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Poesia 15

Rumores do fim de tarde


por Thiago Calixto

Na reminiscência dos meus sonhos


Algo foi roubado Umuarama, domingo, 9 de agosto de 2009
É conhecido este fado
Mas não o deixo pontuado

São velhos os rumores


Novos os presságios
Análogos

Família da Atualidade:
No contato, atualizados

Reformados nesse diapasão

Desordem com que Ordem?


Ilustram a repetição
Na perda a vocação

Agora somos todos por Caroline Guimarães Gil

Culturanja. Por Tiago K. Inforzato


Fui pesquisar sobre a estrutura familiar na atualidade e
me alarmou em muitos aspectos, primeiro que não há ver-
dadeiramente um compromisso com o papel a ser realiza-
a dificuldade que cada membro tinha de se relacionar, sem-
pre discutindo, brigando, tornando tudo muito complicado,
esse mundo dos adultos! Inclusive, algumas delas, até ques-
do dentro da família. Por exemplo, o pai se torna o avô, o tio tionavam esses membros da família, e falavam para eles o
é quase um irmão, e a sogra é quase que uma nova esposa! que deveriam fazer para que tudo ficasse “melhor”.
Caros amigos leitores, os mais atentos devem ter perce- Não há um papel definido dentro da família, ocorrendo mui-
tos conflitos internos e até mesmo num âmbito mais amplo.
Toda essa história me lembrou outra! Seu autor é Agosti-
nho Minicucci (Relações Interpessoais – Psicologia das Re-
bido que o nome da nossa página mudou, mas não foi uma
Bom, acho que deve ser por isso lações Interpessoais), o qual des-
simples mudança de nome, tal fato é reflexo das várias pe-
que a criança faz legenda quando creve que o que o jovem Cupido
quenas mudanças que estavam acontecendo durante esse
desenha numa folha a família. pomposamente preparou suas
ultimo semestre no “Cultura & Arte”. À partir de hoje somos
Devemos nos recordar que fa- flechas - ouro, amor, ódio e des-
“Culturanja”.
mília é constituída por mais de prezo – e desceu a terra numa reu-
Culturanja é um complexo de mídias que eu, juntamente
um elemento, mesmo que estes nião de jovens. No início, Cupido
com Nevilton de Alencar Jr. criamos para divulgar a produção
não se relacionam muito bem, é os estranhou, mas achou-os bem
independente de arte e cultura. Damos ênfase para a produ-
preciso lembrá-los da importân- comunicativos! E já foi lançando
ção local, mas não nos limitamos a ela. Você pode ter aces-
cia do seu papel naquele espaço. suas flechas de amor... Porém, era
so a esse conteúdo de várias formas: Caso você não seja
É como retirar o protagonista da muito curioso, pois essas flechas
muito da leitura e goste de ouvir rádio, temos o Culturanja
história no final do filme! Não con- não produziam efeito algum so-
na Rádio, que vai ao ar pela Rádio Universitária Paranaen-
sigo imaginar um filme do Super- bre eles. Mas, imaginou que po-
se (107,7 FM) todas as terças-feiras das 22 às 23h, com re-
Man sem o Clark Kent ou mesmo deria estar à flecha do amor, com
prises aos sábados das 19 às 20h. Mas se você passa horas
a Lois Lane, ou até mesmo o Dire- prazo de validade vencido.
pela internet, também estaremos lá, no nosso blog: www.cul-
tor do Jornal, ou até os funcioná- Cupido resolveu então ir pes-
turanja.blogspot.com, onde poderá ler muitos textos produ-
rios da empresa e etc. soalmente conversar com eles e
zidos por nossos colaboradores (resenhas de livros, discos
Tive a oportunidade de estar foi logo se apresentando, mas o
e outros textos dos mais diversos temas) e isso inclui nos-
perto de algumas crianças que pessoal da reunião foi tão frio, e
sas publicações de domingo no Umuarama Ilustrado. No blog
possuem essa desordem familiar, cheio de olhares com desdém. Fo-
você também poderá ouvir, à qualquer hora, os nossos pro-
e foi muito interessante. Ao brincar com elas, sem que eu ram depressa falando que sabiam muito bem o que era o
gramas do rádio, que ficam disponíveis no formato podcast.
perguntasse algo a respeito de sua família, elas começavam amor, e não precisava de ninguém para dizê-los o seu signi-
É só acessar e ouvir.
a contar sobre todo o seu ambiente familiar, relatando cada ficado! Pois bem, não deu muito tempo para que todos num
Vocês também vão perceber pequenas e grandes mudan-
um dos membros que a pertencia. Fiquei deslumbrada com berro gritassem: FORA!
ças aqui na página. Vão perceber que não existe mais meu
o tamanho do conhecimento que elas possuíam sobre a pa- Arrumou então suas lanças, colocando-as no bornal. “Eles
nome no cabeçalho e que agora todos os textos são assina-
lavra “família” e que este não condizia com o que via dentro amam e não sabem o que é o amor. Gostam e não definem
dos. Antes eram apenas creditados os textos que não eram
de sua casa. Elas ainda palpitavam soluções, argumentan- gostar. Sentem-se atraídos e não explicam por quê. Odeiam,
meus, já que eram apenas participações esporádicas de cola-
do alternativas para resolver os problemas que enxergavam mas não sabem o que traduz esse sentimento” refletia Cupi-
boradores. Não mais, pois agora a intenção é ter a constante
em sua família. do deitado sobre uma nuvem. Então, voltou para Olimpo e
participação dos mais diversos colaboradores nas mais diver-
As soluções que elas tinham - era sempre muito interes- mudou de emprego, trabalhando agora num ferro velho.
sas linguagens: poesia, prosa, gravuras, etc. Somos, enfim,
sante - combinavam num ponto: as relações interpesso- É... Será que escolhemos aprender por meio da dor e não
um coletivo de autores, de idéias e de formatos.
ais. É claro, elas não utilizaram este termo, mas relatavam pelo amor?
A outra mudança é a entrada de mais um jogador em nos-
so time titular: a Caroline Guimarães Gil, que abraçou a cau-
sa, vestiu a camisa e vêm desempenhando ótimamente bem
o seu papel. Seja bem vinda Carol! E logo teremos mais gente
legal entrando em campo, os antigos colaboradores já estão
no aquecimento para a re-estréia, como o Nevilton de Alencar
Ele mostrou como se dança o Baião.
Jr. e o Thiago Calixto, agora é esperar pra ver.
Divirtam-se e até o próximo Culturanja. E ninguém mais esqueceu.
por Tiago K. Inforzato

No dia 02 de agosto de 1989, deixava os palcos e


o mundo Luiz Gonzaga, o Rei do Baião, ou como diria
Raul Seixas: o Elvis Presley do Sertão. Gonzaga tirou a
música nordestina da marginalidade, dos cafundós do
sertão e trouxe os sons da Sanfona, da Zabumba e do
Triangulo para a MPB, pela porta da frente, assim com
fez Elvis com aquela música de pretos, que hoje chama-
mos de rock.
Nos anos 50 o Brasil era um pais em urbanização e
o chique era o americano, o Glenn Miller e companhia.
Xaxado, Forró, Xote, Baião... era tudo ritmo de pião de
obra nordestino, cabeça chata. E nesse período chegou
o Gonzagão, munido de sua sanfona e com contrato as-
sinado com a Rádio Nacional, trouxe o folclore e a cul-
tura nordestina para os filhos do sertão Brasil afora, o
braço forte que ergueu, tijolo a tijolo, as grandes me-
trópoles que temos hoje. De rebote ele também aca-
bou conquistando o coração de todas as classes sociais
do país e atingiu o patamar de grande músico de su-
cesso nacional.
À partir dos anos 50 até sua morte em 1989, ele em-
placou vários hits em todo o país. Canções como Asa
Branca, Baião, Paraíba, Assum Preto e outras tantas
ajudaram a divulgar e popularizar um pedaço da cul-
tura nacional que poucos conheciam até então, algo
que hoje nos é velho conhecido e faz parte inconteste
da nossa cultura: a realidade do sertanejo nordestino,
muitas vezes miserável, mas sempre feliz e esperanço-
so com a vida.
E nas comemorações dos 20 anos da morte de Gon-
zaga, houveram e haverão vários lançamentos em ví-
deo e áudio de sua obra. Já está em fase de finalização
um filme biográfico (nos moldes de Dois Filhos de Fran-
cisco, o do Zezé de Camargo e Luciano); também estão
saindo do forno vários documentários em vídeo e al-
gumas coletâneas em áudio, como a que a Som Livre
lançou a pouco: Gonzagão Sempre. Todos, obviamente,
uma boa pedida para conhecer ou matar a saudade do
“Véio Lua”, como também era chamado.
Certo é que Gonzaga, ao trazer a cultura rica, colorida
e peculiar do nordeste para o resto do pais, contribuiu
para que todas as vertentes artísticas se sentissem
atraídas a experimenta-la, usa-la e serem influencia-
dos em sua arte, resultando nesse sincretismo artístico
que temos hoje no pais todo, e até hoje muitos bebem
dessa fonte. Tudo bem que ele pode não ter sido o úni-
co, mas foi pioneiro. Êta cabra arretado!

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