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MESTRADO INTEGRADO EM CIÊNCIAS FARMACÊUTICA

FARMACOGNOSIA E FITOQUÍMICA II

AULA PRÁTICA

TRABALHO 4ºA

ALCALÓIDES

REACÇÕES GERAIS

FUNDAMENTO

O termo alcalóide foi introduzido por W. Meisner no princípio do


século XIX para designar substâncias naturais que reagiam como bases e
não apresenta uma selectividade que permita distingui-los de outros
compostos azotados naturais.
Os alcalóides são estruturas complexas com o seu átomo de azoto
incluído num sistema heterocíclico, possuindo propriedades farmacológicas
significativas. São estes os factores que nos permitem distinguir os
designados como alcalóides verdadeiros dos proto-alcalóides e pseudo-
alcalóides
Apesar do seu conhecimento ser recente a acção dos alcalóides é
conhecida há milhares de anos.
Os alcalóides presentam massas moleculares que variam entre 100 e
900. Alguns são líquidos, como a nicotina, esparteína e coniina a grande
maioria é sólida, rarament corados, mas são opticamente activos, são pouco
solúveis na água mas solúveis nos solventes orgânicos apolares ou pouco
polarizados.
A sua basicidade é variável e está dependente da disponibilidade do
par de electrões do azoto
Os métodos actuais de detecção de alcalóides são precedidos de uma
extracção e consistem geralmente numa precipitação por reagentes
específicos, os chamados Reagentes Gerais dos Alcalóides.
As reacções gerais de precipitação fundamentam-se na capacidade
que os alcalóides possuem de se combinarem com metais pesados e
metalóides, tais como bismuto, mercúrio, tungsténio, platina e iodo. Podem
ser ainda utilizados outros reagentes que originam reacções coradas, tais
como p-dimetilaminobenzaldeído e a ninidrina.
ELECTROFORESE EM PAPEL

IDENTIFICAÇÃO DOS ALCALÓIDES DA NOZ VÓMICA

FUNDAMENTO

Os alcalóides da Noz vómica fazem partes do grupo dos alcalóides


indólicos, isto é possuem como estrutura base o grupo heterocíclico indol,
do qual deriva o aminoácido triptofano. Os principais são a estricnina e a
brucina.
Os alcalóides da noz vómica podem ser separados e identificados por
meio de electroforese em papel, porque estando a estricnina e a brucina em
maiores quantidades que os outros alcalóides, aparecem em manchas
distintas no electroforegrama

H
N

Indol

H
N

CH 2
NH 2
HO C CH
O
Triptofano

Estricnina
Brucina

REAGENTES

CLOROFÓRMIO

AMÓNIA CONCENTRADA

ALCOOL A 96%

ESTRICNINA PADRÃO

BRUCINA PADRÃO

SOLUÇÃO AQUOSA DE ÁCIDO FÓRMICO A 1%

REAGENTE DE DRAGENDORFF

Sub-nitrato de bismuto 8g
Ácido nítrico diluído a 30% 20 ml
Dissolver
Iodeto de potássio 22,8 g
Água mínimo para dissolver o iodeto de potássio
Misturar as duas soluções lançando lentamente a primeira sobre a segunda.
Deixar em repouso de um dia para outro.
Filtrar para uma proveta de 100 ml com rolha e completar com água
desionizada.

SOLUÇÃO AQUOSA DE ÁCIDO NÍTRICO A 25%

SOLUÇÃO DA AMOSTRA
1-Agitar num tubo de ensaio 1 g de noz vómica triturada em pó, com
2 ml de clorofórmio e 2 gotas de amónia concentrada
2-Deixar em contacto 2 horas
3-Filtrar e guardar o filtrado

SOLUÇÃO DOS PADRÕES

1-Preparar soluções separadas de estricnina e brucina a 0,2 % em


álcool a 95%

EQUIPAMENTO

APARELHO DE ELECTROFORESE

TÉCNICA

ATENÇÃO: EFECTUAR TODA TÉCNICA NUMA CÂMARA DE


FUMOS

1-Encher as duas tinas da caixa do aparelho com solução de ácido fórmico


de modo a atingir a mesma altura
2-Cortar o papel Whtman com as dimensões convenientes, consoante o
suporte móvel do aparelho
3-Marcar a linha média do papel e os pontos de localização da amostra e
dos padrões de um lado e de outro a 2 cm da linha média
4-Deitar nos pontos marcados sucessivamente 15 µ l da solução extractiva
da noz vómica, 15 µ l da solução padrão de estricnina e 15 µ l de solução
padrão de brucina de um dos lados, efectuando os mesmos depósitos nos
pontos marcados do outro lado
5- Estender a tira sobre o suporte móvel
6-Mergulhar rapidamente as extremidades da tira de papel no electrólito,
evitando molhar a parte central
7-Cobrir a caixa com a tampa
8-Ligar os dois eléctrodos e estabelecer uma diferença de potencial de
20V/cm
9-Deixar desenvolver durrante 4 h

DESENVOLVIMENTO DOS ELECTROFOREGRAMAS

1-Desligar a electroforese e retirar a tampa do aparelho


2-Retirar o electroforegrama e enxugá-lo entre duas folhas de papel de
filtro
3-Secar numa corrente de ar na câmara de fumos até desaprecimento do
cheiro do ácido fórmico
4-Mergulhar a primeira metade no reagente de Dragendorff

Devem aparecer as manchas dos dois alcalóides predominantes da noz


vómica, de cor vermelha aos mesmo nível das manchas padrão

5-Mergulhar a segunda metade do electroforegrama numa solução de ácido


nítrico a 25%
Observar na solução da amostra de noz vómica uma mancha
vermelha ao mesmo nível da mancha do padrão de brucina. A mancha de
estricnina não fica corada.

BIBLIOGRAFIA

Farmacognosia III volume, Fundação Calouste Gulbenkian, pág.813 a 820


Farmacopeia Portuguesa, 8º edição, 2005, pag. 1305-1306
Pharmacognosie, Phytochimie, Plantes Médicinales, Jean Bruneton
http://www.docstoc.com/docs/395309/Roteiro-de-aula-pr%C3%A1tica-de-
farmacognosia Reagente de Dragendorff e outras determinações

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