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1) Com fundamento no art. 71, inciso lI, da Constituição do Estado da Paraíba, bem como
no art. 1°, inciso I, da Lei Complementar Estadual n.O 18/93, JULGAR IRREGULARES as
referidas contas.
2) IMPUTAR ao Prefeito Municipal de Santana dos Garrotes/PB, Sr. José Carlos Soares,
o débito relativo a despesas irregulares, no montante de R$ 11.014,57 (onze mil, quatorze
reais e cinqüenta e sete centavos), sendo, R$ 3.763,93, concernentes a despesas
previdenciárias insuficientemente comprovadas, R$ 4.240,64, referentes a gastos com
veículo locado extrapolando responsabilidade contratual e R$ 3.010,00, respeitante ao
superfaturamento na aquisição de veículo.
3) ASSINAR o lapso temporal de 60 (sessenta) dias para recolhimento voluntário aos cofres
públicos municipais do valor imputado, sob pena de responsabilidade e intervenção do
Ministério Público Estadual, na hipótese de inércia, tal como previsto no art. 71, § 4°, da
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Constituição do Estado da Paraíba, e na Súmula n. 40, do colendo Tribunal de Justiça do
Estado da Paraíba - TJ/PB.
4) APLICAR MULTA ao Chefe do Poder Executivo, Sr. José Carlos Soares, no valor de
R$ 2.805,10 (dois mil, oitocentos e cinco reais e dez centavos), com base no que dispõe o
art. 56, incisos II e IH, da Lei Complementar Estadual n.O 18/93 - LOTCE/PB.
7) FAZER recomendações no sentido de que o Prefeito da Urbe, Sr. José Carlos Soares, não
repita as irregularidades apontadas no relatório da unidade técnica deste Tribunal e obse e, k'"
sempre, os preceitos constitucionais, legais e regulamentares pertinentes. .
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TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO
8) Com fulcro no art. 71, inciso XI, c/c o art. 75, caput, da Constituição Federal, COMUNICAR
à Delegacia da Receita Federal do Brasil, em Campina Grande/PB, acerca da falta de
recolhimento das contribuições previdenciárias, devidas pelo empregador, incidentes sobre
as remunerações pagas pelo Poder Executivo de Santana dos Garrotes/PB, durante o
exercício financeiro de 2005, bem como sobre a prestação de informações incorretas nas
Guias de Recolhimento do FGTS e Informações à Previdência Social - GFIP do período.
9) Também com base no art. 71, inciso XI, c/c o art. 75, cabeça, da Lei Maior, REMETER
cópias das peças técnicas, fls. 607/615 e 1.190/1.201, do parecer do Ministério Público
Especial, fls. 3.309/3.316, e desta decisão à augusta Procuradoria Geral de Justiça do Estado
da Paraíba, para as providências cabíveis.
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João Pessoa, O'j de C~ de 2008
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do Ministério Público ESP~'
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TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO
Tratam os presentes autos da análise das Contas relativas ao exercício financeiro de 2005 do
Prefeito e Ordenador de Despesas do Município de Santana dos Garrotes/PB, Sr. José Carlos
Soares, apresentada a este ego Tribunal em 31 de março de 2006, mediante o Ofício
n. ° 39/2006, fI. 02.
Quanto aos gastos condicionados, verificaram os analistas desta Corte que: a) a despesa
com recursos do FUNDEF na remuneração dos profissionais do magistério alcançou o
montante de R$ 528.987,97, representando 64,01% da cota-parte recebida no exercício;
b) a aplicação na manutenção e desenvolvimento do ensino atingiu o valor de
R$ 1.125.205,65 ou 34,01 da RIT; c) o Município despendeu com saúde a importância de
R$ 347.517,75 ou 10,51% da RIT; e d) as despesas com pessoal da municipalidade, já
incluídas as do Poder Legislativo, alcançaram o montante de R$ 2.676.903,28 ou 57,22%
da RCL.
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TRIBUNALDE CONTASDO ESTADO
art. 29-A, § 2°, inciso IH, da Constituição Federal, e acima do valor fixado no orçamento
mais suplementações, em R$ 6.265,04; 6) deficiências na Lei Orçamentária Anual - LOA;
7) não menção acerca do equilíbrio entre receitas e despesas na Lei de Diretrizes
Orçamentárias - LDO; 8) abertura de créditos adicionais suplementares sem fonte de
recursos, no montante de R$ 192.610,40; 9) ausência de contabilização de despesas
orçamentárias com encargos sociais, no total de R$ 252.446,90; 10) gastos previdenciários
insuficientemente comprovados, no valor de R$ 2.700,93; 11) atraso no pagamento ao
Instituto Nacional do Seguro Social - INSS, caracterizando descontrole administrativo e
financeiro, com prejuízo ao erário em virtude do pagamento de juros, na importância de
R$ 13.016,44; 12) excesso de dispêndios com combustíveis, correspondente a R$ 21.239,34;
13) aquisição de peças e pneus para veículo locado, na soma de R$ 4.240,64, infringindo
cláusula contratual; 14) despesas com aquisição de material didático, no montante de
R$ 13.050,00, insuficientemente comprovadas e com indícios de fraude no respectivo
processo Iicitatório; 15) BALANÇOS ORÇAMENTÁRIO, FINANCEIRO e PATRIMONIAL
incorretamente elaborados; 16) dívidas flutuante e fundada erroneamente informadas;
17) carência de registro na prestação de contas de receita, a título de INDENIZAÇÕESE
RESTITUIÇÕES,no total de R$ 5.409,49; 18) falsificação de propostas dos Processos
Licitatórios n.° 18 e 20/2005, configurando fraude em documentos públicos;
19) superfaturamento na compra de veículo, no valor de R$ 3.010,00; 20) diversas
irregularidades em procedimentos de licitação; 21) funcionamento precário do Conselho de
Acompanhamento e Controle Social - CACS; 22) desvio de finalidade dos recursos do
Programa de Educação de Jovens e Adultos - PEJA, na importância de R$ 23.737,34;
23) aplicação de apenas 10,51% da RIT em ações e serviços públicos de saúde;
24) prestação de informação incorreta ao INSS por meio das Guias de Recolhimento do
FGTS e Informações à Previdência Social - GFIP; 25) falta de sistema de controle de
distribuição de merenda escolar e dos bens do ativo permanente; 26) gastos com merenda
escolar insuficientemente comprovados, na soma de R$ 86.147,20; 27) inversão de
prioridades na aplicação dos recursos municipais, pois enquanto foram empregados
R$ 80.850,00 em festas, não foi aplicado nenhum valor em obras públicas; e 28) inexistência
dos livros DIÁRIO e RAZÃO,bem como de inventários de estoques de materiais e de bens
móveis e imóveis, descumprindo determinação da ResoluçãoNormativa RN - TC - 04/2004.
Já o Prefeito da Urbe, Sr. José Carlos Soares, após pedido de prorrogação de prazo,
fls. 1.210/1.211, não acolhido pelo Relator, fI. 1.212, apresentou contestação,
fls. 1.220/3.254, na qual juntou documentos e argumentou, em síntese, que: a) o déficit
orçamentário de 3,58% da receita arrecadada no exercício é considerado normal e ínfimo em
relação ao valor global do orçamento, podendo ser relevado; b) houve falha no ANEXOlO,
da PCA, pois a receita obtida com a alienação de ativos correspondeu a apenas
R$ 24.510,00, utilizados na aquisição de dois veículos; c) todos os REO for
confeccionadosa tempo e divulgados, conforme declaraçõesanexadas; d) os demon . s k,:
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TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO
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saúde, ampliação de escola, implantação de rede de esgoto, recuperação de estradas ..f-
eletrificação rural, todas pagas com recursos próprios; e z) foram apresentadas cópias <ios' .
livros DIÁRIO e RAZÃO e o setor responsável do Poder Executivo adotará as as
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TRIBUNALDE CONTASDO ESTADO
corretivas para suprir a falta dos inventários de estoques de materiais e de bens móveis e
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TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO
administrativa que, em similitude com aquelas ora debatidas, venha a macular as contas da
gestão municipal.
É o relatório.
No mérito, constata-se que as contas apresentadas pelo Prefeito Municipal de Santana dos
Garrotes/PB, Sr. José Carlos Soares, revelam inúmeras irregularidades remanescentes.
Entrementes, em que pese o posicionamento dos peritos desta Corte, impende comentar,
ab initio, que a mácula relativa à ausência de comprovação da publicação do resumo do
edital da Tomada de Preços n.o 01/2005, objetivando a aquisição de combustíveis para o
abastecimento da frota de veículos da referida Comuna, não pode prosperar, haja vista que
o referido procedimento foi encaminhado a este Tribunal para a competente análi
(Processo TC n.o 02385/05), considerado, mediante o Acórdão AC1 - TC - 1.206/ 6,
exarado em 05 de outubro de 2006, regular com ressalvas ape\\Onaspelo fato dne ue
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TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO
quantidade licitada estava acima do valor despendido no exercício anterior. Logo, quanto aos
demais aspectos formais o certame encontrava-se dentro da legalidade.
Por outro lado, foi observado pelos peritos do Tribunal, fI. 1.196, a ausência de equilíbrio
entre as receitas e as despesas da Comuna, caracterizando, por conseguinte, o
inadimplemento da principal finalidade pretendida pelo legislador ordinário, através da
inserção no ordenamento jurídico tupiniquim da festejada Lei de Responsabilidade
Fiscal - Lei Complementar Nacional n.o 101, de 04 de maio de 2000 -, qual seja, a
implementação de um eficiente planejamento por parte dos gestores públicos, com vistas à
obtenção do equilíbrio das contas por eles administradas, conforme estabelece o seu art. 10,
§ 10, in verbis.
No entanto, é preciso destacar que: a) a CONTA de n.O 649, onde teria sido colocada parte
da receita adquirida, não está registrada no Sistema de Acompanhamento da Gestão do
Recursos da Sociedade - SAGRES, como pertencente ao Município de Santana dos
Garrotes/PB; b) o veículo adquirido, no exercício de 2005, para a Secretaria de Saúde, no
valor de R$ 24.520,00, foi pago através de 02 (dois) cheques, de R$ 11.400,00 e
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R$ 13.120,00, em agosto e setembro, respectivamente, sendo ambos da CONTA FUS SAÚDE
n.o 9990-2, fI. 3.257; e c) não foi acostada comprovação da aquisição do segundo veículo
em 2006. Sendo assim, não obstante o entendimento emitido na análise da defesa, fI. 3.296,
persiste a irregularidade.
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TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO
Art. 48. São instrumentos de transparência da gestão fiscal, aos quais será
dada ampla divulgação, inclusive em meios eletrônicos de acessopúblico: os
planos, orçamentos e leis de diretrizes orçamentárias; as prestações de
contas e o respectivo parecer prévio; o Relatório Resumido da Execução
Orçamentária e o Relatório de Gestão Fiscal; e as versões simplificadas
destes documentos.
No que se refere à Lei Municipal n.o 343/2005, que estabeleceu o orçamento para o
exercício de 2005, fls. 1891190, foram apontadas pelos analistas deste Sinédrio de Contas,
fI. 1.190, as seguintes deficiências: a) encaminhamento ao Tribunal de Contas fora do prazo
estabelecido; b) ausência da mensagem de encaminhamento da lei ao Poder Legislativo e da
evidência de realização de audiência pública; c) previsão de receitas de operações de crédito
superior às despesas de capital fixadas, estas não contempladas na Lei de Diretrizes
Orçamentárias - LDO, Lei Municipal n.o 341/2004, fls. 92/100. Tais inconformidades
caracterizam flagrante transgressão ao disposto no art. 7°, § 1°, da Resolução Normativa
RN - TC - 07/04, na sua redação original aplicável à época, ao estabelecido no art. 5°,
caput, e no art. 48, parágrafo único, ambos da Lei Complementar Nacional n.o 101/2000,
bem como ao disciplinado no art. 167, inciso III, da Constituição Federal, respectivamente,
verbum pro verbo:
Art. 7° - (omissis)
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TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO
Neste sentido, constata-se que a ausência de empenho, pagamento e registro das referidas
obrigações, além de suscitar a imperfeição nas informações contábeis do Município,
representa séria ameaça ao equilíbrio financeiro e atuarial que deve perdurar nos sistemas
previdenciários, com vistas a resguardar o direito dos segurados em receber seus benefícios
no futuro, desrespeitando o disposto no art. 195, inciso I, alínea "a", da Constituição Federal,
c/c o art. 22, incisos 1 e II, alínea "a", da Lei Nacional n.o 8.212/91 - Lei de Custeio da
Previdência Social -, verbis:
Art. 195. A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma
direta e indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos
orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e
das seguintes contribuições sociais:
Ademais, deve ser ressaltado que a mesma irregularidade pode ser enquadrada como ato d _~""
improbidade administrativa que atenta contra os princípios da administração públi a, ')
segundo estabelece o art. 11, inciso 1, da lei que dispõe sobre as sanções aplicáveis a s /2.
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TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO
I -(omissis)
I -(omissis)
O artigo 70, parágrafo único, da Constituição Federal, dispõe que a obrigação de prestar
contas abrange toda pessoa física ou jurídica, pública ou privada, que utilize, arrecade,
guarde, gerencie ou administre dinheiros, bens e valores públicos ou pelos quais a União, os
Estadosou os Municípios respondam, ou que, em nome destes entes, assuma obrigações de
natureza pecuniária.
Importa notar que imperativa é não só a prestação de contas, mas também a sua completa
e regular prestação, já que a ausência ou a imprecisão de documentos que inviabilizem ou
tornem embaraçoso o seu exame é tão grave quanto a omissão do próprio dever de
prestá-Ias, sendo de bom alvitre destacar que a simples indicação, em extratos, notas de
empenho, notas fiscais ou recibos, do fim a que se destina o dispêndio não é suficiente para
comprová-lo, regularizá-lo ou legitimá-lo.
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TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO
Visando aclarar o tema em disceptação, vejamos parte do voto do ilustre Ministro Moreira
Alves, relator do supracitado Mandado de Segurança, ipsis litteris;
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TRIBUNALDE CONTASDO ESTADO
(...)
I - (omissis)
( ...)
VII - os direitos e as responsabilidades das partes, as penalidades cabíveis e
os valores das multas; (grifamos)
Dessaforma, ao examinar o acordo para a referida locação, fls. 968/969, verifica-se que, na
sua cláusula quarta, item II, alínea "e", foi atribuída como obrigação do contratado,
Sr. Francisco Sales de Lima, entre outras, "reparar, corrigir, remover, ou substituir, às suas
expensas, no total ou em parte, o objeto deste contrato, em que se verificarem vícios,
defeitos ou incorreções resultantes de sua execução". Já com relação às atribuições do
contratante, no caso, o Município de Santana dos Garrotes/PB, o item I, da mesma cláusula
quarta, conferiu apenas: a) o pagamento dos serviços prestados rigorosamente em dia; e
b) a fiscalização do cumprimento do contrato.
Portanto, em que pese o entendimento exarado pela ilustre Procuradora Geral do Ministério
Público junto ao Tribunal de Contas do Estado da Paraíba, Ora. Ana Terêsa Nóbrega,
fI. 3.313, não há como acolher a alegação apresentada pela defesa, fls. 1.229/1.230, de que
as despesas com sobressalentes e serviços de manutenção do veículo seriam de
responsabilidade da Comuna, devendo a autoridade responsável ser compelida a devolver o
valor de R$ 4.240,64 aos cofres municipais.
a) receita total informada nos ANEXOS 2 e 10, no BALANÇO ORÇAMENTÁRIO, bem como na
DEMONSTRAÇÃO DAS VARIAÇÕES PATRIMONIAIS, R$ 4.697.561,65, inferior ao seu valor
real, R$ 4.702.9741,14, fI. 506, evidenciando uma diferença de R$ 5.409,49, correspondente
à receita de OUTRAS RESTITUIÇÕES; b) ausência de contabilização de despesas
orçamentárias atinentes ao exercício de 2005, no valor total de R$ 397.038,38, que, ou
deixaram de ser empenhadas, como as obrigações patronais devidas ao INSS,
R$ 149.989,66, ou foram empenhadas somente no exercício seguinte, fora do período de
competência, no valor de R$ 247.048,72, conforme já comentado anteriormente,
provocando distorções nos BALANÇOS ORÇAMENTÁRIO, FINANCEIRO e PATRIMONIAL, bem
como no DEMONSTRATIVO DA DÍVIDA FLUTUANTE; e c) ausência de registro de dívida com
o INSS, na importância de R$ 4.914.334,53, fI. 976/978, comprometendo também a
fidedignidade do BALANÇO PATRIMONIAL e do DEMONSTRATIVO DAS VARIAÇÕES
PATRIMONIAIS.
Tais discrepâncias, além de prejudicarem a análise dos inspetores desta Corte de Contas,
comprometem sobremaneira a confiabilidade dos registros contábeis do Município. Ademais,
o profissional de contabilidade não registrou as informações contábeis na forma prevista nos
artigos 83 a 106, da Lei Nacional n.o 4.320/64, como também elaborou os balanços sem
observar todos os princípios fundamentais de contabilidade previstos nos artigos 2° e 3°, da
Resolução do Conselho Federal de Contabilidade n.O 750, de 29 de dezembro de 1993,
devidamente publicada no Diário Oficial da União de 31 de dezembro do mesmo ano,
verbo ad verbum:
I) o da ENTIDADE;
II) o da CONTINUIDADE;
IlI) o da OPORTUNIDADE;
IV) o do REGISTRO PELO VALOR ORIGINAL;
V) o da ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA;
VI) o da COMPETÊNCIA e
VII) o da PRUDÊNCIA.
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No que respeita ao Processo Licitatório n, 020/2005, na modalidade convite, objetivando a
aquisição de veículo de pequeno porte destinado à Secretaria de Saúde, no valor de
R$ 24.520,00, fls. 985/992, o órgão de instrução questionou as supostas propostas
apresentadas em papel não timbrado, com indícios de fraude, pelas empresas CAVALCANTI
PRIMO VEÍCULOS LTDA. e MONTE CARLa VEÍCULOS E PEÇAS LTDA., com vistas ao
fornecimento do modelo UNO MILLE FIRE 1.0, 04 (quatro) portas, básico, de marca distint
daquelas q~e comercializam. Após diligência dos técnicos deste Tribunal, a CAVALCAN·.)~.,
PRIMO VEICULOS LTDA. declarou, por intermédio do seu Diret~ial' D. JO~\~~'F"""
TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO
Além disso, por ocasião da defesa, o interessado encartou aos autos declaração do Gerente
de Vendas da CAVALCANTI PRIMO VEÍCULOS LTDA., Sr. José Valdeis, em que atestava a
participação da empresa na licitação, fi. 1.300. Entretanto, diante da aparência duvidosa do
documento, não carimbado e com indícios de nova fraude, bem como da informação
fornecida pelo mesmo funcionário, que trabalha no departamento de caminhões daquela
concessionária, negando a elaboração da referida declaração, esta foi prontamente rejeitada
pelos peritos da Corte.
É preciso ressalatar, por oportuno, que frustrar a licitude de processo Iicitatório consiste em
ato de improbidade administrativa, com lesão ao erário, consoante previsto no art. 10,
inciso VIII, da já mencionada lei que trata das sanções aplicáveis aos agentes públicos - Lei
Nacional n.O 8.429/1992 -, in verbis.
I - (omissis)
(...)
Em que pese a documentação acostada aos autos pelo Prefeito, fls. 3.322/3.323, atestando
o possível recolhimento daquele valor aos cofres públicos municipais, não há comprovação
da origem dos recursos por parte do responsável pelo suposto depósito efetuado na CONTA
FPM n.? 5.748-7 em 01 de abril de 2008, bem como do necessário registro contábil da
receita. /
TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO
Impende comentar, neste ponto, que, por não possuírem estrutura administrativa própria, os
conselhos precisam atuar junto ao governo municipal, que deve disponibilizar todos os
registros contábeis e os demonstrativos gerenciais, mensais e atualizados, relativos aos
recursos repassados, ou recebidos, à conta do fundo, conforme estabelecem o art. 4°, caput
e § 4°, e o art. 5°, da Lei Nacional n.o 9.424, de 24 de dezembro de 1996 - Lei do
FUNDEF -, verbatim:
...
( )
...
( )
Quanto aos gastos condicionados com saúde, impende destacar, primeiramente, que o
cálculo efetuado pelos especialistas da unidade técnica na análise da defesa,
fls. 3.303/3.304, incluiu apenas R$ 22.264,03 dos R$ 37.094,47 relativos à parcela do INSS
patronal da Secretaria de Saúde registrados no SAGRES. Além disso, dos RESTOS A PAGAR
da função 10 - SAÚDE inscritos ao final do exercício em análise, na soma de R$ 10.492,05,
fls. 76/79, só foram computados R$ 5.588,76, que corresponde ao saldo da CONTA FPM
n.o 5.748-7 em 31/12/2005, fI. 1.045. Cabe frisar que o saldo das disponibilidades de
impostos e transferências ao final do exercício sub studio somava, na realida ,
R$ 11.985,09.
TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO
Sendo assim, após os devidos ajustes, com a inclusão dos encargos sociais relativos ao INSS
ainda não computados, R$ 14.830,44, bem como bem como dos RESTOS A PAGAR inscritos
ao final de 2005, R$ 10.492,05, respaldados pelas disponibilidades existentes, R$ 11.984,89,
ainda que não tenha sido possível comprovar o seu efetivo pagamento no primeiro trimestre
de 2006, verifica-se que o Município aplicou, no exercício sub examine, apenas
R$ 388.490,82 ou 11,74% do somatório das receitas de impostos e das transferências
constitucionais - R$ 3.307.993,00 - em ações e serviços públicos de saúde, não atendendo,
por conseguinte, ao disposto no art. 198, §§ 20 e 3D, inciso I, da Constituição da República
Federativa do Brasil, c/c o art. 77, inciso lII, e § 40, do Ato das Disposições Constitucionais
Transitórias, que estabelece o percentual de quinze por cento como limite mínimo a ser
despendido pelos Municípios a partir do exercício financeiro de 2005, verbum pro verbo:
§ 1° (...)
r - (...)
§ 30 Lei complementar, que será reavaliada pelo menos a cada cinco anos,
estabelecerá:
1-( ...)
§ 1° (...)
Referida mácula, em virtude de sua gravidade, é suficiente não só para a emissão de parecer
contrário à aprovação das contas, conforme determina o item 2.3, do Parecer Normativo
PN - TC - 52/2004 deste ego Tribunal, como também para a decretação de intervenção de
um Estado em seus Municípios, consoante preconiza o art. 35, inciso lII, da Carta Magna,
ipsis litteris. (",.,
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TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO
I- (...
)
Art. 96. O levantamento geral dos bens móveis e imóveis terá por base o
inventário analítico de cada unidade administrativa e os elementos da
escrituração sintética na contabilidade.
Finalmente, a falta dos inventários de estoques de materiais e dos bens móveis e imóveis,
fI. 1.198, vai de encontro às determinações contidas no art. 7°, incisos XI e XII, da
Resolução Normativa RN - TC - 04/04, vejamos:
I. (omissis)
...
( )
Art. 7° - (omissis)
...
( )
I - (...
)
...
( )
...
( )
( ...)
...
( )
Por fim, ante as diversas transgressões a disposições normativas do direito objetivo pátrio,
decorrentes das condutas implementadas pelo Chefe do Poder Executivo da Comuna de
Santana dos Garrotes, Sr. José Carlos Soares, bem como dos membros da Comissão
Permanente de Licitação - CPL, Sra. Maria Márcia Pinto, Sra. Ednaura Gouveia de Araújo
Teotônio e Sr. José Lopes de Araújo, resta configurada a necessidade imperiosa de
imposições de multas individuais de até R$ 2.805,10 - valor atualizado pela Portaria
n.O 039/06 do TCE/PB -, prevista no art. 56, incisos II e IlI, da Lei Orgânica do TCE/PB - Lei
Complementar Estadual n.o 18, de 13 de julho de 1993, verbum pro verbo:
I - (omissis)