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TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTfflº ~ .'''- '


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Processo Te n° 02060/07

Prefeitura Municipal de Manaíra.


Prestação de Contas do Prefeito
Municipal referente ao exercício de 2006.
Emissão de Parecer Favorável à
aprovação das contas. Recomendações.

o Tribunal de Contas do Estado da Paraíba, no uso de suas atribuições que lhe confere
a Constituição Estadual, em apreciação aos presentes autos do Processo TC n° 02060/07, que trata
da prestação de contas do Sr. José Wellington Almeida de Sousa, Prefeito Municipal de
Manaíra, exercício de 2006, e

CONSIDERANDO que a Auditoria, após análise do que contém os autos, constatou o


seguinte: a) a Prestação de Contas foi encaminhada a este Tribunal no prazo, instruída com todos
os documentos exigidos; b) o orçamento para o exercício, Lei Municipal n° 276, de 17 de
novembro de 2005, estimou a receita e fixou a despesa em R$ 7.006.941,00, autorizou, ainda, a
abertura de créditos adicionais suplementares até o limite de 50% da despesa fixada; c) os créditos
adicionais suplementares foram abertos e utilizados dentro do limite autorizado e com fontes de
recursos suficientes para sua cobertura; d) as receitas orçamentárias corrente e de capital
arrecadadas representaram, respectivamente, 110,72% e 29,70% de sua previsão; e) as despesas
empenhadas corrente e de capital corresponderam, respectivamente, a 96,17% e 97,71 % de sua
fixação; 1) a dívida municipal importou em R$ 5.043.216,46, correspondendo a 72,16% da receita
orçamentária total arrecadada, dividindo-se nas proporções de 4,33% e 95,67% entre Dívida
Flutuante e Dívida Fundada, respectivamente; quando confrontada com a dívida do exercício
anterior, apresentou um acréscimo de 2,31%; g) os gastos com obras e serviços de engenharia
totalizaram R$ 966.173,18, correspondendo a 14,30% da Despesa Orçamentária Total; h) as
remunerações do Prefeito e do Vice-Prefeito não apresentaram excesso; i) o percentual aplicado
em ações e serviços públicos de saúde correspondeu a 16,95% da receita de impostos, inclusive os
transferidos; j) os recursos repassados ao Poder Legislativo atingiram 5,06% da receita tributária,
inclusive transferências, efetivamente realizada no exercício anterior; k) não há registro de
denúncias sobre irregularidades ocorridas no exercício sob análise; I) foram aplicados 61,51 % dos
recursos do FUNDEF em remuneração do magistério.

CONSIDERANDO que, após a análise de defesa pela Auditoria e as considerações do


relator em sua proposta de decisão, remanesceram as seguintes irregularidades: a) não houve
comprovação da publicação em órgão oficial de imprensa dos REO e RGF; b) omissão de 13
servidores nos dados informados pela GFIP; c) despesas não licitadas com refeições, no valor de
R$ 44.164,30, correspondendo a 1,81% da despesa licitável; d) pagamento de contas de,Ü
particulares no valor de R$ 52,00, e de entidades da administração federal, sem contrato ou ~
convênio; e) recolhimento ao INSS de apenas parte do valor total devido;

CONSIDERANDO que a dívida com


relativamente a exercícios anteriores a 2006;
TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO

Processo Te n° 02060/07

CONSIDERANDO que as irregularidades remanescentes não se mostram suficientes para


macular as contas, inexistindo indícios de má-fé, dolo ou dano ao erário;

CONSIDERANDO o relatório da Auditoria, o parecer do representante do Ministério


Público, a proposta de decisão do Auditor Relator e o mais que dos autos consta,

DECIDE, por deliberação unânime de seus membros, com declaração de impedimento do


Conselheiro Antonio Nominando Diniz Filho e do Conselheiro Substituto Renato Sérgio Santiago
Melo, em sessão plenária hoje realizada:
1. Emitir PARECER FAVORÁVEL à aprovação das contas do Prefeito Municipal de Manaíra,
SI. José Wellington Almeida de Sousa, relativas ao exercício de 2006, encaminhando-o à
consideração da Egrégia Câmara de Vereadores do Município, com a ressalva do Parágrafo
Único do art. 124 do Regimento Interno deste Tribunal;
2. Recomendar a adoção de medidas administrativas e gerenciais com o fito de evitar a repetição
das irregularidades aqui relatadas.

Presente ao julgamento o Exmo. SI. Procurador Geral em Exercício.


Publique-se e cumpra-se.
TC - Plenário Min. João Agripino, em 01 de outubro de 2008.

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CONS. FÁBIO TÚLIO FILGUEIRAS NOGUEIRA

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ANDRÉ CARLO TORRES PONTES
PROCURADOR GERAL EM EXERCÍCIO
TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO

Processo Te n° 02060/07

o Processo TC n" 02060/07 trata da Prestação de Contas do Prefeito Municipal de


Manaíra, Sr. José Wellington Almeida de Sousa, relativa ao exercício de 2006.
O relatório elaborado pela Auditoria deste Tribunal, com base na documentação que
compõe os autos, destaca o seguinte:
a) A Prestação de Contas foi encaminhada a este Tribunal no prazo, instruída com todos os
documentos exigidos;
b) O orçamento para o exercício, Lei Municipal n° 276, de 17 de novembro de 2005, estimou a
receita e fixou a despesa em R$ 7.006.941,00, autorizou, ainda, a abertura de créditos
adicionais suplementares até o limite de 50% da despesa fixada;
c) Os créditos adicionais suplementares foram abertos e utilizados dentro do limite autorizado e
com fontes de recursos suficientes para sua cobertura;
d) As receitas orçamentárias corrente e de capital arrecadadas representaram, respectivamente,
110,72% e 29,70% de sua previsão;
e) As despesas empenhadas corrente e de capital corresponderam, respectivamente, a 96,17% e
97,71 % de sua fixação;
f) A dívida municipal importou em R$ 5.043.216,46, correspondendo a 72,16% da receita
orçamentária total arrecadada, dividindo-se nas proporções de 4,33% e 95,67% entre Dívida
Flutuante e Dívida Fundada, respectivamente; quando confrontada com a dívida do exercício
anterior, apresentou um acréscimo de 2,31 %;
g) Os gastos com obras e serviços de engenharia totalizaram R$ 966.173,18, correspondendo a
14,30% da Despesa Orçamentária Total;
h) As remunerações do Prefeito e do Vice-Prefeito não apresentaram excesso;
i) O percentual aplicado em ações e serviços públicos de saúde correspondeu a 16,80% da receita
de impostos;
j) Os recursos repassados ao Poder Legislativo atingiram 5,06% da receita tributária, inclusive
transferências, efetivamente realizada no exercício anterior;
k) Não há registro de denúncias sobre irregularidades ocorridas no exercício sob análise.

Além disso, a Auditoria apontou as seguintes irregularidades:


a) Não atendimento às disposições da LRF quanto aos gastos com pessoal, correspondendo a
55,72% da RCL, e quanto à comprovação da publicação dos REO e dos RGF;
b) Dívida de R$ 3.611,28, com a CAGEPA, não contabilizada e não demonstrada no
Demonstrativo da Dívida Consolidada;
c) Realização de despesas sem licitação no montante de R$ R$ 69.670,30, correspondendo a
2,86% da despesa licitável do exercício;
d) Aplicação de recursos do FUNDEF na remuneração do magistério correspondendo a 48,11 %
da cota-parte do exercício;
e) Despesas não comprovadas com pagamentos à Previdência, efetuadas com recursos do
FUNDEF, no montante de R$ 210.983,71;
1) Aplicações de recursos em manutenção e desenvolvimento do ensino correspondendo a
24,20% da receita de impostos, inclusive os transferidos;
g) Não foram contabilizadas despesas com obrigações patronais
371.502,58;
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Processo Te n° 02060/07

h) Não recolhimento de contribuições previdenciárias num total estimado de R$ 598.461,93;


i) Valor não recolhido ao INSS relativo a prestações de serviços, no valor de R$ 28.119,10;
j) Omissão de 198 servidores nas informações prestadas na GFIP;
k) Pagamento de contas de particulares e de entidades da Administração Pública Estadual e
Federal num montante de R$ 2.133,05.

Em sua defesa, o Prefeito alegou que:


a) O cálculo das despesas com pessoal apresentado pela Auditoria está incorreto, pois inclui as
obrigações patronais, em descordo com a o que dispõe o Parecer Normativo PN-TC 12/2007;
além disso, teria havido inclusão indevida de despesas com assessoria jurídica e outros
profissionais técnicos que não integram a rubrica despesas com pessoal;
b) Os REO e RGF foram devidamente publicados no jornal oficial do município e afixados em
locais públicos;
c) A dívida com a CAGEPA foi reconhecida e devidamente registrada, sanando a irregularidade;
d) No que tange às despesas não licitadas, houve inclusão indevida de despesas com contratos
temporários, não sujeitos à licitação; as demais foram realizadas ao longo do exercício em
valores inferiores ao limite de licitação, dentro do preço de mercado e eram de difícil
previsão; além disso, o valor total é insignificante, de forma que não se vislumbra ilegalidade,
conforme têm entendido a doutrina e a jurisprudência;
e) A aplicação em remuneração do magistério com recursos do FUNDEF alcançou 66,14%,
conforme documentação anexa, tendo a Auditoria, entre outras despesas, deixado de incluir o
valor de R$ 210.983,71 pagos ao INSS a título de obrigações patronais, sob o argumento de
que as despesas não teriam sido comprovadas; entretanto, está sendo acostada documentação
comprobatória de que houve compensação com os recursos debitados diretamente da conta do
FPM em favor do INSS;
1) No que tange ao cálculo de MDE, houve a subtração de valores relativos a obrigações
patronais previdenciárias e outras decorrentes de precatórios judiciais, oriundos de diferenças
salariais, cuja inclusão elevaria o percentual aplicado para 25,75% das receitas de impostos e
transferências;
g) Quanto às obrigações patronais não contabilizadas, houve erro do setor financeiro que deixou
de informar pessoas contratadas, porém ao tomar conhecimento da falha o gestor adotou as
medidas necessárias, confessando a dívida e realizando o devido parcelamento;
h) Em relação ao valor das contribuições que teriam deixado de ser recolhidas, a Auditoria não
apontou que parâmetro seguiu para ter calculado 21% sobre o total da folha, faltando informar
qual folha e quais servidores deixaram de fazer a devida contribuição; toda a dívida do
município junto ao INSS foi reconhecida e parcelada, inclusive sobre prestação de serviços;
i) Não houve pagamento de contas de particulares sem vinculo contratual ou convênio com o
município e os pagamentos relacionados pela Auditoria decorreram de contratos de locação ou
convênios com outros órgãos. ~

Em sua análise de defesa, a Auditoria apresentou as seguintes conclusões:


a) Considerando o Parecer Normativo PN-TC 12/2007, os gastos com pessoal do Poder
Executivo em relação à Receita Corrente Líquida corresponderam a 45,68%, sanando a
irregularidade;
b) Foram apresentadas declarações sobre a publicação dos RE
comprovação da publicação em órgão oficial de imprensa; ~ 0
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c) Foram sanadas as irregularidades quanto ao registro da dívida com a CAGEPA, recolhimento


do INSS dos prestadores de serviços e, parcialmente, quanto à omissão de 198 servidores nas
informações prestadas na GFIP, uma vez que se constatou que 13 ainda não tiveram seus
dados incluídos;
d) Acolhem-se os argumentos da defesa quanto às despesas não licitadas para os serviços de
engenharia e bioquímica, mantendo-se a irregularidade quanto às despesas com refeições, no
valor de R$ 44.164,30, correspondendo a 1,81% da despesa licitável;
e) Verificou-se a correspondência entre os valores devidos ao INSS e os transferidos para a conta
do FPM, em decorrência disto se fez a inclusão de R$ 210.983,71 nas aplicações de recursos
do FUNDEF com magistério; por outro lado, foram retiradas despesas indevidamente
incluídas no montante de R$ 32.629,44, de forma que o percentual aplicado passou a
representar 59,43%, não atingindo o mínimo exigido;
1) Foram incluídas no cálculo da MDE despesas com obrigações patronais e precatórios
judiciais, elevando o percentual aplicado para 25,04% da receita de impostos;
g) As despesas com obrigações patronais sem contabilização foram estimadas em R$ 366.211,58
após ajustes no total das despesas com pessoal; e a estimativa do valor total não recolhido ao
INSS foi alterada para R$ 588.487,56;
h) No que tange ao pagamento de contas de particulares e entidades da administração pública
estadual e federal, o gestor não apresentou convênio firmado com a administração federal nem
contratos com as pessoas físicas que tiveram suas contas pagas;
i) A apropriação de recursos recolhidos ao INSS no montante de R$ 277.966,28 alterou o valor
do percentual aplicado em saúde para 16,95% da receita de impostos.

Houve apresentação posterior de documentação pelo gestor comprovando o parcelamento


em 60 vezes de dívida com o INSS, no valor total de R$ 257.433,16, abrangendo o período de
setembro de 2001 a junho de 2007.
Em sua análise, a Auditoria entendeu que o parcelamento evidencia a irregularidade
apontada de que não foram integralmente recolhidas as contribuições no exercício de 2006,
acarretando aumento da dívida e prejuízos ao erário, devido à incidência de multas e juros.
Em relação a este item, observo que há uma grande diferença entre o montante calculado
pela Auditoria como devido ao INSS e o valor que foi efetivamente cobrado como dívida no termo
de parcelamento, devendo prevalecer os cálculos do INSS em face de sua competência legal.

Por economia processual, o processo não tramitou pelo Ministério Público para a emissão
de parecer escrito, aguardando-se pronunciamento oral de seu representante.

É o relatório, informando que o interessado e seu advogado foram notificados da inclusão ,-:;
do processo na pauta desta sessão.

Entendo que podem ser relevadas, para efeito de emissão de parecer, as seguintes
irregularidades:
a) não publicação em órgão oficial de imprensa dos REü e RGF, ~raZãOO1comprova -
da publicidade, conforme declarações; 11
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b) despesas não licitadas, em vista do pequeno valor, da natureza dos gastos e da ausência de
indícios de dolo, má-fé ou dano ao erário;
c) contribuições previdenciárias não recolhidas, em face da comprovação de medidas
saneadoras, inclusive relativas aos cinco exercícios anteriores ao de 2006;
d) pagamento de despesas de particulares no valor de R$ 52,00, por considerar ínfimo este
valor;
e) despesas com órgãos federais sem convênio, por tratar-se de formalidade e também de
pequenos valores;

Quanto à aplicação em magistério com recursos do FUNDEF (59,43%), na análise de


defesa foi deduzido da aplicação o valor de R$ 32.629,44 pelo fato de referir-se a cheques
compensados após 31.12.2006, entendo que o valor deve compor o percentual, cumprindo assim a
exigência mínima constitucional (61,51 %).

No que tange aos gastos com pessoal do Poder Executivo, embora discorde dos termos do
Parecer Normativo PN- TC 12/2007, por entender que afronta o conceito de despesa total com
pessoal definido no artigo 18 da LRF, acolho sua aplicação na análise destas contas para manter-se
a isonomia nos julgamentos.

Em conclusão, as irregularidades remanescentes não comprometem a lisura das contas,


motivo pelo qual proponho que este Tribunal:
1. Emita PARECER FAVORÁVEL à aprovação das contas do Prefeito Municipal de Manaíra,
Sr. José Wellington Almeida de Sousa, relativas ao exercício de 2006, encaminhando-o à
consideração da Egrégia Câmara de Vereadores do Município, com a ressalva do Parágrafo
Único do art. 124 do Regimento Interno deste Tribunal;
2. Recomende a adoção de medidas administrativas e gerenciais com o fito de evitar a repetição
das irregularidades aqui relatadas.

É a proposta, em 01 de outubro de 2008.

E SANTIAGO MELO
ATOR

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