Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
L . M . P . R o d r i g u e s
2 0 0 1
Capa, layout e editoração eletrônica: Ana da Rosa Bandeira
Consultoria de editoração, pesquisa e digitalização de imagens: Nara Rejane da Silva
Impresso no Brasil
Copyright 2001 – Teresinha dos Santos Brandão
Pedidos para: R. Cel. Alberto Rosa, 1886 apto. 403 CEP: 96010-770 – Pelotas - RS
ou pelos e-mails: aflag.sul@zaz.com.br e naras.sul@zaz.com.br
CDD 469
Um abraço,
A autora
.
S u m á r i o
............................................................................................................................................1
Consultoria de editoração, pesquisa e digitalização de imagens: Nara Rejane da
Silva............................................................................................................................. 2
Tiragem: 500 exemplares............................................................................................ 2
............................................................................................................................................4
............................................................................................................................................5
............................................................................................................................................8
..........................................................................................................................................10
..........................................................................................................................................12
..........................................................................................................................................14
..........................................................................................................................................15
................................................................................................................................... 15
................................................................................................................................... 18
................................................................................................................................... 20
................................................................................................................................... 24
................................................................................................................................... 28
................................................................................................................................... 33
................................................................................................................................... 36
................................................................................................................................... 46
................................................................................................................................... 48
................................................................................................................................... 55
................................................................................................................................... 59
................................................................................................................................... 63
13 Teresinha Brandão
................................................................................................................................... 65
................................................................................................................................... 67
................................................................................................................................... 71
. ........................................................................................................................................78
................................................................................................................................... 78
..........................................................................................................................................92
................................................................................................................................... 92
................................................................................................................................... 97
................................................................................................................................. 101
................................................................................................................................. 104
........................................................................................................................................109
.
1 C o n s i d e r a ç õ e s i n i c i a i s : c a r a c t
T e x t o 2 :
T e x t o 1 : “ M á r c ia , s e e u g a s ta s s e to d a s a s
c ib e r e s p a ç o , a in d a a s s im n ã o p o
“ O a m o r é fin a lm e n te s a r o q u a n t o c u r t o t e c la r c o m v o c
u m e m b a r a ç o d e p e r n a s , A m o r, R ic k
u m a u n iã o d e b a r r ig a s ,
( d e c la r a ç ã o v ir tu a l)
u m b r e v e tr e m o r d e a r té r ia s ,
u m a c o n fu s ã o d e b o c a s ,
u m a b a t a l h a d e v e i a Ts e, x t o 3 :
u m r e b o liç o d e a n c a s ,
q u e m d i z o u t r a c o i s a “ éD ib z ee sr t qa u. ” e b r e v e m e n t e s e r á s a m
G r e g ó r i o d e M a td o e s m i n h a a l m a . A m e ta d e ? B r e v e
N ã o : já a g o r a é s , n ã o a m e ta d e ,
( I n : B A R B O S A , S . A . , A M AD R o A u L -, t Ee . a a lm a in te ir a , d e ix a s - m e
E s c r e v e r é d e s v e na d a r o m U u mn d ao : p e q u e n a p a r t e p a r a q u e e u
lin g u a g e m c r ia d o r a e o p e n s a m e n to
e x i s t i
ló g ic o . C a m p in a s : P a p ir u s , 1 9 8 6 )
r p o r a l g u m te m p o e a d o r a r
G r a c ilia n o R a m o s
( E mC a r t a s d e A m o r a H e lo ís a )
T e x t o 4 :
(VERISSIMO, Luis Fernando. As cobras em: se Deus existe que eu seja atingido por um raio. Porto Alegre: L&PM, 1997. p.19)
17 Teresinha Brandão
T e x t o 5 : T e x t o 6 :
“ P a r a fa la r tu d o : a v id a n ã o c o m e ç a q u a n d o s e
“ A m o r, e x is tir ia s u b s ta n
n a s c e . C o m e ç a q u a n d o s e a m a . R o m a n tis m o à
m a is a b s tr a to ? A m a r, o
p a r te , s ó a d q u ir im o s c o n s c iê n c ia d e n ó s m e s m o s
v e r b o t e r ia s id o ta n ta s
q u a n d o , s e m p r e d e r e p e n te , s e m a v is o p r é v io ,
z e s c o n ju g a d o ? N in g u é
s e n t im o s q u e a lg u m a c o is a m u d o u n o m u n d o ,
c a p a z d e c a p ta r a s in fin
n a n o it e e n o d ia , n a lu z e n o v e n to , m u d o u t u d o
r e v e r b e r a ç õ e s d e s s a p
d e n tr o d a g e n te : e s t a m o s e n a m o r a d o s .
v r a , e la e s c a p a a t é m e
É a in d a u m a n ú n c io , ‘p r e v ie w ’ d e a lg u m a c o is a
à q u e le q u e v a s c u lh a e
q u e p o d e s e r o te s ã o , o c a s o , o r o lo , o e q u í v o c o .
q ü e n t a t o d a s a s c e la s s
S ã o v a r ia n t e s p a r a o g r a n d e p r o g r a m a q u e é o
m â n t ic a s d o d ic io n á r io .
a m o r, s í n t e s e d e tu d o o q u e fo i fr a g m e n ta r ia m e n -
a m o r s e d e s d o b r a e m m
t e a n u n . cA i am d a o n t e é u m o f í c io . N a m o r a d o ,
s e r e n o v a e m h is tó r ia s
u m a v o c a ç ã o .
té r it a s e fu tu r a s , r e n a s c
H á a m a n te s q u e n ã o s e n a m o r a m . E n a m o r a d o s
c a d a p o e m a ( ...) ”
q u e n ã o s ã o a m a n te s . O a m o r é e s c r a v o d o te m -
p o , n a s c e e p o d e m o r r e r c o m o t e m p o .”
( A u g u s t o A M P a a s i sx i ã. o n a M o r a d a
( C a r lo s H e iAt o er sC t ro e n l ay . d a U r s a M a io r d o P o . e F. m Fo aol h l ha a d de e S Sã ão o P a u l o ,
P a u l o , 1 2 / 0 6 / 9 6 1) 2 / 0 6 / 9 6 )
2 F i n a l i d a d e s d a a r g u m e n t a ç ã o
r e f o r çu a m r a d e t e r m i n a d a
ç ã o e m f a v o r d e u m a t e
o in t e r l o c u t o r j á c r ê o u
c o m p le t a m e n t e n a t e s e
t o r ) ;
p r o d u z i r u m a m u d a n ç a d e m
e n t a -
l i d a d e / c o m p o r t a m e n t o , r o v o -p
c a n d o , d e sa s d a e fs o ã r o m a , a d o
I lu s t r a ç õ e s : N a r a R e ja n e d a S il v a
in t e r l o c u t o r e m f a v o r d e u m a d e -
t e r m i n a d a t e s e ( q u a n d o o i n t e r lo -
c u t o r n ã o c r ê o u c r ê p a r c i a lm e n t e
n a t e s e d o lo c u t o r ) ;
l e v ac ro an h e c e r c o m ,p r e e n d e
z õ e ps e l a s q u a i s a q u e le q u e
s u s t e n t a d e t e r m i n a d a t e s
v a n d o n e c e s s a r ia m e n t e a
d o o in t e r lo c u t o r d e s c o n h
lo c u t o r ) . P o r e x e m p lo , e m
“ P a r t i d o X ” n ã o a p r e s e n t a
v it ó r i a , m a s , a o m e n o s , s e
b r e e s p a ç o ” p a r a t o r n a r p ú
f o r m a p o lí t ic a . U m o u t r o c
r e f u t au rm a d e t e r m ig n a a d d o a , e m u m j u l g a m e n t o ,
p o s i ç ã o , m e d ia n t e t e s ce o én t “r pa -e r d i d a ” ; n o e n t a n
a r g u m e n t o s ( q u a n da ot é o m l o e c s u m - o p a r a “ m a r c a r
t o r n ã o q u e r c r e r en ma r - d s ee t c e o r -n h j eu c r ií d oi c on ;o m e i o
m in a d a t e s e ) .
3 D i f e r e n ç a s f u n d a m e n t a i s e n t r e a
E x c e le n t í s s im o S e n h o r N e ls o n J o b im
T e n d o to m a d o c o n h e c im e n to , p o r m e io d a im p r e n
ta b a g is m o e m r e c in to s p ú b lic o s fe c h a d o s d e n o s s a s o c
te c e r a lg u m a s c o n s id e r a ç õ e s , o fe r e c e n d o - lh e , d e s s a f
d e s s e t e m a r e la t iv a m e n t e c o m p le x o e p o lê m ic o .
C o n s id e r o ju s t a a r e s t r iç ã o le g a l a o u s o d o c ig a r r o
d o s , j á q u e e s t a n o r m a v i s a p r o t e ng ãe or af u s ma úa dm e . Nd ao s e p n e t as ns ot
a u s ê n c ia d e m e d id a s c o n c o m it a n t e s a e s t a p r o ib iç ã o , n
p r o ib ir to ta lm e n te a p r o p a g a n d a d e c ig a r r o s f r a g iliz a , n o
É n e c e s s á r io , s e n h o r m in is t r o , a lg u m a a t e n ç ã o d o P o d
r e m a b a n d o n a r o h á b it o , e u m a e s p e c ia l a t e n ç ã o a o s j
d a , ir ã o e n g r o s s a r a s f ile ir a s d a s v ít im a s d e s s e m a le f í c i
G o s t a r i a a i n d a d e l e m b r a r - l h e q u e o f u m o a s n, t e , a o c
e s t á c o n t r ib u in d o c o m a U n iã o , p o r m e io d e u m im p o s t o
la d e s s e im p o s t o d e v e r ia s e r , p o r le i, d e s t in a d a à p e s q
p o r f in a lid a d e a p r e v e n ç ã o c o n tr a o s m a le s d o t a b a g is m
te s d a n ic o t in a .
P o r t a n t o , s o lic ito a V o s s a E x c e lê n c ia q u e c o n s id e r e
d o d e t o r n a r a le i a n t it a b a g is m o m a is c o n s is t e n t e e , p o r
A t e n c io s a m e n te ,
F . R .
Comentários sobre o texto:
Destacam-se, no texto de O aluno levou em conta, ao
Fernando Rezende, alguns elementos escrever a carta a Nelson Jobim, que
relacionados ao contexto, à situação este era um ministro de Estado, da
em que foi escrito, tais como a data, área da Justiça, portanto, alguém que
o local, o interlocutor e o locutor. deveria ser tratado, pois não havia
intimidade entre os dois, com um
Quanto à interlocução, na
certo grau de formalidade. Para
carta, aparece explícita, através do
tanto, usou a norma culta da
vocativo, ou do uso de pronomes.
língua, um vocabulário próprio ao
Consideremos, no processo de
contexto, evitou intimidades ou
interlocução, a importância de o
posturas agressivas, mesmo
locutor/interlocutor terem uma
quando criticou o Poder Público. Além
imagem precisa, clara um do outro
disso, não tratou o ministro como se
para conduzir os argumentos na
este desconhecesse o assunto em
direção exata a que se quer chegar.
questão, pois ambos
Sem o locutor conhecer as
compartilhavam informações,
necessidades, as vontades, as
tinham conhecimento sobre a norma.
limitações do interlocutor, difícil se
Até mesmo as sugestões e
tornará esse processo.
solicitações feitas por ele ao
ministro foram adequadas, reverter o quadro em questão. Os
exeqüíveis ao cargo que este argumentos do aluno mostram-se
ocupava. consistentes já que há uma tripla
preocupação: com os fumantes, os
Por outro lado, Fernando não se
não-fumantes e os que poderão vir a
preocupou somente com a imagem
ser fumantes.
que ele tinha do ministro, mas
também com a imagem que o No 3º parágrafo, o locutor reitera
ministro poderia formar de Fernando, a necessidade de o ministro, como
fato o qual ficou claro na apre- membro representante da União,
sentação que apareceu no início da tomar uma atitude quanto ao
carta, assim como nos próprios assunto, mas essa solicitação ou
argumentos usados, demonstrando, exigência, são feitas com polidez.
com isso, “dominar”, mesmo não
Na conclusão, no 4º parágrafo,
sendo um especialista, noções de
ele confirma a finalidade da carta –
legislação e informações sobre o
contribuir, por meio de seus
tabagismo.
argumentos, para que a norma seja
Notemos que, na introdução da revista (“tornar a lei antitabagismo
carta, o aluno deixa claras algumas (...) eficaz.”).
informações: como tomou
conhecimento do assunto, qual o
assunto em questão e a finalidade
do texto.
No 2º parágrafo, já no
desenvolvimento, ele expressa um
ponto de vista (“Considero
justa...”), seguido de uma ressalva
(“No entanto...”). Esta se faz
acompanhar de uma crítica
(“...fragiliza...”). Ademais, chama a
atenção para a importância de o
ministro, através do Poder Público,
P a l á c io d a, B J ru a s s t ií çl i a . F o t o : D a n i e l M a c e
Agora observemos algumas marcas lingüísticas explícitas no
texto:
E x c e l e n t í s s im o
S e n h o r N e l /s o e n s c J r oe vb ei mr - / lh e r e s o lv i
o fe r e c el h n e d o - e s c
/ É n e c e s ss áe r n i oh , o r r e v e m
r - l i hn eh / a c o n t r ib
m i n i /s tl er o m b r a r - / l sh oe l i c i t oC oa n s i/ d eV r o o s s n a o m e u e n t e /n d e r
E x c e l ê; n c i a r i ad e / s o l i c i t o;
t e m a r e l a t i cv oa mm pe l ne tx e o
e p o lê m ic o / C o n s id e r o ju s ta /e s p e c ia l a te n ç ã o /m u it ís
c o n s i s (t e. . n. ) t me a i s e; f i c a z
d ) u s o d e s u b s t a n t iv o s n a
a r g u m e n t ta ab ça gã i os m: o / m a - o f e r e c e n d d e o s - sl h a e f , o r m a já
le s / m a le fí c io / r e s t r i ç q ã u o ee / s t a v í nt i om r ma s a / / N o e n t a n /t o G o
p r e v e n ç ã o / t r a t a m e n t o ; a i n /d a P o r t a n/ t o p o r c o n s e q ü ê n
O u s o d a c o l e t â n e a e a i m p o r
s e l e c i o n a r u m v o c a -
b u lá r i o c o m p a t í v e lo r g a n i z a r o p l a n o d a s i
c o m o t e m a : v e r b o s ,a r g u m e n t a ç ã o p r ó p r i a
s u b s t a n t i v o s , a d j e - c i d a d o s d a d o s d a c o l e t
t i v o s , a d v é r b i o s ,q u a i s j u l g a r m a i s r e l e v
p r o n o m e s ; f i m d e r e f o r ç a r o p o
v i s t a e e n r i q u e c e r o t e
d a d o s q u e s e r ã o c o n t e
( n o c a s o d a c o n t r a - a r g
t a ç ã o ) .
Proposta de redação:
No decorrer do ano 2000, nós, brasileiros?”
houve inúmeros eventos os quais Para tanto, redija uma carta
visaram a celebrar os 500 anos de argumentativa ao editor do jornal
Descobrimento do Brasil. Folha de São Paulo (FSP), posicionando-
Baseando-se não só na se sobre o tema.
conjuntura atual, mas também Ao elaborar seu texto, utilize
tomando por base o passado histórico alguns argumentos expostos na
de nosso país, reflita sobre a seguinte coletânea abaixo, assim como outras
questão: “A data comemorativa dos informações que julgar relevantes.
500 anos de descobrimento de nossa Atenção: ao assinar sua carta,
terra é motivo de comemoração para use apenas as iniciais de seu nome.
“ H e s ito u m p o u c o e m e n tr a r n e s s a d is c u s s ã o s o b r e
D e s c o b r i m e n t o e s e u s f e s t e j o s , p o r q " Nu eã o é ve o n u t r ac or mn oe m j o o g -
ra r c o m o N a ta l o u A n
g o v e r n o . E s s a h is t ó r ia d e fe s t e ja r a d a t a é in v e n ç ã o e
N o v o , m a s v o u f ic a r m u
d o g o v e r n o e s u a s c e n t e n a s d e m t oi l h f õe el i zs . d O e Br e r aa si si l aé s u
g a s t o s . A p a r t i r d a i n i c i a t i v a d o g o v e p r a n í so ,m e a ar ap v o i l i ha od s o o s , ne ãm o
r e c u r s o s , u m a s é r i e d e o r g a n i s m o sx i ss t ee c m o a n i st a bg oi on ui t o p . eA l o c u
e n ã o t e r m i n a n u n c a e s s e d e s f i l e d t ue r au ef a an ni s a mt u or e: zd a o ds a d n e o
d a s e s c o l a s d e s a m b a à p e n c a d es a l i t ve r r or a s s sã oo b m r eu i t oo r a i cs a s s
d a s c a m p a n h a s p u b l i c iv t ái s r t i aa ss . à s c a p( F a o sl h ad t e e rn e ; F e r n a n d o G o m
N o v a e s , 2 0 , S ã) o P a u lo , S P
O g o v e r n o fe s t e ja a d a t a p o r q u e , s e i lá , n ã o t e m n a
" N ã o e x i s
m a is p r a fe s t e ja r n e s s e p a í s m is e r á v e l e c o m t a n t o s pi t ar
t e m u
c o is a p a r a s e c o m e m
m a s . A s s i m , a o i n v é s d e t e r d e s e rp a r r e. oS c ó u pv ea j ro c vo i om l ê dn ec ica i
c o m p l i c a d a s , c o m o c o n t i n u a r d e i x da en s d e o m mp r ee t g a o d : ea bd aa r r pa o e
ç ã o s e e s v a i r e m s u b n u t r i ç ã o o u u s at á r op e d s i an dh ae i pr oa rp a a or a b c r ua
s u a d ív id a c o m a b a n c a , o p e s s o l ae li r od . e A l Bé mr a sd íi ls i as o d, oe i Dx oe
d r a m a s e d e c i d i u t o r r a r o n e g ó c i o e c mo b fr ei ms te a n s t .o Q s ui g e n r i f i imc o b u u
p o p u la ç ã o u m s e n t i m e n t o d e a m om r o àr t e p dá o t rs i aí n de i o ds e. ” s l u m
m e n to c o m a n a ç ã o , p a r a v q i l uh ee oc o p m( oi d ve o om ; s A el i s sm o n d e M o u r a , 2
n o s s o p a s s a d o e e s q u e ç a o s p r o b l e m a s Sd ão o p P r a e u) sl o e, Sn Pt e . ( . .
( E mF o: l h a d e S ã o P a u lo ,
( G u s ta v o Io s c h p e - C o lu n is t a d) a F o 1 l 3h / a0 3 - / 0F 0 S ) P , 1 7 / 0 4 / 2 0 0 0
F o lh a - P a r a q u e s e r v e m d a t a s c o m o a d o s 5 0 0 a n o s ?
R o m e r o M a Sg aã lo h mã e o s m - e n t o s d e r e f l e x ã o e d e e s t u d o . É e
é p r e c is o c h a m a r a a te n ç ã o , a le r t a r a s p e s s o a s p a r a a e
c o m p o n e n te q u e fu n c io n a a p e n a s c o m o d e s e n c a d e a d o
( C o m is s á r io - g e r a l d a C o m is s ã o N a c io n a l p a r a a s C o m e m o r a ç õ e s
c a te d r á tic o d a F a c u ld a d e d e E c o n o m ia d a U n iv e r s id a d e d e C o im b r a ,
E m : F S P , 1 0 /0 4 /0 0 )
" É m o t iv o d e v e r g o n h a a m a n e ir a c o m o a m í d ia e x
m e n t o . A lé m d e p a r e c e r q u e o p a ís n ã o e x is tia a n te s d o
z e r a m e m a q u i p is a r, o a s s u n to é a b o r d a d o c o m o s e
n o s s o s 'd e s c o b r id o r e s '. O q u e t e m o s a c o m e m o r a r ? O s
( q u e a in d a n ã o a c a b o u ) ? O s 5 0 0 a n o s d u r a n te o s q u a
b r a s il e o o u r o fo r a m , d e c e r t a fo r m a , r o u b a d o s d a q u i?
f e t sa o s 5 0 0 a n o s d u r a n te o s q u a is n o s te m s id o im
c o n d iç õ e s d o p o v o b r a s ile ir o e d o B r a s il? ”
E v ilâ n ia A lfe n a s M o r e ir a ( S a b a r á
( F S P , 1 0 /0 4 /2 0 0 0 )
" C a r a v e l a s n o v a m e n t e a o m a r ; r e "p N r oã do u çs ãe oi fo i d ep do ir g- n
d a c a r t a d e P e r o V a z d e C a m i n h a qa uo ê r e di ed e t aP n o t ro t u pg ea sl ; s r
g io s g lo b a is a c io n a d o s p a r a a c o mn t ia s gm e om c r oe mg r e r se s l ai v ç a ã ;
l a u t o b a n q u e t e p a r a a t ã o e s p e r a d a a co o mn oe sm s oo r a p ç a ã í os . d oD s a
a n o s d o D e s c o b r i m e n t o d o B r a s i l . O d oq su e d ro e úa ll tm i m e on t re e hl a á t óp
c e le b r a r ? ? ? T a lv e z o g e n o c íd io d r e i o t r di b a o s O sN e U l v , a pg oe rn s e
m e i o d a s g u e r r a s j u s t a s . O u m e l h o xr ,e om e p x l ot e, rd m e ím n oi o n ds et r aa mv
ç a d a s c i v i l i z a ç õ e s e a c r u e l d a d e d o t es r c oh na qv ui d i so t a u d m o ar e sm e e
p e u s . E , a s s i m , m a i s u m a v e z , o B rl ah so ir l a a qp ul a a u n d t oe ae o e nn íg v oe
i n o c e n t e v e r s ã o e n s i n a d a n a s e s c od l ea s de ex p q e u c e t a C t i av ba r a ld c
g o u a o B r a s i l p o r a c a s o . O i m p o r t a nb t r e a sé i lme i ar oi s . ” u m a v e z c
fir m a r a in c o m p e t ê n c ia d a A m é r ic a c a tó lic a !! !”
S a m u e l P u c c i , 2 0 ( v i a ( d e e - pm o a i mi l ) e n t o d e a lu n o ;
( F S P , 1 1 / 0 4 / 2 0 0a 0n ) o : 1 9 9 9 )
F S P, 2 2 / 0 4 / 0 0
P e lo ta s , 2 9 d e a b r il d e 2 0 0 0 .
S e n h o r E d it o r
A p ó s a r e fle x ã o s o b r e a lg u m a s m a t é r ia s p u b lic a
jo r n a l F o lh a d e S ã o P a u lo , a s q u a is tr a ta v a m d a d a ta
d e s c o b r im e n t o d o B r a s il, t o m e i a in ic ia t iv a d e e s c r e v e r
e , d e s s a fo r m a , a m p lia r a d is c u s s ã o a c e r c a d o p o lê m ic o
J u lg o , in ic ia lm e n t e , q u e e s s a c o m e m o r a ç ã o t r a t a -
p o r p a r t e d a s a u t o r id a d e s , c o m a c o n i v ê ns c di a o l do a- m í d i a
r o s a s v iv e n c ia d a s n o p a s s a d o e o m ite a e x p lo r a ç ã o d o
a lé m d e in c it a r, p r o p o s it a lm e n te , n a p o p u la ç ã o u m s e n t
D e s s e m o d o , a s o c ie d a d e , v o lt a d a s o m e n te a o p a s s a d o
b le m a s a t u a is [ 1 ] , fa to q u e d e s e n c a d e ia a lie n a ç ã o e c o m
A d e m a is , m a n c h e te s c o m o " B a h ia : o B r a s il c o m e
m e n t o c o m o s e e le fo s s e o m a r c o in ic ia l d e n o s s a c iv ili
q u e a q u i v iv ia m a n t e s d e C a b r a l [ 4 , 7 ] o s q u a is fo r a m
" c iv iliz a ç ã o " e u r o p é ia in te r e s s a d a a p e n a s e m n o s s a s r i
P e ç o - lh e q u e c o n s id e r e , t a m b é m , o s m u it o s m ilh õ
c o m e m o r a t iv a p o is a r é p lic a d a N a u C a b r a lin a e o r e ló g
s i v a d a d a t a s ã o l ao ps e d n o a ds e e s x p e e m r dp í c i o d o d i n h e i r o p ú b l i c o ,
s e r e m p r e g a d a n a c o m p r a d e te r r a s a o s ín d io s , q u e p o
a s s im c o m o e m in v e s t im e n t o s n o s s e t o r e s d a e d u c a ç ã o
N o e n ta n to , p e n s o q u e a d a ta n ã o d e v e s e r e s q u e c
m a r c o d e r e f le x ã o d o p o v o b r a s ile ir o a c e r c a d e s e u s p r o
a m p lia r d is c u s s õ e s [3 ].
C o m b a s e n o s a r g u m e n t o s p o r m im e x p o s to s , s o li
p o s i c i o n a m e n , ta o i .n Gd oa s, st a e r ni a h o r e d i t o r , q u e , s e p o s s í v e l , i n c
e m a lg u m a m a té r ia a s e r p u b lic a d a p o r e s te jo r n a l.
R e s p e ito s a m e n te ,
A . B .D .
S u g e s t õ e s d e c o m o f a z e r ( q u
E S T R U T U R A
I n t r o d u çP ão od : e c o n e t le o r g ui om co eu n us mu r a a ( e
a r g u m e n t a ç ã o ) a u m a r e p o r ta g e m o u a r tig o l
d e le i, p o r e x e m p lo ;
s u a f u n i çn ã d o i c é a r o a s s u n t o , o q u a l n ã o
s o ; p o r t a n to , e la n ã o d e v e s e r " v a g a " . E v ita r
e x p r e s s õ e s d e s g a s ta d a s c o m o " V e n h o p o r m
a f in a lid a d e d a c a r ta .
D e s e n v o l v i Em x ep n o t so i :ç ã o d o s ; a u r sg o u dm e e n t o s , a sr e qs us a
v e m p a r a " f le x ib iliz a r " o p o n to d e v is ta ( n ã
e /o u a le r t a r s o b r e u m c f ra í t oi c ; a r es a l i z a ç ã o d e
n a r o te x to m a is e n r iq u e c e d o r.
C o n c l u sA ã s o s :i m c o m o a in t r o d u ç ã o , n ã o d e v e s e r v a g a
g ir " u m a m a io r c o n s c ie n tiz a ç ã o " o u q u e " m e d
m a d a s " s e m e x p lic it a r d e q u e f o sr mu g a e iss -s o d e v
t õ e, s r e iv in d ic a ç õ e ,s o s c o n s e lh o s d e q u e p o
ç a r m ã o d e v e m s e r b a s t a n te c la r o s , d e t a lh a d o
Q u a n to a o p o n t o d e v is t a , e m p r e g o d a 1 ª p e s s o a d o
d e s t a c o , c o n s id e r o , a c e n tu o , p e r c e b o , c r e io , o b s e r v o , d i
u s a - s e : s e n h o r / s e n h o r a p a r a tr a ta m e n to r e s p e ito s o e m
t a , jo r n a lis t a ) ;
V o s s a E x c e lê n c ia p a r a a lta s a u to r id a d e s ( p r e s id e n t e , s e
tís s im o S e n h o r...;
V o s s a S e n h o r ia p a r a fu n c io n á r io s g r a d u a d o s .
O b sO . :s p r o n o m e s d e t r a t a m e n t o e x i g e m 3 ª p e s s o a : V o s s a E x c e lê n c
p o r ta g e m / s e u e m p e n h o / s u a a tu a ç ã o .
S U G E S T Õ E S P A R A IN T R O D U Ç Ã O
A c r e d it a n d o s e r m o s to d o s n ó s , b r a s ile ir o s , r e s p o n s á v e
e p a r tí c ip e s n a c o n s tr u ç ã o d e n o s s a p le n a c id a d a n ia , d i
n h o r ia ] a f im d e ( ...)
Ju lg o q u e V o s s a E x c e lê n c ia , c o m o c o n g r e s s is ta e le it o
p o d e r ia in te r v ir e m q u e s t õ e s t ã o r e le v a n t e s c o m o " X " , c
b le m a " X " . D e s e jo , p o is , a t r a v é s d e m in h a m a n ife s ta ç ã
a r g u m e n to s q u e a p r e s e fn u t na dr e a i ms ee r n ã t oa , l ci mr e p i o ,r dt â e n c i a .
A c r e d ita n d o s e r u m c id a d ã o c o m p r o m e t id o c o m u m a p r á
e , te n d o to m a d o c o n s c iê n c ia d e d iv e r s a s m a té r ia s [o u :
t e le v is iv o s ] a c e r c a d o [o u : a r e s p e ito d e ; a p r o p ó s ito d e
q u e s tã o ] " X " , g o s ta r ia d e e x p o r - lh e m in h a p o s iç ã o e , d e
s im ] , c o n tr ib u ir p a r a a s u p e r a ç ã o [o u : a m e n iz a ç ã o ] d e ( ..
C o m o u m a j o v e m e s t u d a n t e i n t e r e s s a d as t no a d ce o nn o s st rs u a ç ã o
s o c ie d a d e , a c r e d ito s e r e m m in h a s o p in iõ e s [ o u : m e u p o
s u p e r a ç ã o d o p r o b le m a " X " ; p o r is s o [ o u : p o r ta n t o ; d e s s e
T e n d o r e f l e t i d o , a t r a v é s d e i mn f oe rn mt á a r iç o õ s e ] s v e[ p i co u s l iaç dõ ae ss ; n c o o s
v a r ia d o s m e io s d e c o m u n ic a ç ã o [o u : d a m í d ia ], a c e r c a
e s c r e v o - lh e p a r a ( ...)
S U G E S T Õ E S P A R A A C O N C L U S Ã O
C o m b a s e n o s a r g u m e n to s e x p o s t o s , g o s t a r ia d e s o lic it
f im d e q u e V o s s a E x c e lê n c ia p o s s a a m e n iz a r ( ... ) p o r m e
J u lg o , p o r ta n to , d e s u m a im p o r tâ n c ia a p u b lic a ç ã o , n e
s a m p e r m it ir a r e v e r s ã o [o u : tr a n s fo r m a ç ã o ] d e q u a d r o
ta d o .
S u g ir o , p o r f im , q u e in te r v e n h a , a tr a v é s d o c a r g o o c u p
p o lê m ic a q u e s t ã o a f im d e ( ...) . P a r a t a n t o , o id e a l s e r ia ( .
D e s s a f o r m a e , sq ou l ei c ci t o n- l sh i d e r e m i n h a p o s i ç ã o e p o n d e r e
p o r m im e x p o s to s , p u b lic a n d o , n e s t a r e v is ta , r e p o r t a g e n
e s s e o c a m in h o m a is c o e r e n t e e e fic a z p a r a r e s o lv e r
p o s ta , s u g ir o - lh e , a in d a , ( .. .)
A c o n t r a - a r g u m e n t a ç ã o n a c a
Proposta de redação:
A autora do texto a seguir argumentos os quais julgar
utiliza o tema “trote”, na verdade, pertinentes. Escreva-lhe uma carta
como pretexto para traçar um perfil contrapondo-se aos pontos de vista
dos adolescentes das classes mais que ela assume em seu texto. Não se
favorecidas do País. Nele, a articulista esqueça: você terá de
aponta críticas mordazes à maneira necessariamente contra-
como reagem diante da realidade. argumentar, refutar as idéias de
Após identificar tais críticas, você Marilene Felinto.
deverá rebatê-las, por meio de
O u t r a s in fo r m a ç õ e s /in s t r u ç õ e s :
E s c o lh a , n o m í n im o , t r ê s d a s s e t e d e c la r a ç õ e s , d
t e x to d a jo r n a lis t a , p a r a r e fu tá - la s , tr a n s c r e v e n d o - a
c u n h o ;
p r o c e d a , e n tã o , a o le v a n t a m e n to d a s id é ia s a fim
r e d ig ir ;
a o a s s in a r s u a c a r ta , u s e a p e n a s a s in ic ia is d e s e u n
T o d o c o m e ç o d e a n o é a m e s m a c e n a : c a lo u r o s d
r a s p a d a s e a s c a r a s p in t a d a s , in c it a d o s o u o b r ig a d o s
d e t r â n s it o p e d in d o d in h e ir o a o s m o t o r is t a s . É u m a d
m a is a r t ific ia l d o s r it o s d e in ic ia ç ã o d a m a is a r tif ic ia l d a s
n e a s : a u n iv e r s id a d e .
O t r o t e n a d a m a is é d o q u e o r e t r a t o d a a lie n a ç ã o
c e n t e s d a s c l a s s eC so fma v t oe r me cp i od a d s e . s o b r a , e l e s n ã o t ê m e m
t a n t a l i b e [ r1 d ] a d e .
O u q u e r e m d iz e r q u e e s s a s s im p le s c a r a s p in t a d a s
m e lh a n te à d a s m á s c a r a s d e d a n ç a d a s tr ib o s p r im itiv a s
P a r a a q u e la s tr ib o s ín d
m á s c a r a s e r a m o a te s ta d o d a o
d o s o b r e n a t u r a l e d a p u ja n ç a
M a s e s s e s a d o le s c e n t e s u r b
t ê m t a n t a c o m p le x id a d e . M o v i
e s h o p p in g c e n t e r s , o e s p ír it o d
n a s t r e [v 2 aA ] s . a u s ê n c i a d e c o n h e
m e n t o e s a b e r lim it a - lh e s o s d
a tit u d e s .
E m t e m p o s m a is a d m ir á v e
e m s o c ie d a d e s m a is id e a is , e s
d e v a g a b u n d o s e s t a r ia a ju d a n
E m L : i t e r a t u r a s B r a s i l e i r a s e P o r t ut ag ur e cs aa s n, a n o s c a m p o s , e n v o lv id
d e S . Y . C a m p e d e l l i e J . B . S o u z ra e f o r m a a g r á r ia , e m p r o g r a m
s is t ê n c ia s o c ia l n a s f a v e la s o u c o m c r ia n ç a s d e r u
s e r t õ e s e a s f lo r e s t a s d o p a ís , c o m o f a z ia m o s e s
R o n d [ o3 n] .
H o je , m a is d o q u e n u n c a , h á u m a te n d ê n c ia c a r a c
e l i t e s d a e c o n o m d i ea ac da up li ta a ç l iãs ot a à a d o l e ss sc i êv no c pi ar o, dl o e n eg x a c - e
m e n t o d a [m4 e ]e ds me ea x c e s s i v a i n d u l g ê n c i a p a r a c o m e s s e
in te n s o s p r o c e s s o s c o n flitu o s o s e p e r s is te n t e s e s fo r ç o s
D e s d e a d o le s c e n te , s e m p r e o lh e i c o m d e s p r e z o e s
d e d a r à a d o le s c ê n c ia ( o u p e lo m e n o s à c e r t a c a m a d a
e s p e c ia l, s e m e lh a n te a o q u e s e d á à s m u lh e r e s g r á v id
e m o v o s d a s o c ie d a d e q u e a c a b a p o r tr a n s fo r m a r a a d o
m a g r a v i d e z d o n a d at e , nf a u s m e a d ae n a g b u s s o t ri aç nã o d o s v a l o r e s s o
g r a ç ã o s o c ia l.
S e o s a d o l e s c e n t e s s e o c u p a s s o e u m p me l ao i sm , es no fo r se r ai a - m
m a d u r e c e r ia m d e v e r d a d e , s o lid á r io s , o c u p a d o s c o
t r o . [ s5 ]
M a s n ã o , f i c a m v a g a b u n d a n d o p c e a l ot a s n s d e o m m á fo o e r od sa sd a
p a r a f e s t a s e o u t r a. [ 6s ] l e E v , i ao n qd u a ed eé s p i o r , s
c o n s e g u id o d e c o r a r u m p u n h a d o d e f ó r m u la s e d a t a
f i z e r a m p a s s a r n o t e s t e p a r a . [ e7 n] t r a r n a u n i v e r s i d a d e
A m im q u e tr a b a lh a v a e e s tu d a v a a o m e s m o te m p
a la r m e o e s p ír ito d e v a g a b u n d a g e m q u e , c u ltu a d o n a
r e a lid a d e a lie n a d a d e u m a u n iv e r s id a d e p ú b lic a .
N a U n iv e r s id a d e d e S ã o P a u lo , o n d e e s t u d e i, o s f
a n o s n a h i b e l r e n s a c ç e ã n o t ea ds uo s t e n t a d a p e l o d i n h e i r o p ú b l i c o .
E - m a il: m fe lin to @ u o l. c o m .b r
M A R IL E N E F E L IN T O
d a E q u ip e d e A r t ic u li s t a s
F o lh a d e S ã o P a u lo , 2 5 /0 2 / 9 7
Levantamento das idéias realizado pelas turmas do ano
2000
v a g a b u n d o s
s u p e r f ic ia is
a lie n a d o s
“ m im a d o s ” ( ” a d u la ç ã o ” )
lim ita d o s
g e n e r a liz a ç ã o e x c e s s iv a
c o m p a r a ç õ e s i n a d e q u a d a s
( s e m le v a r e m c o n ta o c o n te x -
t o c u lt u r a l e h is tó r ic o )
C o n t r a - a r g u m e n t o s :
O f a t o d e t a is a d o le s c e n t
M T V n ã o s ig n i f ic a q u e s e
a is " . E s t a e m i s s o r a v e i c u l
g r a m a ç ã o , a lé m d e q u a d r o
m e n t o , p r o g r a m a s c u lt u r a
O s a d o l e s c e n t e s d e dc l i ar es cs ie o mn a é d - o s a o s in t e r e s s
d ia / a l t a , a o c o n t r á r C i o o n d s o t a qn ut e e m e n t e h á p r o p a
s e im a g i n a , n ã o t ê m v et e n m ç ãp o o cd o e n t r a o u s o d e d
s o b r a . G r a n d e p a r t e s ed x e u l e a s l m a eb n- t e t r a n s m is s í v e
d ic a d e m o m e n t o s d Ae i dl a s z . e A r pe am - i s s o r a t r a n s m it e
r a e s t u d a r . A l g u n s o c f aa z i ne tm e r dn ua -c i o n a l c o m o t a m
r a n t e a m a n h ã e , à c to a n r td r ei b , u r i en - d o p a r a a v a lo r
f o r ç a m o s e s t u d o s , c p u r l et u p r a a r a g n e - n su i i l ne ai r ma . e nQ t ue a nb tr oa
d o - s e p a r a o v e s t i ba uo l af ar ;t o f rd e e - o s a d o le s c e n t e
q ü e n t a m c u r s o s d e e l mí n g d u e a m s a e s , i a o s s h o p p in g c
e m m u it o s c a s o s , ps oa r lt ei c m i p b a r ma r q u e o f a z e m ,
d e a u l a s d e g i n á s t i c na o o s u g p r ra a n t di - e s c e n t r o s u r b a
c a m e s p o r t e s a t é m de es m m o a p i oa rr a s e g u r a n ç a , j á q
a l i v i a r o e s t r e s s e c a r p a ac rt qe ur í es ts i , c po r a ç a s o u o u t r o s
d e s t a e t a p a d a v i d a . d e r ia m t e r a c e s s o , h á o p
a s s a lt a d o s , in c o m o d a d o s ,
O s t e m p o s m u d a r a m e , c o m e l e s , a
m e n t a lid a d e , a s a s p ir a ç õ e s , a p o s t u r a
d o s j o v e n s d i a n t e d a r e a l i d a d e . A g e r a -
ç ã o d o s a n o s 6 0 / 7 0 a c r e d iC t ao v n a t r s a e r r i ap mo s e - n t e a o
s í v e l " m u d a r o m r a d
u n d o " a t r a v é s d e b a n -o , t a i s a d o l e s c e n
d e i r a s , p a s s e a t a s e c o n f l i t mo s a ci s o me x ai g u i dt o o - s p o r s e
r id a d e s . A l
a t u a l g e r a ç ã o t a m b é m i a r e s d oa c r e -q u e h á d e
d i t a q u e d e v e c o n t r i b u i r p pa or ar em x ee l mh o p r l ao r. T o m a n d
a q u a l id a d e d e v id a d a s c pi ê e n s c s i oa a d s a, se ó x c e s s i v a
q u e d e o u t r a f o r m a : v o l td a e d aa qp ua er a o sa s f i l h o s t i n
p e q u e n a s a ç õ e s c o t i d i a n a s , p o m r u m i t eo i s o p a i s p a s
r e i t o ,
d o e x e r c íc i o d a p r ó p r i a p ir mo f p i s o s r ã - ol h . e S s ã l oi m i t e s q u
t e m p o s d if e r e n t e s s u a s
e , p o r t a n t o , p o s t u - v o n t a d e s , a e x ig
r a s t a m be né mt e s d . i f e r r e s p o n s a b ili d a d e , t a l
p r e s e n t a r u m b o m
m e n t o n a e s c o la e
r a ç ã o p a r a o v e s t ib u l
d e e s t i p u la r h o r á r i
s a í d a s n o t u r n a s .
T a is j o v e n s n ã o s ã o
" e g o ís t a s " , c o n f o r m e
s ã o c h a m a d o s . M u it o s
d e l e s d e m o n s t r a m O - s s ea d o l e s c e n t e s q u e f o r a m
s e n s í v e is a o s p r o v b e l es t- i b u l a r, a p ó s o e s f o r ç o
m a s q u e o s c e r c t aê mm , o d i r e i t o a c o m e m o r a
s o l i d a r i z a n d o - s e q au oe s a a p r o v a ç ã o é m o t i v o
m a i s n e c e s s i t a d o gs r i a e e a lí v io .
e x c l u í d o s , a t r a v é s d o
e n g a j a m e n t o e m g r u -
p o s d e i g r e j a s , p a r t i c i -
p a ç ã o e m O N G s , p r o -
m o ç ã o e m c a m p a n h a s
b e n e f ic e n t e s o u M u di t e a s u n i v e r s i d a d e s , e n t e n
c o n s c i e n t i z a ç ã o , es in d t a r ed e d e r e c ic l a r o m é t o d o
o u t r a s a t i v i d a d e s .s i s t e m a e d u c a c i o n a l , p r o p u
ç a s n a s p r o v a s d e v e s t i b u
d o s c a n d i d a t o s n ã o a m e r
m a s a r e f l e x ã o e p o s t u r a c r ít
E S T R U T U R A
I n t r o d u çD ã e ov :e h a v r ee r f eu r mê na c i a a o t e x t o c u j a s i d é i a s s e r
T a m b d é em l i m i t a r o a s s u n t o , n e s te tr e c h o
e x p l i c i t a r -c s e e n us mu ra a / r e p r o v a ç ã o / i n d i g n a ç ã o
D e s e n v o l v i Rm e e t no tm o a: d a d o d ,i z d e e r sd u o a os u d t er oc l a r a ç õ e s / p o s
c o m o in t u ito d e r e f u t á - l a s . É p rf eu cn i -s o , n e s t
d a m e , n a t ta r ra v é s d e fa to s , e x e m p lo s o u o u t r o
o s c o n tr a - a r g u m e n t o s r. eP s o s d a e l -v s a e f a z e r u m a
x ib iliz a r o p o n t o d e v is ta e , d e s s a fo r m a , c o
s á r io " .
C o n c l u sR ã e o t o: m a d a d o p o c no t mo da e f i vn ia s l ti da a d e d e r e s s a l t a
s i s t ê n c i a d o s a r g u m e n t oa sp oa nl h t ea i ro ss u. Pg oe ds et õm e -s s e
r a ta is a r g u m e n to s s e r e m r e c o n s id e r a d o s .
E X E M P L O S D E T R E C H O S P A R A R E T O M A R O S F A
C o n tr a p o n h o - m e à a c u s a ç ã o / a o fa to d e ( ...)
C o m r e la ç ã o a " x " , ju lg o p o s s ív e l r e v id a r t a l fa to ( . . .)
C o n s id e r o im p r o c e d e n te / im p r ó p r io / in ju s t o / u tó p ic a ( .. .)
M a n ife s to , p r im e ir a m e n te , m in h a d is c o r d â n c ia q u a n t o a / a
C o n tr a r ia m e n t e a o q u e fo i e x p o s to e m ( ... )
J u lg o , a in d a , p r e c ip ita d a s u a d e c la r a ç ã o r e fe r e n te a / a o ( .
N ã o p o s s o d e ix a r d e m e s u r p r e e n d e r q u a n to a / a o ( ...)
G o s ta r ia , ig u a lm e n te , d e c o n t e s t a r / q u e s t io n a r s u a a f ir m a
N o m e u e n te n d e r, n ã o s e tr a t a , p o is , d e ( . .. ) , m a s ( .. .)
O s e n h o r a c u s a - m e d e ( ...) ; n o e n ta n to , ( ...)
N ã o p e r c e b o m o t iv o s p a r a ta is in q u ie ta ç õ e s , p o is ( .. .)
E q u iv o c a d a m e n t e , V o s s a S e n h o r ia d e c la r o u ( .. .)
J u lg o d if í c il a c r e d it a r ( . . . )
T a l fa to e v id e n c ia q u e o s e n h o r d e s c o n h e c e a lg u n s d
m o tiv o s / à s v e r d a d e ir a s r a z õ e s ( . .. )
Q u a n t o a o a r g u m e n t o s e g u n d o o q u a l ( ... ) , a c r e d it o ( .. .)
C r e io q u e a id é ia " x " a c a b a p o r r e fo r ç a r a im a g e m p r e c o n
( ...)
V O C A B U L Á R IO P A R A S E U S A R E M C O N T R A - A
V e r b : od si s c o r d a r , c o n t r a r i a r , c o n t r a p o r - s e , r e v i d a r , c o n t e s t a
S u b s t a n ot i pv o ss i : ç ã o , d i s c o r d â n c i a , c o n t e s t a ç ã o , o b j e ç ã o , r
t r a r ie d a d e , d iv e r g ê n c ia , e m p e c ilh o , …
A d j e t :i ve oq su i v o c a d o , i m p r o c e d e n t e , i n f u n d a d o , i n a d m i s s í v e
c a z , a r b itr á r io , d e s u m a n o , in c o r r e t o , u n ila t e r a l, d e p
in c r é d u lo , s u r p r e s o , c o n s t r a n g id o , …
O u t r: oJ us l g o n e c e s s á r i o r e a v a l i /a r r e v e/ r r e c o n s id e r a/r r e
A c r e d i t o s e r e x q t ru e e m s at i mo ne án vt ee l o fa to d e ( ..
P e n se or i sm p r e s uc mi n da í rv e e f l l e x ã o p r o fu n d a a c e r c a
S U G E S T Õ E S P A R A A IN T R O D U Ç Ã O
A p ó s le it u r a r e fe r e n t e a o a r t ig o / à r e p o r t a g e m “ x ” a c e r c a
t â n c ia , d e c id i e s c r e v e r - lh e e m a n ife s ta r m in h a o p in iã o ,
E m r a z ã o d a s c r í tic a s e x p o s t a s e m s e u t e x t o “ x ” , r e fe r e n
e x p r e s s a r m in h a r e p r o v a ç ã o e m fa c e d e s u a a tit u d e (
c io n a r - lh e , p o r m e io d e m e u s a r g u m e n to s , u m a r e fle x ã o
p o n to d e v is t a .
S U G E S T Õ E S P A R A A C O N C L U S Ã O
J u lg o , p o is , p e r tin e n t e q u e V o s s a S e n h o r ia / V o s s a E x c e
a fim d e e v ita r p r e ju íz o s a in d a m a io r e s a ( .. .) .
S u g ir o q u e ( . ..) s e ja e fe tiv a d o / a e , d e s s e m o d o , a a tu a l s i
P o r ta n t o , s o lic ito - lh e q u e r e c o n s id e r e s e u p o s ic io n a m e n
c r í tic a s e m u m a p o s tu r a m a is o t im is ta f r e n t e a ( . .. )
U m o u t r o e x e m p l o d e t e x t o a
TEXTO 2
OS PESCOÇUDOS – Caco Galhardo
TEXTO 3
OS PESCOÇUDOS – Caco Galhardo
TEXTO 5
OS PESCOÇUDOS – Caco Galhardo
TEXTO 6
OS PESCOÇUDOS – Caco Galhardo
TEXTO 8
E x e r c í c i o d a c i d a d a n i a d e f o r m
E s c l a r e c i m e n t o s o b r e a s f u n
E x e c u t iv o , L e g is la t iv o e J u d i c
F is io lo g is m o , c o r r u p ç ã o , e s c â n d a lo s , p r iv ilé g io s , im p u n
g u m a s c a r a c te r ís tic a s id e n tific a d a s , c o m fr e q ü ê n c ia , n a a t iv
il í c it o e x p o s t o à s o c ie d a d e , a u m e n t a o s e n t im e n t o d e v e r g o n
c o s o q u a l, a lia d o à in s e g u r a n ç a , d e s p e r t a d ú v id a s a r e s p e i
e s s e s c id a d ã o s . C o n t u d o , t a l c o n ju n tu r a p o d e r ia s e r r e v e r t id
v i d a p o l í t i c a d op aP ra t íi cs i ep ad se s l ae d e f o r m a r e s p o n s á v e l e c o n s c i e n t
I n ic ia lm e n t e , s a lie n t a - s e a fa lt a d e in t e r e s s e d a im e n s a p
p o lí t ic a n a c io n a l. A s c a u s a s d e s s e d e s in t e r e s s e s ã o in ú m e r
s a e m - s e e e x p lic a m c o m c la r e z a o in í c io d e u m a h e r a n ç a : a
D e s c o b r im e n to a té a I n d e p e n d ê n c ia , fo i g o v e r n a d o p o r P o
s e u s i n t e r e s s e s e c o n ô m i c o s e p o l í t i c o s , a c o l ô ne i as ,u ibn - i c i a n d o
m is s ã o b r a s ile ir o . J á n a é p o c a im p e r ia l, o v o t o e r a p r iv ilé g io s
R e p ú b lic a V e lh a , e s t a b e le c e u - s e a p o lí t ic a d o c o r o n e lis m o ,
to r a is e n o v o t o a c a b r e s t o , a b e r t o , o u s e ja , o b r ig a v a - s e o e m
q u e n ã o s ó s e m a n tiv e s s e n o e m p r e g o c o m o ta m b é m p r e s e
e s s e t ip o d e v o t o n a d a m a is s im b o liz a v a d o q u e o s in te r e s s e s
c r i m i n a d l am se o n c t ei a o b te v e d ir e ito a v o to e m 1 9 3 4 , n a E r a V a rg
t o r ia l, d e 6 4 a 8 2 , c o m o g o lp e d e E s t a d o o u , p o s t e r io r m e n -
te , c o m e le iç õ e s in d ir e t a s , s o b fo r t e r e p r e s s ã o , e v id e n c io u -
s e u m a v e z m a is o to t a l a fa s ta m e n t o d a s o c ie d a d e n a p a r ti-
c ip a ç ã o p o lític a d o P a ís . L o g o , o s m o m e n to s " c o n c e d id o s "
p a r a a p r á t ic a d a c id a d a n ia , n o B r a s il, fo r a m m a r c a d o s p e la
im p o s iç ã o o u a u s ê n c ia d o v o t o , g a r a n t in d o o p o d e r s e m p r e
n a s m ã o s d e u m a m in o r ia .
A s itu a ç ã o p o d e r ia s e r r e v e r tid a ; p o r é m , a c o n ju n -
tu r a p o lít ic a a tu a l m o s tr a - s e ig u a lm e n te c a ó t ic a e p r e o c u -
p a n te . O b s e r v a m - s e c o n s t a n te m e n te c a s o s e s c a n d a lo s o s
e n v o lv e n d o p o lític o s . M u ito s a p r o v e ita m - s e d e s e u s c a r g o s
p a r a o b t e r i n ú m e r o s p r i v i l é g i o s c o m o I , s pt o, o É7 r / 4e / x1 e9 9m 3 p. Él o o, af i ms ?o pC ea p- a
r a ç õ e s fr a u d u le n t a s d u r a n te o p e r í o d o C o llo r. A d e m a is , h á o
v e r b a s a s q u a is d e v e r ia m s e r r e p a s s a d a s à s á r e a s d a s a ú d
m o p a ra s e r e m e le ito s , a lg u n s p o lít ic o s " c o m p r a m " v o to s , p r
v o r e c id a s , a t r a v é s d a o fe r t a d e c o m id a e a lg u m a s v a n t a g e n
d e v id o à s s u a s " q u a lid a d e s " , e n ã o à s u a p e r fo r m a n c e o u a
n ã o b a s ta s s e m e s s e s po r, e e j us ít za o d s e àp a p r oa p- su el a cç oã m a im p u n id a d e
s e n t e m - s e in a b a lá v e is e in d e s t r u t í v e is p e r a n t e q u a lq u e r f o r
m is s iv id a d e , c a r a c t e r í s tic a d e s s e m u n d o p o lít ic o . E v id e n c ia
d e q u a n t o à r e a lid a d e p o lí t ic a e s o c ia l, o q u a l d e s e n c a d e ia f
d o P a ís .
A s s im , h á a n e c e s s id a d e d e u m a r e v e r s ã o d e t a l q u a d r o
c í c i o c o n s t a n t e d a c i d a d a n i a n ã o s ó n o o p p e r ré í o e d po ó e s l -e e i tl oe ir t ao l r, a c l o m
d e v e - s e c o n h e c e r o p r o g r a m a d o c a n d id a t o e d o p a r tid o d u r a
p o p u la ç ã o s o b r e a s f u n ç õ e s d o E x e c u tiv o , L e g is la t iv o e J
a ç õ e s d o s p o lí t ic o s , e x ig in d o d a m í d ia a d iv u lg a ç ã o s o b r e o
fo r m a , h a v e r á a b u s c a c o n s ta n te p e lo v o to c o n s c ie n te e a n e
p r o l d o s d o P a ís p a r a q u e e s te s e d e s e n v o lv a , o p o r tu n iz a n d
c e n d oa up mo l í t i c a i n c e n t i v a d o r a e v e r d a d e i r a e m q u e a é t i c a m o s
1 0 S u g e s t õ e s d e c o m o f a z e r ( q u
C o n v é m s a lie n t a r ( . .. )
D e v e m s e r e n fo c a d o s o s a s p e c to s ( ...)
R e s s a lta - s e q u e ( ... )
É p r e c is o , p o is , q u e s t io n a r m o s ( .. . )
C o n v é m le m b r a r ( .. .)
T o r n a - s e fu n d a m e n ta l ( ...)
É n e c e s s á r io f r is a r ( . .. )
C u m p r e d e s ta c a r ( ...)
P o d e - s e a fir m a r q u e ( .. .)
C o n fo r m e a le g a m ( ...)
A le g a - s e , c o m f r e q ü ê n c ia ( .. . )
P o d e m - s e t r a ç a r, a in d a , o u tr a s d ife r e n ç a s / c a u s a s / c o n s
S U G E S T Õ E S P A R A A IN T R O D U Ç Ã O
O u s o d e v á r i o s s u b s t a n t i v o s o u d ( ed ee vx ep mr e sp se õr t ee sn ce eq r u ai vo a ml e en
c a m p o s e m â n tic o ) :
Q u e i m ,a d a s d e s m a t a m e n, t o s p o l u i, ç ã o c o n t a m in a ç ã
á g u . aE s s s a s e x p r e s s õ e s s u g e r e m a m u i t o s q u e n ã o h á m o t iv
q u e r p a r a s e c o m e m o r a r o D ia M u n d ia l d o M e io A m b
e n t a n to , a o s m a is e s p e r a n ç o s o s e p e r s e v e r a n te s , c o m o o s
p o lí tic o s e o s e c o lo g is ta s , s ã o e x a ta m e n t e e la s a ra z ã o p a r
z a r u m tr a b a lh o d e c o n s c ie n tiz a ç ã o , e n v o lv e n d o q u e s tõ e s
ta is q u e a m e a ç a m o P la n e ta . ( a s s u n to : q u e s tõ e s a m b i
a tu a lid a d e ; p r o p o s t a n o D ia M u n d ia l d o M e io A m b ie n t e ; a n o
"C r i a t i v i d a d e , e s p í r i t o e m p r e e n d e d o r p, r e p a r o p a r a d e s
n h a r f u n ç õ e s. E v sa sr ai a s d sa ãs o a l g u m a s c a r a c t e r í s t ic a s e x ig i-
d a s p ea r ia n gs r e s s a r n o m e r c a d o d e t r a b a l h o I s dt o, e É2 s 3 t / e5 / 2f i 0m 0 1 d e s é
S e m d ú v id a , c o m o a v a n ç o t e c n o ló g ic o , o tr a b a lh a d o r d e v e
c ia r a a n tig o s c o n c e ito s , ta is c o m o a h a b ilid a d e p a r a a tu a
m a ç ã o a c a d ê m ic a lim ita d a a u m a á r e a ." ( a s s u n t o : o p e r fil
a n o : 2 0 0 0 ; tr e c h o d e r e d a ç ã o d e a lu n a : A n a B a r b o s a D u a r te
"B a s e s n i t r o g e n a d a s , g e n e s , c r o m o s s o m o s D, N A . F in
d e c if r a r c e r c a d e 9 8 % d o c ó d ig o g e n é tic o h u m a n o . E s s a r e
p l a m e e nc ot m e m o ra d a ; e n tr e ta n to , c e r ta s p r e c a u ç õ e s d e v e m
G e n o m a , tr a d u z id o , s e ja u tiliz a d o d e m a n e ir a r e s p o n s á v e l
to : P r o je to G e n o m a ; a n o : 2 0 0 0 ; tr e c h o d e r e d a ç ã o d e a lu n a
O u s o d e u m a o u m: a is p e r g u n t a s
F is i o lo g is m o , c o r r u p ç ã o , e s c â n d a lo s , p r iv ilé g io s , im p u n id
tr u a s . E is a lg u m a s c a r a c t e r í s t ic a s id e n tific a d a s , c o m fr e q
a tiv id a d e p o lít ic a n a c u i om n aq l u. Ne so t i eo nn t aa mn t eo n, t o fa z - s e
n e c e s s á r io : é v iá v e l o e x e r c íc io d e s s a a t iv id a d e , e m n o s
s e m in c o r r e r e m ( at a s i ss u vn ít co i: o r s e ? l a ç ã o é ti c a /p o lític a n o
B r a s il; a n o : 2 0 0 0 ) . I s t o 1É 0, / 1 / 2 0 0 1
O u s o d e u m a s ig la /u m n ú m e r o s e g u id o d e c o m e n t á r io :
"7 . 7 1 6 . E s s e n ú m e r o d e v e r ia e x p r e s s a r a lg u m s e n t id o p a r
s ile ir a ; n o e n t a n t o , m u it o s c id a d ã o s , p o r d e s c o n h e c ê - lo , o
g u n d o a C o n s ti t u iç ã o , a le i 7 . 7 1 6 d e s ig n a o r a c is m o c o m o
d is s o , c o t id ia n a m e n te , p r e s e n c ia m - s e c e n a s e x p líc ita s d e
s o b r e tu d o e m r e la ç ã o à r a ç a n e g r a . T a l e x c lu s ã o p o d e c
c o n s e q ü ê n c ia s , p r in c ip a lm e n t e a o fu tu r o d o P a ís , c u ja p
c o m p o s ta , e m g r a n d e n ú m e r o , p o s r . "i n ( da isv sí du un ot o s : n e g r o s o u m
d is c r im in a ç ã o r a c ia l; a n o : 2 0 0 0 ; t r e c h o d e r e d a ç ã o d
L a r e n tis ) .
"W . W . W . E s s a s e c o n s titu i n u m a d a s s ig la s m a is u t iliz a d a
a tr a v é s d e la , h á o a c e s s o a q u a lq u e r p á g in a d a In te r n e t. V e
d o c o n te m p o r â n e o , a e x tr e m a im p o r tâ n c ia d e c o m u n ic a ç õ
z e s ; a In te r n e t q u a lif ic a - s e , p e r fe it a m e n t e , p a r a e s s e fim ."
a n o : 2 0 0 0 ; tr e c h o d e r e d a ç ã o d e a lu n a : D a n ie la L a r e n tis ) .
U s o d e u m a ( n c ã i t o a çe ãs oq u e c e r d e c ita r a fo n t e ) :
" 'P r i s ã o n ã o s e r v e p a r a r e s s o c ia liz a r.' E s s a f r a s e , m e n c i
J u s t , i çd ae m o n s t r o u h a v e r u m a c o n s c ie n tiz a ç ã o g e r a l d a s o c i
s õ e s e m r e g im e fe c h a d o , n o B r a s il, n ã o s e r v ir e m c o m o m
m in a lid a d e o u d e r e s s o c ia liz a ç ã o d o in fr a to r. A fim d e a m
p e n a s a lte r n a tiv a s , c u ja a p li c a ç ã o te m m o s tr a d o e fic iê n c
p r in c ip a lm e n te n o s c a s o s r e la tiv o s a o s u s u á r io s d e d r o g a
a lte r n a tiv a s a o s u s u á r io s d e d r eo dg aa çs ã; oa n d o e : 2a 0l u 0 n 0 a ; : t rA e n c a h oB ad re
D u a r te ) .
"S e g u n d o o e x - m i n i s t r o R ic u p e r o , o q u e é b o m d e v e s e r m
d i d . oT a l f r a s e s i m p l i f i c a , d e fo r m a c la r a e f ie l, a m a n ip u la ç ã o
fo r m e s e u s in te r e s s e s , a im a g e m d o h o m e m p e ra n te a s o c
p e s s o a s e , a té m e s m o , à a c e it a ç ã o , a m íd ia a u m e n ta , g r a d
ta n d o - s e d e le e d e s e n c a d e a n d o u m g r a v e c í r c u lo v ic io s o , c
v id a , a d e s v a lo r iz a ç ã o d o h o m e m e m d e tr im e n to d o c u lto
ç ã o d o h o m r ve am l o/ sr iuz pa eç ã o d a im a g e m ; a n o : 2 0 0 0 ; tr e c h o d e re
L a r e n tis ) .
O b sÉ . : i n t e r e s s a n t e ,
e m i n t r o d u ç õ e s c o a m r g o u em s es na ts o, l da en ç a a u r tmo ro i s-
d a d, er e c u r s o q u e c o n s i s t e n a c i t a ç ã o d e a u t o r i d a d e s c o n h e c i
d a d e s , d o c u m e n t o s im p o r ta n te s , d e c o n h e c im e n to e m n ív e l
v is ta .
58 Teresinha Brandão
U m a b r e v e r e tr o s p e c t iv a h is tó r ic a :
" A p o lític a d e s e n v o lv im e n t is t a , d e s e n c a d e a d a a p a r t ir d
R e v o lu ç ã o In d u s tr ia l, c r io u u m c u r io s o p a r a d o x o n a s o c
c a a tu a l te n h a a d q u ir id o u m c a r á te r a lt a m e n te te c n o ló g i
d ia n o , r e p r e s e n ta d o n a s a t iv id a d e s d o s p r in c ip a is c e n t
m a n o m a n té m - s e e s c r a v o d o t e m p o , is t o é , o m u n d o 'h ig
d e d e v id a d a (s a o s c s i eu dn at o d : e r . e " l a ç õ e s t r a b a l h o / l a z e r ; a n o : 2 0
ç ã o d e a lu n a : I s a b e l H r u s c h k a R o d r ig u e s ) .
" A c i v i l i z a ç ã o h u m a n a , n r ae sc uo an ve i vv oe l uu çc ão om , so e s m a pl u c in ó g e n o
d o O r ie n t a l, o ó p io fo i o e s t o p im d e u m a g u e r r a ; n a s A
m e n t e r e u n ia m - s e p a r a fu m a r c a c h im b o s à b a s e d e e r v a
r e v e la d ife r e n te d o fu tu r o : a in d a a q u e s t ã o d a lib e r a ç ã o
s ã o e n t r e a s d i v e r s a s c( au sl t su u r an st o e : dc ir se c n r çi ma si n . "a ç ã o d a s d r o g a
t r e c h o d e r e d a ç ã o d e a lu n a : Is a b e l H r u s c h k a R o d r ig u e s
S U G E S T Õ E S P A R A A C O N C L U S Ã O
U s o d e s u g( p e o s s t sõ í ev se i s s o lu ç õ e s p a r a o s p r o b le m a s e m fo
" E n q u a n to o s r e s p o n s á v e is p o r to d o s e s s e s a c o n te c im
n ã o r e a v a lia r e m o s m é t o d o s d e p r o d u ç ã o , in v e s tin d o e m
fo n te s tr a d ic io n a is e / o u a lt e r n a t iv a s , o B r a s il i r á 'f ic a r n o
e , a o c o n t r á r io d o q u e o c o r r e u d u r a n te o I lu m in is m o , n o
d a s L u z e s , s e r e m o s c o n h e c i d o (s a c s o- m o o ' P a í s d o A p a g ã
s u n t o : c r is e e n e r g é tic a ; a n o : 2 0 0 1 ; t r e c h o d e r e d a ç ã o d e
L ú c i a R o t a B * or e r lg a et i vs o) .s à c r i s e d e e n e r g i a
" O in d is p e n s á v e l, p o r ta n to , n ã o é r e p r im ir o u s u á r io , m a s
lo a a b a n d o n a r o v íc io , a tr a v é s d a a p lic a ç ã o d e p e n a s a
t iv a s , t a is c o m o o b r ig a to r ie d a d e a fr e q ü e n ta r c u r s o s a
g a se , a r l i z a ç ã o d e p r o g r a m a s c o m p s ic ó lo g o s e m e s c o la
c lu s ã o d o te m a e m d is c ip lin a s d o c u r r íc u lo e p a r t ic ip a ç
fa m í lia s d o s d e p e n d e n t e s e m p a le s tr a s , c o m o r ie n ta ç ã o
m i l i a r e s e a o s c o n s u m ( ia d s o s r ue ns t do e: l ed gr oa gl i az as I.çs " tã o, oÉ3 0 / 5 / 2 0 0 1
o u n ã o d a m a c o n h a ; a n o : 2 0 0 1 ; t r e c h o d e r e d a ç ã o d e a lu
" P o r ta n to , a lg u m a s m e d id a s d e v e m s e r to m a d a s p a r a a
ç ã o e m q u e s e e n c o n t r a a p o p u la ç ã o in fa n til b r a s ile ir a e
t e n s if ic a r a p r o m o ç ã o d e c a m p a n h a s in fo r m a t iv a s s o b r
d e fo r m a r i g o r o s qa u oe s o c s i d v ai od( laãa sor ess um n . t" o : v io la ç ã o d o s d ir e it o
a n ç a s ; a n o : 2 0 0 1 ; tr e c h o d e r e d a ç ã o d e a lu n a : V ív ia n S e
" D e a c o r d o c o m o s a s p e c to s a b o r d a d o s , to r n a - s e in a
p o is a e x p lo r a ç ã o in fa n t il e s tá a c e n tu a n d o - s e . S e n d o a s
c o n tr o n a S u é c ia * n o q u a l s e a b o r d o u e s s e s é r io p r o b le
lo n g o p r a z o , a t r a v é s d a a ju d a d e p e s s o a s c o n s c ie n te s , t
( a s s u n to : v io la ç ã o d o s d ir e it o s d a s c r ia n ç a s ; a n o : 2 0 0 1 ;
b e r ta S c h w o n k e M a r tin s ) .
* e n c o n tr o n a S u é c ia , p r o m o v id o p o r u m a o r g a n iz a ç ã o n ã
1 1 A c o n t r a - a r g u m e n t a ç ã o n o t e
( U N IC A M N P o/ Ss Pú)l t im o s te m p o s , v ê m o c o r r e n d o in te n s a s d
m e io s d e c o m b a te r a v io lê n c ia p r a tic a d a p o r m e n o r e s , n a s
d iv e r g ê n c ia d e o p in iõ e s e n tr e N ilt o n C e r q u e ir a ( S e c r e tá r
d o R io d e J a n e ir o ) e B e n e d ito D o m in g o s M a r ia n o ( O u v id o
lo ) , v e ic u la d a pI s e t ol a É R e v is t a , d e 0 4 /0 9 /9 6 .
L e ia a s e g u ir t r e c h o d e s s a p o lê m ic a :
O E s t a t u to d o A d o le s c e n t e , c o m o e s t á h o je , é u m
to r e s . Q u e m r o u b a o s tê n is d a s c r ia n ç a s q u e v ã o a o
a n ç a s n o s ô n ib u s ? S ã o o s m e n o r e s in fr a t o r e s . A le i a
m a io r ia , q u e s ã o a s v í tim a s . O s in fr a t o r e s f ic a m e m l
s ib ilid a d e d e u m a a t u a ç ã o s e r e n a e e n é r g ic a d o s p o
m e n t o s d e a lt a p e r ic u lo s id a d e t ê m c a m p o a b e r to p a r
b a m a c o n t e c ei a n s d c o o t mr a o g aé d d a C a n d e l á r i a o u a d a s m ã e s
h o je n ã o a c h a r a m s e u s filh o s . T e m o s q u e c o r ta r e s s a
s e s m e n o r e s d a s r u a s . ( . .. ) A o c o n tr á r io d o q u e o c o r
d e v e r ia m e s t a r p r e s o s , s u je it o s a o C ó d ig o P e n a l.
G e n e r a l N ilt o n C e r q u e ir a
é c a u s a d e
N ã o h á p u n i ç ã o p e n a l a o sE x i s t e u m a l t o í n d i c e
m e n o r e s i n f r a t o r e s . n a l id a d e d e s s e s i n f r a
60 Teresinha Brandão
m e s m Ao c o m c o n t i n u a r i a Ba c o n t e c e n d
1 )R e t o m a d a d a t e s eE x i s t e u m a
f o r t e t e n d ê n c i a / M
d o " a d v e r s á r io ” t a m , q qu ue a n d o o a s s u n t o é v i o lê
p u n iç ã o p e n a l a m e n o r e s d e 1
í n d i c e d e a ç õ e s c r im in a i s d o s i
2 )R e f u t a ç ã o , a t r a v é Es md e v e r d a d e / N o e n t a n t o / N
c o n c e s s ã o , l e v a n t Aa m e n t o
p e s a r , d o i ss s c o r i m e s c o n t in u a r ia
d e h i p ó t e s e , c a u s ac e, na s pd e oo n - t a i s in f r a t o r e s c u m
t a n d o p a r a r e s u l t ap dr eo ss í d i o p oc oi s m u m , n e s s e
c o n t r á r i o s n ã o s e r e s s o c ei a , l si z i m
a o in d i v í d u o
q u e e le s e t o r n e m a is v i o le n t o .
3 )C o n c l u s ã o D e s s a f o r m a / D e s, s a e e m x po ld i c o a / - A s
ç ã o s e g u n d o a q u a l a f a l t a d e
a c a u s a d o a l t o í n d ic e d e c r
n ã o p r o c e d e / n ã o p o d e , p o i s
t a d. a
n ã o é c a u s a d e
m e s m Ao c o m n ã o hB o u v e
1 )R e t o m a d a d a t e s eD e a c o r d o c o m o si m d p e u f et an b s io - r e
d o " a d v e r s á r io ” l id a d e p e n a l , q u a n d o o a s s u n t
p e n s a r - s e q u e a p u n iç ã o p e n
a n o s d i m i n u i r ia o ín d i c e d a s
i n f r a t o r e s .
2 )R e f u t a ç ã o , a t r a v é Os r d a e/ A b e m , d e a s vs e sr d ma de en o r e s j
c o m p r o v a ç ã o , a p o r an mt a n s du ob m e t id o s a u m t i p o d e
p a r a r e s u l t a d o s m e lh a n t e a o c u m p r i m e n t o d
c o n t r á r i o s c o m u m , c o m o n o c a s o d a s F E
s e n ã o t e r h a v i md o a s r , e as os o c c o i an l -i z a
t r á ,r i r o e i n c i d ê n c i a a o c r i m e .
3 )C o n c l u s ã o , s e g u i d N a ã o s e p o d e, , c po on rs t i da ne tr oa r e s s a m
d e s u g e s t ã o d a c o m o c a u s a d a d i m i n u i ç ã o
n a l i d Oa d a e d . e q u a d o s e r i a i n s i s t i
c a ç ã o d e m e d id a s s ó c i o - e d u c
s e a q u e l e s q u e , n a m a io r ia d a
p r o t e ç ã o o s m e n o r e s d e r u a
A R G U M E N T O S F A V O R Á V E I S À L E G A L I Z A Ç Ã O
o u s u á r i o n e c e s s i t a d e a j u d a , e n ã o d e r e p r e s s
o u s u á r io n ã o é c r i m i n o s o ; p o r t a n t o n ã o d e v e s e r
o u t r a s d r o g a s s ã o m a is p e r i g o s a s a o o r g a n is m o ,
b é m , c a u s a d o r d e i n ú m e r o s a c i d e n t e s d e t r â n s i t
tr a t a - s e d e u m c a s o d e s a ú d e p ú b li c a c u j o o b j e t i v
62 Teresinha Brandão
A R G U M E N T O S D E S F A V O R Á V E I S À L E G A L I Z
c o n s e q ü ê n c ia s m a l é f i c a s a o o r g a n is m o e a o p
v a ; f a lt a d e m o t iv a ç ã o p a r a r e a li z a r p r o j e t o s d
c i o n a m e n t o d e ó r g ã o s c o m o o p u l m ã o ; p r o b l e
c o n s e q ü ê n c ia s n o â m b i t o s o c ia l : a u m e n t o d o
m a s p e l o t r á f i c o ) ; p o d e s e r v ir d e " p a s s a g e m "
c o m o c o c a í n a , h e r o ín a , e n t r e o u t r a s ; d e s e s t r
C O N C L ( U * Sd Ãe vO e s e r p c r e e n v t e r an dç ãa o n , a t a
a l e g a l iz a ç ã o )
r e p r im i r a p e n a s n ã o b a s t a : é n e c e s s á r i o a j u d
s u g e s t õ e s p a r a a p r e v e n ç ã o :
a p l ic a ç ã o d e p e n a s a l t e r n a t i v a s ( d e s d e a o b
a t é a o b r ig a t o r ie d a d e a o t r a t a m e n t o ) ;
n a s e s c o l a s : p r o g r a m a s d e p r e v e n ç ã o c o m e s
g o g o s ; r e f o r m u l a ç ã o c u r r ic u l a r ( in t r o d u ç ã o d
c u l o * p r o p o s t a a t u a l d o M E C ) ;
n o s p o s t o s d e s a ú d e , h o s p i t a is , c l ín i c a s : p r o g
li a r e s d o s d e p e n d e n t e s , e m p a le s t r a s ; a t e n d i m
a o d e p e nr a d v e é n s t ed ,e a e t s p e c i a l i s t a s d a á r e a m é d ic a
N ã o h á p u n i ç ã o r í g i d a e m E r x e i -s t e u m a u m e n t o
l a ç ã o a o s c o n s u m i d o r e s s ud ma o d e m a c o n h a .
m a c o n h a .
M e s m o h a v e n d o p r o i b i ç ã o o c o n s u m o a u m e n
o u :
M e s m o h a v e n d o p r o i b i ç ã o o c o n s u m o n ã o c e s
Vejamos outra situação:
Se alguém for favorável à legalização da maconha, a relação A é causa
de B po-deria ser assim esquematizada:
A p r o i b i ç ã o le g a l d a m a c o nO h c a o n s u m o d a m a c o n
n ã o d i m in u i o c o n s u m o . s e r l e g a li z a d o .
M e s m o q u e o c o n s u m o a d l ae g a l i z a ç ã o n ã o d i
m a c o n h a v e n h a a s e r l e t g a al -c o n s u m o
l i z a d o
o u :
O c o n s u m o d a m a c o n h a a f l oe i g a l i z a ç ã o n ã o d im
l e g a l iz a d o c o n s u m o
U m e x e m p l o d e c o n t r a - a r g u m e n
1 2 e m t e x t o d i s s e r t a t i v o - a r g u m e n t
D e a c o r d o c o m r e c e n te s p e s q u is a s , e n tr e e la s a D a ta fo
p a ç õ e s d o s b r a s ile ir o s é a v io lê n c ia . A s itu a ç ã o to r n o u - s e tã o
a o s c r im e s le m b r a m o c e n á r io d e u m a g u e r r a c iv il. A lé m d o a u
b r u t a lid a d e d e s t e s c a u s a p e r p le x id a d e p r o f u n d a à s o c ie d a d e .
É m u ito c o m u m ju lg a r [ 1 ] a p o b r e z a c o m o c a u s a p r in c ip a
te m p a í s e s a i n d a m a i s p o b r e s q u e o B r a s i l n o s qb ua ai - i s o s n í v e
x o s , c o m o s e c o n s t a t a n a Í n d ia ; o u t r o s o n d e o n í v e l d e d e s e n v
í n d ic e d e c r im in a lid a d e t a m b é m o é , fa to e x is te n te , p o r e x e m
c a s o b r a a s vi l ei oi r l oê , n c i a n ã o é o c a s i o n a d a s o b r e t u d o p e l a p o b r e z
c a r a c t e r í s t ic a s n a c io n a is : a d e s ig u a ld a d e s o c ia l e a im p u n id a
s o c ia l d o s m a is r ic o s e a d o s m a is p o b r e s é t a n t a q u e m u it o s
d a d e s , o p t a m p e l o c r i m e c o m o f o r m a d e e a r st ec ze an sd ãa o i ms op cu i na il d. Sa -o m
d e , c a u s a d a p o r u m a p o líc ia s u c a te a d a e c o r r u p ta e u m a J u s tiç
D ia n t e d e t a l s it u a ç ã o , a p o p u la ç ã o s e n t e - s e c a d a v e z m
n a r - s e v ítim a , e , s e m p o d e r c o n ta r c o m a p o líc ia , o c id a d ã o n
a b r e m ã o d o s e u d ir e it o d e ir e v ir. A p o p u la ç ã o , d e v id o à in e f ic i
p r o t e g e r - s e ; a q u e le s q u e p o d e m , c o n tr a ta m s e g u r a n ç a s p a r ti
u m c o n t i n g e n t e m a i o p r o ql í cu ie a a p e r nó qp ur ia n t o o s d e m a i s c o n s t r o e
p r o t e g e r s e u p a t r im ô n io .
A s itu a ç ã o , s e m d ú v id a , é e m e r g e n c ia l. P a r a r e v e r t ê - la ,
a s p r in c ip a is c a u s a s d o p r o b le m a : p u n ir o s c r im in o s o s e a m e
fim d e r e p r im ir a c r im in a lid a d e , a p o líc ia d e v e s o f r e r u m p r o c e
d u r a m e n te c o m o s b a n d id o s , e n ã o p u n ir o s c id a d ã o s n ã o - c r im
e m e d u c a ç ã o , c h a v e p a r a a m c iea l ihs o d r ai a p d o a p s u cl ao çn ã d o i ç. õ e s s o
1 3 S u g e s t õ e s d e c o m o f a z e r ( q u
E S T R U T U R A
I n t r o d u çD ã e o l i : m i t a aç ãs so u d n o t o r e t o m ea d a d a t e s e
D e s e n v o l v i Rm e e f nu tt ao ç: ã o , a t r a v é sc do on ce em s ps rõ e e g s o d e
d eh i p ó t e s e s , s e g u i d o d j eu s t i f i c a t i v a s
s u l t a d o s c o. n t r á r i o s
C o n c l u sR ã e o t o: m a d a d o p ,o an ct or e ds ec i dv ai s td a e . s
O b sÉ . : b o m l e m b r a r q u e n ã o h á u m a " o r d e m " o u " c o l o c a ç ã o " r í g i
a c im a . A r e to m a d a d a te s e p o d e s e r fe ita , p o r e x e m p lo , n o d e s e
T a l id é ia n ã o é s e n ã o u m a fo r m a r íg id a / in c o n s e q ü e n t e
Q u e s t io n a - s e m u ito ( . .. ) . A n te s , p o r é m , é p r e c is o le m b r
N ã o s e tr a ta d e " X " , m a s d e " Y " .
É c e r t o q u e ( . .. ) m a s s e r ia lí c ito ta m b é m le m b r a r ( ... )
S e é v e r d a d e q u e ( ...) n ã o m e n o s e x a to é ( ...)
D e fa to , ( ...) ; n o e n ta n to , ( ...)
É p o s s ív e l q u e e s s a m e d id a v e n h a a s e r to m a d a , m a s o i
É in e g á v e l a e x is t ê n c ia d e ( . . .) . A p e s a r d is s o , é v á lid o fr is
r e n te a /a o ( ...)
N ã o s e i pg on do er a r q u e ( . . . )
A in d a q u e m u ito s a le g u e m " X " , c o n v é m s a lie n t a r ( ...)
66 Teresinha Brandão
S U G E S T Õ E S P A R A A IN T R O D U Ç Ã O
A le g a - s e , c o m f r e q ü ê n c ia , q u e a p r o b le m á t ic a " X " n ã o
m e io d e ( .. .) . P e la p o lê m ic a q u e e n c e r r a , t a l a s s u n to m e r
H á q u e m c o n s id e r e " X " a s o lu ç ã o id e a l p a r a a m e n iz a r / r
t r e t a n t o , t a l m e d id a t o r n a - s e in c o n s is t e n t e / in e f ic a z d e v i
L o n g e d e s e r c o n s id e r a d a u m a q u e s tã o p a c íf ic a , " X " d i
p ú b lic a : p o r u m la d o , s a lie n ta - s e ( . . .) ; p o r o u tr o , ( . .. )
A o s u s t e n t a r ma ui d i té o i as e( . s. . q) ,u e c e m ( ...)
S U G E S T Õ E S P A R A A C O N C L U S Ã O
D e s s e m o d o , a id é ia ( . .. ) t o r n a - s e in s u s t e n tá v e l n o a t u
m e d id a s t a is c o m o ( . .. ) p a r a s e g a r a n tir a r e v e r s ã o d e t a l
É a b s o lu ta m e n te in d is p e n s á v e l, p o r t a n to , r e c o n s id e r a r
p o is , c o n fo r m e o e x p o s t o , e le r e fo r ç a u m a im a g e m / p r e c
p a s s a d a d e ( . .. ) . O id e a l s e r ia ( .. .) p a r a q u e a s itu a ç ã o p u
L o g o , p o r m a is e f ic a z e s q u e p a r e ç a m , ta is m e d id a s a c a b
b é m . ) (, . f. a t o s q u e , a o in v é s d e a m e n iz a r o p r o b le m a , p o d e
m o , p o r e x e m p lo , ( ...) s e r ia m c a p a z e s , is to s im , d e a lte r
n a n d o u m a m e lh o r q u a lid a d e d e v id a a o s c id a d ã o s .
1 4 O u s o d o s a d v é r b i o s e a d j e t i v
O g o v e r ne of i c a i ge in u t e m ec no tm e r e l a ç ã o à g r e v e d o s
c o m r e t i d ã o
c o m s e r i e d a d e
m o d e r a d a m e n t e *
c o m é t i c a
O s m e t a lú r g ci co o m s ma g a i tr ua mr i d da ud re a n t e a g r e v e .
c o m r e s p o n s a b i l i d a d e
p a c i f i c a m e n t e
o r d e i r a m e n t e
O s m e t a lú r g i i mc o p s r oa pg ri ri aa m d e un r ta e n t e a g r e v e .
e r r o n e a m e n t e
i r r a c i o n a l m e n t e
i r r e f l e t i d a m e n t e
t e n d e n c i o s a m e n t e
O g o v e r an uo t oa rg i it u á r i a e i m d au t r ua rn a t me ea n g t er e v e d o s m
“ c e g a ” e i m p u l s i v a m e n t e
O g o v e r cn a o u at eg l i ou s a e e d t ui c r aa mn t e e n at e g r e v e d o s m e
s é r i a e e f i c i e n t e m e n t e
Obs.: A lista a seguir foi elaborada e cedida gentilmente pela professora Lígia Maria da
Fonseca Blank.
a d e q u a d o , a u t ê n t ic o , a lt r u í s t a , a p t o , b e m -
s u c e d id o , b e m - fe ito , b e n e f ic e n te , c a p a z ,
c o n s c i e n t e , c o n f i á v e l , c a b í av le a l r, mc oa mn t pe e, t a e s n s t eu ,s t a d o r , a n g u s
c o n v i n c e n t e , c o n s i s t e n t e a, nd ae cs re ô an n vn i oct i old v , ei d m o o, c r á t i c o ,
d e c i s i v o , d i n â m i c o , e q u â nc oi m n ed ,e en ná év er g l , i c c o r ,í t i c o , c r i t i c á v e l ,
e s s e n c i a l , e x c e l e n t e , e q üc i ot am t i bv oa ,l i de ox ,í m c oi o n , t e s t á v e l , c a ó t i c
f e c u n d o , f i d e d i g n o , f i e l , c f au l na dm a i mt o es no ,t a c l o, n s t r a n g e d o r ,
f o r t í s s i m o , h o n r a d o , í n t e c g o r no ,d ie m s pc ea nr c d i ae ln , t e , c o r r u p t o , c o
i n d i s p e n s á v e l , i m p r e s c i n d dí va e n l o, si m o ,p de er d s í pv óe tl ,i c o , d i t a t o r i a l ,
i n i g u a l á v e l , i m p o r t a n t í s s i m do e, mi n ac go om g p o a , r dá ev se ml , e d i d o , d r a m
i n t r a n s f e r í v e l , i n s u b s t i t u í v ee l s, ci ra r es sn ou , n ec xi ác ve e s l s, i v o , e s t é r i l ,
i n v i o l á v e l , i r r e p r e e , n s í v ee sl , c i am n pd a a r l co i sa ol , e s t a r r e c e d o r , e x
p e r t i n e n t e , p r ó s p e r o , p r o m i es sq ou ri ,v op cr oa cd eo d, ef a n l ts e o , , f a l a c i o s o , f
p r o f í c u o , o p o r t u n o , p r o f i c i e f nr at e u , d p u r l oe bn ot o, , s gé rr ai o v , e , g r a v í s s i m o
s e r í s s i m o , ú t i l , u t i l í s s i m o , v ha el i od si oo n, dz oe , l o h s i po ó, c… r i t a , i n d i g n o , i
ir r is ó r io , in s u p o r tá v e l, in a c e itá
in t o le r á v e l, ir r e c u p e r á v e l,
a m p l o , e v i d e n t e , c r e s c e n i nt e c , o i csn ot see nr ct ei t , i v i no ,e x e q ü í v e l , i m p e r
c o n t í n u o , e v i d e n t e , e n o r m e i r, r ce os np to r no vs eá rv t ei d l , o i , n t r a n s i g e n t e ,
d r á s t i c o , i n ó c u o , i n s t a n t â n l ae mo , e i nn dt á i gv ne al , d l ao s, t i m á v e l , l e v i a n
i m e d i a t o , i r r e v e r s í v e l , i n e v i t ná ev eg l l ,i g i ne on ft ee n, sp i av lo i a, t i v o , p r e o c u p
i m p e r c e p t í v e l , g e r a l , p l e p n e o r , n pi c e i oc us ol i a, rp , r e j u d i c i a l , o m i s s o
p o l ê m i c o , p e r p l e x o , p o l í ot i pc oo ,r t pu úrn ebi stl ri t cóa og, , r a d o , s e c tá
t é c n i c o , s e v e r o , v u tl te o n s do e, n… c i o s o , x e n ó f o b o , . . .
A r g u m e n t o s lú c id o s e c o n v in c e n te s , a m p la e u r g e n te m o
t e r io s a s e t r a n s p a r e n te s , a p u r a ç ã o is e n t a e m e tic u lo s a ,
r ito p a r t ic ip a tiv o e c o m u n it á r io , c o n s u m id o r v ig ila n t e e m
p r o p o s ta s s é r ia s e c o e r e n t e s , m a n ife s t a ç ã o c o n c r e t a e e
c o n s c ie n te e p a r t ic ip a n te , s o lu ç õ e s le g í tim a s e d u r a d o u r
p r o v i d ê n c i a s r á p i d a s e a d e q u e a sd ua fs i c, i re e n c t ue rs s , o o s b i sm e er vd ai aç tã o o s c o
e a te n ta , p o lític o ín te g r o e c o m p e te n te , …
S o lu ç õ e s p a r c ia is e e q u iv o c a d a s , s it u a ç ã o c a ó t ic a e d e s
p r e c o n c e it u o s a , s e t o r p ú b lic o in c h a d o e in o p e r a n te , a t it u
p r e s a s e s t a t a is in e fic ie n te s e o n e r o s a s , a t itu d e s tã o r a d i
e n fa t iz a n d o ) , p r in c íp io s fe c h a d o s e a u t o r it á r io s , a r g u m e n
le is b r a n d a s e in e fic a z e s , p a i s c o n d e só cd ei o n dl a e mn te e n s t á e v ie r rl e e s p
u ltr a ja n te , lu g a r e s a fa s ta d o s e in ó s p it o s , s a lá r io s in ju s t o s
A b s o l pu r t i ao r i d a d e , m e t a p r io r i t á , r ai a s p e c t o p r im o r d i, a l
p r in c imp ao lt i v o , a el t s o c a l ã o , d e s t a c a da at u a ç ã o , v e r d a d
d e f in ,i t i v o r e l e v a n ct eo sn t r i b u i ç õ e s , e v i d e n dt ee s r e s p e it o ,
g r a v í s s i ni mf r aa ç ã o , e x c e l e a n t tu e a ç ã o , e x p r e s s i v r oe ss u l t a
1 5 O u s o d o s e l e m e n t o s c o e s i v o
Exemplos:
É preciso, inicialmente, observar que toda arte pressupõe criação,
produção hu-mana.
Ou:
Deve-se analisar primeiramente (...)
Iniciemos a análise observando (...)
Analisemos, em primeiro lugar, (...)
Para prosseguir a análise:
Num segundo plano/nível/momento, observamos (...)
Em segundo lugar, destacam-se os elementos (...)
Deve-se acrescentar, nesta segunda etapa, que (...)
Exemplos:
É verdade que o tema acerca da chamada ‘arte engajada’ tem
suscitado polê-micas.
Ou:
É certo que (...) Indubitavelmente (...)
De fato (...) Sem dúvida (...)
Efetivamente (...) Irrefutavelmente (...)
Certamente (...) É irrefutável (...)
É inegável (...) Inquestionavelmente (...)
É inquestionável (...)
Exemplos:
É provável que muitos teóricos se oponham às palavras de ordem dos
parnasia-nos, quais sejam: ‘arte pela arte’.
Ou:
Provavelmente (...)
Possivelmente (...)/ É possível (...)
Exemplos:
Não podemos esquecer que todo processo de renovação estética é
atravessado por um processo de renovação social.
Ou:
É preciso insistir no fato de que (...)
É necessário frisar que (...)
É imprescindível insistir na hipótese de (...)
Tanto isso é verdade que (...)
Vale lembrar o argumento (...)
Exemplos:
Paralelamente às tendências vanguardistas mais exacerbadas da
Europa, desen-volviam-se, no Brasil, experiências artísticas muito criativas.
Ou:
Ao mesmo tempo (...)
Concomitantemente (...)
Exemplos:
No que se refere à obra de Chico Buarque (...)
Quanto ao episódio ocorrido na Semana da Arte
Moderna (...)
No que diz respeito à distinção entre (...)
De acordo com Ferreira Gullar (...)
Conforme lemos em Érico Veríssimo (1982) (...)
Retomando Graciliano Ramos (...)
Nas palavras de Mário Quintana (...)
Com a palavra, o autor: “A arte...” (...)
Emoção e
Inteligência,
n.3, p.57, fev. 2000.
Exemplo:
Até mesmo os mais ingênuos desconfiam do lema ‘arte pela arte’.
Exemplo:
Acreditar no lema ‘arte pela arte’ é, no mínimo, ingenuidade.
Exemplo:
Um conceito de ‘vanguarda’ estética no Brasil merece uma consideração
profunda: é preciso, em primeiro lugar, recusarmos a idéia de que esse
conceito é universal. Além disso, é necessário frisarmos que, ao contrário
do que muitos pregam, esse con-ceito não possui um caráter alienante.
Ou:
além do mais/ ainda/ também/ soma-se a isso/ acresça-se a esses
fa-tos/ além de tudo/ ademais etc.
Exemplos:
Não pretendemos adotar um conceito universal de ‘vanguarda’; pelo
contrário, tentaremos mostrar como se constrói esse termo no contexto da
realidade brasileira.
“A arte religiosa da Idade Média, por exemplo, era realizada com
finalidade defini-da. Era uma arte ‘popular’ imposta, tendo assim alguns
pontos de contato com a arte de massa de nossos dias. Ao contrário do
que acontece hoje, quando a arte de mas-sa, na maioria dos casos, vai ao
encontro do consumidor (...)” (idem, p.137)
Ou:
por um lado/ por outro lado/ de um lado/ de outro lado etc.
10) Para comparar: tal como/ assim como/ da mesma forma que/ da
mesma maneira que/ igualmente/ do mesmo modo que/ tanto
quanto/ mais... menos (do) que etc.
Exemplos:
“Tais considerações são válidas igualmente para o teatro, o cinema e
as demais formas de arte.” (idem, p.99)
“A obra de arte aberta (‘vanguarda’) é a expressão, no plano da arte, do
processo dinâmico e aberto da sociedade burguesa e de sua crise
ideológica e, ao mesmo tempo, o salto para exprimir o caráter dialético
da realidade.” (idem, p.77)
“Fenômeno semelhante ocorre no campo das artes plásticas.” (idem,
p.129)
Exemplos:
“Essa é a razão por que o discurso não carrega em seu cerne uma
experiência concreta a comunicar, nada revela, não é poesia, e, a rigor, é
um falso discurso.” (idem, p.97)
“A pintura brasileira, conseqüentemente, não sofreu essa evolução,
cujos resul-tados (...) seriam adotados pelas gerações do pós-guerra.”
(idem, p.43)
Exemplos:
“O específico da obra de arte é o particular e, portanto, a experiência
determina-da, concreta do mundo.” (idem, p.77)
“Do que foi exposto, parece-nos justo deduzir que (...)” (idem, p.41)
“O que define a arte de massa é, pois, o seu raio de ação, o vasto
número de pes-soas, de todas as classes e regiões, que ela pode atingir a
curto prazo.” (idem, p.127)
13) Para indicar finalidade, objetivo: para que/ a fim de que/ com o
propó-sito de/ com a intenção de/ com o intuito de/ na tentativa
de/ visar/ ter por objetivo/ pretender/ ter em vista/ ter em mira/
propor-se a/ pro-jeto/ objetivo/ plano/ pretensão/ aspiração/
finalidade/ meta/ alvo/ intuito etc.
Exemplos:
Com o intuito de verificar algumas concepções correntes acerca do
termo ‘van-guarda’ estética, decidimos, em primeiro lugar (...)
Este trabalho visa, primeiramente, a analisar algumas concepções
correntes relati-vas ao termo ‘vanguarda’ estética.
Este trabalho tem por objetivo examinar algumas concepções
correntes acerca do termo ‘vanguarda’ estética.
Exemplo:
É justamente essa noção que faltava destacar: toda arte é política no
sentido de que determina uma opção diante dos problemas concretos,
afirmando ou negando determinados valores.
Exemplo:
“Mas, por outro lado, nada impedirá que, mesmo obras voltadas para
temáticas individuais, se situem no plano da realidade política, ou seja, no
plano da atualidade.” (idem, p.142)
Exemplos:
“O caráter esquemático da arte de massa é, no entanto, no geral,
alienante, uma vez que induz a uma visão falsa da realidade concreta.”
(idem, p.119)
“A arte de massa é, em essência, mercadoria, e nisso também ela se
define como legítimo produto da sociedade capitalista, na qual tudo se
transforma em mercado-rias. Mas é preciso atentar para o fato de que
essa transformação da arte em merca-doria não é um fenômeno restrito às
artes de massas e que ela não significa o fim da arte.” (idem, p.136)
“A posição esteticista rejeita a arte de massa como atividade não-
cultural, ou mes-mo anticultural. Não obstante, essa posição não está
infensa à existência da arte de massa e é, até certo ponto, condicionada
por ela (...).” (idem, p.138)
A n á l i s e d e p r o b l e m a s d e r e d a ç
1 Em situações um pouco
tensas, como no caso de se conceder
se for uma figura pública, conhecida
na mídia, a impropriedade
uma entrevista a um meio de vocabular pode ser motivo de ironia,
comunicação, é comum o usuário da contribuindo para desqualificar sua
língua cometer deslizes, imagem. É o que observamos no
descuidando-se, muitas vezes, do exemplo abaixo:
vocabulário que emprega. Sobretudo
E l ,l e a n o 1 3 , n .5 , p .3 0 , m a io 2 0 0 0 .
a )T r a n s c r e v a a p a l a v r a / e x p r e s s ã o u s a d a i m
b )E x p li c it e o q u e o a u t o r q u is d iz e r a o u s a r
c )E x p li q u e o q u e e le r e a l m e n t e a f ir m o u .
d )R e e s c r e v a o t r e c h o p r o b l e m á t ic o , s u b s t i t
e x p r e s s ã o e a d e q u a n d o - a à in t e n ç ã o d o
a d a p t a ç õ e s in d i s p e n s á v e i s .
“ Q u e p e r t u r b a d o r le r n o M a is ! , d e 1 2 /0 3 , u m a r t ig o s o
g ia q u e a f ir m a q u e o e s t u p r o é 'n a t u r a l'! P io r a i n d a é q u e a
p é c ie h u m a n a p e lo e s t u d o d o c o m p o r ta m e n to d a s m o s c a
la r e m 'e s tu p r o ' e n t r e m o s c a s ?
A a n tr o p o lo g ia s o c ia l e c u lt u r a l já m u it o r e b a te u a id é i
t o s h u m a n o s s e r ia m d a o r d e m d a n a tu r e z a . É d e e s p e c ia l
a t u a i n c l u s i v e n o s c v o i sm t op so rc t oa mm oe nm t oa si s p r ó x i m o s d a n a t u r e z a
x u a is , d e c a s a m e n t o , n a s r e g r a s d e p a r e n te s c o , té c n ic a s
t a m e n to s v ê m a p e n a s d a n a tu r e z a , c o m o fa z e m m u it o s e s
t a n to s im p lis t a e c e g o a to d a a c u ltu r a c o n te m p o r â n e a , a o
e à r e a lid a d e s o c ia l e c u ltu r a l q u e v iv e m o s h o je . P o r
e s s e m o t iv o , d iz e r q u e o e s t u p r o é 'n a t u r a l' ( c o m o
r is c o p o lí t ic o d e ig u a la r o s e n t id o d o t e r m o 'n a t u r a l' à
p a l a v r a a ' ln ' ) o ér m i m e n s a b o b a g e m , j á q u e o c o m -
p o r ta m e n t o h u m a n o n ã o é r e g id o a p e n a s p e la s r e -
g r a s d a n a t u r e z a .”
H e lo ís a B u a r q u e d e A lm e id a , p r o fe s s o r a e d o u t o r a n d a e m
a n t r o p o lo g ia n a U N IC A M P ( C a m p in a s , S P ) .
F o n te : w w w . g e o c it ie s . c o m /m _
(F o l h a d e S ã o P a u lo , 2 9 /3 /2 0 0 0 )
9) “Por tudo isso, é imprescindível uma reflexão sobre o assunto dos jovens,
que são o fu-turo do país.” (assunto: avaliação sobre os 10 anos de criação
do ECA; ano: 2000).
10) “Na certeza de que Vossa Excelência considerará meu apelo, e lembrando-
lhe serem as crianças o amanhã da Nação, despeço-me.” (idem ao anterior;
carta argumentativa diri-gida ao ministro da Justiça).
11) “Por outro lado, fico ‘pasma’ ao ver crianças que deveriam estar na flor da
inocência (...)” (idem ao anterior).
I s t o É , 2 3 / 5 / 2 0 0 1 . D e s e n h o d e A r o e ir a .
" A g o r a , p o r fa lta d e p la n e ja m e n to d o G o v e r n o , o s c
b u in te s v ã o p a g a r. É e c o n o m iz a r e p a g a r o u a p a g a r. O G
a le g a q u e o p la n o é ju s to , p o r q u e a liv ia o s m a is p o b r e s e p
( s ic ) o s m a is r ic o s . S e r á ? "
D e p o is , o jo r n a lis t a c o n tin u a :
" S e é p a r a o p la n o s e r ju s to , e n tã o q u e s e p u n a ( o u p e
c o m o o G o v e r n o u s a , s e m c o n h e c e r b e m a lín g u a p o r tu g
r e s p o n s á v e l p e la fa lt a d e e n e r g ia : o q u e n ã o p la n e jo u ( . ..)
c o r te a e n e r g ia d o G o v e r n o ."
( D iá r io P o p u la r, 2 2 /0 5 /0 1 )
2) “(...) consiste na falta de informações dos cidadãos, uma vez que não
existem campa-nhas as quais visem ao esclarecimento da população sobre o
possível contágio de doen-ças sexualmente transmissíveis, inclusive sobre a,
muitas vezes, impiedosa gravidez.” (assunto: iniciação sexual precoce entre
os brasileiros; ano: 2000).
10) “De acordo com pesquisas realizadas pelo IBGE, uma elevada porcentagem da
popu-lação brasileira acredita em um conceito inovador de ‘família’; para tais
entrevistados, esta não precisa ser necessariamente composta por pai, mãe e
filhos, vivendo sob o mesmo teto; uma pessoa que vive só, com um animal de
estimação, pode considerar-se vivendo em uma instituição familiar.” (assunto:
perfil da família no novo milênio; ano: 2000).
12) “As escolas deveriam conversar mais com os alunos até com os que estão
terminando o 2º grau.” (assunto: a prática dos trotes aos calouros nas
universidades brasileiras; ano: 1999).
21) “As universidades têm liberdade para escolher seu tipo de avaliação.
Entretanto, há um fator que vem desmascarando certas ‘instituições-
fachada’, assim como descobrindo universitários dedicados e competentes –
o Provão.” (assunto: provão nas universida-des; ano: 2000).
4 Ao articularmos as idéias em
um texto, a fim de que este seja
importante para garantir a coe-
rência textual.
coerente, é necessário verificarmos Nos trechos abaixo, de
se elas têm a ver umas com as redações de alunos, um problema de
outras e observarmos o tipo de coesão acabou por interferir na sua
relação a qual se estabelece entre coerência.
elas. Também mostra-se importante, Após a leitura do exemplo que
ao retomarmos idéias nesse texto, evidencia tal problema, reformule os
cuidarmos se a retomada foi feita de trechos de forma a tornar a relação
forma correta ou não. Em ambos os coesão/ coerência adequada.
casos, o uso dos coesivos é
" C o n s id e r o q u e , p o r o u tr o la d o , a s o c ie d a d e , e m g e r a
g o s ta d e a s s is tir e s te tip o d e c e n a o n d e a c o n te c e m 'b a
r i a s ', f a z e n d o a s s im p e n se al er es m* q u e n ã o s ã o s ó q u e p
s a m p o r s itu a ç õ e s p a r e c id a s ." ( a s s u n t o : g u e r r a p e la a u d
c ia e a q u a lid a d e d o s p r o g r a m a s n a T V b r a s ile ir a ; a n o : 1 9 9
*O te r m o d e s ta c a d o n ã o p o s s u i
I s t o, É1 /1 0 / 9 7
r e fe r e n te c la r o n o tr e c h o .
1) “Ao ler uma matéria na revista Veja, que mostra seu posicionamento sobre
o futuro da sociedade, resolvi escrever-lhe por motivo de contrapor-me às
mesmas.” (assunto: re-dução da jornada de trabalho e aumento do tempo
destinado ao lazer; ano: 2000).
2) “Todo menor deve ter direito à educação, à saúde e à vida digna, segundo a
Decla-ração Universal dos Direitos da Criança. No entanto, as imagens
observadas na mídia e os dados expostos no encontro, na Suécia, revelam
uma realidade assustadora na qual se notam a exploração da mão-de-obra
infantil e o uso desses indivíduos em guerras.” (assunto: violação dos
direitos das crianças; ano: 2001).
5) “Um país que enfrenta tantos problemas na Saúde, ainda tem que ‘lutar’
contra os re-médios, denominados como crime hediondo.” (assunto:
falsificação dos remédios; ano: 1998).
( R e v is ta C a r in h o )
1) “Como exemplo temos a morfina, usada para combater a dor que, aos
poucos, está sendo substituída pelo samário – 153.” (assunto: uso da energia
nuclear [área médica]; ano: 2000).
6
Um problema bastante gerúndio ou do infinitivo, en-tre
comum en-contrado em redações de outras formas gramaticais utilizadas
alunos diz res-peito à incompletude para se estruturar as frases.
da frase, ou seja, a idéia pretendida O trecho abaixo, parte de uma
pelo autor é abandona-da e a carta de leitor, extraído do jornal
inteligibilidade torna-se comprome- Diário Popular, de 30/11/97,
tida. Muitas vezes, tal problema é apresenta algumas frases
decor-rente da pontuação fragmentadas, ocasionando difi-
inadequada, do uso impróprio do culdades de entendimento ao leitor.
Texto argumentativo: escrita e cidadania 8
9
Observe:
" E m r e s p o s ta a o c o m e n tá r io d a c o
d o s P a g o s d e D o m in g o ( 2 3 / 1 1 /9 7 ) , q u e
E m : H is t ó r i a s e L e n d a s d o B r a s il
P ix u r u m a o m u x ir ã o .
A n a lis a n d o a a tu a l s itu a ç ã o f in
I l u s tr a ç ã o : J . L a n z e lo t t i.
E s t â n c i a T h o m a z i a n a , n ã o f o i
p a tr o n a g e m a n t e r io r , e s im p e la a tu a l.
P o is , c o m o s a b e m o s , a p a tr o n a g
a d q u ir iu im ó v e is n o v a lo r s u p e r io r a 5
p a g o s .”
4) “Por sua vez, essa sociedade que omite informações aos jovens, assiste
filmes eróticos, novelas em que o sexo está sempre presente.” (assunto:
influência da mídia X mater-nidade precoce; ano: 2000).
5) “O jovem brasileiro tem passado por alguns problemas. Entre eles, destaca-
se o alcoo-lismo que, lamentavelmente, afeta 20% destes. Tornando-se,
assim, para vários, um ví-cio preocupante.” (assunto: o alto índice de
alcoolismo entre os jovens; ano: 1999).
7 Se compararmos a relação
fala/ escrita, nas mais diversas
numa de escrita. Igualmente, na
escrita, numa situação for-mal,
situações do cotidiano, perceberemos devem-se evitar construções da mo-
que não se fala como se escreve, não dalidade da fala.
se escreve como se fala, assim como Nas frases abaixo, extraídas
não se fala nem se escreve da de redações de alunos, notam-se
mesma maneira em todas as oca- estruturas e escolha do vocabulário
siões. próprias da linguagem falada
Logo, o que é perfeitamente informal, modalidade não acei-ta em
acei-tável numa situação de fala, em provas de redações de vestibulares.
situação informal, pode não o ser Observe:
" I s s o n ã o l e v a a n a d a .”
" I s s o n ã o a j u d a a s d i f ic u ld a d e s .”
" N o s e u t e x t o , a s e n h o r a d iz q u e ( . . . ) ”
" E c o m o is s o p o d e s e r a c e i t o n o m e i o
f o r a d e le p o d e d a r a t é c a d e i a ? ”
" O s p o l í t ic o s n ã o f a z e m n a d a p a r a l e v a
2) “Em conseqüência desse ato, houve muita especulação sobre uma possível
manipulação política e o incentivo à compra e venda de votos, mas desta vez
não passou em branco este fato irresponsável.” (idem ao anterior).
4) “Não vejo mal nenhum em pintarem os alunos, fazerem eles correr e coisas
deste tipo.” (idem ao anterior).
8) “É preciso tornar mais fácil a solução dos problemas (...)” (idem ao anterior).
9) “Isso sem falar na falta de ética e vergonha na cara de nossos políticos, que
só pensam neles.” (assunto: ética e política; ano:
2000).
12) “Se isso que foi citado for feito, a saúde já irá dar uma boa melhorada.”
(assunto: saú-de pública no Brasil; ano: 1999).
13) “(...) porque, se continuar como está, muitos, com alto potencial, poderão
ficar de fora da sociedade.” (assunto: desemprego; ano: 2000).
14) “O ECA deveria trabalhar em cima do dever escolar para menores de rua
(...)” (assunto: 10 anos de criação do ECA; ano: 2000).
15) “O problema é que o estatuto muitas vezes inexiste na prática, a maioria dos
artigos do texto legal não saem do papel.” (idem ao anterior).
P r o p o s t a n º 1
O jornal Folha de São Paulo publi- especialistas nas áreas educacional e
cou, em 18/10/99, uma reportagem jurídica.
contendo o relato de um leitor, 14 Após a leitura da coletânea, es-
anos, Paulo (nome fictício; ver creva uma carta argumentativa
“observação”), segundo o qual está dirigida ao aluno Paulo ou ao diretor da
sendo expulso da escola onde estuda escola, manifestando-se acerca da
em razão do preconceito de que tem acusação de preconceito alegada
sido alvo. pelo aluno e da postura adotada
Além do depoimento do leitor, a pela direção do estabelecimento.
Folha publicou uma entrevista com o Além das informações contidas na
diretor da escola envolvida, coletânea, você poderá utilizar outras
depoimentos de alunos da própria que julgar pertinentes.
instituição, assim como de Ao assinar sua carta, use apenas
as iniciais de seu nome.
Texto argumentativo: escrita e cidadania 93
( E mF o: l h a t e e n , s u p le m e n to d o j o r n Fa ol l h a d e S ã o P a u lo )
O b s P . :o r q u e o s n o m e s d o s p e r s o n a g e n s d a e s c o la fo r a m o m
d a R e d a ç ã o
E x c e p c i o n a l m e n t e , n eF s o t lah ar e p o r t a g e m , a to m o u a
v á r io s d o s e n tr e v is ta d o s , o q u e n ã o é p r á tic a d o jo r n a l. M u ito
ç õ e s p u b lic a d a s s ã o s e m p r e id e n t if ic a d o s , s a lv o o s c h a m a d o s
p e d e o a n o n im a to e h á r e le v â n c ia jo r n a lís tic a p a r a q u e e s s e p r
N e s t a r e p o r t a g e m , c u jo a s s u n t o é d e lic a d o e p o lê m ic o ,
p e r s o n a g e n s c e n t r a i s d d i ro e ct oa r s do o c oa l éu gn io o e n ã o fo ra m r e v e la d o
e xc l u s i v o d e p r e s e r v a r a i m a g e m d o e s t u d a n t e , q u e t e m m e n o s
R e v e la r o n o m e d o c o lé g io o u d o d ir e t o r p o d e r ia le v a r
p o s s ív e is s itu a ç õ e s d e c o n s tr a n g im e n to p a r a o e s t u d a n te e p
fo r a m a s p r e o c u p a ç õ e s d o jo r n a l a o o p t a r p o r m a n te r n o a n o n i
Silvia Ruiz
da Reportagem Local
Paulo – A minha escola disse que eu não vou poder estudar lá no ano que
vem. Acho que estou sendo alvo de preconceito porque sou homossexual.
Folha – Por que a direção da escola quer que você saia?
Paulo – Eles falaram comigo e com os meus pais e disseram que eu deveria
sair porque estava incomodando o garoto por quem eu sou apaixonado. A escola
acha que eu sou um problema. Eles são preconceituosos e moralistas.
Folha – Você acha que de fato incomodou o garoto?
Paulo – No início do ano, mandei uma carta para ele e me declarei. Também
disse para as minhas amigas que gostava dele. Aí, todos na escola ficaram saben-
do, ficou uma pressão sobre ele. Acho que isso poderia até incomodar.
Folha – E qual foi a atitude da escola?
Paulo – A minha orientadora pediu para que eu parasse de procurá-lo.
Também disse que eu deveria passar a entrar na escola pela secretaria, subir para a
classe depois que os outros alunos já tivessem subido e que não poderia ir à
cantina. Ela chegou a dizer que os pais dos meninos mais novos poderiam ficar com
medo que eu fosse abusar deles no banheiro da escola. Ela também chamou os
meus pais e contou tudo a eles e recomendou que eu fizesse terapia. Ela me
considera um problema, e a escola não quer problemas.
Folha – E o que você fez?
Paulo – Fui fazer terapia. Acho que é bom até para eu me conhecer melhor e
aprender a lidar com toda essa situação. Mas acho que, mesmo que quisesse, não
conseguiria deixar de gostar dele. Algumas vezes, liguei para a casa dele e disse
que gostava dele, mas ele nunca disse claramente que não gostava de mim. Eu
acho que tenho o direito de expressar o meu amor por ele. Acho que isso é algo que
a gente deve resolver entre a gente, sem a interferência da escola. Quanto aos
outros alunos, disse que eu não sou um maníaco, não vou atacar nenhuma criança.
Folha – O que você acha que a escola deveria fazer nesse caso?
Paulo – Acho que eles deveriam conversar comigo, mas não tirar nossa liber-
dade. A posição da escola deve ser de orientar, não de expulsar. E, se eu fosse uma
menina, a mãe dele (do outro garoto) estaria feliz, a escola iria proteger a situação.
A escola, como educadora, deveria fazer com que os dois fossem respeitados e
prote-gidos. Eles deveriam agir em cima de quem goza com a cara dos outros, não
de mim e do garoto que eu amo.
Folha – O que você pretende fazer para resolver o problema?
Paulo – Meus pais não querem levar isso muito longe, não querem se expor.
Meu pai acha que a gente teria de ter dinheiro para fazer alguma coisa.
Folha – Você se sente discriminado pelos colegas?
Paulo – Há vários alunos que dizem: “Você vai morrer”. Há preconceito da
parte de alguns, a maioria não me aceita, mas muitos me respeitam.
Folha – Você gostaria de permanecer na escola, mesmo achando que há
preconceito contra você por parte da direção?
Paulo – Acontece que eu gosto da minha escola, dos meus amigos e sou um
bom aluno. Se eu for para outro lugar, vou ter de me adaptar. Não é que eu tenha
medo, mas sempre penso: “Como os alunos de uma nova escola iriam me olhar?”.
Eu quero continuar, apesar de tudo o que está acontecendo. Quero fazer algo para
mudar a mentalidade da escola, que não gosta de tocar nesse assunto, assim como
em outros, como drogas e sexualidade. Tudo o que provoque o senso crítico dos
alunos é sempre evitado.
P r o p o s t a n º 2
Terceiro Setor
O que é?
como um novo setor da economia na mais franca expansão, pode ser o equilíbrio bus-
cado entre as atividades capitalistas – por gerar empregos – e as de assistência social –
por não ter o lucro como meta principal, mas o bem-estar da sociedade, neste proble-
mático final de milênio para as economias tradicionais.
O b s O. : s d o i s p r i m e i r o s f r a g m e n t o s f o r a m e xA t pr ar eí d n o d s i z d de o D I M
f u t u : rc o i d a d a n i a h o j e e a m a n h ã . S ã o P a u l o : Á t i c a , 1 9 9 8 . p . 8 2 e
A f ila n t r o p ia n o B r a
s il
já m o v im e n t a 1 2 b il
h õ e s " ( ...) Q u e m n ã o te m r e c u r s o s
d e r e a is p o r a n o e g
a n h a t e m p o . C e r c a d e 1 6 % d a s p e s s o a s
a a d e s ã o d e r ic o s , f
a m o s o s 1 8 a n o s s ã o v o l u n t á r i a s d e p r o je to
e e m p r e s a s to d o o p a í s . O u s e ja , u m a m a s s a d e
b r a s ile ir o s t r a b a lh a d e g r a ç a p a r a a
m o . 'T e m m a is jo v e n s q u e r e n d o s e
É m i t o q u e n o B r a s i l s e d o e p o u pc or o j e t o s d e a ju d a d o q u e a s O N G s
e m c o m p a r a ç ã o c o m o u t r o s p ad í e- r e c r u t a r ', a f ir m a o c o n s u lt o r S t e
s e s . A b a ix o , o p e r c e n tu a l d e d o a -
ç ã o d e in d iv íd u o s e e m p r e s a s n o
u m d o s m a io r e s e s p e c ia lis t a s e m p
to ta l a r r e c a d a d o p o r o r g a n iz a - s e t o r . A s o l i d a r i e d a d e d o p o v o b r a s il
ç õ e s s e m fin s lu c r a tiv o s . d a n a p e s q u i s a d a J o o I
h s n e s r . H O o tp r a
k i- n s e
1 1 % b a lh o , q u e s e r á p u b lic a d o n o m ê s q u
1 0 %
a n á lis e c o m p a r a tiv a d e 2 2 p a ís e s ,
m a is r ic o s , s o b r e o p a p e l e o d e s e m
1 0 %
g a n iz a ç õ e s s e m fin s lu c r a tiv o s . O B
1 9 % fe io : a q u i s e d o a m a is q u e a m é d i
F o n Pt e e : s q u i s a C o m p a r a t i v a J o h n s H o p k i n s - I s e r
p e s q u is a d o s ( ... )
( ... ) O q u e fic a p a te n te é q u e o B
m u d a n d o p a r a m e lh o r n e s s e c a m p
n ã o te m s id o c a p a z d e d a r c o n ta d e
m a n d a s s o c ia is e x is t e n t e s . A s p e s
" N u m m u n d o c a d a v ed za d m a as i cs o m a p o b r e z a e s t ã o e s p e r a n
c o n t u r b a d o , c r u e l e d g e o s v i eog ru ne a l a, r r e g a ç a n d o a s m a n g a s . É
a r e s p o n s a b i l i d a d e s vo e c mi a l f a é z e n d o c r e s c e r e n o r m e m e n t e
u m a q u e s t ã o d e s o b or e r gv ia v n ê i nz ac çi a õ e s s e m f i n s l u c r a t i v o s . ' O
p a r a a s p e s s o a s e o re g s a t án i nz aa - m o d a ' , a f i r m a M i l u V i l e l a , u m
ç õ e s ." d o B a n c o I ta ú e m a n te n e d o r a d e
F r a n c is c o d e A s s is A z e v e d o a s s i s t e n c i a i s . E s p e r a - s e q u e a m o d
T im ó te o , M G f i c a r .”
P r o p o s t a n º 3
No início do século 20, Freud publicou "A Interpretação dos sonhos", Taylor
FSP, 22/04/01
inventou o "Scientific Management", Einstein anunciou a teoria da relatividade,
Picasso expôs "Les Demoiselles d'Avignon", Stravinski compôs "A Sagração da
Primavera".
Cada área sofreu uma profunda revo- recem muitas atribuições cansativas e te-
lução da qual desabrocharia a sociedade diosas, que somos capazes de produzir
pós-industrial na qual temos agora a sorte sempre mais bens e mais serviços com
de viver. Agora as descobertas surgem cada vez menos contribuição específica de
como cascata, e não passa ano em que trabalho humano.
não se realizem grandes progressos. Se Acima de tudo resulta numa dificul-
pensarmos que a potência dos micropro- dade maior em discernir trabalho, diversão
cessadores, que são a base de cada tec- e aprendizado; caem as barreiras entre
nologia, dobra a cada 18 meses... cansaço e tempo livre; de qualquer ma-
O trabalho é investido por cinco gran- neira o trabalho ocupa apenas um décimo
des ondas de transformação: o progresso do nosso tempo de vida.
tecnológico, o desenvolvimento organiza- Isso significa que, enquanto até agora
cional, a globalização, a escolarização e os a família e a escola se preocuparam em
meios de comunicação. preparar os jovens para o trabalho, no fu-
Disso se deduz que todas as nossas turo, deverão se preocupar em prepará-los
atividades se intelectualizam, que desapa- para o tempo livre. O lazer é uma profissão
e uma arte não menos importante que o beleza: todos pressupostos imprescindí-
trabalho, e a qualidade da nossa vida veis para satisfazer as necessidades de
depende sobretudo da qualidade do nosso introspecção, amizade, amor, lazer e con-
lazer. vivência: isto é, as necessidades emer-
Porém os países anglo-saxões e o gentes.
Japão, sendo hiperindustrializados Em um conto belíssimo, intitulado "A
economicamente e psicologicamente, Rosa de Paracelso", Borges sustenta que
aprenderam a organizar e viver o trabalho, o paraíso existe: é a vida aqui na Terra.
mas desaprenderam a organizar e viver o Borges acrescentou que existe também o
tempo livre. Por outro lado, os países lati- inferno: e consiste em não percebermos
nos (entre eles o Brasil), não tendo nunca que vivemos em um paraíso. Tudo está em
assimilado profundamente o modelo in- compreender a condição feliz à qual fomos
dustrial, conservam uma grande vitalidade destinados, nascendo e tomando consci-
extra-trabalho: sensualidade, comunicabili- ência de que a felicidade consiste em pro-
dade, hospitalidade, convivência. Estão, curá-la.
portanto, mais preparados para viver com
alegria a sociedade do tempo livre que nos
aguarda. Domenico de Masi, sociólogo italiano e autor do livro
Desenvolvimento sem Trabalho (Ed. Esfera), entre
Os três pilares do tempo livre serão a outros, assina esta coluna toda segunda semana do
sensualidade, a criatividade e a estética. mês.
Os luxos cada vez mais raros e preciosos
consistirão no silêncio, no espaço, na pri- Folha de São Paulo, São Paulo, 11 de maio de 2000.
vacidade, na segurança, na alegria, na Folhaequilíbrio.
Texto argumentativo: escrita e cidadania 10
( . ..) P e s q u is a r e a liz a d a e m 3 0 p a ís e s r e v
O p r o b l e m a d o m u n d ot e nr ã m o a é i s e dc i on - h e i r o e m a i s t e m p o l i v r e , a s
n ô m i c o , é d e e s t i l o d e v i d a r. e P m r e ac i sr ea nm d oa s. Oe n B - r a s i l , c o m 5 9 % o p ta n d
c o n tr a r u m j e i t o d e c o n v e n co ec ru po sa po o 8 v ºo ls u gd oa rs n a l i s t a . O p r im e ir o p o
p a í s e s d e s e n v o l v i d o s a r e l a( 7x 1a %r , a) , cs ue rg t ui r i da a v di - a F r a n ç a ( 6 3 % ) . O s n o
d a . P o d e r í a m o s , p o r e x e m p h l eo ,r d m e ai r no ds a e r s f pa i zr ie t ur a i s d o " t e m p o é d i n h e
u n s a d e s iv o s p a r a o s c a p r or o s si ç ã d o e . l Ne so o c u o t mr o e x t r e m o , o d o s q u e e s
f r a s e s c o m o " T a k e i t e a s y "l i, v "r Ce , u er t sa t ã a o v ai d aÍ n " d, i a e a s F i l i p i n a s ( 6 6 %
" C a r p e d i e m " , e n f i m , " R e l aV x i e" . t n P ã o (v 5 o 9 s % c ) o. m o
o s a m e r ic a n o s e o s j a p o n e N s ãe os p p a r re e c c i se a hm a v e r m u i t a r e l a ç ã o e n t
a p r e n d e r a t r a b a l h a r m e n o d s e ,v iad ac up i rd o a p r o mr c ai o i sn a d a p e l o p a í s e a p r e
d e s u a s f a m í l i a s e a t i r a r m ap ios p f ué rl ai a ç sã , o d . eO p C r ea - n a d á , p r i m e i r o c o l o c a d
fe r ê n c ia e m p r a ia s b r a s i l e d i er a sD . e Ts ee mn v og l ev in m t e e n t o H u m a n o ) , é o 5 º
q u e a c h a o m á x i m o t u d o o qq uu ee vo ep mt a md o ps e E l as - r e n d a . A q u i p a r e c e m
t a d o s U n i d o s , e s p e c i a l m e n çt eõ en sa f ái l ro e s a ó fd i ca a a s d e - c u l t u r a i s . A Í n d i a , c a m
m i n i s t r a ç ã o e d e n e g ó c i o s . v E r eu , a é c ho o 1 o3 8m º á I xD i H- , m a s o h i n d u í s m o , r
m o q u e o b r a s i l e i r o p o n h a n a a fn a t me , í l vi aa l eo mr i z ap r mi - a i s o t e m p o d o q u e
m e i r o l u g a r . Q u e o B r a s i l t mi r e e nf é o r i qa us e e, me m d ge r- a u s v a r i a d o s , o c o r r e e
z e m b r o e s ó r e t o m e o r i t m ro e dg ei ã p o o oi s n dd eo a C oa p r -ç ã o p e l o l a z e r é m a i s f o
n a v a l . Q u e o p a í s i n t e i r o p a r e ( . d. . )u r a n t e a C o -
p a d o m u n d o . Q u e to d a c r i a A n pç ra ó pb r r i aa s b i l ue si r ca a ed ce n mo l eó l gh i oc ra i as s t i nt h a c o -
s a i b a d a n ç a r e b a t u c a r . E s mt a o m f io m s pm r ei l c v í ep zu eo s p o u p a r o h o m e m d o t r a
m a i s b e m p r e p a r a d o s p a r a o a c oe rr ra e du o n ro o mb ô e di o o d o c a m i n h o e o t r a b a l h
q u e o s a n g l o - s a x õ e s e o s o ri si e , ni n t av ai s d . e a s o u t r a s e s f e r a s d a v i d a d a s
d a m e n t e , a h u m a n id a d e p a s s o u p o r u m
( S t e p h e n V K e a j a n i t z p, r o f u n ) d a n e s t e s ú l t i m o s s é c u l o s .
* O e d it o r ia l a lu d e à p e s q u is a d o in s t itu to n o r
S t a r c h W o r l d - W i l d , c o o r d e n a d a p F o o r l Th oa m, M i l l e r e
e m 0 7 /0 6 /0 0 . F o l h a d e S ã o P a u( l o
" ( ...) C o m o é q u e u m s é c u lo c h e g a à m e t a d e c e le b r a n d
d ic a t o s n o m u n d o in te ir o p a r a r e d u z ir jo r n a d a s fa tig a n te s e te
t r a b a lh a n d o c a d a v e z m a is ?
O m o t o r é o d e As ee mx p pl i rc ea gç ão o - d o s e s p e c i a l i s t a s , v e j a m s
c r e s c e n te d o e m p r e g o c o n fo r tá v e l d o p a s s a d o , a q u e le q u e
p o u c o d o f u n c io n á r io . N u m a s im p lif ic a ç ã o d e u m p r o c e s s o in
ú l t i m a d é c a d a , p r i n c i p a l m e n m t e p , r pe ôs sa sc ol on t ta r ad aa s p da er e m d ãe o e - d e - o b r a
a o p a d r ã o o it o - à s - c in c o . L a n ç a d a s n u m a c o m p e tiç ã o fe r o z ,
t a d o a o m e n o r c u s t o p o s s í v e l. I n s t a u r a r a m - s e o d o w n s iz in
p r o c e s s o s q u e le v a m à r e d u ç ã o d e p e s s o a l. Q u e m f ic o u te
p a s s o u a t r a b a lh a r m u it o m a is , n ã o s ó p a r a d a r c o n t a d o
ta m b é m , a v a g a . Q u e m s a iu p r o c u r o u a lte r n a tiv a s m e n o s
o c o r r e B u r na os i l n a b u s c a d e b r e c h a s n o m e r c a d o i n f o r m a l . ( . . . )
O u tr o s e to r q u e m a n té m lo n g a s jo r n a d a s , s e m q u e is s o
in fo r m a l. 'O t a x is t a , o e n c a n a d o r, a q u e le s u je it o q u e t r a b a lh a
t a r d e d ic a n d o o d o b r o d e t e m p o a o b a t e n t e ', a n a lis a J o s é P a
p r o f e s s o r d a U S P . ‘E le s p r e c is a m f ic a r m u it o m a is h o r a s d is p o
m a n t e r o n í v e l d e r e n d a d e a n t i g a m e n t e . S a e , eh lo e u s v pe os ds e r gi a e mn t e
t e r u m h o r á r io f ix o , t e r a m e s m a r e n d a e s ó t r a b a lh a r ia m m a is
N e s s a n o v a c u lt u r a d e tr a b a lh a r m u ito , g a n h a r m u ito e s
c o n s u m o é o u tr o fa to r p r e p o n d e ra n te . A s p e s s o a s e s tã o t ra b
c o m p r a r m a is . E m 1 9 9 1 , a e c o n o m is ta J u lie t S c h o r, d e H a r v a
u m a e s p é c ie d e b íb lia d o a s s u n to .
( . . . ) N e l e , S c h o r c u l p a a t e l e v i s ã o , p r i n c i p a l m es n t e , p o r i m
d e s ta tu s q u e in flu e n c ia m o a m e r ic a n o a s e r u m p o v o q u e g o
d e f in iç ã o q u e c a b e , s e m tir a r n e m p ô r, n a s fr o n t e ir a s d o
c o m p r a s . ( ...) ”
(R e v i s t a V e ja , 0 5 /0 4 /2 0 0
P r o p o s t a n º 4
Trabalhador-empresa-comunidade
D
esesperados atrás submetidos a uma insu- estímulo a atividades físi-
de mão-de-obra portável pressão. Errado – cas: busca-se fazer do lu-
qualificada, e esse erro é um dos fatos gar de trabalho quase uma
executivos dos setores de notáveis do capitalismo extensão do lar. Tratar bem
tecnologia da informação e contemporâneo. a mão-de-obra virou tam-
telecomunicações, no bém questão de market-
Por puro pragma-
Brasil, vêem-se forçados a ing, mais especificamente
tismo, as empresas são
oferecer salários altos e de marketing social.
obrigadas a ser mais ge-
benefícios indiretos, mas, nerosas para atrair e O Brasil assiste
mesmo assim, encontram agora à onda da respon-
manter seu mais impor-
dificuldades de preencher tante patrimônio: o capital sabilidade social nas em-
as vagas. presas, cobradas sobre
humano. Passa a ser deci-
Nos setores de alta siva a valorização da como cuidam de seus em-
tecnologia, há uma discre- transmissão do conheci- pregados e como tentam
pância entre a formação mento, numa aposta nos melhorar sua comunidade,
educacional dos trabalha- intelectos. A disseminação com ações de cultura,
dores e as vagas ofereci- das universidades corpo- educação, saúde ou ambi-
das, reflexo de um ciclo rativas, dragando milhões ente.
econômico ancorado no de reais para treinamento A confluência de to-
que se convencionou de pessoal, mostra que, na das essas tendências –
chamar de “era da infor- prática, o ambiente de tra- valorizar a mão-de-obra e
mação”. balho se confunde com o mostrar um rosto solidário
ambiente escolar. para a comunidade – é o
Em poucas palavras,
Aprende-se fazendo, faz- estímulo, bancado pelas
nunca se produziram
se aprendendo. empresas, para que os
tantos dados em tão pouco
tempo e, mais importante Ao se abrirem para funcionários exerçam ati-
ainda, nunca foram trans- uma visão mais complexa vidades voluntárias.
mitidos com tanta rapidez: de quem trabalha (ser que Quem preferir ficar
o novo ritmo vai definindo pensa, tem idéia, inter- fora dessa nova relação
quem vive, sobrevive ou age), as empresas são trabalhador - empresa - co-
simplesmente morre nos obrigadas a absorver tam- munidade está tão habili-
negócios. Cada vez mais, bém a complexidade dos tado a sobreviver como
o tempo é menor e, cada seres humanos, aceitando- aqueles que, avessos à
vez mais, ele vale mais os como pais, maridos, modernidade, não queriam
dinheiro. filhos. trocar as máquinas de es-
Diante de tanta com- Cresce o número de crever pelo computador.
petitividade, seria normal empresas que oferecem
supor que o trabalho só períodos sabáticos, tele-
iria piorar as condições de trabalho, horário flexível,
vida dos trabalhadores, programas psicológicos,
Gilberto Dimentein – Colunista, da Folha e presidente da ONG
membro do Conselho Editorial Cidade Escola Aprendiz
ARISTÓTELES. Arte retórica e arte poética. Trad. Antonio Pinto de Carvalho. Rio de
Janeiro: Ediouro, 1975.
CHAROLLES, M. Introdução aos problemas da coerência dos textos. In: GALVEZ, C.;
ORLANDI, E.; OTONI, P. O texto: leitura e escrita. Campinas: Pontes, 1988.
FÁVERO, L. Coesão e coerência textuais. São Paulo: Ática, 1993. (Série Princípios).
PÊCHEUX, M. Análise automática do discurso (AAD-69). In: GADET; HAK (Org.). Por
uma análise automática do discurso. Campinas: UNICAMP, 1990.
PLATÃO, F.; FIORIN, I. L. Lições de texto: leitura e redação. São Paulo: Ática, 1996.
______. Para compreender o texto: leitura e redação. São Paulo: Ática, 1993.