Algo foi roubado Umuarama, domingo, 9 de agosto de 2009 É conhecido este fado Mas não o deixo pontuado
São velhos os rumores
Novos os presságios Análogos
Família da Atualidade: No contato, atualizados
Reformados nesse diapasão
Desordem com que Ordem?
Ilustram a repetição Na perda a vocação
Agora somos todos por Caroline Guimarães Gil
Culturanja. Por Tiago K. Inforzato
Fui pesquisar sobre a estrutura familiar na atualidade e me alarmou em muitos aspectos, primeiro que não há ver- dadeiramente um compromisso com o papel a ser realiza- a dificuldade que cada membro tinha de se relacionar, sem- pre discutindo, brigando, tornando tudo muito complicado, esse mundo dos adultos! Inclusive, algumas delas, até ques- do dentro da família. Por exemplo, o pai se torna o avô, o tio tionavam esses membros da família, e falavam para eles o é quase um irmão, e a sogra é quase que uma nova esposa! que deveriam fazer para que tudo ficasse “melhor”. Caros amigos leitores, os mais atentos devem ter perce- Não há um papel definido dentro da família, ocorrendo mui- tos conflitos internos e até mesmo num âmbito mais amplo. Toda essa história me lembrou outra! Seu autor é Agosti- nho Minicucci (Relações Interpessoais – Psicologia das Re- bido que o nome da nossa página mudou, mas não foi uma Bom, acho que deve ser por isso lações Interpessoais), o qual des- simples mudança de nome, tal fato é reflexo das várias pe- que a criança faz legenda quando creve que o que o jovem Cupido quenas mudanças que estavam acontecendo durante esse desenha numa folha a família. pomposamente preparou suas ultimo semestre no “Cultura & Arte”. À partir de hoje somos Devemos nos recordar que fa- flechas - ouro, amor, ódio e des- “Culturanja”. mília é constituída por mais de prezo – e desceu a terra numa reu- Culturanja é um complexo de mídias que eu, juntamente um elemento, mesmo que estes nião de jovens. No início, Cupido com Nevilton de Alencar Jr. criamos para divulgar a produção não se relacionam muito bem, é os estranhou, mas achou-os bem independente de arte e cultura. Damos ênfase para a produ- preciso lembrá-los da importân- comunicativos! E já foi lançando ção local, mas não nos limitamos a ela. Você pode ter aces- cia do seu papel naquele espaço. suas flechas de amor... Porém, era so a esse conteúdo de várias formas: Caso você não seja É como retirar o protagonista da muito curioso, pois essas flechas muito da leitura e goste de ouvir rádio, temos o Culturanja história no final do filme! Não con- não produziam efeito algum so- na Rádio, que vai ao ar pela Rádio Universitária Paranaen- sigo imaginar um filme do Super- bre eles. Mas, imaginou que po- se (107,7 FM) todas as terças-feiras das 22 às 23h, com re- Man sem o Clark Kent ou mesmo deria estar à flecha do amor, com prises aos sábados das 19 às 20h. Mas se você passa horas a Lois Lane, ou até mesmo o Dire- prazo de validade vencido. pela internet, também estaremos lá, no nosso blog: www.cul- tor do Jornal, ou até os funcioná- Cupido resolveu então ir pes- turanja.blogspot.com, onde poderá ler muitos textos produ- rios da empresa e etc. soalmente conversar com eles e zidos por nossos colaboradores (resenhas de livros, discos Tive a oportunidade de estar foi logo se apresentando, mas o e outros textos dos mais diversos temas) e isso inclui nos- perto de algumas crianças que pessoal da reunião foi tão frio, e sas publicações de domingo no Umuarama Ilustrado. No blog possuem essa desordem familiar, cheio de olhares com desdém. Fo- você também poderá ouvir, à qualquer hora, os nossos pro- e foi muito interessante. Ao brincar com elas, sem que eu ram depressa falando que sabiam muito bem o que era o gramas do rádio, que ficam disponíveis no formato podcast. perguntasse algo a respeito de sua família, elas começavam amor, e não precisava de ninguém para dizê-los o seu signi- É só acessar e ouvir. a contar sobre todo o seu ambiente familiar, relatando cada ficado! Pois bem, não deu muito tempo para que todos num Vocês também vão perceber pequenas e grandes mudan- um dos membros que a pertencia. Fiquei deslumbrada com berro gritassem: FORA! ças aqui na página. Vão perceber que não existe mais meu o tamanho do conhecimento que elas possuíam sobre a pa- Arrumou então suas lanças, colocando-as no bornal. “Eles nome no cabeçalho e que agora todos os textos são assina- lavra “família” e que este não condizia com o que via dentro amam e não sabem o que é o amor. Gostam e não definem dos. Antes eram apenas creditados os textos que não eram de sua casa. Elas ainda palpitavam soluções, argumentan- gostar. Sentem-se atraídos e não explicam por quê. Odeiam, meus, já que eram apenas participações esporádicas de cola- do alternativas para resolver os problemas que enxergavam mas não sabem o que traduz esse sentimento” refletia Cupi- boradores. Não mais, pois agora a intenção é ter a constante em sua família. do deitado sobre uma nuvem. Então, voltou para Olimpo e participação dos mais diversos colaboradores nas mais diver- As soluções que elas tinham - era sempre muito interes- mudou de emprego, trabalhando agora num ferro velho. sas linguagens: poesia, prosa, gravuras, etc. Somos, enfim, sante - combinavam num ponto: as relações interpesso- É... Será que escolhemos aprender por meio da dor e não um coletivo de autores, de idéias e de formatos. ais. É claro, elas não utilizaram este termo, mas relatavam pelo amor? A outra mudança é a entrada de mais um jogador em nos- so time titular: a Caroline Guimarães Gil, que abraçou a cau- sa, vestiu a camisa e vêm desempenhando ótimamente bem o seu papel. Seja bem vinda Carol! E logo teremos mais gente legal entrando em campo, os antigos colaboradores já estão no aquecimento para a re-estréia, como o Nevilton de Alencar Ele mostrou como se dança o Baião. Jr. e o Thiago Calixto, agora é esperar pra ver. Divirtam-se e até o próximo Culturanja. E ninguém mais esqueceu. por Tiago K. Inforzato
No dia 02 de agosto de 1989, deixava os palcos e
o mundo Luiz Gonzaga, o Rei do Baião, ou como diria Raul Seixas: o Elvis Presley do Sertão. Gonzaga tirou a música nordestina da marginalidade, dos cafundós do sertão e trouxe os sons da Sanfona, da Zabumba e do Triangulo para a MPB, pela porta da frente, assim com fez Elvis com aquela música de pretos, que hoje chama- mos de rock. Nos anos 50 o Brasil era um pais em urbanização e o chique era o americano, o Glenn Miller e companhia. Xaxado, Forró, Xote, Baião... era tudo ritmo de pião de obra nordestino, cabeça chata. E nesse período chegou o Gonzagão, munido de sua sanfona e com contrato as- sinado com a Rádio Nacional, trouxe o folclore e a cul- tura nordestina para os filhos do sertão Brasil afora, o braço forte que ergueu, tijolo a tijolo, as grandes me- trópoles que temos hoje. De rebote ele também aca- bou conquistando o coração de todas as classes sociais do país e atingiu o patamar de grande músico de su- cesso nacional. À partir dos anos 50 até sua morte em 1989, ele em- placou vários hits em todo o país. Canções como Asa Branca, Baião, Paraíba, Assum Preto e outras tantas ajudaram a divulgar e popularizar um pedaço da cul- tura nacional que poucos conheciam até então, algo que hoje nos é velho conhecido e faz parte inconteste da nossa cultura: a realidade do sertanejo nordestino, muitas vezes miserável, mas sempre feliz e esperanço- so com a vida. E nas comemorações dos 20 anos da morte de Gon- zaga, houveram e haverão vários lançamentos em ví- deo e áudio de sua obra. Já está em fase de finalização um filme biográfico (nos moldes de Dois Filhos de Fran- cisco, o do Zezé de Camargo e Luciano); também estão saindo do forno vários documentários em vídeo e al- gumas coletâneas em áudio, como a que a Som Livre lançou a pouco: Gonzagão Sempre. Todos, obviamente, uma boa pedida para conhecer ou matar a saudade do “Véio Lua”, como também era chamado. Certo é que Gonzaga, ao trazer a cultura rica, colorida e peculiar do nordeste para o resto do pais, contribuiu para que todas as vertentes artísticas se sentissem atraídas a experimenta-la, usa-la e serem influencia- dos em sua arte, resultando nesse sincretismo artístico que temos hoje no pais todo, e até hoje muitos bebem dessa fonte. Tudo bem que ele pode não ter sido o úni- co, mas foi pioneiro. Êta cabra arretado!