientes tem altas chances de alcançar
o sucesso sem nosso suporte, mas com
a nossa ajuda conseguem fazê-lo em
prazos menores e com economia de re-
cursos, sendo esse nosso compromisso
principal. É como ter uma “apólice de
seguro” para a obtenção de resultados”,
esclarece Regina.
O apoio da equipe de consultores
também é fundamental, como explica
Bertello. “Eles trazem disciplina para

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Informe publicitário

a equipe durante a implantação, dão


rapidez por ter entregáveis claramen- GRÁFICO 2
te definidos e, por último, pelo valor
agregado dos atalhos apresentados
para chegar aos resultados”. Bertello
ressalta a importância dos consultores
ainda mais. “Isso é muito importante,
porque garante a velocidade de execu-
ção, que geralmente é um ponto fraco
nesse tipo de projeto. No dia-a-dia,
isso faz o grande diferencial, porque
alinha prazes e entregas, evitando er-
ros de logística”.

Satisfação do Cliente
Um ano após a implantação da so-
lução, a Cable & Wireless PLC já me-
lhorou em sete pontos percentuais a isso, o trabalho foi iniciado quase do aumentado as vendas em termos abso-
qualificação entre seus clientes, com zero. “O trabalho não só nos possibi- lutos para toda a empresa, mas as lojas
os quesitos “satisfeito” e “muito satis- litou seguir métricas e melhorar a ges- se tornaram responsáveis por 60% so-
feito”. Em relação ao “Nível de Servi- tão do negócio, mas também entender bre o total”, define.
ço”, a empresa conseguiu estabilizar quais eram os fatores de sucesso para
os resultados em torno de um objetivo poder vender mais, além de saber quais A Importância da Aplicação
de 80%, fazendo com que a percep- eram os processos chaves que deveriam Segundo Regina, o mercado latino-
ção dos clientes não fosse mais aba- ser modificados e compreender o que americano já está familiarizado com
lada por essa falta de consistência na nossos colaboradores precisavam para os serviços da Kenwin para centrais
prestação dos serviços. obter melhores resultados na execução de atendimento, canais eletrônicos e
do seu trabalho”, explica. processos de BackOffice onde as me-
Melhoria dos Custos Isso fez com que a figura do encar- lhorias comprovadas em termos de re-
Já em relação à Melhoria dos Cus- regado da loja sofresse uma evolução ceitas, custos, resolução no primeiro
tos, a empresa estabeleceu metas claras para um Gerente da Loja, que, mesmo contato e satisfação de clientes consti-
parciais de melhorias de eficiência, que lidando com processos mais comple- tuem o carro-chefe da empresa. “Nessa
foram definidas como check-points do xos, passou a dar resultados muito mais linha, a novidade é a atuação, com su-
projeto “Se não tivéssemos atingido os expressivos. “A abordagem da COPC® cesso, nos canais F2F. Foram tão bons
resultados definidos, certamente teríamos nos fez incrementar muito a participa- os resultados que a próxima versão da
parado o projeto no meio do caminho, ção das Lojas nas vendas. No início do norma COPC-2000® já incluirá este
mas a redução dos custos por cliente foi projeto, esse canal tinha uma participa- tipo de canal. Este movimento nasceu
de surpreendentes 44% para linhas resi- ção nas vendas da companhia de 6%. e amadureceu na América Latina com a
denciais, 13% para telefonia móvel e 9% No final do projeto, não apenas tinham Kenwin e agora terá abrangência mun-
para Internet”, conta Bertello. dial”, comenta.
A partir da melhoria da qualidade no O caso de Cable & Wireless para ca-
atendimento baseada na resolução no nais F2F representa uma mudança tangí-
primeiro contato, também obteve uma re- vel no conceito da loja: passar de ser um
dução de contatos por cliente na base: os custo “necessário” para a manutenção da
clientes residenciais passaram de 11 liga- base de clientes para se tornar um centro
ções/ano para 7 ligações/ano. Para móvel, gerador de receitas (profit center).
a diminuição foi de 6 para 5 ligações e, “No início do projeto de melhoria,
para Internet, de 17 para 11 ligações/ano. em geral, temos uma percepção de que
Um bom exemplo é o gráfico 2, que nossa operação é melhor do que ela
mostra a grande redução de contatos realmente é”, conta Bertello. “A COPC
por cliente, mesmo com o grande au- nos permite ter total visibilidade da per-
mento da base de clientes da Cable & formance e implantar processos consis-
Wireless PLC. tentes de melhoria. Na verdade, fazen-
do uma retrospectiva, começamos com
O Impacto do Projeto uma orquestra bastante pobre e acaba-
Bertello conta que as lojas da empre- Regina: “nossos clientes tem altas chances de mos tocando acordes afinados, superan-
sa tiveram um impacto altíssimo, por- alcançar sucesso sem nosso suporte, mas com do totalmente as minhas expectativas”,
que eram uma das áreas mais descui- a nossa ajuda conseguem fazê-lo em prazos conclui o executivo.
dadas e menos profissionalizadas. Por menores e com redução de custos”

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experiência Marcos Fabio Mazza

Investir em pessoas, único caminho


Em uma empresa, a administração precisa ser como em um time de futebol.
Se cair para a segunda divisão, você é o primeiro a perder o emprego (Parte 1)

e analisarmos os fatores críticos de sucesso em E agora vem a per-

S
uma empresa, vamos observar que sempre po-
demos resumi-los em três grandes grupos: pro-
cessos, ferramentas e pessoas. E que um não vive sem
gunta: Como isto é pos-
sível com o quadro que
tenho hoje?
o outro, nunca serão independentes; ou seja, de nada Você vai querer cair Marcos F. Mazza é gerente de CRM
da Syngenta Proteção de Cultivos.
adiantará uma empresa investir em estratégias compe- para a segunda divisão? E-mail: marcos.mazza@syngenta.com
titivas, ou com o aperfeiçoamento de processos inter- Se a resposta é NÃO,
nos, ou novos softwares de gestão se não investir em você precisa então buscar novos talentos e investir
pessoas. Como também não adianta ter um time de nos talentos internos já existentes. Como?
excelentes profissionais se não lhe dermos ferramen-
tas para exercer sua capacidade e se não ordenarmos 1º CAPACITAÇÃO:
suas atividades em processos internos coerentes. Ninguém nasceu sabendo (nem mesmo você), preci-
Não vou aqui conversar com você sobre proces- samos começar a pensar nos nossos colaboradores co-
sos ou ferramentas, mas sim sobre a necessidade mo pensamos em nossos filhos. Porque muitos gestores
de investimento, por parte das empresas em pesso- investem verdadeiras fortunas em aulas de inglês & es-
as. Você sabe de quem estamos falando? panhol, cursos em informática, capacidade física, fono-
É isto mesmo, de seus funcionários, do menor ao audiólogos, artes plásticas, livros didáticos e etc. para
maior nível hierárquico. Vamos fazer juntos uma seus filhos; nada mais, nada menos do que a prepara-
analogia com um assunto que todo brasileiro domi- ção deles para a vida e para poderem ser os melhores.
na: Futebol. Todo clube tem uma estrutura interna, E dentro de sua empresa, pensam como custo
do presidente passando pelos diretores, comissão uma simples troca do mouse pad normal pelo er-
técnica, departamento médico até chegar nos rou- gonômico, ou outra qualquer iniciativa que lhe
peiros e toda esta estrutura busca através de normas traria melhoria interna.
internas trabalhar para que seus jogadores tenham Somente com um forte investimento em capaci-
sucesso na hora do jogo e na conquista dos campe- tação podemos ter colaboradores preparados para
onatos. Nesta nossa analogia quem são seus funcio- buscar os resultados que uma empresa almeja.
nários? Respondeu certo quem disse Os jogadores. Como diz o Tiger Woods: “ ...Quanto mais eu trei-
Quem ganha ou perde as partidas são eles e não no, mais sorte eu tenho...”. Porém alguns cuidados
o técnico ou o presidente, de nada adianta a tática são muito importantes, antes de sairmos programan-
se quem a executa não está preparado. Caro ami- do um “caminhão” de novos cursos; um deles é ob-
go gestor de uma empresa, desculpe informá-lo, servar a metodologia a ser utilizada. Se analisarmos a
mas você não vai poder usar a camisa 10, nem en- eficiência de muitos treinamentos realizados, obser-
trar em campo. Teu lugar é no banco ou até nas ar- vamos que nem sempre são proporcionais ao inves-
quibancadas. Porém se seu time caír para segunda timento realizado. O segredo esta em adequar a me-
divisão, você é o primeiro a perder o emprego. todologia de acordo com o público a ser treinado.
Começando por este ponto: importância dos fun- Pense comigo: Na sua infância, quando você co-


cionários. Nas empresas onde funcionários são vis- meçou a aprender a escrever, você discutiu com
tos como parte importan- seus pais ou professores se o uso do s ou do z es-
tava coerente? NÃO, Porquê? Cérebro de criança
Somente com um te, o nome dado muda para
colaboradores. Como são aprende igual cachorro: pelo exemplo e pelo refle-
forte investimento em tratados estes seres em sua xo condicionado; B + A = BA.
capacitação podemos empresa? Mas não basta co- Já a partir de sua adolescência, devido ao pró-
locar o nome de colabora- prio comportamento “aborrescente” o questiona-
ter colaboradores dores para agradar, mas sim mento passou a ser parte integrante da sua vida e
preparados para buscar libertá-los da síndrome dos todo seu aprendizado se baseia na comprovação e
discussão de fatos e a metodologia vencedora pas-
os resultados que uma três macacos; ou seja, cola-
boradores podem e devem sou a ser: “Adulto só aprende fazendo”. Na próxi-
empresa almeja falar, ouvir e ver. ma edição, continuamos o assunto !

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up date Marcos Calliari

“Ele, o Cliente!”
A preocupação corporativa ainda passa pela necessidade de estruturas mais adequadas,
canais mais claros e efetivos e ferramentas de performance mais apuradas

omo ainda patinamos em colocar a prio- O ponto é muito opor-

C
ridade, de fato, no cliente! Tive a honra
de participar de um dos painéis do VI En-
contro com Presidentes, organizado pela Cliente
tuno e chama a atenção
para a questão da exe-
cução de estratégia. Não
SA. Como é possível ver nessa edição, esse even- é a toa que, no ano pas- Marcos Calliari é diretor geral da Ipsos Insight
no Brasil, economista, MBA em Insead, França e
to, que já está se tornando tradicional na indústria, sado, o tema voltou a doutorando na FGV em SP. É professor do Ibmec,
visa proporcionar um fórum para discussões de al- ser discutido, e foi res- e viveu nos EUA e China trabalhando para multi-
to nível com decisores de empresas representati- ponsável por dois dos nacionais. E-mail: marcos.calliari@ipsos.com.br
vas do mercado, em diversas áreas. mais vendidos livros de
O tema do painel que moderei era esse: “Ele, o negócios do mundo. Entretanto, o ideal é que não
cliente” – não consigo deixar de achar que teve ins- haja qualquer sombra de dúvida sobre a ‘missão’,
piração no pretensioso filme da década de 80, estre- políticas da empresa e níveis de empowerment,
lado pelo Ricelli, alguém lembra?! Os demais paine- para que, mesmo que houver problemas de comu-
listas eram presidentes e diretores gerais de empresas nicação ou de atualização, os funcionários saibam
atuantes nos setores de seguros, call center, softwa- em que direção devem seguir sempre. Ou seja, a
res de relacionamento, alguns deles estrangeiros. cultura das organizações tem um papel mais forte
Como devo admitir que a orientação dos pro- do que as pessoas.
nunciamentos foi para um caminho inesperado Também há uma crença profunda no conheci-
para mim, gostaria de compartilhar os principais mento interno da empresa. Praticamente todas as
pontos de nossas discussões para vocês saberem o informações necessárias já estariam disponíveis
que vem sendo feito e pensado pelo mercado. nas diversas áreas de contato com o cliente – bas-
Primeira conclusão: houve uma unanimida- taria apenas acioná-las para buscar informações
de em reconhecer que não há planejamento es- ou inovações adequadas. Nesse contexto, fica pa-
tratégico, plano de ações ou atividades táticas pa- tente a necessidade de canais abertos, regulares
ra os clientes, que sejam bem-sucedidas, sem o ou esporádicos, formais ou informais. Obviamente
total comprometimento dos colaboradores e fun- isso vai muito além da passividade da política de
cionários. Como já abordamos em outras ocasi- ‘portas abertas’, e exige a procura ativa de levan-
ões aqui nesse espaço, os clientes internos conti- tamento de informações. Mas, mais ainda, exige
nuam sendo peça fundamental para o sucesso de um planejamento de busca do que seja relevante.
qualquer relacionamento. Até aí, nenhuma surpre- Como isso na prática não acontece, a idéia torna-
sa. A novidade vem quando a dificuldade de li- se apenas uma boa idéia, mas que não chega a se
dar com esse público em muito supera o foco no concretizar, e, quando chega, é certamente ape-
cliente externo, no contexto atual. Em toda as in- nas para a resolução de problemas.
tervenções houve uma profusão de casos e ane- Agora, o que realmente chamou a atenção, é co-
dotas em que, por exemplo, há uma discordância mo a relevância do cliente externo (ou o cliente
interessante sobre qual o melhor caminho para ga- de nosso cliente, que obviamente também deveria


rantir a qualidade de serviços, se top-down, onde ser a nossa prioridade) em nenhum momento foi
cada nível superior é intei- ressaltada como política das nossas organizações.
A preocupação corporativa ainda passa mais pela
Ainda temos muita ramente responsável pe-
la uniformização dos ní- necessidade de estruturas mais adequadas, canais
GL¿FXOGDGHQRVSURFHVVRV veis mais baixos, ou se a mais claros e efetivos, ferramentas de performan-
DGPLQLVWUDWLYRV   organização deve ser a tal ce mais apuradas. Ainda temos muita dificuldade
ponto permeada pela ima- nos processos administrativos, seja por condições
RXSHODQRVVD gem corporativa, missão competitivas, proporcionadas pelo macro-ambien-
LQFDSDFLGDGHGHFULDUH e processos que garantam te e pelo governo, ou pela nossa incapacidade de
criar e manter a engrenagem rodando.
PDQWHUDHQJUHQDJHP os serviços independente-
mente das pessoas que por Honesta e preocupantemente, ainda engatinha-
URGDQGR eles são responsáveis. mos quando o assunto é cliente...

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reflexão Fernando Guimarães

Oito tendências para capitalizar


Um bom exercício para reflexão: conheça as oito tendências
em 2008 que o Trendwatching aposta que vão bombar em 2008
ma das minhas mais importantes fontes de com a BlingH20, que é

U
referência é o site www.trendwatching.
com. Como o próprio nome diz, esse pes-
soal “vigia” as tendências que estão surgindo. Com
oferecida pelo dobro. E
a Tasmanian Rain, que
não sei o preço, é feita
Fernando Guimarães é diretor de criação da Escala/
pertinência e, às vezes, com bastante humor, eles com água de chuva!
Synapsys, além de consultor de marketing e comunicação
dão dicas preciosas de quem está colocando a ca- 3. Snack Culture – e especialista em marketing de relacionamento
beça para fora no mundo do marketing. que seria uma Esfera e blogueiro do Portal www.clientesa.com.br/
Todo final de ano, eles se dão ao luxo de serem ain- de Transição (ver aci- Email: fguimaraes@synapsys.com.br
da mais futurologistas, e escolhem as oito tendências ma) bombada. É ten-
que, acreditam, irão emplacar no ano seguinte. Aca- dência claramente identificada em consumido-
baram de publicar aquelas que acreditam que vão res que buscam cada vez mais a gratificação
bombar em 2008. Eu pretendo reportá-las com um instantânea. E há cada vez mais produtos e ser-
pouco mais de profundidade no meu blog da Cliente- viços de caráter temporário ou transitivo (ver
SA, http://blogclientesa.clientesa.com.br/marketingde- mais detalhes no blog).
relacionamento. Neste artigo, vou fazer uma espécie 4. Online Oxygen – isto é, o fato de cada vez
de trailer. Quem achar interessante é só dar um pulo mais gente precisar estar online, como precisa de
no blog e pegar mais detalhes. Ou escrever para mim. oxigênio para respirar (sinto informar que sou um
Meu endereço está lá embaixo, no rodapé do artigo. desses netaddicts). E há cada vez mais “razões”
1. Status Spheres – grosso modo, Esferas de Sta- para isso. Entre as mais recentes, o Joost e a pro-
tus. Eles definem assim o fenômeno de mistura de es- messa do Android, do Google.
tilos de vida, atividades e comportamentos adotada 5. Eco-Iconic – o movimento que partiu do eco-
por consumidores que procuram por reconhecimen- feio, passando pelo eco-chic até chegar aos “pro-
to por parte de grupos e cenas. E identificam uma dutos e services eco-amigáveis que apresentam
Esfera Tradicional (consumidores que ainda buscam design e atitude corajosas, dando aos seus pro-
status comprando mais ou coisas mais caras, e que prietários eco-conscientes uma visibilidade positi-
continua dando as cartas em muitos espaços), uma va”. Já há automóveis assim, como, por exemplo,
Esfera de Transição (consumidores sempre em busca o Clarity da Honda. E edifícios, como o Bahrain
de novas experiências), uma Esfera Online (consu- World Trade Center.
midores voltados para o que os conecta com quem, 6. Brand Butlers. Em vez do bombardeio das
uma espécie de status 2.0), uma Ecoesfera (consumi- campanhas publicitárias tradicionais, há um movi-
dores preocupados com o futuro do planeta e coisas mento de “servir” o consumidor. (A bem da verda-
assim), uma Esfera Doadora (consumidores envolvi- de, esse movimento começou no século passado,
dos com filantropia) e uma Esfera Participativa (con- em ações de marketing de relacionamento.)
sumidores, principalmente jovens, que têm que estar 7. MIY/Make It Yourself. É um enfoque educacio-
antenados, sendo parte de algo). O portal pede que nal, de usar a web principalmente para ensinar coi-
os leitores sugiram suas própria Esferas de Status. O sas aos consumidores, envolvendo-os com a marca.
meu blog está disponível para isso. Comentem lá. Eu já abordei esta tendência em artigos anteriores.


2. Premiumization – isto é, a tendência a criar 8. Crowd Mining. Está em curso um movimen-
versões premium de tudo que é produto. Dá a im- to de “co-fazer” as coisas em um modelo de mas-
pressão que é o resultado de sas. Co-criar, co-fundar, co-comprar, co-gerenciar
Neste artigo, vou um certo “desespero por sta- qualquer coisa juntamente com uma multidão de
fazer uma espécie de tus”, pois há as coisas mais sócios. Através do site Sellaband, por exemplo, fãs
improváveis sendo “upgra- podem patrocinar novas bandas. E o MyFootball-
trailer. Quem achar deadas”. Água mineral, por Club, criado em maio de 2007, acabou de anun-
interessante é só dar exemplo. A Palace, edição ciar que comprou o controle do Ebbsfleet United
limitada da Evian, chega a FC, um pequeno time inglês. E há os exemplos do
um pulo no blog e pegar custar 20 dólares a garra- Zopa e do Prospeer, bancos que funcionam no sis-
mais detalhes fa. Caro? Não, se comparar tema P2P (mais detalhes no blog).

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tendência HOTELARIA

Do luxo ao simples,
a pedido do cliente!
A indústria de hotelaria se reinventa para conquistar e fidelizar clientes,
em todas as faixas de consumo. O ritmo da renovação – ou inovação –
em todo o processo de relacionamento, é quem indica o sucesso

a luxuosidade dos cinco lhou o mercado interno e externo,

D estrelas à praticidade dos


mais econômicos, os ho-
téis no Brasil movimentam hoje
e a Copa do Mundo, que puxou os
turistas para a Europa.
O bom momento do setor deman-
cerca de US$ 8 bilhões ao ano. Se- da um olhar ainda mais cuidadoso
gundo a Associação Brasileira da para o cliente. A arquiteta e desig-
Industria de Hotéis (ABIH), o seg- ner de interiores especializada em
mento apresentou um melhor de- projetos para a hotelaria, Ana Ma-
sempenho em 2007, se compara- ria Wey, entende que os hotéis pre- do e exclusivo com a ajuda de ser-
do a 2006, ano em que o turismo cisam tornar a estadia do hóspede a viços automatizados.
brasileiro foi prejudicado por con- mais agradável possível, evitando o E o setor busca a excelência na
ta de fatores como o apagão aéreo, aspecto de impessoalidade, ofere- qualidade, de acordo com a ABIH,
a súbita saída da Varig que atrapa- cendo um atendimento diferencia- pois dedica entre 8 e 12% dos in-
vestimentos em tecnologia e mo-
dernização.
RANKING DAS CADEIAS HOTELEIRAS Mas tem outro dado que inco-
NACIONAIS E INTERNACIONAIS moda. O consumidor de serviços
CADEIA NÚMERO NÚMERO CADEIA NÚMERO NÚMERO
em hotelaria não é fiel, principal-
HOTELEIRA HOTEL QUARTOS HOTELEIRA HOTEL QUARTOS mente no segmento de turismo de
Accor 128 19.197 26 Rede Bristol 16 980 negócios, fortemente controlado
02 Choice 48 8.594 27 Mabu 9 973 pelas empresas que decidem a lo-
03 Blue Tree 27 6.087 28 Vila Galé 3 971 calização, rede hoteleira e valor
04 Sol Meliá 19 4.521 29 Atlantica 5 953
das hospedagens para seus funcio-
05 Othon 36 4.427 30 Club Med 3 920
06 Inter Continental 15 3.471 31 Luxor 14 862
nários – existe muita pesquisa an-
07 Transamérica 19 3.043 32 Hilton 2 848 tes da escolha. A participação das
08 Nacional Inn 20 2.485 33 Plaza Inn 9 735 agências corporativas neste pro-
09 Bristol Hotelaria 18 2.371 34 Carlson 3 722 cesso também é cada vez maior.
10 Golden Tulip 15 1.905 35 Pontes Hotéis 3 650
11 Windsor 8 1.880 36 Ouro Minas 2 627
12 Posadas
13 Bourbon
10
10
1.878
1.792
37
38
Oásis Atlântico
Meridien
3
1
523
496
TOTAL DE HOTÉIS E FLATS
14 Marriott 6 1.640 39 Hyatt 1 470
15 Tropical 6 1.490 40 Iberostar 1 406
16 Sheraton 5 1.376 41 Sehrs 1 404
17 Pestana 7 1.368 42 Dorisol 2 328
18 Best Westem 14 1.298 43 Superclubs 1 324
19 Estanplaza 9 1.274 44 Sonesta 1 310
20 Hotelaria Brasil 12 1.141 45 Ventaclub 2 256
21 Hotéis Slaviero 11 1.082 46 Orient Express 1 223
22 Intercity 9 1.065 47 Howard Johnson 2 188
23 Travel Inn 15 1.062 48 NH Hoteles 1 135
24 Promenade 13 1.057 49 Pousadas de Portugual 1 72
25 Deville 8 984
Fonte: Associação Brasileira da Indústria de Hotéis Fonte: Associação Brasileira da Indústria de Hotéis

60 cliente sa | dezembro 2007 / janeiro 2008 | www.clientesa.com.br


ção personalizados, resultante de
acompanhamento direto da equi-
pe, do primeiro contato, durante as
hospedagens e eventos. “O cliente
quer atitude que o surpreenda po-
sitivamente e não apenas contatos
e relacionamentos sem resultados
concretos. De fato, ninguém quer
perder tempo com o que não é re-
almente importante, especialmen-
te os clientes”, justifica Chieko.
Quem passa por profunda mudan-
ça global, em direção ao cliente, é
a rede Sofitel, como comenta Yann
Caillère, diretor presidente da mar-
ca Sofitel e membro da diretoria do
Grupo Accor – o maior do País em
número de hotéis. Ele diz que os
hotéis Sofitel estão sendo reavalia-
dos em um programa intensivo para
reconfigurar a rede atual e otimizar
produtos e serviços de cada um dos
hotéis por meio de amplas renova-
A distribuição dos serviços de for- vadoras e reconhecidas como di- ções e reformas. “Lançamos um no-
ma global (hospedagem, locação ferenciadas na gestão de clientes. vo programa de desenvolvimento
de espaço para eventos, etc) tam- Que o diga a empresária Chieko que visa a melhoria e o aumento de
bém evoluiu de forma assustadora, Aoki. Depois de uma carreira in- nossa presença nas Américas, Euro-
dando mais agilidade nos proces- ternacional, ela fundou há dez pa, Rússia, África, Oriente Médio
sos de compra. A estratégia, para anos a rede Blue Tree Hotels, que e Ásia. Até 2010, teremos uma re-
aumentar a fidelização e ganhar os ficou conhecida pelos produtos e de muito consistente com 139 ho-
mais distintos clientes, foi dissemi- serviços personalizados por gostar téis de negócios e resorts em lo-
nar presença dos produtos (hotéis) de inovar e criar tendências, hoje calizações privilegiadas com três
em todos os canais de venda e dis- uma das três maiores redes nacio- propostas distintas e claras para
tribuição como gds (global distri- nais em número de hotéis. Agora, atender as necessidades e expecta-
buition system), internet, sites es- aposta em um novo modelo, o Bu- tivas específicas de nossos hóspe-
pecializados, operadoras, agências tler Service, em que o cliente ha- des. O nosso objetivo a médio pra-
e central global de reservas (0800), bitué recebe atendimento e aten- zo é chegar a 250 hotéis”.
por exemplo.

BUSCA PELA INOVAÇÃO OCUPAÇÃO %


Algumas redes investem na ima-
gem para serem reconhecidas ino-

TOTAL DE APARTAMENTOS

Fonte: Associação Brasileira da Indústria de Hotéis Fonte: Associação Brasileira da Indústria de Hotéis

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tendência HOTELARIA

A inovação para a Atlantica Ho-


O que as empresas fazem A Internet e inovações tels Internacional – a segunda maior
ATLANTICA – Tem junto com o par- de marketing batizada de “Eleja as 7 ma- do País – está sendo conjugada na
ceiro PMWeb uma demanda contínua ravilhas do Club Med”. comunicação com os clientes cor-
por inovações no que diz respeito ao porativos, sem esquecer a pessoa
atrativo e retenção do internauta no INTERCONTINENTAL T – Um dos dife-
física. Marcelo Bicudo, diretor de
website. renciais do site é o “Web Guru”, uma Ou-
vidoria on-line onde os clientes podem marketing, enfatiza o novo proje-
BLUE TREE – O novo portal conta com enviar seus comentários e recebem um to, o Lobby Mídia. “Estamos insta-
uma área exclusiva para reservas online retorno em até 48h. lando 60 TVs de LCD em todas as
e outros canais específicos para atender recepções dos hotéis com conteú-
hóspedes, imprensa, agentes de viagens, MARRIOTT – Páginas personalizadas
do da própria rede Atlantica para
colaboradores e investidores. para casamentos, com possibilidade de
reservas on-line para convidados da festa integrar a comunicação com nos-
BOURBON – No site novo o cliente tem ou participantes de eventos corporativos sos hóspedes e ter todos os dife-
acesso às informações técnicas sobre ou de lazer são novidades no site. rencias da rede reforçados. Como
eventos de cada hotel da rede, plantas todo o conteúdo é gerenciado via
baixas, capacidade dos espaços para os PONTAT DOS GANCHOS – Lançou um
internet conseguimos customizar
eventos, além de solicitar seu orçamento canal de reservas on-line que oferece a
de forma off-line. possibilidade de consultar a disponibili- a grade de mensagens por hotel.”
dade e realizar a reserva em tempo real. Além de ser referência na hotelaria
CLUB MED – O hotel inaugurou seu siste- nacional e um dos membros Re-
ma de vendas on-line em fevereiro deste TRANSAMÉRICA – O site conta com um lais & Chateâux no Brasil, o Pon-
ano. Desde então, novidades vêm sendo tour virtual, umas das ferramentas mais
ta dos Ganchos Exclusive Resort,
inseridas na página, como a campanha elogiadas pelos clientes.
localizado em Santa Catarina, pre-
Fonte: dados fornecidos pelas empresas

up date Chieko Aoki

As sutilezas no atendimento ao cliente


stive em Tóquio recentemente e aproveitei a opor- te me aguardava na porta, mas antes, o capitão portei-
E tunidade para visitar alguns hotéis. A cidade es-
tá com vários novos hotéis 5 estrelas, das redes mais
ro veio correndo dar as boas-vindas (estava a pé) e me
acompanhar até o gerente geral.
importantes do mundo. É uma guerra de novidades, a Sorrindo sempre e com atitude de grande entusiasmo,
ponto dos melhores hotéis de Tóquio serem destaques o gerente geral foi mostrando o hotel, explicando os
na mídia de todo país. detalhes dos detalhes - como sobre o porquê da insta-
Os hotéis têm alguns pontos em comum e o que mais lação de uma lâmpada no lobby e a qualidade da água
chama a atenção é o foco na individualidade, persona- que caía do teto para um espelho d’água.
lização, bem-estar e qualidade em todos os aspectos. Ao entrarmos no elevador o gerente cruzou com uma
Um ponto se sobressai – é a humanização dos servi- cliente que tinha na mão um pote plástico de doce va-
ços. É esse de fato o grande diferencial dessa nova ga- zio, que ele rapidamente ofereceu-se para pegar e jo-
ma de hotéis contemporâneos que surgiram na capi- gar fora. E, dentro do elevador, a cada hóspede que en-
tal japonesa. Fiquei satisfeita em perceber que na Blue trava, o gerente perguntava como fora o dia trabalho e
Tree Hotels estamos alinhados com essas últimas ten- coisa do gênero, em gesto gentil de boas-vindas. Para
dências. os japoneses em japonês e para estrangeiros, em inglês.
Em minhas visitas aos hotéis, presenciei alguns fatos Para uma senhora que estava com flores na mão, elo-
e cenas que merecem ser compartilhadas. Todos reme- gios a ela pela escolha das lindas flores. A todo o tem-
tem para um ponto comum: o cliente. A forma como po eram pequenas atitudes que davam ao hotel e a seu
ele deve ser atendido sempre, não importa o momento. gerente um toque humano, um cuidado a mais com os
Afinal de contas, o negócio da hotelaria é estar sempre clientes.
a postos para o bem servir. Foi interessante notar como a postura dos colabora-
Tinha marcado hora com um gerente geral para visi- dores, um item que considero fundamental, era pen-
tar um dos hotéis. Cheguei na hora marcada e o geren- sada e praticada em cada detalhe da interação com o

62 cliente sa | dezembro 2007 / janeiro 2008 | www.clientesa.com.br


za pela inovação. O diretor geral, panhar as mudanças e as “Até 2010, teremos serviços exclusivos. Os hós-
Nicolas Peluffo, diz estar ligado às necessidades ditadas pe- uma rede com pedes recebem atendimento
tendências mundiais. lo mercado e abranger ca- propostas distintas e no idioma e suítes devida-
da vez mais assuntos de in- claras para atender mente adaptadas às neces-
INEVITÁVEL SEGMENTAÇÃO teresse dos seus clientes. “A necessidades e sidades (TV e mensagem da
expectativas de
A ajuda da indústria de hotelaria tendência é atuar no marke- caixa postal em japonês, ba-
nossos hóspedes”
para atender de forma mais eficien- ting um a um e no marke- nheira e chaleira para chá
Yann Caillère,
te o cliente é a segmentação – se- ting por segmentação para da marca Sofitel e
verde), além de alimenta-
ja corporativo, pessoa física, idade que com isso possamos de- Grupo Accor ção, café da manhã e cardá-
ou região. A Rede Bourbon Ho- senvolver produtos e servi- pio específicos. Os equipa-
téis & Resorts, com 44 anos, mos- ços específicos”, explica. mentos no business center também
tra novidades. Irá lançar no início Os japoneses, por exemplo, es- são configurados com teclados e
de 2008 o Bourbon Gour- tão na pauta do InterConti- impressoras em japonês.
“O cliente quer
met Card, um benefício pa- atitude que nental São Paulo. Eduardo No Club Méd, Fabiano Nakamu-
ra os clientes que recebe- o surpreenda Camargo, diretor de Vendas ra, gerente de CRM, destaca a fi-
rão descontos exclusivos na positivamente e e Marketing, revela que es- gura do especialista em “perfil de
utilização dos restaurantes não apenas contatos ta é a aposta na prática da clientes”, tendência quando se fa-
e bares das unidades Bour- e relacionamentos segmentação dos serviços la em personalização. Trata-se de
bon em Curitiba, Joinville sem resultados como tendência. Eles têm um consultor de viagens apto a
e Cataratas. Cristia Cunha, concretos” conhecer um determinado perfil
gerente de marketing, refor- Chieko Aoki, da rede de público, com seus hábitos, ne-
ça a importância de acom- Blue Tree Hotels cessidades e desejos, que irá ofe-

cliente: no jeito de se curvar em esti- entrar, seja impactado pela beleza da


lo japonês, de se aproximar para con- vista. Igualmente nos restaurantes e
versar, de se despedir. No restauran- áreas sociais. Isso é possível porque
te, o jeito de conduzir o cliente até a os hotéis estão optando por instalar
mesa era cuidadosamente executado. restaurantes, bares e apartamentos
As colaboradoras mulheres, em esti- nos andares mais altos e outras faci-
lo muito feminino, e os homens, com lidades, onde o hóspede fica menos
elegância. Através dessa uniformida- tempo, nos andares mais baixos. Es-
de harmônica, sutil e elegante na ati- se conceito reflete, como mencionei
tude e postura, transmitiam paz e um no início, a valorização da integra-
sentimento de relaxamento, ingre- ção com o ambiente, a qualidade de
dientes muito importantes para uma vida no seu mais profundo significa-
estadia ou um jantar. do e a sensação de bem-estar.
Também visitei spas dos hotéis. São Surgem novos hotéis todos os mo-
maravilhosos e trazem uma mudança mentos, em todos os lugares, mas o
no espaço que ocupam. Estão cada vez mais amplos, que realmente intriga e cria sensação diferente de um
indicando a importância crescente que as pessoas têm para o outro são os pequenos detalhes na atenção, na
dado para saúde, bem-estar e qualidade de vida. A sen- atitude, na postura, na limpeza, nas coisas certas nos
sação do conjunto era de total harmonia. A voz em tom lugares certos. Documentos organizados nas mesas,
baixo e suave das atendentes respeitava o momento do impecavelmente limpas. Camas não apenas arruma-
cliente e a serenidade que se busca encontrar. das, mas com visual de qualidade que passa sensação
Outro detalhe que me encantou nesses novos hotéis é de serenidade. Essa capacidade de “falar” sem emitir
a qualidade da vista que oferecem em todos os ambien- som, de transmitir sentimento, de oferecer momentos
tes, inclusive nos apartamentos. Janelas muito grandes, de pura tranqüilidade e prazer, de proporcionar sen-
que mostram toda a cidade, como se fosse um quadro, sação de estar cercado de perfeição e qualidade – é
uma pintura. Outro ponto: normalmente, as janelas es- o que acredito ser a verdadeira hospitalidade, o que
tão com as cortinas abertas, para que o hóspede, ao norteia todo o trabalho na Blue Tree Hotels.

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tendência HOTELARIA

O que as empresas fazem Luxo e mordomia


BOURBON – A “ala tower” é um espaço Até então, o grau máximo de conforto ofe- internet e wi-fi nos apartamentos e áreas
do Bourbon Curitiba que dispõe de ser- recido eram 4 Tridentes. comuns e sala de estar (onde é servido o
viços diferenciados como café da manhã café da manhã, almoço e jantar), além de
em espaço reservado, além de amenida- INTERCONTINENTAL T – Os benefícios do mordomo à disposição.
des especiais que são disponibilizados serviço de mordomia estão inclusos no
nos apartamentos. diferencial de atendimento para o cliente GRUPO PESTANAT – No Convento do
Ambassador (uma categoria de fidelidade Carmo, pertencente ao Grupo, há mimos
BLUE TREE – O hotel cria pacotes espe- hoteleira) ou Club Floors (andares com ser- como recepção com champagne e água
ciais para diferentes expectativas e situa- viços exclusivos, como jornal no seu idioma, de coco, menu de travesseiros, amenities
ções, como o Butler Service, para clientes passadoria de roupas, etc). de luxo, enxoval de algodão egípcio, tvs
habitués, o Blue Tree Romance e Blue de LCD e muitos outros.
Tree Núpcias, para celebrar o amor, o Blue MARRIOTT T – No JW Marriott Rio de Janeiro
Tree Mulher, para mulheres em viagens e Renaissance São Paulo Hotel, os hóspedes SOFITEL – Exemplos dos novos hotéis de
de negócios, o Blue Tree Desenvolvimen- asiáticos têm tratamento especial, com ame- luxo incluem o lançamento do Sofitel Je-
to para estudantes, o Blue Tree Solidário, nidades e serviços diferenciados para atender quitimar Guarujá, no litoral de São Paulo,
o Blue Tree Saúde e outros. aos costumes e preferências deste segmento. e a inauguração no primeiro semestre de
2008 do Sofitel La Reserva Cardales, o pri-
CLUB MED – O hotel acaba de inaugurar TRANSAMÉRICA – Oferece andar VIP com meiro golf resort & spa da região, localiza-
o Village Albion, nas Ilhas Maurícius, que check-in e check-out privativos, room ser- do a cerca de 60 quilômetros de Buenos
é a primeira unidade 5 Tridentes da rede. vice exclusivo, sala privativa para reuniões, Aires, Argentina.
Fonte: dados fornecidos pelas empresas

recer destinos, opções de lojas e Brasil, Karen Tookuni, con- ”Os hotéis LUXO E MORDOMIA
restaurantes, transportes e outros ta que o hotel está investin- precisam tornar O segmento de luxo con-
serviços personalizados. Segundo do em novas televisões de a estadia do centra 55% de toda ofer-
Nakamura, o mercado irá deman- tela plana para os quartos, hóspede a mais ta do mercado de hotelaria.
dar cada vez mais “especialistas no great lobby project, no agradável possível” Mais que isso: o Advancy
em clientes”. “É uma revolução na New Bedding, que consis- Ana Maria Wey, arquiteta Consulting Group diz que
e designer de Interiores
visão sobre a prestação do serviço te na troca das camas para a população rica do mun-
de turismo, que será potencializa- proporcionar ainda mais conforto do continua a crescer. Quem redo-
do com o suporte da tecnologia e aos clientes, acesso a Internet nas bra a atenção a este segmento é o
do CRM”, aposta Nakamura. A ge- áreas públicas, além de um busi- Sofitel, reestruturando-se. “Obser-
rente de comunicação do Marriott ness center. vamos uma forte tendência na qual
luxo se resignifica em experiências
e não apenas em bens materiais.
O que as empresas fazem Programas de fidelidade Os consumidores buscam por sen-
BOURBON – No início de 2008 será ser trocados por estadas em 500 mil ho- sações e prazeres únicos, experiên-
lançado o cartão Bourbon Gourmet téis em todo o mundo. cias cada vez mais memoráveis”,
Card, elaborado exclusivamente para aposta Caillère. Na reestruturação
os bares e restaurantes dos hotéis MARRIOTT – Além do Marriott Rewards, em busca do cliente, o Sofitel criou
Bourbon. O objetivo é beneficiar os há o Preference Plus Brasil, um exclusivo
clientes habituès além de estimular clube de benefícios desenvolvido para
marcas para diferentes nichos do
a freqüência nos bares e restaurantes coordenadores de viagens corporativas mercado de luxo: o Sofitel Legend,
dos hotéis. que utilizam os serviços de hospedagem com propriedades únicas e serviços
do hotel para seus executivos. exclusivos para oferecer a máxima
CLUB MED – Os clientes que possuem experiência em luxo; e o So by So-
o cartão Club Med Uniques recebem SOFITEL – Entre inúmeros “Compliments”,
atenção especial dentro dos Villages o Sofitel Privilége Guest oferece ao clien-
fitel, posicionada como uma pro-
Club Med no Brasil e têm um canal de te serviços exclusivos na rede Sofitel no posta criativa, moderna e cheia de
comunicação exclusivo através de uma mundo todo como: um apartamento du- estilo, dedicada a uma geração de
central de atendimento personalizada e plo pelo preço de um individual,”welcome hóspedes atenta às novidades nes-
um website especial. drink”, pontos Compliments e outros. te segmento.
INTERCONTINENTAL T – Um dos pro- TRANSAMÉRICA – O HT Fidelidade Cor-
Outro modelo de sofisticação é
gramas de fidelização é o Priority Club porate é um programa de incentivo à uti- o Club Méd, posicionando mun-
Rewards. Segundo Camargo, o primeiro e lização do hotel que permite às empresas dialmente como opção de viagem
maior programa de fidelidade da indús- filiadas o acúmulo de créditos em forma sofisticada, sem perder o viés de
tria hoteleira e que oferece uma série de de pontos adquiridos em função do valor um ambiente de alta interação.
benefícios, entre eles pontos que podem das diárias individuais.
Algumas experiências começaram
Fonte: dados fornecidos pelas empresas a ser desenvolvidas em Villages-

64 cliente sa | dezembro 2007 / janeiro 2008 | www.clientesa.com.br


piloto, caso de serviço de conciè- ço de mordomia através de nosso
rge, na unidade Cancun. E acaba guest relations que é o profissional
de inaugurar o Village Albion, nas que fica à disposição dos hospedes
Ilhas Maurícius, correspondente a para atender todas suas necessida-
hotel 6 estrelas na hotelaria con- des. Além disto, dispomos de 100
vencional. funcionários para somente 20 ban-
Para Bicudo, do Atlantica, o hós- galôs”, destaca Peluffo, do Ponta
pede exige tratamento cada vez dos Ganchos. Tookuni, do Marriott,
mais customizado, para atender su- conta que nos resorts da Costa do
as necessidades específicas, seja do Sauípe o Pool Concierge oferece os
ponto de vista de serviço ou mes- mesmos serviços que um concierge
mo de custo. “Acreditamos que ofe- convencional, mas localizado pró-
recer boas opções de localização e ximo à piscina para a comodidade
padrões de serviço alternativos aos “A inovação está dos hóspedes.
nossos clientes, do econômico ao sendo conjugada na Na corrida pelo cliente
luxuoso, fará com que o Atlantica comunicação com os de alto poder aquisitivo, o
se posicione como a rede mais ver- ao perfil do hóspede, com clientes corporativos, Bourbon Convention Ibira-
sátil no mercado da hospitalidade atendimento diferenciado. sem esquecer a puera planeja disponibilizar
com o melhor custo benefício”. “Luxo é a liberdade de po- pessoa física” em 2008 o Executive Floors,
A visão empresarial é que para der escolher. Logo, deve-se Marcelo Bicudo, com 60 apartamentos loca-
atender a esse novo modo de con- da Atlantica Hotels lizados nos três últimos an-
oferecer algo diferente sim,
sumir deve-se, de antemão, focar a uma experiência, sem dúvida, ori- dares que serão transformados e te-
importância de estar cada vez mais ginal, mas sempre com muita qua- rão VIP Lounge com restaurante,
preparado para adequar os serviços lidade. Nós oferecemos este servi- bar, spa, fitness e espaço business.

EMPRESAS CANAIS DE CONTATO CALLCENTER OUVIDORIA INTERNET PROGRAMAS DE


FIDELIZAÇÃO
PONTA DOS Telefone, e-mail, chat e fax. Existe um contato com o Não há Ouvidoria. O site A maior fidelização é
GANCHOS cliente antes, durante e www.pontadosganchos.com.br atingida oferecendo o
depois de sua estadia para conta hoje com reservas e melhor produto e o
assegurar que tudo correu disponibilidade online em melhor serviço.
de maneira prevista. tempo real, além de uma
gama completa de
informações sobre o hotel.

BOURBON O e-mail e o site têm grande A empresa está trabalhando Não há Ouvidoria. A reformulação recente do Bourbon Partner Card:
importância como canais de para implementar em 2008 site www.bourbon.com.br cartão de relacionamento
comunicação seguidos do um Call center com foi resultado de um estudo exclusivo aos investidores;
contato por telefone, e-mail atendimento personalizado, de tendência do mercado Bourbon Corporate Card:
marketing e eventos oferecendo produtos e nacional e internacional e cartão de relacionamento
realizados exclusivamente ofertas sob medida para dispõe hoje dos mais gratuito aos hóspedes da
para os vários segmentos. os clientes. recentes recursos rede Bourbon Hotéis &
tecnológicos disponíveis no Resorts do Brasil;
mercado para o setor. Bourbon Gourmet Card:
cartão de benefícios para
os bares e restaurantes
dos hotéis Bourbon.

INTER- O principal canal hoje é o Os call centers são utilizados A Ouvidoria é chamada Pelo site é possível efetuar Priority Club Rewards:
CONTINENTAL e-mail e, para contatos mais para recepção de negócios. de “Web Guru” e pode ser as reservas diretamente no tem benefícios e facilidade
personalizados, o telefone. Conforme a estratégia do acessada no site do hotel. plano de fidelidade da IHG de uso (inscrição online
Os chats são utilizados com período, é utilizado o É por meio desse canal que – o Priority Club Rewards, e gratuita). Cartão
escritórios da própria telemarketing ativo para a empresa tem acesso às que dá acesso ao débito dos Ambassador, Gold
empresa para referência de pesquisas, atualização opiniões dos seus hóspedes pontos adquiridos no cartão. Ambassador e Platinum,
negócios. Malas diretas de mailings e contatos sobre suas vivências no Há ainda informações sobre com benefícios especiais
eletrônicas com novidades personalizados. InterContinental. promoções, o guia de para os clientes da marca,
também são utilizadas com turismo eletrônico e o como garantia de
freqüência. Concierge on line. apartamento disponível,
upgrade nos apartamentos,
horários especiais de
check in e out, etc.
Elite Diamond Club –
específico para os contatos
comerciais.
Fonte: dados fornecidos pelas empresas

www.clientesa.com.br | dezembro 2007 / janeiro 2008 | cliente sa 65


tendência HOTELARIA

O que as empresas fazem Qualificação profissional


ATLANTICA – Há treinamentos em gru- lismo, respeito às regras e procedimentos rão bem de seus clientes e estes sem-
po com foco cada vez mais específico padrões e ao mesmo tempo um grau mui- pre retornarão.”, o hotel investe em 80
nas áreas de competência como ven- to alto de personalização para cada clien- treinamentos em serviço e também
das, operacional, marketing no formato te, sem perder a simpatia, despojamento e de atitude/comportamento para os
presencial até treinamentos individuais tranqüilidade.”, diz Peluffo. associados.
agendados via e-learning.
BOURBON – Cunha explica que, no Bour- CLUB MED – Na parte operacional,
BLUE TREE – O “Gente Excelente” foi ela- bon, existe um cronograma realizado pelo o Club Med tem um programa de re-
borado para os colaboradores das áreas departamento de RH de treinamentos téc- cursos humanos chamado Universi-
de recepção e eventos, visando aperfei- nicos e comportamentais além de recicla- dade de Talentos, através do qual os
çoar o atendimento aos hóspedes, apro- gem durante todo o ano. colaboradores recebem treinamento
fundar a percepção e responsabilidades periódico nas diferentes tarefas da
das equipes, além de identificar novos INTERCONTINENTAL – No hotel há hotelaria, reciclando as melhores prá-
talentos dentro do grupo. uma equipe especializada em progra- ticas e introduzindo novos conceitos
mas de treinamento dos funcionários e de serviços.
SOFITEL – O hotel conta com a “Acade- fidelidade dos hóspedes. Periodicamen-
mie de Serviços Accor”, uma universida- te, estes profissionais visitam as unida- GRUPO PESTANAT – Os treinamentos
de corporativa cujo foco principal é o des para fazer o treinamento global e são uma rotina e comandados pelo de-
treinamento das equipes com ênfase no estabelecer metas. partamento de desenvolvimento orga-
atendimento ao cliente. nizacional.Todos os níveis hierárquicos
MARRIOTT – Para comprovar a filosofia têm suas competências e características
PONTA
T DOS GANCHOS – “Nossa fór- do fundador do Marriot, que diz “Cuide mapeadas e um plano de formação anual
mula para o serviço é muito profissiona- bem de seus associados, que eles cuida- é preparado.
Fonte: dados fornecidos pelas empresas

tamento vip, jornal no seu idioma, oportunidades de negócios. Uma


passagem de roupas, completo bu- grande novidade promete a Atlati-
siness center sem custo adicional, ca, “nunca antes visto na hotelaria
entre outros benefícios. brasileira”, como destaca Marcelo
O Hotel Transamérica São Paulo Bicudo. “A solução nos permitirá
enfatiza desde 1989 oferecer andar refinar de forma assertiva a comu-
VIP com check-in e check-out pri- nicação com nossos mais diferen-
vativos, room service exclusivo, sa- tes perfis de clientes corporativos e
la privativa para reuniões, internet pessoas físicas”, explica. A ferra-
e wi-fi nos apartamentos e áreas co- menta, para o Sofitel, permite aten-
muns e sala de estar (onde é servi- der as necessidades específicas de
do o café da manhã, almoço Os japoneses estão clientes, em qualquer canto
e jantar), mordomo à dispo- na pauta como do mundo. Roberto Rotter,
sição e amenities especiais. aposta prática diretor geral de Operações
O Blue Tree por seu lado re- da segmentação do Pestana Hotels na Améri-
“A tendência é atuar força oferecer paco- dos serviços como ca do Sul, reforça que leva a
no marketing tes especiais para di- tendência
Rotter, do Grupo Pestana, um a um e no ferentes expectativas Eduardo Camargo,
não fica atrás. Lembra que marketing por e situações, como o do InterContinental
São Paulo
recentemente foram incluí- segmentação” Blue Tree Roman-
dos Spas nos hotéis de Na- Cristia Cunha, ce e Blue Tree Núpcias, pa-
tal, São Luís, Salvador, Angra da Rede Bourbon ra “celebrar o amor”, o Blue
dos Reis, Curitiba e Buenos Hotéis & Resorts Tree Mulher, para mulhe-
Aires. Além disso, serviços execu- res em viagens de negócios, o Blue
tivos com wi-fi, estações de traba- Tree Desenvolvimento para estu-
lho nos apartamentos e business dantes, o Blue Tree Solidário e o
centers. No InterContinental, tan- Blue Tree Saúde, por exemplo.
to o cliente Ambassador (uma cate-
goria exclusiva de fidelidade) como INDISPENSÁVEL TI
o cliente que se hospeda no Club O desafio da informatização é
Floors (andares com serviços dife- reunir a base de dados para gerar in-
renciados) recebem, além de tra- formações sobre os clientes e gerar

66 cliente sa | dezembro 2007 / janeiro 2008 | www.clientesa.com.br


automatização da gestão do cliente
à área de vendas. O que as empresas fazem Investimentos em TI
Mas a aposta da gestão não fi- ATLANTICA – Opera com um sofis- tário do hotel, o que facilita a efeti-
ca apenas do offline. Para Tooku- ticado sistema de informação que vação das reservas e otimiza o tempo
ni, do Marriott, o online é outro permite interação permanente com de execução desta operação.
diferencial. “Ferramentas interati- nossos clientes num nível de custo-
mização interessante em termos de PONTA DOS GANCHOS – Realizou
vas como o chat, facilitam não só interação com os públicos-alvo. recentemente um investimento de
o cliente final, mas os segmentos mais de R$100.000 em TI com o ob-
intermediários do setor de turis- BLUE TREE – Os esforços estão jetivo de tornar as operações mais
mo, como agências e operadoras em aproximar nossos hóspedes e eficientes, oferecendo um atendi-
clientes baseados em estratégias mento de melhor qualidade para os
de viagem. Mesmo no relaciona-
de CRM e marketing digital, con- clientes.
mento inter-pessoal, identificamos tando com a participação do con-
a diminuição de materiais promo- sumidor no processo de comunica- SOFITEL – Em 2007 a empresa iniciou
cionais impressos que estão sen- ção e vendas. o desenvolvimento da ferramenta de
do substituídos por mídias e ferra- CRM que permite atender às neces-
BOURBON – O sistema de vendas e sidades específicas de clientes no
mentas eletrônicas.” A presdiente
eventos PmWeb é uma ferramenta mundo todo.
Aoki, do Blue Tree, concorda. “In- desenvolvida para agilizar e incre-
vestimos em ferramentas de ma- mentar ainda mais o poder da área TRANSAMÉRICA – Em 2008 será im-
rketing digital, como campanhas comercial durante todo o processo plementado na Rede Transamérica
online (com ações de e-mail ma- de atendimento e negociação de Flats um software de administração
propostas. hoteleira que proporcionará uma ges-
rketing) e CRM para operacionali-
tão total no relacionamento com os
zar o relacionamento com nossos CLUB MED – Todos os bancos de da- clientes, desde a reserva até as ações
clientes e evoluir com essa visão dos da empresa são reunidos de for- de fidelização.
estratégica.” ma a consolidar o máximo de infor-
Para ter as informações dos clien- mações e atualizá-las de forma fácil GRUPO PESTANA – “Além dos sof-
e alinhada. twares de CRM e de gestão de vendas,
tes à mão e tornar as operações
temos tecnologia mobile, datacenter
mais eficientes, o Ponta dos Gan- INTERCONTINENTAL – O hotel criou único em toda América do Sul, entre
chos concluiu investimentos em TI. um sistema que oferece uma conexão outros.”, destaca Rotter.
“Temos hoje a capacidade de guar- direta de seus clientes com o inven-
dar todo tipo de informação co-
Fonte: dados fornecidos pelas empresas

EMPRESAS CANAIS DE CONTATO CALLCENTER OUVIDORIA INTERNET PROGRAMAS DE


FIDELIZAÇÃO
TRANSAMÉ- Nos últimos anos a internet Não comentou. Para atender essa O site possui um chat para Existem alguns programas
RICA se tornou o canal principal. necessidade, o hotel possui efetuação de reservas de fidelidade como o HT
O telefone continua sendo o departamento de imediatas, o Fale Conosco, Fidelidade Personal, HT
um canal essencial para um qualidade que busca, por que direciona para o Fidelidade Eventos e HT
contato imediato. O e-mail meio de pesquisas de departamento especifico Fidelidade Corporate.
marketing e a mala direta satisfação e auditorias a solicitação do cliente,
são os canais para criar e internas, o aperfeiçoamento agilizando o retorno.
manter o relacionamento. constante do atendimento.

GRUPO Centrais de Atendimento O call center dos hotéis é A ouvidoria funciona por Há um site dinâmico, com A utilização de ações de
PESTANA e Reservas, que possuem receptivo pela apsota de meio do Guest Comment, promoções dedicadas e marketing direto através
toll free, e-mails, websites que um bom atendimento além do fato de que, a segmentadas a diversos de CRM, eventos focados
próprios e de parceiros consegue melhorar as qualquer momento, um perfis de consumidores. em nichos segmentados
comerciais, sistemas GDS vendas e receitas. cliente pode ligar para um O sistema de reservas de clientes, dentre outros.
(usado por agentes). hotel e contatar o gerente on-line é simples, bastando
responsável. somente três passos até
a confirmação.

ATLANTICA Os convencionais telefone Utilizam o call center Não há uvidoria, mas uma Pelo site, a empresa Programas Atlantica Dotz,
e pessoal nas recepções receptivo, mas há idéias de gestão contínua de promove relacionamento com 63 mil cadastrados em
ainda são os principais, mas utilização de forma ativa reclamações e sugestões com agentes de viagem, dois anos, Smiles, com
os eletrônicos também são somente com muito estudo tanto através de relatórios secretárias e o próprio 30 mil participantes em
foco de atenções como e benefícios muito tangíveis do próprio sistema de cliente final. Cerca de cinco anos e mais
website e e-mail marketing. para os clientes a serem pesquisa online quanto quatro mil usuários recentemente, o
abordados. no próprio site. navegam pelo portal e programa de milhagem
permanecem entre três TAM.
e quatro minutos na
interatividade.
Fonte: dados fornecidos pelas empresas

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tendência HOTELARIA

mo preferências e histórico “Luxo é a liberdade tos por sistema e alavan-


de cada cliente, criando um de poder escolher” car as vendas para a rede”,
profile mais completo.” Eles Nicolas Peluffo, do diz Cunha. Já o Transméri-
também lançaram um canal Ponta dos Ganchos ca implementou um siste-
de reservas online que ofe- ma de gestão hoteleira que
rece a possibilidade de consultar tem proporcionado otimização no
e efetuar a reserva em tempo real. relacionamento com seus clientes,
Já o hotel InterContinental apostou desde a reserva até as ações de fi-
em um sistema com conexão dire- delização. A partir de 2008, essa
ta (e interface eletrônica) de seus tecnologia será distribuída para to-
clientes com o inventário do hotel dos os empreendimentos da Rede
para facilitar a efetivação das reser- Transamérica Flats, adianta Clau-
vas e otimiza a operação. dio Bonuccelli, diretor.
O mercado irá
A Rede Bourbon implementou “O projeto de relaciona-
demandar cada vez
o PmWeb, uma ferramenta desen- mento encontra-se em fase mais “especialistas
volvida para facilitar o processo de de evolução”, avalia Naka- em clientes, uma
atendimento e negociação de pro- mura, do Club Méd. Para revolução na visão
postas comerciais com seus clien- ele, assim como as demais sobre a prestação de dados da empresa são
tes corporativos. “Nossa expectati- empresas que investem de do serviço de reunidos de forma a conso-
va é otimizar recursos da força de forma pioneira nas ferramen- turismo” lidar o máximo de informa-
vendas, agilizar os processos co- tas de personalização. “Nes- Fabiano Nakamura, ções e atualizá-las de forma
merciais, padronizar procedimen- te momento, todos os bancos do Club Méd fácil e alinhada”, completa.

EMPRESAS CANAIS DE CONTATO CALLCENTER OUVIDORIA INTERNET PROGRAMAS DE


FIDELIZAÇÃO
MARRIOTT E-mail, telefone, fax, carta A empresa acredita que Não possui Ouvidoria, mas O site tem sistema de busca O Marriott Rewards premia
e chat (indisponível no o envolvimento do staff é líderes de comunicação em avançada de hotéis, fotos os viajantes com pontos ou
momento). importante para que o cada unidade e um comitê 360º, vídeos e brochuras ou milhas aéreas em proporção
call center possa gerar mais executivo, responsáveis menus de eventos, spa para a dólares gastos em hotéis
negócios para a companhia. pelo recebimento e download e integração dos da rede. Depois, estes
atendimento de dados inseridos por clientes pontos podem ser trocados
necessidades dos clientes. a posições abertas na rede. por estadas gratuitas,
São integradas com sistemas passagens aéreas ou
de recrutamento e seleção créditos para um
das unidades. próximo evento.

BLUE TREE São utilizadas diversas A Central de Reservas exerce Não possui Ouvidoria, A empresa lançou um novo Não há programas ao estilo
TOWERS ferramentas de o papel do call center. É uma mas considera seus portal que se propõe a de milhagens, mas a
comunicação, dos ferramenta poderosa de colaboradores, atingir diversos públicos fidelização é feita por meio
impressos ao atendimento oportunidades e especialmente os guest pela fácil navegabilidade e do atendimento
telefônico, da internet à divulgação dos produtos, relations das unidades, gerar campanhas de e-mail personalizado, zelando
comunicação dirigida. além de ser um meio de como os ouvidores, que marketing personalizadas. pela arte de bem servir
troca de informações. têm a responsabilidade Para 2008, haverá mais uma seja em hospedagem
de trazer para as lideranças ferramenta de negócios ou em eventos.
da empresa a voz do cliente. na qual o cliente poderá
interagir e simular opções
orçamentárias para
convenções, jantares
e eventos.

CLUB MED Em primeiro lugar, vem a A Central de Reservas exerce Não possui uma ouvidoria, Inaugurou sistema de Club Med Uniques se apóia
Central de Reservas o papel do call center, mas uma equipe de SAC vendas on-line em sobre uma base de mais
0800 707 3782. Depois, o com um crescente nível de que possui ampla fevereiro. No site, de 100 mil famílias,
e-mail e cartas. Há também emporwement da equipe autonomia para resolver as desenvolve uma campanha selecionando as 10 mil
um canal de contato de atendimento, com o questões trazidas pelos de marketing viral batizada com alto perfil de consumo
exclusivo para os clientes objetivo de resolver clientes, sempre com de “Eleja as 7 maravilhas para se relacionarem com
Club Med Uniques,
e através qualquer questão dos enfoque na personalização do Club Med”. a marca de forma
do 0800 707 2633. clientes no menor e relação com o cliente no diferenciada. Eles recebem
prazo possível. longo prazo. atenção especial dentro
dos Villages Club Med no
Brasil e têm um canal de
comunicação exclusivo e
personalizada e um
website especial.
Fonte: dados fornecidos pelas empresas

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clube do livro Marco Barcellos

Uma retrospectica de 2007:


As lições aprendidas no passado
livros e lições! são atalhos para o sucesso no futuro
urante o ano, procurei escrever sobre livros

D que apoiassem o desenvolvimento pessoal,


familiar e profissional. Nada melhor do que
começar o ano refletindo sobre as lições aprendidas.
fiança. Não sabemos o
futuro dos blogueiros,
mas a democracia na
Começamos o ano Devagar, um livro que con- internet é um fato.
ta a história deste movimento. A proposta central Para entender o fenô- Marco Barcellos é diretor de Marketing da Cisco.
Email: marcobar@cisco.com. Para sugestões e/ou críticas,
não é fazer tudo de forma lenta, mas sim desace- meno Web 2.0, fui bus- visite o blog http://www.blogclientesa.clientesa.com.br/
lerar para conseguir resultados melhores. A velo- car em Wikinomics as
cidade correta para encontrar o equilíbrio. Que tal razões para a revolução da colaboração em mas-
começar 2008 assim? sa. O ponto de partida é a internet, que turbinada
E para encontrar a calmaria empresarial, basta com blogs, wikis, chats e comunicações peer-to-
seguir A estratégia do oceano azul. Mais do que os peer, está atropelando a velha economia. Impres-
exemplos, o livro é recheado de aplicações práti- cindível para entender os conceitos de comparti-
cas em eventos, campanhas e produtos para pro- lhamento, peering e prosumers. A colaboração em
fissionais de Marketing. Entre a diferenciação e li- massa é a nova força para a criação de valor.
derança em custos, fique com os dois. Sendo assim, teremos que aprender novas formas
Para quem não acredita em estratégias diferen- de ganhar dinheiro. O livro Pai rico, pai pobre é so-
ciadas, em Você está louco! Ricardo Semler faz bre o que os ricos ensinam aos seus filhos. Robert
uma retrospectiva da sua vida, desde o início no Kiyosaki divide conosco as lições para superar obs-
comando da Semco até ações sociais e propostas táculos e ganhar dinheiro com inteligência finan-
educacionais inovadoras. Um belo exemplo de vi- ceira e a escolha precisa de investimentos. E não
da e superação, que passa pelo equilíbrio entre a importa o quanto você ganha, mas sim quanto con-
vida profissional e pessoal. Um bom momento pa- segue acumular. Aprenda a fazer o seu dinheiro tra-
ra refletir sobre o tema, certo? balhar para você e tenha mais tempo para viver.
Já o técnico Bernadinho, de louco, não tem nada. O novo mundo digital é o “elo perdido” entre
Por trás da imagem nervosa no comando da equipe um novo modelo de trabalho e as novas tecnolo-
masculina está um líder nato. Perseverança e muita gias. Ricardo Neves contextualiza o fim do em-
disciplina são as principais lições do livro Transfor- prego, a necessidade de educação continuada e o
mando suor em ouro. Recentemente, comprovamos surgimento da quarta idade. Mais uma vez, a in-
a sua “Escala de Valores” no episódio com o levanta- ternet é o centro desta grande transformação na
dor Ricardinho. Coerência total, show de bola. civilização humana. Já que 75% das profissões da
Para quem procura o sucesso, Robert Wong en- década de 2020 sequer foram inventadas, o que
sina um caminho baseado em trilogias. O sucesso você está esperando?
está no equilíbrio não se trata apenas de uma frase Falando em futuro, Casais inteligentes enrique-
de efeito, mas uma mensagem forte e consistente cem juntos é uma aula de planejamento, não ape-
para achar o ponto de apoio entre nossa alma in- nas para os casais, mas para aqueles que buscam a
fantil e o amadurecimento. sua independência financeira. Não há dúvida que
A história do blog que virou livro, Mothern é para viveremos mais, que o emprego vai acabar e que o
chorar de tanto rir. O livro mais divertido que já li sistema previdenciário vai quebrar. Gustavo Cer-
brinca com fatos e mitos na vida da mãe moderna. basi mostra como planejar e conquistar um futuro
Agora, consigo entender porque elas estão domi- financeiramente saudável.
nando o mundo. Afinal, metade dos habitantes são O ano de 2007 foi muito rico e procurei dividir
mulheres. E a outra metade... são os filhos delas. com os leitores não apenas recomendações de lei-
Aliás, o livro Blog explica a força desta nova fer- tura, mas também uma visão prática de como apli-
ramenta de comunicação. Um fenômeno baseado car alguns dos conceitos desses autores. Já em ritmo
na colaboração e imediatismo das informações. de Carnaval, lembro que esse ano não vai ser igual
A relação de causa-efeito da perda da credibili- aquele que passou... Mas as lições aprendidas no
dade e a mudança de foco nos veículos tradicio- passado são atalhos para o sucesso no futuro. Feliz
nais mostrou que a informação é baseada na con- Ano Novo... de novo !

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clube do livro Marco Barcellos

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